Meu Pequeno Amor escrita por FireboltVioleta


Capítulo 22
Self-Confession


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoas!
Tudo bem com vocês?
Novo capítulo pra aliviar o coração da meninada (ou não... kkkk)
Boa leitura!



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DRACO

Eu estava absolutamente perplexo.

Fiquei apenas encarando Stark e Weasley se encararem, completamente atônitos.

– Espera um pouco – murmurei, chocado – está falando da irmã mirrada da sua ex-namorada?

Weasley assentiu, parecendo horrorizado.

– Claro – Oliviene arfou – a garota acabou morrendo na Batalha de Hogwarts, não foi? Atacada por um lobisomem? – ela revirou os olhos – faz todo o sentido! Ainda não acredito...

Mesmo atordoado com tudo, entendi o que Stark quis dizer.

Realmente fazia sentido. Brown, a ex-namorada de Weasley, tinha sido uma das vítimas em meio á guerra. A irmã dela devia ter, em meio ao pesar, culpado os dois por ela ter morrido.

Nada mais natural... afinal, eles meio que provocaram mesmo aquilo tudo, simplesmente por aparecerem na escola.

Mas chegar á esse extremo... ainda assim... fazia sentido, mas nem tanto.

O que ela queria com eles? Se vingar? Extravasar o pesar? Talvez – por mais que não quisesse, engoli em seco – matar a pequena Granger? Ou todos?

Balancei a cabeça. Aquela garota devia estar completamente louca.

–Tem certeza que é ela, Weasley? A tal Pandora? – um dos aurores perguntou.

– Absoluta – ele me encarou, baixando a cabeça, angustiado – ela é idêntica á Lilá... só uns dois anos mais nova.

– Ei, gente – comentei, erguendo as mãos – vocês disseram que a chance da seqüestradora ter cúmplices é grande... – olhei para Weasley – a Brown tinha mais irmãos?

– Além de Pandora, acho que mais um... nunca o vi.... até onde eu sei, Lilá e os irmãos foram criados pelos tios. Os pais morreram quando eram pequenos... Patil me contou, algum tempo depois da guerra.

– Você não era muito de conversar com a Brown, não é? – indaguei, para meu choque, sem nem um pingo de ironia.

– Nem me diga – ele guinchou – é quase um pesadelo lembrar... – ouvi-o arfar – por mais que eu nem ligasse para Lilá depois do sexto ano... eu e Hermione ficamos abalados com a morte dela. Lilá nunca mereceu aquilo. Era uma pessoa boa... e eu acho que os irmãos também são... só... – Weasley engasgou – não estão pensando por si mesmos.

– Bom, já que temos absoluta certeza da identidade da seqüestradora – Oliviene segurou o ombro de Weasley – temos uma acusada. Podemos emitir um mandato de busca e prisão, e já investigar o provável paradeiro dela e dos cúmplices. Vou comunicar Shackebolt agora mesmo.

– Espere, Olviene – falei – não acha melhor que Weasley faça parte das buscas também? – torci o nariz, revirando os olhos, enquanto ele me encarava surpreso – por mais que me doa na alma dizer isso, ele também é um auror capacitado para isso... é o noivo da garota, não é?

Todos me olharam, parecendo perguntar o que diabos havia de errado comigo.

E eu quase me olhei também e fiz a mesma pergunta. Por que, repentinamente, eu estava querendo me envolver tanto naquilo?

OK, sim, eu estava preocupado com aquela pirralha. Paciência...

Mas eu não podia simplesmente ficar sentado no escritório de Stark, esperando os heroizinhos salvarem o dia, sozinhos?

“Você quer fazer algo por ela, Draco”, disse minha mente. “Não quer que Granger se machuque. Você quer fazer alguma diferença... mostrar que pode fazer alguma coisa, em vez de ficar simplesmente fazendo serviços comunitários pelo resto da existência. Pode fazer algo grande e justo dessa vez. Trazer um pouco de glória para o que sobrou da sua vida. Quem sabe sossegar também essa sua consciência.”

Sim... eu queria fazer algo. E, aproveitando, também queria quitar aquela pendência que eu tinha com Weasley e Granger.

Quem sabe, quando aquela loucura toda acabasse e eu voltasse a raciocinar direito, pudesse voltar a odiá-los em paz, como deveria ser. Sem ficar hesitando em ficar com raiva deles, por causa da dívida de vida que eu tinha com os três.

E depois, até eu achava crueldade seqüestrar uma criança – trouxa ou bruxa – só por uma psicose pessoal. Eu conhecia Comensais da Morte que não teriam coragem de fazer aquilo.

– Então está bem – Oliviene piscou para mim – Weasley, você vai ficar com a equipe de inteligência do quartel-general. Vai nos ajudar a identificar possíveis cativeiros que Brown e os cúmplices possam estar usando. Provisoriamente – ela sorriu para ele – você vai ser promovido á Chefe do Departamento de Inteligência Auror, e Comandante da operação. Vamos voltar ao Ministério e salva-las o mais rápido possível. Draco... – Oliviene se voltou para mim – acho que ajudar no resgate pode limpar um pouco sua ficha comunitária também.

Olhei para Weasley. Ele sorriu.

Mas de modo tão desanimado, que a repentina promoção parecia nem ter entrado em sua cabeça.

E é claro que não entraria de jeito nenhum.

Eu podia ver, nos olhos daquele cara, que a única coisa que dominava sua mente era a absoluta preocupação com a garotinha que, á esta hora, estava acuada em algum canto escuro, provavelmente se perguntando se um dia voltaria a nos ver.

Imaginar a menininha brincalhona, de olhos chocolate, amarrada e jogada em algum lugar, amedrontada, fez com que meu estômago desse uma cambalhota.

Era um fato. Hermione Granger, criança ou adulta, não merecia aquilo.

Todas as vezes em que eu imaginara, com prazer, Granger sendo morta pelo monstro da Câmara Secreta, ou afogada, atropelada, alvejada por uma Maldição... parecia ter feito parte de outra vida.

Uma vida em que eu era Draco Malfoy, o sangue-puro que detestava sangues-ruins, o sonserino convicto de sua superioridade, o favorito de tantos professores.

Eu ainda não havia entendido que, depois da guerra, nada disso sobrara.

Na verdade, não sobrara quase nada de mim.

Eu nem sabia quem eram os trouxas agora. Não me sentia superior a nada. Não me sentia favorecido por ninguém.

A perspectiva de pensar na pequenina menina ameaçada quase me arrepiava.

Agora, o único sentimento que eu tinha, ao nos imaginar resgatando Granger, era de aflição em pensar se chegaríamos à tempo, sem ter que vermos ela e as Weasleys em meio á jorros de luzes verdes.

Eu não podia me dar ao luxo de fracassar naquilo. Aquelas pessoas estavam completamente desorientadas.

Só eu fazia idéia do que uma pessoa era capaz para salvar sua família...

Ou vingá-la.

O que não justificava fazer aquilo com pessoas que não foram culpadas pela morte de ninguém.

Pensei no desenho feito á giz que ainda estava guardado em meu livro, e minha garganta se apertou, contra minha vontade.

O bonequinho loiro de sorriso absurdamente grande...

Eu já estava no mais fundo dos poços que eu podia imaginar.

O que era começar à gostar de Hermione Granger, para quem já estava dentro da lama?

Se os Weasleys eram traidores do sangue, eu já era tão traidor do sangue quanto qualquer um deles ali.


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Notas finais do capítulo

Então? Comentários, teorias, sapatadas?
Beijinhos e até o próximo capítulo!



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