Dois Quartos de Vinho escrita por Ninguém


Capítulo 10
Acordou tarde, mas não se levantou


Notas iniciais do capítulo

Olá, querido leitor. Seja bem vindo! Puxe uma cadeira ou deite no sofá, tome um chá ou coma uma pipoca. Enfim, sinta-se a vontade e tenha uma ótima leitura.



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Lia acordou tarde, mas não se levantou. Foi invadida por uma preguiça costumeira de inicio de semana, não estava com vontade de fazer nada durante todo o dia. Passou a tarde pensando em Elídio, desde a primeira vez que o tinha visto, agradecia eternamente pela existência do Youtube, pensou no primeiro abraço dos dois, quando ela ainda era adolescente. Nunca imaginaria que anos depois seria notada.

Abraçou o travesseiro ao lembrar do encontro de dias atrás, seu coração disparou quando pensou no momento na escada, no perfume dele, na sensação de estar totalmente envolvida em seus braços, daquele quase beijo... por mais que tentasse pensar racionalmente, o pensamento de fã a invadia, não conseguia aceitar que ele talvez estivesse, de alguma forma, interessado por ela, sentia como se jamais fosse estar à sua altura.

...

Segunda, logo pela manhã, Lia foi surpreendida por uma nova mensagem.

"Elídio: Aposto que eu e mais 500 temos esse número"

"Você: Já acordo lendo verdades. Bom dia pra você também!"

Elídio: Sabia que eu teria muitos concorrentes, mas isso não me fará desistir tão fácil.

Você: Vale continuar tentando mesmo sabendo que as chances são mínimas?

Elídio: Você é terrível! Gosto disso.

Como não iria a faculdade, a jovem aproveitou para mais tempo na Cia ensaiando com Pedro. Quando terminaram, os dois deitaram no palco olhando para os refletores de luz logo acima.

— O diretor tá vendo com uns diretores de teatros pra colocar a peça em cartaz o mais rápido possível. - Ele comentou.

— Rápido tipo quando?

— Junho ou julho.

 

— Ele deve tá correndo atrás de contrato pensando só no lado dele. Sei lá Pê, eu gosto tanto desse lugar, só que o Faletti não me desce.

— É, ele faz isso mais por dinheiro do que por amor. Deve achar que a gente é um bando de hippie que brinca de atuar e fuma maconha antes de dormir.

— Ei! - A repreensão fez Pedro rir.
        Passaram mais de 10 minutos em total silêncio.

— Vai ser engraçado a gente fazendo um casal. - Ela falou com um tom de diversão na voz.

— Eu preferia a época que não era atuação...

— Faz tanto tempo, e nunca fomos um casal de verdade.

Quando Lia tinha pouco mais de 17 anos, Pedro entrou para a Cia de Tropeços. No começo eram só amigos, mas depois de um tempo passaram a ser um pouco mais que isso. Muitos diriam que ela se encantou pelos louros cabelos cacheados ou então pelos grandes olhos azuis, entretanto ela descartava essa possibilidade. Eles estavam bem, felizes juntos, só tinha um porém, ele estava apaixonado, ela não.

— Quanto tempo durou o seu amor por mim? - Ele olhava para o teto, não teve coragem de se virar.

— Queria poder dizer algo diferente, mas nunca te amei. - Se pretendia ser amigável ela não conseguiu.

— A sua sinceridade é uma dádiva e ao mesmo tempo uma maldição. - Ele comentou com um tom de lamentação.

— O meu amor por você durou exatos 107 dias.

— E depois disso o que aconteceu?

— Passei a te odiar, mas depois de um tempo superei. Mas se apaixonar faz bem, eu não faria diferente.

— Não se apaixonar também faz bem, eu tô com depressão por acaso?

— Eu espero que um dia você ame alguém do mesmo jeito que eu te amei.

— Se for pra amar alguém, que dure mais que 107 dias. Não entendo porque vocês vivem falando isso "ai mas um dia você vai encontrar alguém", como se a minha felicidade dependesse de outra pessoa.

— Eu daria tudo pra saber o que aconteceu em seu passado para você ser tão imune ao amor.

— E eu daria tudo para esquecer esse passado.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capitulo,
Abraços.



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