Metamorfose Mortal escrita por Pégasus


Capítulo 3
Capitulo 3




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Rosa estava sentada á mesa da cozinha, sua irmã, Joice, segurava sua mão enquanto a irmã chorava.

– Eu não sei mais o que fazer Gaia nem fala comigo, e essas lâminas vivem aparecendo em seu quarto, ela sai à noite e não diz a ninguém... - Rosa soluçava enquanto tentava explicar – Gaia está distante, acho que vamos perdê-la se continuar assim.

Joice olhou fundo nos olhos da irmã.

– Escuta Rosa, você precisa ser forte, não por você, mas por sua filha, você tem ido á igreja?

Rosa fez que não com a cabeça, o olhar sempre baixo.

– Então vá. Hoje, reze por ela, se você pedir do fundo do seu coração será atendida. Assim como eu fui.

***

Kyle abriu a porta de sua casa e um garoto de não mais que seis anos correu igual uma bala ao encontro de Gaia, o menino pulou e Gaia o segurou com força em seus braços

– Como vai minha criança favorita?

– Eu estava com saudades - Disse o garoto

E Gaia começou a rodopiar com o garoto no colo, Davi sempre dava gargalhadas.

– Ok Davi, pode deixa-la entrar agora?

Então ele saltou do colo de Gaia e entrou. Kyle e Gaia o acompanharam enquanto ele entrava na casa, da sala de jantar vinha um cheiro convidador, e a mesa para o almoço já estava servida. Os avós de Kyle já estavam sentados à mesa Gaia abraçou cada um e desenrolaram uma conversa agradável sobre musica. Uma mulher que saia da cozinha com uma panela nas mãos gritava Julian. Julian era o irmão do meio da família, e logo apareceu com o celular nas mãos que não largava nunca. Quando a Sra. Wood terminou de colocar a mesa, todos se sentaram, deram as mãos e rezaram. Então começaram a comer enquanto conversavam. Gaia adorava ir a casa de Kyle, era agradável conviver com aquelas pessoas, ao contrario de sua família que nunca davam as mão antes de almoçar ou sequer faziam refeições juntos. O Sr. Wood, pai de Kyle estava trabalhando, ainda assim Gaia sentia sua falta, pois ele era extremamente engraçado. Após o almoço, todos se sentaram em frente a TV, e permaneceram lá por um bom tempo, ate que a noite caiu e os avós de Kyle foram para seus quartos se deitarem, a Sra. Wood vendo que Davi adormecera em seu colo o levou para cama, na sala sobrou apenas Kyle, Gaia e Julian, que assistia o filme de terror apoiando a cabeça nas mãos. Kyle olhou para Jullian ate que ele percebesse.

– Acho que esta na hora de você dormir também - Disse Kyle

– De jeito nenhum - Disse Jullian rindo maliciosamente

– você pode ir por livre espontânea vontade, ou pode ser arremessado daqui ate a escada, vai poupar um caminho, mas não seus dentes.

Jullian olhou serio para Kyle por um instante.

– Acho que você me convenceu - E saiu correndo da sala

– Eu adoro esse garoto corajoso - Disse gaia rindo

– É algo de família.

Kyle começou a beijar a orelha de Gaia, que logo retribuiu seus beijos e logo estavam se agarrando de forma ardente. Enquanto os minutos se passavam mais quente o ambiente ficava para os dois. Kyle disse baixinho:

– Você quer subir pro meu quarto?

Gaia esfriou. Se sentou direito no sofá de frente para a TV, ignorando Kyle.

– Não.

– A qual é. Você já transou isso é tão injusto, por que eu não posso?

– Não é tão legal quanto você pensa.

– Não pode ser ruim, por favor, você não se sente superior tirando a virgindade de um cara?

– Desculpe, eu não tenho uma cabeça de baixo pra poder usar ela ao invés do meu cérebro igual todos os homens fazem.

– Ah não... – Reclamou Kyle colocando sua cabeça no colo de Gaia.

Gaia massageou sua cabeça enquanto terminavam de ver o filme. Carlos, pai de Kyle acabara de chegar a casa quando viu Gaia e kyle vendo filme, Carlos ofereceu a Gaia uma carona ate em casa, que com certeza aceitou. Durante a viagem, eles conversam sobre tudo, escola, relacionamentos, notas... Ate que chegando perto do bairro de gaia Carlos tocou no assunto mais desinteressante para a menina.

– E como esta a sua relação em sua casa com sua família?

Gaia saiu de uma expressão sorridente e ficou seria.

– A mesma de sempre- disse sem dar muitos detalhes.

Carlos sabia que Gaia era sempre assim quando o assunto era esse, mas não se dava por vencer.

– Gaia, família é a coisa mais importante que você tem na vida.

– Eu já escolhi minha família

– você acha que na minha casa não tem problemas? Jullian e Kyle brigam o tempo todo.

–O problema não são as brigas, é algo... algo além... eu não sei explicar, eu nunca senti isso antes.

Carlos estacionou o carro em frente a casa de Gaia.

– Acho melhor eu ir – disse Gaia tentando evitar o assunto.

Carlos pegou em sua mão de forma consoladora.

– Você pode sempre mudar de ideia, criança.

Gaia assentiu, deu tchau para Carlos e entrou, percebeu que sua mãe não estava em casa, não se importou, então foi para seu quarto como sempre fazia.

***

Rosa estava na igreja rezando a mais tempo do que podia calcular, rezava constantemente para que suas preces fossem ouvidas, rezava pela sua filha que se mostrava distante, de joelhos, pedia que sua família se reconstruísse e que toda a mágoa existente agora, fosse embora de sua casa deixando a paz se infiltrar outra vez. Não sabia se alguém a ouvia, mas esperança era tudo o que tinha, e não existia motivos para não tentar, pois voltar para casa e fazer tudo igual outra vez também não mudariam as coisas. De joelhos no chão, mãos juntas e um terço correndo pelos braços, lagrimas nos olhos, ela se sentia espetada por mil agulhas.

***

Gaia acabara de passar por sua triste crise de sempre, quando pegou sua bicicleta e saiu pela noite sem limites. Seu coração estava acelerado, e seus olhos inchados de tanto chorar, por baixo das mangas do moletom corriam sangue que sinalizava um ferimento recente. Gaia se perdeu em seus pensamentos, se entregou em um devaneio profundo e deixou que sua mente a trancasse, controlava a bicicleta com o subconsciente quando viu uma luz de farol cegar seus olhos, o tempo só foi suficiente para faze-la sentir medo, antes que um carro em velocidade media a atropelasse. Gritos ecoaram pela noite, enquanto uma garota que procurava a morte todos os dias, permanecia ali, mais perto do que nunca de realizar seu desejo, o sangue coloria o asfalto de um vermelho escuro, enquanto ela parecia congelada naquela posição esparramada, seus olhos ainda estavam abertos quando ouviu os gritos agudos de uma mulher desesperada com o telefone nas mão, um homem segurava seu pulso, então tudo ficou escuro. Era esse o gosto da morte?


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