Metamorfose Mortal escrita por Pégasus


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Mais capítulos serão postados apenas após a sexta feira, pois estou apertada na escola. ( e sim, eu estou tendo aulas em janeiro ).



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O sol ia se pondo deixando que seus raios refletissem relutantes em desaparecer no horizonte, Gaia e Kyle voltavam para casa passando pela linha de trem, olhar para frete irritava seus olhos por causa do brilho forte do sol, então eles caminhavam com o olhar baixo.

– Minha mãe pediu para que você almoçasse com a gente amanha. - comentou Kyle.

– Eu irei - disse enquanto tirava um cigarro da mochila e um isqueiro do bolso da calça.

Fazia um tempo que Gaia começou com o habito de fumar, da ultima vez que Kyle a confrontou eles quase brigaram, mesmo assim ele não recuou.

– Você ainda insiste nisso?

Gaia não respondeu.

– Não quero que aconteça algo de ruim com você, Gaia.

Ela riu de forma irônica.

– Então você chegou tarde demais, porque isso é só a reação, a ação aconteceu a muito tempo atrás. Olha eu não quero ficar falando da droga da minha vida com você, ok? Não é pra isso que nós ficamos juntos.

– Não... e por que ficamos juntos mesmo ?

Chegaram a uma pracinha aonde sempre sentavam antes de irem embora por caminhos diferentes.

– Por que eu te entendo. E você me entende. E se estivermos juntos, o mundo todo não tem chance contra nós. - Disse Gaia pegando nas mãos de pele branca de Kyle, olhou fundo em seus olhos castanho, e seu cabelo ruivo bagunçado - eu estaria tropeçando pela vida se você não me segurasse, você sabe disso não é?

– Sei - disse ele encarando o chão serio. Ele sabia que era realmente verdade. Gaia era sua mais doce responsabilidade. Ele a abraçou - não me importaria de te segurar pra sempre.

E varias horas se passaram ate que ambos se convenceram que estava tarde e que era hora de ir para casa. Gaia chegou em casa e destrancou a porta, no final do corredor sua mãe a viu chegar e instantaneamente foi a encontro da filha a segurando nos braços com as duas mãos.

– Gaia o que esta acontecendo com você! Você precisa me contar – lagrimas corriam por seus olhos.

Gaia se sentiu repentinamente assustada e tentou se soltar das garras da mãe, e logo correu para seu quarto trancando a porta atrás de si sem dar explicações.

Chegando em seu quarto, ela largou a mochila em cima da cama e trocou de roupa, ligou o computador e colocou um playlist tocando o mais alto possível para não escutar ninguém a chamando. Esperou que todos na casa dormissem para que ela pudesse sair do quarto sem ser incomodada de novo. Por fim a casa parecia calma, então Gaia saiu do quarto e foi ao banheiro, se olhou no espelho e viu sua face triste e sem sinais de vaidade. “nossa, como eu odeio meu reflexo” pensava ela sempre que se olhava no espelho, mesmo assim ela continuava olhando, ate que o próprio reflexo a deprimia e ela começava a chorar. Isso acontecia frequentemente quando estava sozinha, aquele reflexo a lembrava que ela estava presa em uma vida infeliz e solitária, e que todas as pessoas de sua idade estavam felizes, mas que ela aparentemente não era digna de tal sentimento. “qual o sentido da vida se você não é feliz?”. Esses pensamentos a prendia em um circulo vicioso de mutilação. Gaia saia qualquer coisa afiada, a morte parecia doce comparada com a tristeza de seu estado de transe em frete ao espelho e corria pela casa procurando que sentia. Então quando seus cortes pareciam doer mais que a dor do peito ela parava, e continuava vivendo como se nada tivesse acontecido, ate que se olhasse no espelho outra vez. Gaia não falava disso com ninguém, nem deixava que as pessoas vissem seus cortes, era algo muito mais profundo do que qualquer pessoa jamais pudesse entender.

Então com a casa em silencio, sentava no piano da sala e tocava as musicas de Chopin e Beethoven mais tristes que conhecia ate ficar com sono, ia pra cama e tentava dormir, mas as lembranças ruins a torturavam e impedia-a de dormir. Então gaia se levantava e ia andar de bicicleta pela noite ate que se sentisse libertada de seu passado.

***

Gaia e Kyle estavam sentados no jardim da escola de frente para o grupinho da sala de Gaia.

– Eu os odeio pra caralho. – Disse Gaia olhando friamente para eles, Kyle seguiu para onde o olhar da namorada apontava – Eles são cheios de emoções falsas, felicidade falsa, amizade falsa, amor falso. E cheios de coisas de marca, roupas, materiais, sapatos. Mas se pudéssemos colocar uma etiqueta na testa de cada um, suas coisas valeriam muito mais, porque seus valores são inexistentes. Sabe, é engraçado como a Julia pega o namorado da amiga em um dia, e a abraça no outro, também é engraçado como a Amanda e Emily, falam mal de todas as pessoas que elas consideram “lezadas”, e o pior é quando elas se juntam com os garotos da sala, e eles acreditam que são Deus, e que todo o resto é uma formiga que se pisa sem hesitar. Estão tão cegos de orgulho por suas etiquetas e rostos bonitos que não veem que as outras pessoas se sentem mal pra caramba quando são humilhadas por um deles. Eu não quero viver em um mundo com gente assim.

– Não tenho certeza se entendo. – pensava Kyle

– Isso é algo que só se entende vivenciando dia após dia.

Então o sinal tocou e todos foram para suas salas. Gaia chegou no corredor, tentando se lembrar determinadamente qual aula era a próxima, fosse o que fosse, parecia que a pessoas estava atrasada pois todos os alunos tinham se aglomerado do lado de fora da sala em um bolo. De repente alguém saiu correndo do aglomerado de gente com um caderno na mão, o garoto vinha na direção de Gaia rindo, os garotos gritavam “ Taca pra mim” enquanto um outro garoto de óculos tentava correr atrás do caderno, Gaia finalmente percebeu que o que estava acontecendo era mais uma daquelas brincadeiras sem graças do grupo da Julia, e quando o menino que furtou o caderno passou do seu lado ela colocou o pé na frente e este caiu. Todos ficaram em silencio, não foi algo que Gaia tentou esconder. Então pegou o caderno da mão do menino caido e entregou ao verdadeiro dono.

– Isso é seu? – Disse alto e claro para o menino de óculos que parecia tremer.

– An... Sim, muito obrigado – Disse ele gaguejando, extremamente agradecido, era um daqueles garotos que é perseguido na escola por ser nerd e ter um caderno do Batman no ensino médio. Gaia passou a mão em seu rosto redondo de uma forma que o fez corar, mas também o acalmou.

– Não deixa esses babacas mexerem com você. –

Quando gaia foi embora o menino caído se levantou com a mão no maxilar seus amigos logo chegaram rindo de sua cara.


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