Me Apaixonei pela Pessoa que Eu Odeio escrita por Bibiana CD


Capítulo 8
Levo meu anjo para um TUR pela cidade


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo, demorei bastante tempo para escreve-lo.
Boa Leitura!



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Os dias se sucediam da pior maneira possível. Camila parecia mais uma assombração, sempre atrás de mim com Ana Clara no seu pé. Aquela garota estava me dando nos nervos. Eu não podia estar sentado em algum lugar, sozinho, escutando minhas músicas em paz comigo mesmo, que ela aparecia.

Estaria tudo bem se ela simplesmente conversasse, eu até não me importaria. Mas ela ficava enchendo minha paciência com aquele papo de “eu sei que a gente deu um tempo, mas eu quero que você saiba que eu estou aqui para o que você precisar...” ou então “você ficou sabendo da festa que vai ter, eu estava pensando se você não quer ir comigo...” sério, ela nunca mais largaria do meu pé?

Eu nem podia ir em festa nenhuma, nem no cinema, nem na casa de ninguém. Tudo porque meu “querido paizinho” tinha me colocado de castigo. Mas era só até amanhã, e eu estaria livre. Antes porém de estar libertado do cativeiro tenho que cumprir uma última missão ao meu pai. Tenho que levar a maníaca, digo, Joanne para conhecer a cidade.

Nesta última semana estive observando ela. Joanne parece estar o tempo todo com o seu ipod, sempre com aqueles fones brancos metido nas orelhas. Ela não fala nada, a não ser quando lhe perguntamos algo. Ou quando é para tirar sarro da minha cara. Daí ela parece esquecer seu voto de silêncio.

Aquele seu ar de superioridade me irrita. Quem é que ela pensa que é? A Rainha da Inglaterra ou algo do gênero? Além do mais, só para piorar, ainda é uma CDF. Os professores adoram jogar na cara que se alguém conseguiu fazer o trabalho para entregar os outros também deveriam ter conseguido. Como se a culpa fosse nossa se a ela não tem uma vida social para tomar conta e possivelmente passa os dias estudando.

Elizabeth me disse que eu sou um idiota por pensar assim. Se bem acho que a palavra que ela usou foi “insensível”, mas não tenho certeza já que eu estava competindo com Bruno para ver quem conseguia ficar mais tempo sem piscar.

A campainha tocou. Peguei meu casaco e desliguei as luzes do apartamento. Ela me esperava no corredor.

-Oi Joanne. –Falei, tentando ao máximo dar a minha voz um tom simpático

-Oi Lupin. –Ela falou, sem tentar dar o mínimo de simpatia a sua voz.

 -Como você me chamou? –Perguntei ao perceber que ela me chamara pelo nome do carinha do Harry Potter.

-Lupin. –Ela disse sem emoção,seguindo em direção ao elevador.

-Mas porque? –Perguntei, ficando ainda mais confuso ao me dar conta de que ele é um lobisomem.

-Lucas, Lupin.-Ela falou com obviedade e depois ainda perguntou, como se eu fosse algum tipo de lesado: -Entendeu?

Falei um sim meio resmungado. Ela apenas deu de ombros, como fazia várias vezes. O elevador abriu, estava vazio.

 -Posso te fazer uma pergunta? -Joanne perguntou, sua voz um tanto receosa.

-Pode. –Falei despreocupado. Perguntar ela podia, mas se eu quisesse não precisava responder.

-O que aconteceu com sua mãe? –Olhei bem para a garota. Seus olhos brilhavam com curiosidade.

-É complicado. –Falei devagar. Pensei em lhe contar tudo, mas então o elevador parou e Claudia entrou junto com seu filho, acho que o nome dele é Thiago. Com isso nossa conversa acabou. Ela estava o xingando por ter feito algo de muito errado. Parece que o garoto tinha colocado o gato deles dentro da máquina de lavar roupas. Tinha que me segurar muito para não rir.

Depois disso fomos até o ponto de ônibus. Tinha na minha mente o itinerário de hoje, eu mostraria para ela o centro e depois a praia. Então eu voltava para casa e ainda sobrava tempo para ver minha caixa de e-mail antes que meu pai chegasse.

Tentei manter uma conversa com Joanne, mas isso parecia impossível. Ela parecia sempre responder minhas perguntas do jeito mais curto e direto possível. No final das contas aquilo estava parecendo mais um interrogatório do que uma conversa.

Pequena lista de coisas que sei sobre a Joanne:

-Ela gosta que não falem com ela. (Presumi essa sozinho!)

-Ela curte Paramore. Ao menos é o que estava tocando em seu i pod.

-Ela lê ficção. E Meg Cabot. (?)

-Tem tendência para ser uma serial killer. Ou um dublê de filmes de ação onde possa bater em alguém...

-Cria apelidos para os outros.

-É sarcástica, irônica e mal humorada.

-Seus pais morreram a pouco tempo.

Não era uma lista muito grande, mas já era alguma coisa.

Passamos pelo parque do centro, não sei como se chama. Não estava muito cheio, por ser dia de semana. Nos findis fica lotado de gente andando de bicicleta ou fazendo piqueniques. Depois fomos até a praia, que não ficava muito longe. Andamos a maior parte do caminho em silencio, já que eu desisti de tentar manter um dialogo.

A praia era um lugar bom, eu gostava de lá. Ainda mais em dias que estava vazia. Hoje era um destes dias, já que estava nublado e parecia que choveria logo. No verão aquilo ficava lotado eu não gostava muito disso. As pessoas acabavam com a paz e a calma que o mar transmite.

Estávamos em uma parte da praia em que eu quase nunca ia, já que era bem longe de casa. Fomos até a areia, e nos sentamos lá por um tempo, para olhar o mar um pouco. Apreciar a vista. O vento úmido e gelado fazia os olhos lacrimejarem.

-É lindo né? –Perguntei sem desviar os olhos da arrebentação. A espuma branca se formava e vinha já sem força até a beirada.

-É sim. –Ela concordou, para minha surpresa. Olhei para ela. A garota tinha um sorriso melancólico nos olhos. –Meu pai dizia que todas as pessoas deveriam ser como o mar, que não se deixa prender por ninguém. O mar é livre por que ninguém é forte o suficiente para fazer ele responder a outro que não ele mesmo. –Ela olhou para o mar outra vez. –Você entende isso, Lucas?

Na verdade eu não entendia. Mas não queria que ela m achasse um verdadeiro idiota, por isso disse que sim.

-O que seu pai era? –Perguntei, sem querer perder a oportunidade de colocar mais itens na minha lista.

-Meu pai e minha mãe eram arqueólogos. Vivíamos em expedições, junto com outras pessoas que também estavam fazendo pesquisas. Nunca ficávamos muito tempo no mesmo lugar, e isso era demais.

-Não deve ser fácil ter perdidos eles. –Joanne não respondeu nem disse mais nada. Apenas ficou olhando o mar, mergulhada em seus próprios pensamentos confusos e em seu passado trágico.

Olhei para o mar também na procura de uma boa resposta. Algo que me explicasse porque essa garota me fascinava tanto, ao mesmo tempo em que parecia me surpreender a cada momento. E porque meus sentimentos em relação a ela são tão contraditórios.

 

 

 

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Notas finais do capítulo

Olha gente, é nessa praia da foto que eu me inspirei 8]!
Então, mereço reviews?