Me Apaixonei pela Pessoa que Eu Odeio escrita por Bibiana CD
Notas iniciais do capítulo
Espero que o capítulo tenha ficado legal, não estou muito criativa hoje :S
Na frente do meu armário a assombração da minha ex namorada me esperava. Camila era uma garota normal: tinha cabelo loiro liso escorrido (na verdade o cabelo dela é cacheado preto, mas ela alisa e pinta todo mês), seus olhos eram castanhos. Nós não tínhamos namorado para valer, quero dizer, a gente ficou umas vezes, e depois disso, ela não largou do meu pé.
-Oi, Luke.
Camila falou, ignorando Elizabeth e Joanne, que estavam no meu lado.
-Oi, Camila. E com licença, você está na frente do meu armário.
-Ah, é verdade. Mas é que eu queria falar com você.
-Você já esta falando.
Elizabeth falou, se intrometendo, de repente, na conversa. Elizabeth e Camila não se dão muito bem, elas são completamente opostas uma a outra: Elizabeth sempre procura ser diferente, Camila ama ser normal.
-Ah, Elizza, não tinha notado você ai. Mas vejo que você achou uma nova amiguinha.
Camila chamava Elizabeth de Elizza por que sabia que a outra odiava esse apelido.
-A amiguinha tem nome.
Joanne falou, ela parecia meio irritada com a Camila.
-E eu poderia saber qual é?
Camila perguntou, tentando ser amigável.
-Se isso a fizer sair da minha frente... Meu nome é Joanne.
-Já estou saindo, a gente se fala depois Luke.
Camila saiu em passos apressados, ela podia não ser o modelo de pessoa inteligente, mas até ela entendia quando ninguém a queria por perto.
-Parece que fiz minha primeira inimiga.
Joanne falou calma, até parecia que ela estava falando que tinha conseguido uma nova amiga.
-Acho que ela nunca mais vai largar do seu pé, Luke.
Elizabeth falou bem séria, o que não era normal.
-Pois é, pior que namorada chiclete e ciumenta, só ex namorada chiclete e ciumenta.
-Estou boiando.
Joanne falou.
-A Camila é a ex namorada do Luke, eles já terminaram a um mês, e ela ainda corre atrás dele.
-É a própria Hera em forma de gente.
Joanne começou a rir.
-O que foi?
-Se ela é Hera, você é o que? Zeus?
Ela teve um novo ataque de riso, dessa vez acompanhada da Beth.
-Mas quem você acha que eu seria?
Perguntei, não gostava quando os outros riam de mim.
-Olha, eu acho que Narciso.
-Por causa da minha beleza?
Perguntei a ela, realmente Narciso não era o que eu esperava de Joanne, mas gostei de saber que ela me achava bonito, não sei por que, mas eu me importava com o que ela achava de mim.
-Não, por causa da insensibilidade. E, também, pela inteligência de Narciso: vê o seu reflexo no lago e se apaixona por si mesmo!
Será que ela sempre tinha que me desmoralizar?
-E você, Joanne, quem seria?
Ela fez cara de pensativa, e depois de uns três segundos respondeu.
-Pandora, eu acho.
-Por quê?
-Pela curiosidade, principalmente.
-Você teria aberto a caixa?
-Possivelmente.
-Mas e você, Beth, ainda não disse nada, o que é bem anormal, quem seria?
-Helena né? Dã!
-Acho que está mais para Medusa!
Nós três caímos na risada, o sinal tocou. Joanne estava na nossa turma. A primeira aula era de educação física, o que não era legal: a gente ficava suado o resto da aula.
Quando chegamos ao ginásio, o professor já estava lá.
-Não acredito, não seria a pequena Anne?
Ele falou, assim que viu Joanne.
-Matheus! Não esperava encontrar você aqui.
Ela parecia muito feliz, gostaria de saber de onde eles se conheciam.
-Mas o que você faz aqui? Duvido que o Ricardo tenha se mudado, ainda mais para uma cidade pequena como essa.
-Ele não se mudou, ao menos não literalmente, eu acho.
Enquanto Joanne falava, a felicidade ia bandonando o seu rosto, e o seu tom de voz.
-Como assim? O que aconteceu?
-Um acidente de carro.
Joanne falou, em um tom de voz bem baixo, quase um sussurro.
-Ele não sobreviveu?
O professor perguntou incrédulo.
-Ele e minha mãe estavam no carro.
Os olhos de Joanne se encheram de lágrimas, que ela parecia se esforçar para não derramar. O professor Matheus parecia mais incrédulo do que antes.
-Eu vou colocar a roupa de educação física.
Joanne falou muito rápido, e quase saiu correndo dali.
Elizabeth saiu atrás dela, e eu fiquei ali sem saber o que fazer. Depois de um tempo fui para o vestiário masculino, colocar o uniforme.
Na aula de Educação Física, jogamos, ou tentamos jogar, basquete. Não consegui falar nem com Joanne, nem com Elizabeth.
Só quando a aula acabou, e depois que as duas trocaram de roupa, consegui falar com elas.
-Qual é a próxima aula?
Joanne perguntou, eu já tinha me esquecido que ela era nova na escola.
-História. Joanne, de onde você conhece o professor Matheus?
-Ele era amigo do meu pai.
-E não sabia que ele tinha morrido?
-Foi o que ele disse.
-Você está bem?
-Defina bem.
-Como assim?
-Você quer saber se eu estou bem fisicamente, mentalmente ou psicologicamente?
-Nos três.
-Bem, fisicamente eu estou bem: a alergia de ontem não fez mal nenhum. Mentalmente, acho que eu nunca fui muito bem, então digamos que eu estou normal. E psicologicamente eu não posso responder.
-E por que não?
-Não sou psicóloga.
Ela falou como se isso fosse a coisa mais obvia do mundo. Não pude responder para ela, tínhamos chego à sala de historia.
A professora Débora, que dava aula de história não tolerava que a gente falasse na aula dela.
Depois que todos haviam entrado na sala ela chamou Joanne. Está foi até a frente da classe.
-Então, Joanne Summer, bem vinda à escola.
-Obrigado.
Joanne deu um sorriso totalmente falso.
-Então, quer dizer alguma coisa que defina que você é?
-Quem se define se limita.
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