Me Apaixonei pela Pessoa que Eu Odeio escrita por Bibiana CD


Capítulo 9
Um banho, uma panqueca e um beijo...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo.Eu simplesmente amei muito fazê-lo! :B
Boa Leitura!



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Chegamos ao prédio, pelos fundos, depois de uma caminhada de quinze minutos, nem eu nem Joanne trocamos qualquer palavra durante o caminho.
Eu estava pensando em tudo que eu sabia a respeito dessa garota que eu conhecia a tão pouco tempo, a garota que eu tinha achado que era um anjo quando vi pela primeira vez, a mesma garota que me espancou por eu ter falado de sua mãe, que mais tarde eu descobri que estava morta assim como o pai dela que eram arqueólogos, a Joanne que parecia ter mil e um apelidos para o meu nome, a menina que às vezes parecia ser cínica e que nunca parecia perder o humor, e às vezes demonstrava uma tristeza que eu nem conseguia compreender.

Mas eu não conseguia chegar a conclusão nenhuma, quanto mais eu sabia sobre ela mas confuso eu ficava.
Como entramos pelos fundos, teríamos que passar pelo lado da piscina e depois pela garagem.
-Duvido que você pule. - Joanne falou provocativa, para mim e apontou a piscina.
-E por que eu pularia? –Perguntei, mas uma vez pego de surpresa por suas trocas de humor.
-Ta com medo de se molhar? –Ela disse rindo.
-Eu só pulo se você pular. –Falei, de repente entrando na dela. Eu devia ser louco.
-Então tá, no três. –Ela falou, se aproximando mais da piscina.
-Um, dois, três. –Saímos os dois correndo, eu pulei com tudo na piscina, mas Joanne parou na beira e começou a rir.

Não acredito que eu cai nessa. Isso é tão idiota. Não sei se eu estava irritado com ela por ter feito essa brincadeira estúpida ou comigo mesmo por ter conseguido cair em algo tão besta. Tranquei a respiração e fiquei na parte de baixo da piscina me debatendo, como se estivesse me afogando.

-Você realmente acha que eu vou cair nessa, Lula Molusco? –Ela falou cínica. Eu penas continuei me debatendo em baixo d’água.
Notei que Joanne começou a parecer preocupada. Ela largou a bolsa e pulou na piscina.
Depois que ela tinha mergulhado eu subi e comecei a rir. Joanne também subiu e me lançou aquele olhar assassino dela, só que dessa vez ele me pareceu bem engraçado.
-Seu Lunático, como você quer morrer? –Perguntei entre dentes.
-Acho que não afogado!
Continuei rindo até que ela nadou até onde eu estava e começou a tentar me afogar.

Quando subimos outra vez a superfície estavam bem próximos um do outro. Seu rosto estava a centímetros do meu.

-Joanne... –Comecei a falar, me aproximando mais dela. Parecia que existia um ima que me puxava para mais e mais perto...

-Está frio, é melhor a gente sair logo daqui. –A garota falou apressadamente, tropeçando nas palavras. Rápido demais ela se afastou de mim, e saiu da piscina. Fiz o mesmo.

Subimos até nossos respectivos andares pela escada, para não molhar todo o elevador.

-Tchau, acho que a gente se vê amanhã? -Falei quando chegamos ao meu andar.
-Acho que sim. -Ela me respondeu e continuou subindo as escadas, sem  nem me olhar direto mais uma vez.

Cheguei em casa e fui direto para o banheiro, sabia que se eu molhasse o apartamento eu é que teria que secar. Tirei a roupa toda molhada e tomei um bom banho quente. Depois de me secar, coloquei o meu roupão e fui para o meu quarto. Recém tinha chego lá quando ouvi a campainha. Possivelmente era o meu pai, ele vivia esquecendo a chave. Coloquei minhas calças bem rápido e fui abrir a porta.
Só que quem estava lá não era o meu pai, mas sim Joanne, ainda toda molhada, segurando um papel na mão. Quando ela me viu pareceu primeiro ficar surpresa, o que eu achei bem estranho afinal ela tinha tocado a campainha da minha casa, e depois ela ficou bem vermelha.
-O que foi Joanne, por que você veio aqui, e por que ainda está toda molhada? Desse jeito ainda vai ficar resfriada. –Fui falado quanto ela ficava lá, só me olhando. Cada vez mais e mais vermelha.
Joanne então me entregou o papel que estava segurando. Era um bilhete escrito a mão:

“Oi Joanne,
Tive que sair para encontrar com um paciente que estava tendo uma crise, não sei que hora vou chegar em casa. Você pode ficar com o Lucas enquanto eu estiver fora ele é um bom garoto.
Beijo, Eduarda”


-Por que você não pode ficar sozinha em casa? –Perguntei sem entender, afinal eu ficava o tempo todo sozinho.
-A Eduarda ainda não fez uma cópia da chave para mim. –Ela falou, olhando para o chão. O que tinha acontecido com ela?
-Ah, de qualquer jeito acho que é melhor você tomar um banho quente. –Falei, vendo que ela pingava e uma poça d’água já se formava em baixo de seus pés.
-Não adiantaria muito já que eu não tenho roupas secas, Einstein. –Joanne falou ironicamente.
-Vem comigo. -Ela entrou e eu fechei a porta. A conduzi até o meu quarto.
-Acho que minhas roupas não vão ficar muito grandes em você. –Falei. Mas não era verdade, ela era bem mais baixa que eu. Além de ser bem magricela.
-Por que ficariam, afinal, você deve ser só uns oito centímetros maior do que eu! –A garota disse com sarcasmo. Pois é, acho que ela também notou.
-Você quer continuar com essa roupa toda molhada? –Perguntei retoricamente.
-O que eu tenho que agüentar! –Ela se queixou, pegando as roupas que eu tinha separado. -E você também poderia vestir uma blusa. –Joanne falou, com um toque de cinismo na voz.
Só ai que eu notei que estava sem camisa, senti meu rosto ficar bem rubro. Peguei uma xadrez e a coloquei rapidamente.
-Tem toalhas no banheiro. –Falei, tentando sair daquela situação totalmente constrangedora.
Enquanto ela tomava banho eu fui fazer algo para a gente comer. Fiz a única coisa que eu sabia: panquecas, e mesmo elas ficaram meio queimadas demais. Também preparei café, o que eu não podia estragar, pois o trabalho todo ficava com a cafeteira.
Eu estava tirando a ultima panqueca da frigideira quando Joanne apareceu.
-Olha, ele sabe cozinhar! -Ela sorriu e eu também. As minhas roupas tinham ficado grandes nela, o seu cabelo repicado estava molhado e ela o secava com uma toalha.
-Ei, você não vai deixar cair esse cabelo nas minhas panquecas.
Ela mostrou a língua para mim, mas parou de secar o cabelo.
-Falando em cabelo, eu não achei o creme para pentear. –Ela disse, um tanto chocada com isso.
-Eu teria ficado surpreso se você tivesse achado.
-Como é?
-Meu pai esqueceu-se de comprar na ultima vez que foi no mercado. –Comentei enquanto colocava as panquecas na mesa.
-Aff, como eu vou sobreviver sem creme? -Ela fez uma cara muito trágica, e eu quase cai de tanto rir.
-Comer panquecas a ajudaria a esquecer essa catástrofe? –Perguntei, me recuperando do meu acesso de risos.
-Se tiver geléia de morango. –Ela falou, fazendo carinha de criancinha órfã. Ops! Acho que ela é órfã...
-A geléia e de melancia. –Falei, enquanto olhava o rótulo da embalagem.
-E isso existi? –Ela perguntou com ar duvidoso.
-Pelo jeito. -Eu mostrei o pote para Joanne, ela pegou uma colher que estava no secador de louça e pegou uma colherada da geléia.
-Pelo menos é bom.
-Meu deus, você comeu isso puro! Isso é basicamente açúcar puro. –Falei totalmente chocado, aposto que ela teria diabetes quando ficasse velha!
-Que mentira, tem melancia também. –Ela falou com obviedade.
-Mas você é uma formiguinha mesmo. –Falei, lembrando a expressão que minha avó usa quando alguém come açúcar demais.
-Como é?
-Não pode ver açúcar. Mas o seu nome está errado. –Respondi, depois de um segundo de reflexão.
-Por que o meu nome está errado? –Ela pergunto perplexa.
-Ora, você é uma formiga, mas o seu nome é Joanne, Joaninha. Entendeu? –Perguntei, do mesmo modo que ela tinha feito hoje mais cedo.
-Só você mesmo para fazer uma piada tão sem graça! –Ela comentou revirando os olhos.
-Você só achou sem graça por que é sobre você! -Ela revirou os olhos outra vez. Depois disso nós dois nos sentamos.
Para acompanhar as panquecas tomamos café com leite. Existe bebida melhor? Coca-cola. Mas estava frio demais para isso.
Joanne tinha pego duas panquecas e eu também tinha comido duas. Nós dois no olhamos, tinha sobrado apenas uma. Joanne e eu tentamos pegar ao mesmo tempo, nossos rostos ficaram a menos de um centímetro um do outro outra vez. Seus lindos olhos azuis esverdeados fitaram os meus e sem pensar em mais nada selei meus lábios nos seus.


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Notas finais do capítulo

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