Me Apaixonei pela Pessoa que Eu Odeio escrita por Bibiana CD


Capítulo 6
Eu me torno Luke Skywalker


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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O despertador, odeio ele. Acho que um dia eu gostei de I Miss You do Blink, hoje eu não estava gostando muito de a ouvir. Desliguei o despertador. Era o inicio de um péssimo dia: eu estava de castigo e tinha que pedir desculpa para a Joanne.

Sai da cama, como se fosse um sinal do desastre que seria o meu dia, tropecei no meu tênis e quase cai de cara no chão. Fui me arrumar, coloquei um moletom azul e uma calça jeans. Meu cabelo não se ajeitou, o que é bem normal.

Fui tomar o café da manhã. Meu pai ainda não tinha saído, me sentei na mesa.

Enquanto eu comia uma torrada, meu pai começou a falar.

-Sabe, Lucas, a Joanne vai estudar na mesma escola que você.

-E eu com isso?

Perguntei, com mau humor.

-Ela é nova aqui na cidade, e eu espero que você ajude ela hoje. Ela não conhece ninguém. Apresente ela aos seus amigos, acho que vocês estão na mesma série.

-Por que você acha que eu vou ajudar aquela maníaca assassina?

-Por que você vai ter redução de pena, por bom comportamento, se for legal com ela, e isso inclui não a chamar de maníaca assassina.

-Tá dizendo que se eu ajudar ela, eu não vou mais ficar de castigo?

-Não, estou dizendo que se ajudar ela eu vou reduzir o seu castigo.

-Redução de quanto?

-Uma semana.

-Eu vou ficar só uma semana de castigo?- Quem sabe meu dia não seria tão ruim assim, no final da contas.

-Até parece, seu castigo terá redução de uma semana.

-Nada feito.

-Quais são as suas condições?

-Dez dia de castigo.

-Vinte.

-Quinze?

-Feito. E Luke, a Joanne deve estar chegando.

Eu quase me engasguei com a torrada. Ele tinha ficado maluco?

-O que?- Ele não teve tempo de responder, a campainha tocou logo depois que eu acabei de falar. Fui atender a porta, lá estava ela. Hoje Joanne tinha prendido o cabelo, usava um jeans e um casaco azul.

-Oi, pirralho!

-Oi Joanne, e você pode me chamar de Luke, já que parece não gostar de Lucas.

-Então tá, Luke Skywalker. - Eu revirei os olhos, mas pelo menos era melhor do que pirralho.

-Então, posso te chamar de Jo?

-Só depois que me der um unicórnio que voa.- Eu ri. Joanne entrou e se sentou no sofá, enquanto eu fui buscar a minha mochila.

Depois que eu voltei fomos juntos até o elevador.

-Acho que eu devo te pedir desculpas. -Falei meio sem jeito.

-Por existir, ou pelo que? - Ela me perguntou com indiferença.

-Por ter falado da sua mãe, eu não sabia o que tinha acontecido com ela.

-Vou te desculpar, mas não repita o mesmo erro novamente, você não sobreviveria para repitir uma terceira vez. - Enquanto ela falava aquele olhar assassino passava pelo seu rosto. Eu não duvidei que a ameaça era séria.

-Garota, você me da medo.

-Acaba de deixar meu mundo mais feliz, Luketes. -Ela falou e deu um sorriso, mas este não era muito animador e até meio dramático. Nos seus olhos eu ainda conseguia identificar aquela mesma tristeza de ontem. Agora eu sabia que era por causa da morte de seus pais.

Saímos do elevador, no hall de entrada do prédio Elizabeth nos esperava, sorridente. Ela estava com uma calça jeans preta e com um moletom cinza com estrelas de um cinza escuro.

-Oi Luke! E você deve ser Joanne.

-Pois é, alguns me conhecem por esse nome.

-E alguns me conhecem por Elizabeth, Beth se quiser.

-Prazer, e pode me chamar de Jo.

Eu olhei para ela, totalmente inconformado. A Elizabeth podia a chamar de Jo, mas eu não! Acho que essa garota realmente me odeia.

- Então tá, e me desculpa pelo Luke, coitado, não é muito certo das idéias. - Beth falou sarcasticamente.

-É eu percebi, mas ele já se desculpou, então está tudo bem, por enquanto. - Joanne respondeu com uma careta.

-Não sei se vocês notaram, mas eu estou aqui! - Eu falei, soei reclamão até para mim mesmo.

-Não seja dramático, Sr. Skywalker! - Joanne me repreendeu.

-Sr. Skywalker? - Elizabeth, eterna curiosa, perguntou.

-É, de Luke Skywalker. - Joanne respondeu prontamente.

-Tai, gostei do apelido. Lucas, de hoje em diante você é Luke Skywalker. - Beth falou, tirando uma da minha cara.

-Nossa, como você é engraçada. - Falei, o meu mau humor voltando.

As duas riram da minha cara de emburrado.

-Mas ninguém me contou que hoje era o dia de ir de jeans e casaco azul. - Elizabeth comentou, ainda sarcástica.

-Como assim? - Perguntei sem entender.

Ela apenas apontou para mim e Joanne. Foi aí que eu percebi, eu e ela estávamos de calça jeans e casaco azul.

-Aff, agora saio de casa e acho um par de vaso! - Joanne falou, fingindo estar irritada. Nós três rimos.

Fomos andando até a garagem, o pai de Elizabeth iria nos levar para a escola. Pelo jeito ele já tinha combinado com a Tia Eduarda.

O pai de Beth estava esperando, junto com a mãe dela, na frente do carro.

Os pais da Beth são muito legais, ele é engenheiro e ela é arquiteta. O pai dela, Marcos, tem olhos castanhos  e cabelo marrom, ele é bem engraçado, acho que Beth herdou isso dele. A mãe dela, Carla, tem cabelo chanel vermelho e olhos cor de mel, ela é bem descolada, o que Beth diz que nem sempre é bom. Eu não acho, quero dizer, os pais dela são os mais legais que eu já conheci, não que eu não goste dos meus pais, é só que minha família é complicada: Quando eu era pequeno, tinha dois anos, meu pai e minha mãe se separaram, ela queria estudar na Europa e meu pai não queria sair do seu emprego no hospital. Depois que eles se separaram meu pai ficou comigo e minha mãe foi para a Inglaterra, ela estava grávida , e eu tenho uma irmã que é inglesa, a Julia, e  isso até é legal. Quando eu era menor eu até ia passar as férias lá, só que depois que minha mãe se casou de novo, com o Benjamin, eu não fui mais lá. Não é que eu não goste dele, é só que eu acho que ir para lá agora ia ser o mesmo que me intrometer na família deles.

-Oi pai, essa é a Joanne. - A voz da Elizabeth me tirou dos meus devaneios, isso acontece constantemente comigo: me perco nos meus pensamentos.

-Oi, eu sou o pai da Elizza, Marcos, e essa é a mãe dela Carla. - O pai de Elizabeth a chamava de Elizza, ela odiava ser chamada assim, mas ele nem ligava para isso.

-Oi! - A Carla falou e deu um aceno com a mão.

-Oi, e obrigado pela carona.

-Carona, que carona? - Perguntou Marcos, bem sério.

-A minha tia disse que tinha falado com você. - Joanne falou, ficando sem jeito. Marcos começou a rir.

- Tudo bem, querida, era brincadeira.

-Brincadeira? Isso foi a coisa mais idiota que eu já vi, que brincadeira mais sem graça! - Ela falou com o tom de voz todo irritado.

-Desculpa, não foi a minha intenção te irritar. - Marcos falou. Joanne começou a rir.

-Agora a gente está kit, você me pegou e eu te peguei.

Marcos também começou a rir, e logo nós todos estávamos rindo.

Marcos entrou no carro e Carla também. Seguindo o exemplo deles Elizabeth entrou, eu entrei logo depois dela, e por conseqüência fiquei no meio, Joanne entrou logo depois de mim.

Fomos conversando até a escola. Afinal, quem sabe, aquele dia não seria tão ruim assim.


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Notas finais do capítulo

Então, mereço reviews?