Me Apaixonei pela Pessoa que Eu Odeio escrita por Bibiana CD


Capítulo 20
O Jantar de Sábado: Uma descoberta


Notas iniciais do capítulo

OI! Gente mudei a capa, vocês gostaram?
Espero que sim, é para ser a cena do capítulo Confissões ao Mar.
Bem, eu adorei escrever esse capítulo,
Boa Leitura
 



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/58523/chapter/20

Eu estava quase beijando Anne, quase. Podia sentir o seu perfume tão bom e tão diferente que eu nem consigo descrever. Até que Elizabeth abriu a porta falando.

-Jô e Luke, Eduarda disse...

Beth estava com uma calça jeans vermelha xadrez e uma blusa de malha preta todo colorido, seu cabelo rosa Pink estava preso em um rabo de cavalo todo destrambelhado, algo me diz que ela ficou uma hora na frente do espelho para fazer esse rabo de cavalo, principalmente para fazer parecer que ela tinha prendido de qualquer jeito. Elizabeth tinha passado o lápis preto bem forte no olho, o que sem dúvida realçou seus olhos castanhos e a surpresa neles estampados.

Assim que ouviu o som da porta se abrindo Anne se afastou de mim. Ao ver a cena em que estávamos Elizabeth ficou sem jeito e muito vermelha, acho que posso dizer o mesmo de mim e de Anne. Só que além de envergonhado eu também estava com raiva de Beth por nos ter interrompido.

-Ai desculpe! Acho melhor eu voltar para a sala...

Elizabeth falava rapidamente. Mas Anne a interrompeu.

-Que isso, está tudo bem Beth. Vamos para sala?

Ela falou e foi saindo. Lancei um olhar raivoso a Beth. Ela me retribuiu o olhar, só que o dela era envergonhado e com uma fingida inocência.

-Achei que você odiasse uma certa Joanne?

Ela me perguntou com ironia e malicia.

-Pensou errado, Beth. Ou talvez meio devagar.

Depois de dizer isto fui para a sala também, não queria ficar muito tempo longe de Anne.

Meu pai, com uma calça caqui bege, uma camiseta branca, estava na cozinha, olhando Eduarda cozinhar e dando palpite, ela por sua vez lhe lançava um olhar divertido. Meu pai ama cozinhar e não pode ver alguém fazer qualquer coisa na cozinha sem se intrometer.

Carla, a mãe de Beth, estava sentada em um mochinho na frente do balcão, com as pernas cruzadas. Ela usava uma jaqueta jeans, uma calça jeans de stresh preto e um sapato de salto alto com bico redondo. O seu marido, Marcos, estava sentado em uma poltrona e olhava para ela, eu nem quis imaginar o que ele pensava, para não poluir a minha mente!

Anne tinha se sentado no sofá de dois lugares, onde ontem Kevin e Beth tinham estado. Me encaminhei para lá e sentei ao seu lado. Ela sorriu, amigavelmente. Acho que ela estava tentando agir como se a cena no quarto dela não tivesse acontecido. Resolvi fazer o mesmo. Olhei para baixo, não foi uma boa idéia. Quando Anne se sentou o vestido ficou colado nas suas pernas. Como será a sensação de passar a mão pela sua perna... Não, eu não vou ficar pensando isso, se não eu enlouqueço!

-Anne, você não acha que nos livramos ontem muito fácil?

Perguntei ao ouvido dela, de repente ela ficou vermelha até o último fio de cabelo. Me pergunto o que ela estava pensando...

-Pois é, ninguém nos xingou depois que descobriram que era um negócio com Camila...

Ela também falou baixinho.

-É eu sei, mas quando perguntei ao meu pai ele mudou de assunto...

-E se você perguntasse de novo?

-Pode dar certo.

Ela me olhou com uma expressão peculiar no rosto. Sorri e resolvi mudar de assunto, falar sobre ontem não fazia bem a Anne, eu via isso nos seus olhos.

-O que será que aconteceram com os seus bombons Anne?

Perguntei a ela, dessa vez um pouco mais alto. Mas não o suficiente para que os adultos ouvissem. Mas eu tinha me esquecido de uma pessoa, um pontinho rosa no meio no mapa...

-Que bombons?

Elizabeth se intromete, sem precisar de qualquer convite para a história. Me lembrei que não tinha dito nada a ela a respeito da minha vingança, e nem pretendia para falar a verdade...

-Ah, o Luke ia me dar uns bombons, mas daí teve aquele lance com a Camila...

-Sério? Nossa Luke, você é muito fofo, sabia?

Eu e Anne trocamos um olhar divertido e caímos na risada. Acho que ela estava pensando o mesmo que eu. Não há nada de romântico em dar bombons que vão fazer a outra pessoa ficar com alergia. Repito, nada romântico! Muito menos fofo...

-O jantar está pronto! Só falta servir...

Eduarda avisou, e lançou um olhar um tanto quanto significativo em nossa direção. Entendi que ela queria que nós ajudássemos a colocar a comida na mesa. Eu e Anne levantamos ao mesmo tempo. Só que existe uma lei, acho que vocês sabem: dois corpos não conseguem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo! Então, quando Anne se levantou e eu também aconteceu que eu acabei caindo para trás, no chão, e que ela caiu em cima de mim. Eu estava de costas para o chão e Anne estava em cima de mim de frente. Seu rosto estava novamente a centímetros do meu. A olhei nos olhos e me perdi neles enquanto sentia seu corpo fazendo pressão em cima de mim. Acho que ficamos alguns segundos assim até que ouvi Beth dizer entre risadas.

-Olha a agarração em público!

Anne ficou muito, mas muito vermelha. Acho que ela saiu de cima de mim em menos de um milésimo de segundo. Ok, não foi para tanto, mas acho que vocês entenderam né?

Bem, não demorou muito para todos rirem da nossa cara! Senti meu rosto ficar quente, possivelmente pelo fato que todo o meu sangue se concentrou no rosto.

-Ao menos eu não sou como um certo alguém que nem consegue dizer a um nerd que gosta dele.

Falei em um tom baixo, mas alto o suficiente para todos os presentes ouvirem, olhando diretamente para Elizabeth. Eu mesmo pude identificar o veneno e a vingança no meu tom de voz.

Beth fingiu não ter ouvido e foi colocar a mesa. Só que os outros não ficaram tão indiferentes as minhas palavras. Ouvi risinhos de Eduarda e Mauro e olhares maliciosos a Elizabeth por parte de sua mãe, que perguntou movimentando a boca, mas sem falar “Kevin?”.

Notei que Anne me olhava com uma sobrancelha levantada. Ela já não estava vermelha, mas um tom rosado ainda tingia as suas bochechas. Como seria a sensação de passar a mão agora por sua bochecha? Espera, para de ficar olhando para as bochechas da guria! Foco, Luke, foco!

-Ela não vai ficar brava com você?

Ela me perguntou em um sussurro quase inaudível.

-Beth? Não, claro que não.

Respondi no mesmo tom baixo. Porém notei que meu pai estava nos observando. Por isso falei depois, alto o suficiente para que ele ouvisse.

- Bem... Vamos colocar a mesa?

-Claro!

Ela me disse, se virou e foi até o armário. A segui. Colocamos a mesa rapidamente e logo estávamos todos sentados e comendo. Quase todo mês fazemos esse tipo de encontro. Só que dessa vez tínhamos mais uma pessoa, Anne. Sorri ao pensar que ainda teremos muitos e muitos encontros como esses...

-Duda, o que tem Samantha ser a mãe de Camila?

Perguntei a Eduarda quando um silencio caiu sobre a mesa. Até a chamei de Duda em vez de Tia Eduarda, já que sei que ela prefere. Tinha refletido por algum tempo e cheguei à conclusão que meu pai não me contaria, mas isso não quer dizer que outra pessoa não o faria...

Ouvi meu pai engasgar. Sem dar importância a isso Eduarda respondeu:

-Você deveria perguntar ao seu pai, ele vai saber te explicar melhor que eu.

-Por quê?

A questionei, Eduarda não é o tipo de pessoa que fica passando pergunta adiante.

-Por que Samantha é a namorada do seu pai!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Campanha Faça um Escritor Feliz
A cada review que você não deixa, um autor morre! Ajude esta pobre autora a continuar vivendo e deixe seu review!