Me Apaixonei pela Pessoa que Eu Odeio escrita por Bibiana CD


Capítulo 19
O Jantar de Sábado: No quarto de Anne


Notas iniciais do capítulo

Ok, sem muitos reviews //choraeseatiranochão
Mas eu sobrevivo *ounão*
Vai ai mais um capítulo
Boa Leitura!



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Eu e meu pai fomos os primeiros a chegar. Eduarda abriu a porta com um sorriso de orelha a orelha. Ela estava usando uma calça jeans e uma blusa laranja, seus cabelos estavam presos em uma trança que caia pelo seu ombro. Perguntei a ela onde Anne estava. O rosto dela ficou surpreso, o que na hora não entendi, então Eduarda disse que Anne era um apelido perfeito que ela nunca tinha pensado. Então ela falou que Anne – ela deu ênfase ao apelido- estava no seu quarto, e se eu quisesse podia ir lá. Eduarda me indicou qual era a porta do quarto de Anne e eu fui até lá.

Abri a porta e entrei sem fazer barulho, fechei a porta sem fazer um ruído sequer. Anne estava deitada na sua cama lendo um livro, olhei a capa. Era “Tamanho 42 não é gorda” da Meg Cabot. Achei o titulo tão engraçado que tive que me segurar para não rir, então olhei para Anne.

Ela estava com um vestido azul claro de mangas longas, uma meia calça preta de rendinha e uma all star preto, eu acho que ela fica mais fofinha com as pantufas. Seu cabelo negro liso estava solto, caindo pelos dois lados do seu rosto. Seus olhos azuis esverdeados passavam concentrados pelas linhas daquele livro. Seus lábios, e que lábios!, formavam um pequeno sorriso.

Acho que ela só não notou minha presença por que estava muito concentrada no livro. Olhei em volta. O quarto era bem grande, as paredes eram amarelas claras. Além da cama onde Anne estava o quarto ainda tinha uma poltrona e atrás dessa uma enorme janela, as cortinas cor de violetas estavam abertas, dessa janela se podia ver ao longe a linha azul que era o oceano no horizonte. O sol estava quase se encostando a essa linha, deixando o céu em vários tons de dourado.

Em um dos cantos do quarto estava uma escrivaninha, em cima dela estava um note book da Apple vermelho, ao lado deste estava uma foto, em um porta retrato. Nela estava Anne bem pequena, acho que com cinco anos. Seu cabelo estava cortado um pouco acima dos ombros, na foto ela usava um vestido verde, a pele dela estava apenas um pouco mais bronzeada do que é atualmente. Ela segurava, com as duas mãos, um leãozinho de pelúcia. No seu rosto um sorriso estava estampado, sorri ao ver que os dois dentes da frente estavam faltando, só que isso não a deixava feia, mas sim muito, mas muito fofa! Ao seu lado estava um garoto da mesma idade dela na foto. Ele, diferente de Anne, era bem bronzeado e tinha o cabelo castanho cacheado com olhos verdes. O garoto parecia estar bravo na foto. Atrás deles estavam as pirâmides de Gizé, no Egito. Estava pensando quem poderia ser ele quando ouvi voz de Anne, que quase me fez dar um grito, o que graças a Deus não fiz, pois seria bastante escandaloso.

-Sempre achei essa foto muito engraçada.

Ela estava com um ar divertido, e olhava com um ar sonhador para a foto. Anne não parecia nem um pouco surpresa pelo fato de eu estar em seu quarto. E se estava disfarçava muito bem. Notei que o vestido azul de malha dela era um pouco colado no corpo. Meu deus, ela estava maravilhosa.

-Ah é? Por quê?

Perguntei querendo saber o que a fazia ficar alegre assim.

-Olha para cara do Nick! Você consegue não rir?

Para falar a verdade conseguia. Anne apontou para o garoto da foto e riu como se fosse à piada do século. Quem era esse cara?

-Nick? Quem é Nick?

Perguntei, eu estava com raiva. Mais por quê? Eu nem conhecia esse Nick. Mas ele parecia fazer Anne ficar alegre, ela parecia gostar muito dele.

-O Nick é um amigo meu, nós vivíamos juntos nas expedições, os pais dele também eram arqueólogos. Ele é como um irmão para mim.

Essa última frase me acalmou um pouco, se ela só o considerava um irmão não tinha com o que ficar bravo...

-Por que ele esta emburrado assim?

Depois que a raiva ao garoto desconhecido tinha passado minha curiosidade foi atiçada.

-Foi por causa de leão. Acho que a gente brigou semanas por ele.

Anne comentou, entre risos.

-E o que tem o leão?

-Bem é que a gente, eu, meus pais, Nick e os pais dele estavam nessa viagem pelo Egito. Daí tinha um cara que vendia esses bichinhos de pelúcia. Meus pais compraram para mim o leão e os de Nick compraram para ele um elefante. Só que Nick queria era um leão, mas quando os pais dele foram comprar não tinha mais para vender.

Ela recomeçou a rir.

-Seus pais pareciam muito com você.

Continuei a falar depois que ela parou de rir. Queria puxar assunto, era bom conversar com ela. Anne me lançou um olhar diferente.

-Onde você viu meus pais?

Droga! Só daí eu me liguei. Eu tinha visto os pais dela na foto no armário da escola. Mas como eu diria isso a ela, tipo “a eu vi no seu armário uma foto deles, sabe, quando eu estava colocando bombons lá dentro para você ter uma reação alérgica”

Bem eu não podia dizer isso, mas eu também não queria mentir...

-Olha é que, bem, eu vi a foto no seu armário da escola.

Falei a verdade, bem baixo mesmo, eu estava muito envergonhado pelo que tinha feito.

-Ah. Mas como você conseguiu abrir meu armário?

Ela parecia mais curiosa do que brava. Isso me deixou um pouco mais aliviado.

-É que, bem, sabe. Depois que aconteceu aquilo com meu computador, tipo, eu fiquei bem bravo. Daí eu ia me vingar de você te dando bombons.

-Bombons? Nossa, era essa sua vingança?

Ela falou com um ar risonho.

-É, bombons com pimenta e laxante.

-Sério? Nossa! Você tem uma mente diabólica, hein?

Até suspirei de alivio ao ouvir o sarcasmo na voz dela, achei que ela iria ficar brava comigo por ter tentado fazer mal a ela.

-Mas, bem, você me desculpa pelo computador?

Anne me olhou, notei que ela estava realmente arrependida. Como eu poderia ficar bravo quando ela fazia aquela cara? Ela era meu ponto fraco, eu não podia fazer nada a respeito.

-Claro que sim Anne.

Sorri para confirmar que estava tudo bem. Ela retribuiu o sorriso, se virou de costas e pegou algo na gaveta da escrivaninha.

-Acho que você pode gostar disso.

Ela me deu um pen drive branco. Olhei para ele sem entender nada, o que poderia me ajudar um pen drive?

-Pegue. É seu, ao menos o que está dentro dele.

Anne me disse ao notar que eu não fiz nenhum movimento para pegar o pen drive.

-Como assim?

Perguntei perplexo. Mas mesmo assim peguei o pen drive e coloquei no meu bolso.

-É o arquivo do seu computador.

Ela afirmou. Pisquei algumas vezes antes de formular uma frase coerente.

-Como assim?

-Bem é que o vírus que eu te mandei não excluía todos os arquivos do PC ele apenas copia para o endereço do remetente. Mas pode ficar tranqüilo, eu nem tive tempo de olhar o que tem no seu arquivo.

-É sério?

-É sim.

Ela me respondeu. Não precisei ouvir novamente, se ela estava dizendo eu acreditava. Não sei o que me deu, mas dei um passo para frente. Anne não tinha para onde ir, a escrivaninha estava atrás dela.

-Luke...

Ela falou com uma voz esquisita, eu nunca a tinha ouvido falando nesse tom.

-Anne.

Eu disse de modo afável olhando dentro dos seus olhos.

-É sério, eu sou complicada. Você não vai conseguir nada comigo, no máximo serei sua maior decepção.

-Você nunca me decepcionará. Eu sei que você é complicada, e isso só faz de você mais interessante. E eu não quero conseguir nada de você, apenas o seu coração.

Fui falando e me aproximando. Quando terminei ela estava a menos de cinco centímetros de mim. Anne olhou para o chão. Seus cabelos caíram na frente de seu rosto. Peguei uma mecha do seu cabelo e coloquei atrás da sua orelha. Ela olhou para cima outra vez. Deixei minha mão no seu rosto, a passei devagar pela sua bochecha. Anne ficou na ponta dos pés e eu me inclinei. Nossos rostos estavam a centímetros um dou outro. Podia sentir seu hálito refrescante no meu rosto. Ela fechou os olhos devagar e eu fiz o mesmo. Nesse momento meu coração devia estar batendo a uns 200 batimentos por minuto.


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Notas finais do capítulo

Quem gostou levanta a mão!
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