Me Apaixonei pela Pessoa que Eu Odeio escrita por Bibiana CD


Capítulo 17
A garota mais incrível do mundo


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Sei que demorei para escrever esse capítulo, mas é que eu estava meio que sem tempo e inspiração...
Boa Leitura!
 



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Não falamos nada durante o caminho. Joanne sentou em um lado do carro e eu do outro. Ela ficou o tempo todo olhando pela janela, notei que às vezes lágrimas desciam pelo seu rosto, mas ela as limpava rapidamente.

Eu ainda estava pensando sobre tudo que ela tinha me dito. Estava com raiva desse Cristian, pelo que Joanne deu a entender que ele fez a ela no dia da morte de seus pais. Será que era por isso que ela não tinha gostado que eu a beijasse? E depois, o quanto ela se culpava pela morte dos pais, e eu a chamando de maníaca assassina. Eu tinha sido duro com ela, e ela devia me odiar, com razão.

E isso era insuportável, quero dizer, saber que ela me odeia. E isso é tão horrível por que... Eu gosto dela! Surpreendi-me com a verdade dessa afirmação, eu não poderia contestar. Eu me preocupava com ela, e mais ainda, eu me preocupava com o que ela achava de mim. Olhei para Joanne, desde que a vi a achei linda. Ela era tão divertida... E ela conseguia me tirar do sério como ninguém, ela tinha o dom de me irritar. Mas mesmo assim, ela conseguia me hipnotizar, eu precisava saber mais sobre ela, o que ela gostava e o que ela pensava.

Chegamos ao prédio em alguns minutos, paguei o taxi com o dinheiro que carregava na minha mochila. Saímos do carro, a chuva estava mais forte do que antes. Nós dois corremos até a entrada do prédio. Do hall de entrada fomos para o elevador. Dessa vez não nos importamos de molhar tudo, a situação era bem diferente da última vez.

Era estranho ficar no mesmo lugar que Joanne, agora que eu entendia o que sentia por ela. Mais uma vez ela me encarou, notei que ela estava mais pálida do que o normal.

-O que foi?

Ela perguntou, ficando vermelha. Lembrei-me que estava a encarando, Anne deve achar que eu sou louco. Quem sabe eu seja louco, afinal, gosto dela que é uma maluca.

-Nada. Só estou meio distraído.

Ela apenas levantou uma sobrancelha. Chegamos ao andar da Anne, ele é acima do meu, mas eu a levaria até a porta de casa.

Quando chegamos ao apartamento dela, Anne abriu a porta com uma chave que tinha tirado da sua mochila, pelo jeito Eduarda tinha feito uma cópia para ela.

Entramos no apartamento, ele se resume aos quartos, o banheiro e um enorme cômodo onde se tem a cozinha, a sala e a sala de jantar. Para meio que “separar” a cozinha do resto tem um balcão. O apartamento é todo branco: sofás brancos, paredes brancas, armários brancos e mesinha de canto branca. Em compensação todo resto é colorido: as almofadas do sofá são uma de cada cor; a mesa de vidro tem um vaso com violetas roxas; as cortinas eram de um azul celeste; na cozinha as xícaras que estão à mostra são cheias de desenhos bem psicodélicos; o telefone é verde limão; a mesa a onde a TV está foi toda forrada com jornais, porém jornais japoneses o que ficou muito legal. Acho que é importante dizer que quem ajudou Eduarda a decorar o apartamento foi Carla, mãe de Elizabeth.

A cena que se seguiu até que foi cômica, se bem que naquele momento achei estranha.

-Joanne!

Eduarda gritou, ela parecia desesperada. Olhei a cena toda: Eduarda estava chorando sentada no sofá; andando de um lado para o outro estava meu pai, com a cara um tanto quanto preocupada; sentados no sofá estavam Elizabeth e Kevin, ela estava estranhamente séria e ele perdido em pensamentos.

-Alguém morreu?

Perguntei sarcástico, afinal, estavam todos com cara de enterro...

-Ainda não.

Meu pai falou em tom ameaçador. Meu pai estava me ameaçando de morte? Isso não era normal. Eduarda estava histérica? Bem, algo de muito ruim deve ter acontecido. Então, como se acordando para vida, me toquei o que estava acontecendo. Era por nossa causa, eu e Anne, que todos eles estavam daquele jeito.

-Meu deus, Lucas! Vocês dois somem, não atendem o celular, não sei por que eu te dei um já que você não atende quando eu ligo. E todos os noticiários estão avisando de um possível furação na cidade. Daí você chega aqui fazendo piada?

Ok, meu pai estava bravo, irritado, indignado e não sem motivo. Cada palavra dele me fazia sentir culpado. Olhei para Anne, ela parecia estar ficando cada vez mais pálida, se é que isso é possível. Daqui a pouco ela vai ficar transparente...

-Joanne, o que deu em você? O que você acha que eu pensei quando Gabriel –esse é o nome do meu pai, para quem não sabe- me ligou dizendo que você tinha sumido? Meu Deus, o que aconteceu com você? Joanne, diz alguma coisa!

Eduarda não parava de tagarelar histericamente, entenda, isso estava me estressando.

-Dá para ficar quieta?

Gritei, sei que fui mal educado, mas Eduarda estava me irritando.

-Lucas não fale assim...

Meu pai começou a me repreender, mas o interrompi.

-Pai, ela esta passando mal.

Joanne de repente se segurou a minha blusa, acho que ela estava pior do que eu tinha imaginado.

-Luke...

Ela sussurrou e depois desmaiou. A segurei antes que ela caísse no chão. Ouvi um gritinho abafado de Elizabeth. Peguei Joanne no colo, mas ela já estava voltando a si.

-Luke, me larga.

Ela disse assim que notou que eu tinha a pego no colo.

-Para você se esborrachar no chão?

Perguntei levantando uma sobrancelha, ela fez uma careta, mas logo completou.

-Me larga, é sério, eu estou bem.

-Não esta não!

Falei sinceramente. Anne estava mais branca que giz.

-Claro que estou me solta.

Ela continuou teimosamente, enquanto tentava me socar no peito, mas ela estava tão fraca que eu nem sentia.

-Então tá.

Declarei, e fingi a soltar. Anne se grudou no meu peito, senti suas unhas cravarem em meu pescoço.

Eu ri da reação dela, o que a deixou brava.

-Para de rir!

Ela fingiu dar um tapa no meu rosto, o que me fez sorrir, parecia que Anne tinha recuperado o bom humor.

Levei-a até o sofá, Eduarda se levantou prontamente. A coloquei no sofá suavemente, por mais bem humorada que ela estivesse eu não tinha esquecido que Anne tinha desmaiado há poucos minutos.

Notei que meu pai estava especialmente interessado no fato de Anne estar com o meu casaco, depois ele me olhou com uma sobrancelha levantada, como se estivesse me analisando. Isso me deixou meio sem graça, sabia que quando queria meu pai era um bom observador. E se ele descobrisse que eu gostava da Anne e começasse a fazer aquelas piadinhas constrangedoras igual faz sobre mim e Elizabeth? Isso seria um inferno. Meu pai captou meu olhar e me encarou por alguns segundos. Droga! Vi nos seus olhos que ele tinha ligado os pontinhos. Mas ele logo desviou o olhar e foi ver Anne.

-Querida, você está se sentindo bem?

Anne assentiu com a cabeça. Meu pai colocou a mão na cabeça dela.

-Você esta com febre. - Então ele olhou para mim e perguntou. -Vocês ficaram muito tempo na chuva?

Assenti com a cabeça, me senti meio culpado por ter ficado tanto tempo com ela na chuva. Enquanto meu pai fazia algumas perguntas a Anne eu olhei em volta.

Eduarda, ainda histérica, mas agora calada, tinha sentado na mesa e tomava uma xícara de chá. Elizabeth continuava no outro sofá e olhava de mim para Anne, de cinco em cinco segundos. Ao lado dela estava Kevin, ele estava com o braço em volta dos ombros de Beth e conversava com ela baixinho, não consegui entender de onde estava o que eles diziam.

-Luke, eu acho que é melhor você ir para casa e colocar uma roupa seca. - Meu pai falou para mim. - Não queremos dois doentes, né?

Olhei para Anne, ela ainda não parecia bem. Meu pai notou para onde eu dirigia meu olhar. Ele sorriu e disse bem baixinho, mas alto o suficiente para mim ouvir:

-Ela vai ficar bem.

Sorri de volta em agradecimento, Deus sabe o quanto eu queria ouvir essas palavras. Fui para o apartamento. Aproveitei para tomar um banho quente antes de colocar roupas secas. Assim que estava vestido voltei para o apartamento de Eduarda.

Quem abriu a porta para mim foi meu pai. A cena tinha mudado lá, Anne estava sentada que nem índio no sofá, agora com roupas secas: um moletom cinza da GAP enorme, uma calça de malha preta e pantufas de joaninhas, ela ficava muito fofa daquele jeito. Ela estava enrolada em uma manta vermelha xadrez e tomava alguma coisa quente (eu via a fumaça sair da xícara). Notei que Anne já não estava tão pálida. Atrás dela Eduarda, que aparentemente tinha recuperado a calma, estava com um secador gigante, aquilo estava deixando o cabelo de Anne enorme, mas bem seco. Elizabeth ria do jeito que o cabelo de Anne estava ficando, Kevin estava concentrado no noticiário da TV, que parecia dizer algo sobre o furação.

-Ela já esta bem melhor.

Meu pai me assegurou. Como ele sempre sabia o que eu estava pensando e sabia exatamente o que dizer? Acho que por que ele é meu pai.

-Ah, mas não é que a assombração já apareceu de novo?

Anne falou sarcasticamente e me deu um sorriso fraco. Fui até onde ela estava sentada e me sentei ao lado.

-Que? Achou que iria se livrar de mim tão facilmente?

Puxei um pedaço da manta para colocar pelas minhas costas.

-A gente pode sonhar, não pode?

Ela perguntou fazendo aquela cara de anjinha.

-Claro que pode!

Respondi com um sorriso enorme. Era tão bom ver que ela já não estava triste, ainda me lembrava de seu rosto na praia. Anne bagunçou o meu cabelo molhado, fingi dar um olhar raivoso a ela. Nós dois caímos no riso.

Percebi que todos estavam nos olhando, mas não me importei. Eu estava ao lado da garota mais incrível do mundo, e simplesmente não me incomodava com o que as outras pessoas estavam pensando.


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Notas finais do capítulo

Bem, adorei escrever esse capítulo, o Luke enfim se tocando que gosta dela.... depois do anterior meio dramático esse ficou muito fofo *naminhaopinião*