A Esfera da Herança escrita por FireboltVioleta


Capítulo 13
Water and Fire - Part 1


Notas iniciais do capítulo

Ae, gentes!
DESCULPA de novo pela demora. Mas a bagaça da faculdade não larga do meu pé chato, então...
Boa leitura!



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RONY

Eu não podia estar mais feliz por Hermione.

Ela irradiava alívio e felicidade quando saímos do tribunal.

Kingsley a convocara ao gabinete do Ministro, o que me deixou assustado e preocupado. Mas quando Hermione saiu, ainda estava com um lindo sorriso estampado no rosto.

– Ele só foi... parabenizar-me – ela explicou, corando adoravelmente – disse que está orgulhoso... e tentou me seduzir pra futuramente pegar o maldito cargo que a Atena me sugeriu.

– Sua bobona insegura – Harry riu, abraçando-a.

– Quem não ficaria orgulhoso de você? – teimou Nyree, rindo. Tamahine voltou o corpinho para Hermione, encarando-a tacitamente, como se concordasse com a mãe.

– Hermione Granger julgando Skeeter e Umbridge! – Darel mordeu o lábio, as mãos espalmadas no ar, com um olhar maníaco – a manchete de amanhã... o auge de minha carreira de colunista.

– Nem se atreva – rosnou Hermione, fazendo todos rirem e Darel revirar os olhos.

Tudo decorreu tranquilamente depois disso, mesmo quando um bando de outros jornalistas tentarem entrevistar Hermione. Ela deu umas duas ou três respostas e correu conosco por um dos corredores, despistando-os.

Despedimos-nos de Gina e Harry, e dispensamos Darel e Nyree, prometendo irmos á casa deles após a seleção de aurores.

– Com Darel como repórter, temos carta branca nos jornais. Ninguém vai ter coragem de difamar você... seus julgamentos foram perfeitos – comentei, enquanto estávamos no elevador.

– Ah... sei lá, Rony... – Hermione suspirou, afagando o braço – ainda tenho medo da reação das pessoas.

– Pare com isso – revirei os olhos – não ouviu o júri e a assistência? Estão maravilhados com você, Hermione. Nunca viram nada igual... – acrescentei, carinhoso – eu nunca vi nada igual...

Hermione me encarou, ficando ainda mais enrubescida.

– Está me deixando sem graça... não foi nada de...

Desfrutei de seu olhar assustado quando a empurrei contra a parede do elevador.

– Continue se menosprezando, Hermione, e eu lhe garanto que não vamos sair deste elevador tão cedo.

Ela engoliu em seco, mas percebi, maravilhado, uma faísca de cumplicidade surgir em seus olhos.

– Ahn... – ela coaxou – você não tem que ir pra seleção de aurores? – percebi um tom petulante na última palavra.

– Tenho... – estreitei os olhos – mas não pense que nossa conversinha acabou, ô do Pentagrama...

Hermione deu de ombros, rindo, enquanto eu recuava para sair do elevador que já havia chegado ao andar.

– Nos vemos mais tarde na casa de Nyree, então...

Ela me acenou pela grade, enquanto o elevador finalmente desaparecia no escuro, tirando-a de meu campo de visão.

Sorri comigo mesmo, sentindo, em meu peito, uma expansão engraçada. Ah, que garota impossível...

_________________________O____________________________

O segundo andar já estava com uma fila de candidatos á aurores. Havia nada menos do que trinta ou quarenta deles na minha frente.

Mas percebi que a fila não aprecia demorar á andar. Assisti, curioso, umas três pessoas saírem em sequencia, de cara emburrada – provavelmente, já reprovados na documentação.

Apanhei o envelope com minha documentação de dentro da mochila que Hermione me arrumara – enfeitiçada com o sempre prodigioso Feitiço Indetectável de Expansão dela - dando uma folheada rápida enquanto a fila andava, verificando se não faltava nada.

Alguns minutos depois, finalmente chegou minha vez.

Funguei de surpresa quando descobri quem era a fiscal da mesa da documentação.

– Por que não estou surpreso? – brinquei, sorrindo.

– Oi pra você também, Weasley – Oliviene riu, meneando a cabeça – sente-se.

Ajeitei-me diante da mesinha, estendendo á Oliviene o envelope com os documentos.

– Bem, bem, bem – Oliviene estalou a língua, folheando o envelope – aqui estão seus N.I.E.M.s. Vejamos... Defesa Contra as Artes das Trevas, Feitiços, Poções e Transfiguração... hum... dois Excede Expectativas e dois Ótimos... parabéns. Tudo certo nos boletins de N.I.E.M.

Se ela soubesse o quanto eu suei para passar nos N.I.E.M.s do ano anterior, quando voltamos à Hogwarts, bem em cima dos testes finais... misericórdia.

– Ficha criminal... OK. – Oliviene me encarou, humorada – por pouco.

– Nem me fala – bufei, arregalando os olhos.

– Parece que tudo está em ordem... registros, documentação de nascimento... – ela piscou para mim – por pouco não teve que entregar a de casamento, hein?

Sorri, envergonhado.

– Se eu já tivesse tomado vergonha na cara há uns meses atrás, acho que sim.

– Muito bem – primeira vez que aquela mulher dizia “muito bem” no sentido verdadeiro da expressão – documentação aprovada, Sr. Weasley – ela me entregou um pergaminho com selo – entregue isto aqui dentro do quartel-general daqui á dois dias, para iniciar os testes de aptidão física. É só isto por enquanto – Oliviene sorriu – boa sorte... e juízo.

– Valeu, Stark – aliviado, me levantei da mesinha, segurando o pergaminho e me despedindo de Oliviene – até mais.

– Até mais, Ronald... – ela sorriu antes de berrar - próximo!

Ri, enquanto passava pela fila para sair do corredor, focalizei alguém familiar dentre os bruxos candidatos.

Pisquei, surpreso.

– Dino?

O moreno virou a cabeça em minha direção, espantado.

– Rony? É você mesmo? – ele sorriu – o que faz aqui?

– Eu é que quero saber – ri – vai tentar passar na seleção também?

– Tentar sendo a palavra principal – ele deu de ombros – como está Hermione? Fiquei sabendo dos julgamentos... – Dino arregalou os olhos – Umbridge! Nem acredito que ela condenou a sapa!

– Pois é... ela está ótima. Subindo as paredes de alívio – nem eu ainda acreditava - e a Cho, como está?

Dino balançou os braços de novo.

– Está bem... estamos na correria dos preparativos... do casamento.

– Ela gostou da idéia? De você ser auror?

– A Cho? – ele me olhou exasperado – não a conhece? Quase me enfiou uma frigideira garganta abaixo... – Dino me sorriu, curioso – e a Hermione?

Jesus, Maria e José. Mas eu nunca que contara a reação de Hermione.

Chicote... a lembrança ainda me arrepiava. Minha nossa.

– Ela cedeu uma hora.

– Bom... – Dino arfou, tenso – me deseje sorte. Vemos-nos semana que vem... espero.

– Boa sorte – dei uma palmadinha de encorajamento em suas costas – até mais.

Saí do corredor, ainda olhando Dino. Pobre coitado... eu esperava que ficasse bem com Cho. Que os céus não deixassem que a garota o esganasse.

Assim que me vi livre da massa de gente enfileirada dos segundo andar, já do lado de fora do Ministério da Magia, finalmente guardei o pergaminho de convocação na mochila. E, em um estalo, desaparatei em direção á casa de Darel e Nyree.

______________________O_______________________

A Rua Black Horse chegava a ter um nome irônico quando eu me lembrava da nossa viagem à Austrália.

A casinha simples, mas bonita, se encontrava no fim da rua. Era cercada por – previsivelmente – vários cactos no jardim, e tinha uma fachada tão alegre de padrões maori que se destacava na rua cinzenta, como um rubi numa coroa.

Bati na porta, ansioso. Quem me recebeu foi Nyree, com um grande sorriso no rosto e a pequena Tamahine nos braços.

– Oi, Rony. Entre.

– Ba-gu – Tamahine fez enquanto eu entrava, inclinando o corpinho para mim, as mãozinhas se abrindo e fechando num frenesi.

– Ora, querida...

– Tudo bem – sorri, pegando a bebê no colo. Tamahine deu um guincho de alegria e começou a bagunçar meus cabelos – caramba... ela está muito esperta...

– Nem me fale... – Nyree riu, nos observando alegremente – Darel e Hermione estão na sala.

Entrei no cômodo, que emanava uma atmosfera animada com sua cor pêssego-claro. Sentados em poltronas muito fofas, Darel e Hermione conversavam, e pararam de falar quando me viram.

– Ei, Rony – Darel me cumprimentou com a cabeça – como foi a seleção?

– Tudo certo... vou voltar lá na segunda para os testes.

Hermione sorriu para mim, mas não deixei de notar a faísca de temor que passou por seu olhar.

Meu peito se contraiu de carinho. Ah, Hermione... sempre preocupada com todo mundo, menos com ela mesma. Que garota de ouro.

E lembrar que eu não merecia tanta atenção e amor só me deixava ainda mais angustiado.

Tamahine parecia irritada que eu não lhe dava atenção, pois deu um puxão em meu cabelo.

–Ai... desculpa, nanica – brinquei, fungando do pescoçozinho da bebe e fazendo-a gargalhar.

– Ei, Darel contou pra vocês? – Nyree arregalou os olhos – temos uma piscina nos fundos!

– Sério? – Hermione arfou, espantada – caramba, que legal!

– Vocês podiam dar um mergulho nela... Nyree e eu podemos emprestar umas roupas.

Olhei para Darel, que exibia um olhar maroto e cúmplice.

Ele não estava insinuando nada, não era?

Por que, se não estivesse, tinha acabado de me dar uma ideia.

– O que acha, Hermione? – eu a encarei – ‘bora nadar?

– Ah, não sei... – Hermione mordeu o lábio quando eu estreitei os olhos – talvez o maiô de Nyree não sirva... ela parece uma modelo, e eu...

– Pare com isso – nós três dissemos, rindo em seguida.

– Claro que serve – Nyree puxou Hermione – anda, vamos lá para cima... tenho algo perfeito pra você...

Observei as duas subirem as escadas – Hermione me lançando um olhar desesperado – e desaparecerem de vista.

Darel me olhou.

– Eu tenho uma sunga e um bermudão no meu quarto. Vou buscar pra você.

– Cara, não precisa...

Darel gargalhou.

– Rony, pelo jeito que você olha pra Hermione e Hermione olha pra você, vocês precisam muito disso. E pra agora. Não sei o que está querendo aprontar, mas você quer. E eu vou ajudar... então não discuta e fique na sua... eu já volto.

Darel subiu no encalço de Nyree e Hermione, me deixando sozinho com a bebê na sala.

Tamahine me olhou, curiosa, com as duas safiras de seus olhos cheias de indagação.

– Ah, não – balancei a cabeça – nem queira saber, projeto de vidente.

_____________O______________

Eu estava começando a odiar certos maoris que resolviam ficar na Inglaterra.

– Darel, eu te mato. Eu amaldiçoo até a sua quarta geração.

– Deixa de chatice, Rony... ficou legal.

– Ah, ta – bufei, sarcástico.

A roupa tinha servido, sim... mas, nossa, verde? Cabelos ruivos, olhos azuis, bermuda verde? Eu parecia a bandeira da Gâmbia.

Darel parecia pensar na mesma coisa, pois mordia o lábio como se estivesse segurando o riso.

Cheguei à piscina me sentindo um palhaço com aquela bermuda verde de listras brancas.

Mas me distraí um pouco quando bati os olhos na água límpida diante de mim.

Olhei para o céu. Limpo... mas não estava fazendo muito calor.

– Ah... eu mencionei que ela é aquecida? – Darel murmurou.

Quê?

Agora é que eu pulava mesmo.

Darel riu quando me joguei, fazendo a água espirrar para cima num turbilhão.

Emergi, arfante e sorridente, sentindo a temperatura morna da água. Era uma delícia.

– Gostou?

– Nossa... é ótima, Darel.

– Claro que é ótima... – ele franziu o cenho, fingindo petulância – é minha.

– Exibido – brinquei, rindo.

– Vou deixar duas toalhas aqui, para quando quiserem sair – ele indicou as toalhas penduradas numa barra de ferro de frente para a porta de vidro dos fundos – Hermione já deve estar vindo... – ele me piscou, travesso – divirtam-se... ah, se bem que eu sei que vão.

– Vai catar coquinho antes que eu me esqueça, Darel – bufei, enquanto ele ria e fechava a porta atrás de si.

Mergulhei mais uma vez, aproveitando a sensação quente da água ao meu redor. A piscina era funda o suficiente para eu mergulhar de cabeça.

Retornei á superfície, boiando um pouco, enquanto esperava Hermione.

– Rony?

Quase me afoguei de susto quando ouvi a voz.

Minha nossa. Minha. Nossa.

Não era a voz dela.

Ela era maluca?

Fiquei até com medo de voltar á ficar em pé dentro da água e me virar na direção da voz.

Mas finalmente deixei a curiosidade e o espanto vencerem, e encarei, aturdido, a figura que estava na ponta da piscina.

E eu, inocente, achando que ia surpreendê-la.

Mas parecia que Hermione fizera isso primeiro.

O biquíni era uma coisa realmente perfeita para ela, como Nyree dissera. Preto, com detalhes brilhantes nas bainhas, e uma atípica faixa que unia as duas peças nas costas.

Mas não foi o brilho prateado dos enfeites que me chamou atenção.

E sim os brilhos prateados que turvavam minha visão, mergulhando dentro da minha própria alma, emoldurados pelo sorriso mais espantoso e fascinante que eu já vira em minha vida.

Parecia que a Wicca havia acabado de acordar.

E seu sorriso estava cheio de promessas.


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Notas finais do capítulo

Comentários?
Quem tá curioso levanta a mão! (Ih, ninguém... huehue)
Kissus e até o próximo capítulo!



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