Miss you love escrita por Letícia Oliveira


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Disse que ia demorar. E demorei. Perdão, mas ando muito ocupada mesmo!
Aqui vai mais um! ❤



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/584646/chapter/17

Du chegou em casa, e sentiu o clima mais ameno. Com certeza seu pai não estaria em casa. Mas Andréa e Theo, sim. Assim que sentou-se no sofá, Maria, sua mãe, apareceu com Davi.

— Du! - o garotinho correu ao encontro da irmã, que abriu os braços - Pensei que não ia dormir aqui.

Du sorriu. - Claro que vou dormir aqui, moleque. E essa não é bem a hora de você estar acordado, ein?

Davi sorriu, cobrindo o rosto com as mãozinhas gordas. A irmã mais velha bagunçou seu cabelo.

— Vai lá pra cima, tampinha. Quando eu subir, te conto uma história mó legal!

O menor subiu as escadas, sendo observado por Maria, até então calada.

— Então... notícias do Alberto?

— Ele saiu. Provavelmente para ver algumazinha que mantém um caso com ele. - sorriu fraco - Mas o processo tá evoluindo. Andei conversando por telefone com o advogado hoje. Ele me deu boas notícias! - sorriu -

— Ai que bom, mãe! - Du a abraçou forte - Bom, pelo menos tá andando.

As duas estavam mais próximas nas últimas semanas. Tanto pelo fato de serem mãe e filha, como o fato de estarem meio que juntas contra Alberto. Não estava sendo fácil. Mas iriam conseguir.

* *

— Então, Andréa... como meu sobrinho tá? - Passou a mão na barriga pouco visível da moça, que sorriu com o gesto -

— Ele está bem. Tenho uma ultrassom marcada pra duas semanas. - sorriu fraco - Mas Theo não parece muito feliz com isso. Digo, o nosso filho.

Du fez uma careta.

— Ele te tratou mal? Fez algo de ruim com você?

— Não! Magina. Ele está sendo incrível. Mas... sinto que não está feliz.

— Andréa, vou ser sincera com você, ok? - a garota assentiu - Ele não esperava ser pai. E nem você. - suspirou - A gente já tinha tantos problemas e aí... bom, você aparece aqui grávida. Claro que ele ficou em choque.

A morena suspirou. - Eu sei. Mas sinto que incomodo. Vejo o jeito que seu pai olha para mim. Como se me desprezasse. - encolheu os ombros - Eu não me sinto bem acolhida.

A ruiva riu. De verdade. E pegou a mão da amiga.

— Ele olha assim para todo mundo, Andréa. E você não deve ir embora daqui. Não sem uma casa, sem condições. Você fica e pronto.

As duas entreolharam-se quando Theo entrou no quarto.

— E quanto ao Theo... seja paciente. Vocês ainda podem ficar de bem. - sussurrou e saiu, sorrindo -

Não seria fácil também pôr na cabeça do irmão que sua ex-namorada adolescente e grávida, estava precisando de todo amor e atenção do mundo. Não mesmo. Mas Du tentaria e ajudaria no que fosse. Queria que as coisas melhorassem na casa. Queria ter um lar. Sorriu e subiu para o quarto do irmão menor, que já dormia.
Aproximou-se da cama e passou as mãos em seu cabelo negro e cacheado.

— Meu anjinho... ninguém vai tirar você de nós. - Beijou a testa de Davi e o observou mais uma vez antes de desligar o abajur e sair -

Quando estava saindo, deu de cara com Alberto. Nem deu-se conta de que passou muito tempo conversando com Andréa. Já passava das onze da noite. Ele estava com uma expressão péssima no rosto, e o  cheiro de bebida emanava de seus poros.

— Boa noite. - Falou com a voz embargada -

— Noite. - A garota tentou passar direto, mas ele tocou sua mão. -

—  Você me odeia. - Abaixou a cabeça - Você e todo mundo aqui.

— Fez curso no Senai para descobrir? - Revirou os olhos - Eu vou me recolher ao meu "casulo", se não te incomoda.

Du andou apressadamente, mas parou ao notar seu olhar em suas costas. 

— Ei. Eu só... queria te pedir desculpas por estes anos miseráveis sendo a pessoa que eu sou. O pai que eu fui. - suspirou - E-eu... boa noite.

A garota engoliu em seco. Depois de anos, nunca viu o pai a tratar assim. Será que era a bebida? O mais velho deu de costas, mas andou mais até alcançá-lo. Tocou seu ombro.

— Você deveria ter feito isso antes. Quando te vi trancado no escritório com uma mulher, e não agora. - as lágrimas desceram fortes - Mas, sim, eu perdoo. Mesmo sabendo que amanhã não vai lembrar de nada. E que vai me tratar como se eu não fosse sua filha. Como se eu não existisse. Como sempre. Mas, eu não ligo. Não mesmo. - limpou a face com a manga do moletom - Boa noite.

A garota entrou no quarto. Seu santuário. Jogou-se na cama, fitando o teto. Ele foi tão bom para ela até uns 10 anos. E se não gostasse mesmo dela, teria fingido muito bem. Mas ela gostou dele.

— Ah, Alberto. Só queria ter seu amor de pai... - Observou uma foto antiga da família deles, no criado mudo -

* *

Lucas fitou Alfredo e depois Marta.

— O que falar desse jantar que foi tão pouco, mas desconsiderei pakas? - debochou - Precisava ter tocado no nome do pai dela, mãe? Precisava ter insinuado que namoramos, pai?

Ele suspirou. Alfredo sempre fazia isso. E bem, era chato. Muito chato. Só porque deram uns pegas no jardim, estavam namorando? Não mesmo! Mas o pior é que Lucas não conseguia desmentir a afirmação do pai no momento certo. Ele achava divertido, até. Mas como Du, ficava estranha e mandava ele parar, achou melhor dar um basta nisso. Nunca namorou com ninguém. Nem mesmo um fica duradouro como está sendo com Du. Ele nunca teve nada de concreto. Nem mesmo uma faculdade, que havia trancado no segundo período. E com Du queria. Em seus vinte anos, nada com ele e outras garotas durou mais de um ou dois, e, no máximo três dias... só com Ísis. Aquela paixão que durou poucas semanas e que nem foi correspondido, mas que ainda sentia um comichão no peito ao ouvir o nome dela sendo pronunciado. Mas com Du... ele queria a companhia dela. Queria estar o tempo todo com ela, beijando-a, jogando vídeo game ou o que fosse que eles fizessem juntos. Importava-se com ela, e queria fazer de tudo para que ela não ficar com raiva ou algo parecido dele.

— Não façam mais isso. - o rapaz virou-se para a mãe - Você não sabia, mãe. Tudo bem. Mas, pai... - ele virou-se para o pai - Ela não é minha namorada.

Alfredo sorriu.

— Se você tiver puxado a mim, com mais uns amassos, ela te pede até em casamento. - abraçou o filho -

— É. Mas a Du não é assim. Ela não se deixa levar por amassos ou algo do tipo. Ela é diferente de todas as outras mulheres. Ela é... Eduarda. Meu lek. - Sorriu bobo, ao desvencilhar-se do pai - E bom, ela nunca iria aceitar namorar comigo. Ela é muito independente para namorar alguém como eu. Como diz ela: muito feminista para cair aos pés de homem.

Marta, que estava calada, puxou o filho para o sofá, e o abraçou de lado.

— Ei. Se você gostar dessa moça - Lucas tentou cortar a fala de sua mãe - que eu sei que você gosta, não adianta contra-argumentar. Vai lá atrás dela. Fala o que sente. Faz um carinho, diz coisas bonitas. Mas de coração, e não promessas que duram dez anos. Ou menos. - fitou José Alfredo de soslaio - Ela te olha diferente. E pode crer que mesmo sendo feminista, o que eu totalmente apoio, vai render-se a você. - sorriu -

Lucas olhou os dois. Eles estavam com uma serenidade no olhar de quem via um filho apaixonado. Esboçou um sorriso e expulsou algum sentimento que poderia sentir a respeito daquilo.

— Vocês estão viajando, na boa. - levantou-se de supetão. - Eu vou dormir que amanhã tenho que trabalhar. - sorriu com o comentário - Eu, falando em trabalho... - balbuciou - Boa noite.

* *
Lucas seguiu a moça pelo jardim, que o abraçou forte e o deu um beijo estralado o rapaz sorriu e retribuiu. Era bem gostoso estar com ela. Sempre era. Então tomou coragem para algo que tanto queria. Sentaram-se na grama, sentindo a mesma pinicarem as pernas desnudas e o mais velho virou-se para ela, pondo uma mão em cada lado do rosto. Du arrepiou-se com aquilo.

— Aceita namorar comigo?

— Aceito.

* *

— Oi, Eduarda! - Michel abraçou Du e deu um beijo em sua bochecha - Quanto tempo. Esse fim de semana quase não passa, ein?

A garota pegou a mochila de cima do banco e seguiu o rapaz pelo corredor da Universidade.

— É. Foi muito corrido. - disse, sem graça - Eu tive muito ocupada também.

— Entendo. - Ele assentiu e ao pararem na porta de uma sala, deu um selinho nela - Se depois daqui quiser comer algo, um lanche... já sabe onde me encontrar.

Du piscou algumas vezes com o beijo repentino e voltou a si.

— Sim, claro. Sei onde te encontrar. - sorriu amarelo - Bom, também vou indo.

A garota suspirou, andando por entre as pessoas apressadas e dirigiu-se ao seu setor.

* *

Lucas acordou sorrindo feito bobo. Sonhou com Du. Ela aceitara seu pedido de namoro. Mas...

— Era a porra de um sonho! - Bufou e levou as mãos aos olhos, frustrado - Essa garota vai me enlouquecer!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpa mais uma vez pela demora. ❤
E uma novidade! Tenho uma nova obra aqui no site. Quem quiser ler, sinta-se à vontade. ~Give your heart a break~ ❤