Te Encontrei escrita por Four


Capítulo 12
Acontecimentos


Notas iniciais do capítulo

Hey Hey pessoal
Saudades?
Lamento não ter postado esse capítulo semana passada. Fiquei meio sem tempo, e sem ideias.
Decidi focar na fic essa semana, e agora cá estou aqui, postando-a.
Boa leitura, e divirtam-se.
Ps: Agradeço ao Blackster por me motivar, e finalmente terminar esse capítulo.



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Dou de cara com a minha mãe assim que abro a porta de casa. Ela nos olha de cima a baixo batendo os pés.

– Aonde vocês estavam? - Ela nos pergunta.

– Ai meu Deus. - Levanto as mão, irritado. - Chegamos, não chegamos?

– Você não respondeu a minha pergunta, Eric.

– Nós estávamos no shopping, tia Bela. - Ash começa a explicar. - Depois que o Adam comprou seu mangá, decidimos comer alguma coisa.

– E comeram até agora? - Ela não estava acreditando. - Olha a hora. Adam era para estar dormindo a essa hora.

– Nós não vimos a hora passar. - Ash a responde.

– Nós estávamos com os amigos do Eric. - Adam se intromete.

– Adam! - Repreendo-o.

Ele levanta os ombros, não entendendo o que fez de errado.

– Adam, vai para o seu quarto. - Minha mãe fala, e Adam a obedece. Assim que ele sai, a discussão continua. - Então, estava até agora com seus amigos? - Minha mãe cruza os braços olhando fixamente para mim.

– Eles não são meus amigos. - Corrijo-a

– Não? - Minha mãe fica confusa.

– São amigos da Luana. - Falei.

– Saindo com pessoas que você nem conhece, Eric?! - Minha mãe levanta o Tom.

– Não é que eu não os conheça. Eles só não são meus amigos. - Tento me explicar, mas to sem paciência. - Ai, quer saber? Não to para discussão hoje. To cansado e vou dormir. - Digo, já subindo as escadas

– Eric, eu ainda não terminei!

– Se quer me dar bronca, me dê depois. Estou morrendo de sono. - Deixo-a falando sozinha e vou para o meu quarto.

Minutos depois alguém bate na porta.

– Entra.

É Ash.

Ash entra em meu quarto e senta em minha cama.

– Não era para você está dormindo? - Pergunto a ele.

–Queria te agradecer.

– Pelo que? - Pergunto confuso.

– Por ser legal comigo hoje.

– Ah, pelo amor de Deus, Ash. - Falei, rindo.

– É sério. - Ele me olha com uma expressão sério. - Você agiu super legal comigo.

– Ser legal não é meu forte. - Respondo-o. - Eu só quis te dar um conselho.

– Um conselho bem legal para uma pessoa que você mesmo disse que odeia. - Ele lança-me um olhar zombador.

– Não me entenda mal, Ash. Eu ainda te odeio. - Digo a ele, levantando uma de minhas sobrancelhas.

Ele sorri balançando a cabeça.

– Me responda uma coisa?

– Ai... - Reviro meus olhos. Que saco! - Que coisa?

– Aquele garoto. Gustavo... certo?

Nesse instante paralisei.

– O que tem ele?

– Reparei que você não para de olhar para ele

Puta merda, está tão na cara assim? Será que o Gustavo também percebeu que eu fico encarando-o de mais? Sinto que estou corado. Que merda, que merda, que merda!

– Não pira, Ash. - Tento disfarçar meu nervosismo. Por que falar do Gustavo me deixa tão nervoso? Esse garoto me irrita até de longe!

– Vai dizer que é mentira?

– Sim. - Respondo a ele, firmemente. - É mentira.

Ash apenas sorri.

– Muito bem então. - Ele se espreguiça, e segundo depois se levanta indo até a porta. - Vou dormir porque estou com sono. - Ele volta a me olha. - Boa noite, rosinha.

– Vai se foder! - Jogo um dos meus travesseiros com a intenção de acertá-lo, mas Ash foi mais rápido e conseguiu escapar fechando a porta.

(...)

– Ele me pediu em namoro dentro do cinema, tipo, no meio do filme ele se aproximou no meu ouvido e disse "Quer namorar comigo?"

Eu e Luana decidimos ver algum filme hoje a tarde na minha casa. Estávamos a indo a locadora, e no caminho Luana tentava explicar o por que de ela não ter me contado que estava namorando com o Pedro.

– Claro que eu iria aceitar. - Luana continua. - Na saída eu iria te ligar para te contar tudo, mas acabamos nos esbarrando no shopping, e o final dessa história você já sabe.

– Tudo bem, Luana. - Falei, não ligando muito, pois não queria explicações. - Você não precisa se explicar, afinal, não sou seu dono.

– Eu sei, mas eu pensei que você estava chateado.

– Não estou chateado, pelo contrário, eu estou feliz por vocês. - Continuei. - Mas tem uma pessoa que não gostou nada de saber disso...

– Quem? - Luana pergunta, mas logo entende. - Não vai me dizer que o...

– Sim. - Concordei balançando a cabeça.

– Mas nos conhecemos a pouco tempo.

– É, mas o tempo suficiente para que alguém tenha uma paixão platônica por você.

– Sim, mas... - Ela fica em silêncio por alguns segundos, depois volta a falar. - Ele ta mal?

– Não mais. - Respondo-a. - Dei uns conselhos a ele

– Que tipo de conselhos?

– Para ele te esquecer, pois você não presta, e tls.

– Eric!

– Claro que não disse isso, Luana. Eu disse apenas para que ele siga em frente, pois ficar te querendo, sendo que você está namorando, seria chato tanto para ele quanto para você.

– Não queria fazer isso com ele. - Luana aparentemente ficou chateada.

– Você não tem culpa. Você nem mesmo sabia que ele estava apaixonado por você. - Solto sem querer. Merda!

– Ele está apaixonado por mim? - Luana pergunta, levantando a voz

– Sim... - Suspirei. Desculpa Ash... – Não era para te contar.

– Cara... - Luana olha para o nada, sem acreditar no que tinha escutado. - Eu não sabia...

A culpa não era dela. Nem do Ash. A culpa é do coração. Do amor. Por isso odeio o amor.

– Já disse, Luana. Você não tem culpa. Esqueça isso, por favor.

– Eu sei... - Luana suspira. - Tomara que ele fique bem.

– Ele está bem. - Continuo a conversa - Até me agradeceu pelo conselho que dei a ele. Agora esqueça isso. Vamos falar de outra coisa.

Paramos em frente a faixa de pedestre esperando o sinal fechar para os veículos e assim podermos atravessar. A locadora ficava do outro lado da rua.

– Tipo, sobre você e o Gustavo?

E lá vamos nós...

–O que tem eu e o Gustavo? - Pergunto a ela.

– Sei lá, só achei que seria legal saber como vai o seu sentimento por ele.

– Não tenho nenhum sentimento por ele. - Falo irritado. - O único sentimento que tenho por ele é de nojo

– Uhum, Ta bom. - Ela fala semicerrando os olhos.

– É sério. Eu mal converso com ele. Você sabe muito bem que ele vive agarrado com a insuportável da Daniela.

– Sinto cheiro de ciúmes. - Ela brinca. Bufei com suas ultimas palavras, revirando os olhos.

O sinal de pedestre abre, e então nós atravessamos.

Pego meu celular para ver a hora. Sou surpreendido com um barulho, e em seguida com um grito de Luana chamando meu nome.

Uma moto desgovernada avança o sinal, e na tentativa de não ser atropelado, acabo jogando meu corpo para frente, caindo de barriga no chão.

Luana se aproxima de mim, agachando-se para ver se eu estava bem. Sinto dor na região do tornozelo, e coloco a mão sobre ele. Logo, Luana entende.

– Vou chamar uma ambulância. - Ela diz, pegando seu telefone.

Pessoas na calçada me observam. Algumas gritam "Você está bem?", outras cochicham entre si. Odeio isso... Que saco! Me esquecem porra!

–Ei! - Se aproxima o dono da moto, usando ainda seu capacete. Agacha-se, pergunta se estou bem - Você está legal?

– Estava a dois minutos atrás, antes de ser quase atingido por sua moto! - Levantei a voz revoltado.

O motoqueiro misterioso tira seu capacete, revelando um rosto conhecido. Não me lembro de seu nome, mas lembro de tê-lo conhecido na festa de abertura dos jogos.

O barman irritante... Levanto uma de minhas sobrancelhas, surpreso.

– Você se machucou? - Ele pergunta me observando, mas sem olhar diretamente em meus olhos.

– Nossa, você vive perguntando coisas desnecessária no seu dia-a-dia? - Pergunto irritado. - O que você acha?!

– E você, é sempre tão marrento assim?! - Ele pergunta num to sério. Ele estava mais aflito do que eu, então decido parar com a ignorância... Por enquanto.

– Acho que quebrei o tornozelo. - Respondo-o calmamente, colocando minha mão por cima de meu tornozelo.

– Já chamei a ambulância. - Luana fala diretamente mim, em seguida lança seu olhar ao desconhecido.

– Vou te levar até a calçada, pois estar sentado no meio da pista não é muito seguro. - Diz o motoqueiro/barman a mim. E sem esperar nenhuma resposta minha, me põe de pé em um movimento rápido. Apóio meus braços sobre seus ombros e sou levado até a calçada.

Não demorou muito para que a ambulância chegasse no local. Sou levado, então, até o hospital.

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Nas férias de verão decidimos ir visitar meus avós por parte de pai. Eles são de outro estado, mas mudaram-se para a nossa cidade depois de receberem a noticia de que meu pai ia ser pai pela segunda vez.

– Não que nós não tenhamos confiança em você, filho. Mas é sempre bom estar perto para lhe dar conselhos de pais. - Disse minha avó

As vezes, no natal, passamos junto a eles. E nessa ocasião que vejo os meus primos de segundo grau, tio-avós, tios e tias cujos os nomes mal consigo lembrar. Tenho muitos parentes por parte de pai.

– Olha quem está aqui! - Minha avó nos recebeu. - Meus dois homenzinhos favoritos!

Nessa época, Adam ainda estava na barriga, então ela se referia a mim e meu pai.

– Menos mãe. - Meu pai diz, envergonhado. Ele sempre se sentia incomodado com a presença dos meus avós, mas é coisa de pais e filhos.

– Oi vovó! - Corri para abraçá-la. Nessa época eu ainda era amoroso com as pessoas. Resumindo, eu era trouxa.

– Vamos passar as férias de verão com vocês. - Disse alegremente.

– Mas que noticia boa. - Vovó sorri para mim. - Vamos. Entrem, entrem.

Passar todas as tardes com a minha avó seria bolo todas as tardes. Ela fazia os mais variáveis e deliciosos bolos da face da terra. Isso não era à toa, pois vovó é dona de uma confeitaria super famosa da região. Vovô era o cara das piadas e das histórias. Sempre nos fazendo rir nas reuniões de família, além de ser ótimo em fazer origamis de papel.

Nos reunimos na sala para conversarmos.

– Vou fazer um bolo delicioso para você, Eric. Só porque você veio nos visitar.

– De chocolate? - Perguntei a minha avó.

– De chocolate. - Ela confirmou, indo para a cozinha.

– Se eu soubesse que todas essas coisas voltariam a moda, teria guardado todas as minhas calças velhas. - Brincou meu avô, referindo-se a calça que meu pai estava usando.

– Saudades de quando eu me vestia de forma punk, pai? - Opinou meu pai, com um sorriso forçado no rosto.

– Se está se referindo aquelas suas jaquetas de couro, suas calças rasgadas e lápis de olho. Não, não sinto falta. - Vovó o respondeu, levantando uma de suas sobrancelhas e sorrindo debochadamente.

– Papai usava lápis de olho? - Perguntei curioso.

– Sim, papai usava lápis de olho, Eric. - Mamãe o responde, rindo.

– Ainda bem que você saiu desse mundo a tempo, pois se continuasse influenciaria Eric, e eu não iria aturar dois rebeldes usando lápis de olho na minha família. - Ele riu assim que terminou a frase.

Meu pai e meu avô "discutiam" dessa maneira a vida toda, pelo menos foi o que a minha avó disse. A relação entre eles eram sempre assim, em forma de brincadeiras e zoações, mas nos momentos difíceis, meu avô sempre estava ali para ajudá-lo.

– Parecem duas crianças, mas os dois se amam. - Vovó aparece com um enorme bolo de chocolate, acompanhado de chocolate quente.

Passar as férias na casa dos meus avós seria sair com 40 kg e voltar com o dobro do peso. Fazer o que, né. Amo!

– Que tal pescarmos amanhã? - Meu avô pergunta de repente para nós, na mesa, na hora da janta.

– É uma boa idéia. - Mamãe concorda. - Meu desejo de grávida está desejando loucamente comer peixe na brasa.

– Eu vou poder pescar? - Pergunto.

– Irei te ensinar. - Vovô me responde.

A manhã do dia seguinte chega, e já estamos de pé indo até um pequeno lago ali perto. O dia está ensolarado, o céu está sem nenhuma nuvem, um dia perfeito para se passar a tarde reunido com a família.

– Vamos ficar aqui. Você, façam o favor de pegar um peixe bem grande. - Minha mãe nos diz, sentando-se no chão. Minha avó senta ao seu lado.

– Muito bem. - Meu avô vai até a beira do lago, e eu e meu pai o acompanha.

O lugar era lindo e deserto. O lago era grande, e havia uma pequena cachoeira mais ao fundo, pelo menos foi o que meu avô disse.

– Sentamos aqui. - Meu avô fala, sentando-se. Meu pai senta-se ao seu lado. Os dois estão com uma vara de pescar em suas mãos. - Agora é só colocar uma isca aqui no anzol. - Vovô dizia e eu o observava.

– Peixe gosta de minhoca? - Perguntei, com nojo.

– Sim. Para eles minhocas são como bolos.

– Eca. - Falo, botando a língua para fora. Meu avô ri, colocando a minhoca no anzol

– Agora é só jogar o anzol no lago e esperarmos em silêncio.

Ficamos ali por horas. Ficar sem fazer nada, para mim, era um estilo de vida e por isso não me importava. Assim que meu avô sentiu que o peixe fisgou a isca, ele me fez segurar a vara de pescar, e me ajudou a pescá-lo.

Passamos praticamente a tarde toda ali no lago. Antes de irmos embora, decidi ir até o outro lado do lago. Vovô disse que havia ostras por entre as pedras, então fui olhar com os meus próprios olhos.

E era verdade.

Catei algumas ostras(Não me perguntem o por que, pois nessa época eu tinha uma mente de criança burra) pois queria levar para casa.

Essa foi única coisa que eu me lembro antes de eu apagar, sim, apagar.

Acordei no hospital depois disso. Estava deitado em uma maca, com meus pais e meus avós me cercando.

– Pai? Vovô? - Falo assim que acordo. - Sinto dor de cabeça. - Falo, inclinando-se para frente.

– Não filho, você precisa ficar deitado. - Meu pai me impede de levantar.

– O que aconteceu? Porque estou no hospital? - Pergunto.

– Você acabou escorregando e batendo com sua cabeça. Encontramos você desmaiado. - Meu avô me responde. - Você nos assustou, e olha quem você nem chegou na sua adolescência.

– Pai, nem nessas horas o senhor para de fazer piadinhas. - Meu pai o advertiu, colocando a mão sobre os ombros de meu avô.

– Eric gosta disso. Ele tem um senso de humor melhor que o seu, Sid.

Meu pai apenas revira os olhos

– Onde está a minha mãe e a vovó? - Pergunto a eles.

– Trouxemos você para o hospital sem que a sua mãe soubesse. Sua avó está com ela. - Vovô me responde.

– Ela acha que estamos na casa de um amigo de seu avô. - Meu pai diz a mim. - Achamos melhor assim pois ela está grávida, e ficar nervosa não fará bem ao bebê.

– Mas enfim. - Vovô puxa uma cadeira, senta-se perto de minha cama e começa. - Sabe, seu pai uma vez nos deu um susto parecido com esse que você nos deu. Você sabe, né? Seu pai não é flor que se cheire. Claro, ele não bateu com a cabeça e desmaiou. Ele sumiu. Sumiu sem avisar. Eu e sua avó nos desesperamos. Batemos de porta em porta procurando o Sidney. O encontramos bem longe, pendurado em uma árvore, pegando amoras.

O incidente passou, e não tive nenhuma sequela. Apenas o que me restou foi a memórias daquela tarde.

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Estou sentado em uma maca que há ali na sala de atendimento.

Inquieto, e já engessado, estou a observar o Dr. Roberto. Ele que me atendeu. Um homem bonito. Aparentava ter 40 anos, branco, de olhos claros e cabelos grisalhos. Ele está a observar meu raio x, posto na parede da sala.

– Quanto tempo ficarei com essa coisa? - Perguntei a ele, me referindo ao gesso.

– Uns 20 dias mais ou menos. - Ele me responde, ainda olhando o raio x do meu tornozelo. - Teve sorte, não foi tão grave.

– Que sorte. - Ironizo.

– Depois de tirar o gesso, você deve evitar andar.

– Isso para mim é fácil. - Falo, rindo da minha própria piada. Acho que devo ter batido a minha cabeça.

Alguém bate na porta. Es que surge o senhor motoqueiro/barman/atropelador de pessoas.

– Como ele está? - Ele pergunta ao Dr. Roberto, que o olha de lado.

– Por que não pergunta a ele, Edílio?

Então o nome dele é Edílio...

Edílio me olha fixamente inclinando um pouco a cabeça para o lado, procurando alguma reação em mim. Sem entender o por que, me sinto incomodado, e desvio meu olhar para o chão, Isso é estranho, só me sinto assim com o Gustavo... Levanto minha cabeça rapidamente, voltando a olhá-lo.

Ele se aproxima, sentando-se ao meu lado.

– Você está bem? - Ele pergunta num tom rouco e suave.

– Não foi nada de tão grave. - Respondo, olhando diretamente para seus olhos claros.

Ele suspira, inclinando-se para frente, colocando-se de pé.

– Ainda bem, né.

– É, mas você poderia ter o ferido gravemente por conta da sua irresponsabilidade. - Dr. Roberto diz a Edílio, fazendo com que eu me surpreenda com sua reação.

– Dessa vez eu juro que não tive culpa. - Edílio o responde, levantando suas mão como se rendesse. - Eu realmente perdi o controle da minha moto.

– Você e sua moto estão me causando problemas. - Dr. Roberto diz num tom firme, anotando algo em sua mesa. - Conversarei com a sua mãe sobre isso.

Eles se conhecem?!

–Ah, relaxa pai. Isso não vai mais acontecer.

Pai?!

–Já vi esse filme antes, e sei como irá terminar. - Dr. Roberto continua, ignorando Edílio. - Fico me perguntando quando você irá amadurecer.

– Não tenho essa resposta. - Edílio puxa um cigarro de seu bolso, colocando na boca. Em seguida puxa de seu outro bolso um isqueiro.

– Sabe muito bem que é proibido fumar no hospital, certo? - Digo a ele. Edílio me ignora, acendendo o cigarro.

Olho para ele com desprezo. De repente o telefone do consultório toca.

– Oi... - Dr. Roberto atende. - Sim... Senhora Isabela... - Ele lança seu olhar a mim. Puta merda, minha mãe... – Mande-a entrar. - Então ele desliga.

Edílio joga seu cigarro pela janela, e segundos depois alguém bate na porta.

A porta se abre em num susto.

– Meu filho, o que aconteceu?! - Minha mãe sai entrando, ignorando todos que estão ali. - Luana me contou que você quase foi atropelado por uma moto.

– Não exatamente. - Digo a ela. Ela repara em meu tornozelo engessado.

– Foi grave? - Minha mãe pergunta.

–Não. - O doutor a responde. - Pode ficar tranquila, senhorita. Ele ficará bem.

– E aonde está irresponsável que fez isso? - Ela pergunta, olhando para mim.

Lanço meu olhar para Edílio, que limpa a garganta fazendo com que minha mãe notasse sua presença. Levantando um pouco seu braço, Edílio começa:

– Acho que o irresponsável sou eu, dona. E eu sinto muito, não era a minha intenção.

– Não era a sua intenção, mais a sua irresponsabilidade poderia ter custado a vida do meu filho!

– Meu Deus, Mãe. Para de drama! - Me intrometo. - Eu to bem. Não morri, e é isso que importa. Agora, por favor, podemos ir para casa?

Ela suspira.

– Vamos, seu pai está esperando no carro.

– Precisa assinar uns papeis antes, senhora. Me acompanhe. - Dr. Roberto sai de sala, juntamente com a minha mãe.

Eu e Edílio ficamos a sós olhando para o chão, em silêncio, por alguns minutos.

– Er... - Começo, quebrando o silêncio. - Desculpa pela minha mãe. - Olho para ele, envergonhado. - ela é um pouco dramática as vezes. - Na verdade sempre...

– Tudo bem. Ela é mãe, né? - Ele sorri de lado. Por um momento vejo o reflexo de Gustavo em Edílio. Se parar para olhar, há varias semelhanças...

Meus pensamento são interrompidos quando a porta da sala se abre. Dr. Roberto entra acompanhado de minha mãe.

– Ta tudo certo, filho. Vamos indo. - Ela me ajuda a descer da maca. Apoio meus braços em volta do seu ombro e caminho devagar.

Mamãe fixa seu olhar em Edílio, encarando-o com desprezo.

– Espero que melhore logo. - Edílio me diz de repente, ignorando minha mãe.

Dou-lhe um pequeno sorriso, saindo do consultório.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Gostaram? Odiaram? Comentem
Caso há algum erro ortográfico, por favor avisem.
Tentarei postar mais um capitulo esse final de semana, se eu tiver tempo, como forma de desculpas por ter demorado a postar esse capítulo... Mas não garanto nada, pessoal.
Enfim
Até o/



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