Te Encontrei escrita por Four


Capítulo 13
Como Está?


Notas iniciais do capítulo

Comentei que iria postar dois capítulos esse final de semana e... CÁ ESTOU EU AQUI POSTANDO YAY
Um pouco tarde, já é quase outro dia, mas dboas :v
Enfim...
Boa leitura
Divirtam-se! XD



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Acordei cedo. Estou sentado no sofá, apoiando meu pé engessado na mesinha da sala, assistindo desenhos com Adam. Nunca pensei que ficar de repouso em casa fosse tão chato...

Meu tio conseguiu um emprego na empresa onde meu pai trabalha, e agora os dois vão para o trabalho juntos. Ash também arrumou um emprego, e agora não enche mais o meu saco. Minha mãe foi para a reunião de responsáveis na escola onde Adam estuda, e por isso Adam não teve aula hoje. Então, cá estou eu de babá com a pata quebrada.

– Doeu muito? - Adam pergunta de repente

– Quando torci meu tornozelo? Sim, Adam. Doeu.

– Um amigo meu já quebrou o braço. A sorte dele foi ter quebrado o braço na qual ele escreve, porque daí ele não podia escrever os exercícios que a professora passava.

– Uau. - Não estava ligando muito para aquela história.

– Deve ser legal usar gesso.

–Super legal, você não tem noção. - Ironizei.

– Posso desenhar

– O que?

– Seu gesso.

– Não.

– Por que?

– Por que não. - Respondo meio sem saco.

– Meu amigo deixava desenhar o gesso dele. - Ele disse emburrado.

Luana marcou vir na minha casa hoje. "Não vou deixar meu amigo ficar sozinho em casa mofando", ela disse por telefone, assim que eu cheguei do hospital.

Falando nela, hoje a noite é bem provável que ela saia com seu namorado, só não sei se Gustavo e sua namoradinha também vão nesse passeio. Aff, que se foda ele e sua namorada, Estava decidido a parar de pensar no Gustavo, Vai ser melhor assim. Se eu continuar a pensar nele as coisas podem piorar.

(...)

Decido voltar a ler cidades de papel depois de tanto tempo sem ler. Tinha parado minha leitura por causa da escola, a semana de provas havia começado, e eu acabei focando mais nos estudos. Penso se irei para a escola na próxima semana, pois com essa dor que sinto no meu tornozelo, nem fudendo eu vou.

Alguém bate na porta do meu quarto. É Luana.

– E ai cãozinho machucado, como vai a pata? - Ela brinca, sentando-se na minha cama.

– Engessada. Não posso forçar muito porque ainda dói.

– Creio que sim. - Diz ela, olhando para meu gesso. - Vai ficar quanto tempo com esse gesso?

– Umas duas semanas mais ou menos. - Respondo-a - Pelo menos foi o que o médico disse.

– Entendi. - Luana se deita na minha cama. - To vendo que terei que sair sem você até seu pé melhorar.

– Tem seu namorado. - Falo a ela.

– Mas você sabe que não é a mesma coisa, idiota. E eu não faço o tipo de namoradinha que anda para cima e para baixo com o namorado. - Ela me responde.

– Falando nisso, vocês vão sair hoje?

– Não. Esqueceu que amanhã eles irão jogar?

Sim, tinha esquecido...

– Eles jogaram contra que colégio?

– Pedro III - Ela me responde, e continua. - Se Coates vencer essa, estará na final.

Isso significa que a competição está chegando ao fim. Isso! Melhor noticia, pois assim que essa competição acabar nunca mais verei Gustavo de novo, e nem a sua namoradinha idiota.

– Graças a Deus! - Pensei alto.

– Graças a Deus o que? - Luana pergunta confusa.

– Nada, esqueça. Continua.

– Ta, enfim. - Ela ri, e em seguida continua a falar. - O próximo jogo será Ariann contra Heisei, e é a mesma coisa, quem vencer estará na final.

– Heisei conseguiu chegar até aqui. - Disse surpreso.

– Sim. - Luana confirmou. - Irei te contar tudo sobre o jogo, já que você quebrou a sua pata e não poderá ir comigo.

Bufei.

– Não me importo com esse jogo. - Dei de ombro. Pensando bem, ter machucado meu tornozelo serviu para alguma coisa afinal. – Tanto faz quem vença ou não, já disse.

– E o Gustavo?

Puta que pariu, lá vamos nós de novo...

– Luana, esquece esse Garoto, por favor? - Revirei o olhos.

– Amo te irritar. - Ela ri. - Não sei por que você fica tão nervoso quando digo o nome dele, mas enfim. - Ela continua, ainda sorrindo. - Fiquei sabendo que ele brigou com a Daniela.

– Ah, é? - Falo secamente. - O que aconteceu? Finalmente ele enxergou a merda que ele estava namorando?

– Pedro só comentou isso comigo, mas não disse os detalhes. Sabe como são os garotos, eles não são de dar muitos detalhes.

– Entendo. - Não sei o que eu sentia naquele momento, mas havia um pedaço de mim que estava feliz com aquela noticia.

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Sempre me senti o excluído da família.

Era só olha para meus pais. A personalidade e aparência dos dois era super diferente da minha. Papai era super comunicativo e extrovertido, conseguia fazer amizade com todos ao seu redor. E mamãe era forte e confiante, ela não tinha medo de nada, e nada a parava. E depois que Adam nasceu, me senti definitivamente a ovelha negra da família.

Era época de natal, e geralmente nessa época acontece apresentações e corais. Acontece que eu fui escolhido para cantar um pequeno trecho de uma musica natalina frente a todos, no palco do nosso colégio, porque minha professora achou minha voz bonita. Na hora eu não me importei muito, mas depois o nervosismo tomou conta do meu ser.

Já no dia da apresentação, todos estavam se preparando atrás, nos bastidores. Eu estava ali soando frio, esperando a minha vez. A apresentação começaria com uma pequena peça de teatro, contando um pouco da história dos três reis magos, e o nascimento de Jesus. O segundo a se apresentar seria um coral da quarta série. E, logo depois seria a minha vez.

Enquanto a peça teatral estava em cena, o coral que entraria logo em seguida estava aquecendo a voz. Eu os observava, boquiaberto. Vendo o quanto eles eram bons, quase desisti. Corri para a porta dos fundo e fiquei ali, sentado nos degraus da escada, com a cabeça abaixa. Minha professora entrou em pânico e mandou um grupo me procurar.

Foi meu pai que me encontrou. Sentou-se ao meu lado, e me fez um pequeno cafuné.

– O que aconteceu?

– Eu não consigo - Choraminguei, sem olhar para ele.

Ele suspirou, levantando-se.

– É uma pena. - Disse ele. - Depois que isso acabasse, iria levar você até a Iceflur para comprar aquele seu sorvete favorito como presente pela sua coragem.

– Leve outra pessoa, sou medroso de mais para isso. Não sou como você, nem como a mamãe, e nem como o Adam. - Nessa época, Adam tinha apenas 1 ano, mas já estava muito claro de que ele tinha mais vigor e personalidade do que eu jamais teria. E, é claro, ele tinha os cabelos ruivo da minha mãe e os olhos verdes do meu pai, diferente de mim que acabou herdando absolutamente nada dos dois.

– É verdade. - Concordou ele. - Lembro quando Adam tinha a sua idade e se apresentou naquele palco, ele estava super calmo e confiante. É um garoto prodígio.

Soltei uma pequena gargalhada por entre as lagrimas de desespero. Meu pai agachou-se na minha frente e segurou as minhas duas mãos.

– Sei que deve ser difícil para você se apresentar no palco na frente de todos aqueles pais e alunos. Sei muito bem como é isso, era como eu me sentia quando tinha que apresentar trabalhos escolares.

–Então, o que você fazia para acabar com o seu nervosismo? - Perguntei.

– Nós não conseguimos. - Ele me respondeu, olhando fixamente nos meus olhos. - Apenas aprendemos a lidar com ele, e aguentamos firme.

– Mas eu não sei se irei conseguir. E seu eu me sair mal?

– Olha, há um monte de crianças se saindo muito mal lá dentro, e ninguém está ligando. Então, você não vai se sobressair, pode ficar tranquilo. - Ele me coloca de pé, e em seguida me da um abraço apertado.

– Obrigado pai. - Digo, retribuindo o abraço.

– Muito bem. - Ele fala. - Agora, vamos voltar para dentro? Todos estão procurando por você lá loucamente.

Concordei com a cabeça, e fui. Não alcancei a glória no palco e nem fui aplaudido de pé, mas também não errei a letra e nem me sai tão mal quanto eu imaginava. E, depois da apresentação, como prometido, fui tomar meu sorvete favorito como recompensa pela minha coragem.

–-----------------------------------------------------//------------------------------------------------------------

Era noite. Luana ainda estava na minha casa. Estávamos assistindo filme na sala, "transformers", juntamente com Adam e Ash. Minha mãe, meu pai e tio Duke estavam na cozinha, conversando.

Por mais que eu achasse que o clima iria ficar tenso pro lado de Ash com a presença Luana, me enganei. Ash agiu normalmente com ela, sem rancor nenhum. Só Luana que estava um pouco nervosa com a presença dele, a cada segunda o espiava se que ele percebesse.

A campainha toca.

– Ué, quem será? - Pergunto alto. - Adam, atende lá.

– Eu não. To vendo filme. - Ele me responde.

– Eu também estou.

– Mas eu nunca vi. - Ele rebateu.

– Meu Deus, gente. O que custa atender uma porta? - Minha mãe pergunta, indo atender a porta. - O que você faz aqui? - Minha mãe levanta um pouco a voz.

– Eric está? - Uma voz familiar pergunta por mim.

Faço esforço para conseguir levantar do sofá, pego minhas muletas e vou até a porta.

– Está. - Minha mãe o responde.- E também está machucado por sua causa.

– Mãe, o que você está... - Travo quando vejo que é Edílio que está na porta.

– O que você faz de pé? - Ela pergunta nervosa. - O médico disse para você não forçar muito o seu pé.

– E o médico também disse que não foi tão grave, então não correrei o risco de perder o pé só porque caminhei da sala até aqui.

– Não me responda, mocinho. - Ela me repreende.

– O que está acontecendo aqui? - Meu pai chega, se intrometendo.

– Minha mãe agindo feito uma louco. - O respondo.

– Não fale assim comigo! - Ela levanta a voz para mim.

– Vocês dois, por favor, podem parar? - Meu pai nos repreende. Ele lança seu olhar para Edílio, que nos olha sem jeito. - Que é você?

– Me chamo Edílio. - Edílio se apresenta para meu pai. - Vim ver como estava o Eric.

– Esse foi o irresponsável que atropelou o Eric. - Minha mãe se intromete.

– Não foi culpa minha, senhora. - Edílio tenta se defender, mas é interrompido por minha mãe.

– Senhora está no céu. Por a caso está me chamando de velha? Era só o que me faltava!

– Mãe!

– Chega vocês dois! - Meu pai levanta a voz de repente, fazendo com que calássemos. - Edílio está aqui, como ele mesmo disse, para ver se o Eric está bem. - continuou ele, olhando para minha mãe. - O que você queria Isabela? - Vish, Isabela... Quando meu pai a chama de isabela, as coisa realmente ficou séria. - Você queria que ele simplesmente o atropelasse e nem se importasse com o Eric? Você deveria era agradecer a ele, e não agir com desrespeito a ele.

Minha mãe não sabia o que dizer, então saiu dali emburrada, sem dizer nada. Meu pai a acompanhou, deixando eu e Edílio a sós.

– Eu sinto muito. - Disse, envergonhando pelo mico que a minha mãe me fez passar na frente dele.

– Eu que sinto muito. - Ele me respondeu, aparentemente envergonhando também. - Eu não queria causar toda essa... Briga entre vocês.

– É mais um dia normal em uma família onde só há anormais. - Brinquei. - O que faz aqui? Na verdade, como foi que soube que eu morava aqui? - Perguntei, tentando mudar de assunto.

– Vi seu endereço na ficha do hospital. - Ele me responde com um pequeno sorriso de lado.

– Ah sim... - Digo, meio sem saber o que dizer. Observo ao redor e não encontro a moto de Edílio em lugar nenhum. - Onde está sua moto?

– É, pois é. Caminhei até aqui. - Ele coça a cabeça. - Depois do acidente meu pai pegou a chave da minha moto, como castigo. - Ele ri.

– Eu não queria... - Felei, meio culpado por isso.

– Não foi culpa sua. - Disse ele. - Eu que ando dando muito mole.

Ficamos ali em silêncio por alguns segundos olhando a rua, até que Edílio um maço de cigarro do seu bolso.

– Não acredito que você vai fumar agora. - Solto.

– Não posso? - Ele pergunta, confuso.

– Não... Quer dizer, pode... Mas... - Paro de falar. Edílio me observa calado, com o cigarro apagado em sua boca.

– Não gosta de pessoas que fumam? - Ele me pergunta.

Balanço com a cabeça, negando.

Ele suspira.

– Muito bem. - Ele tira o cigarro de sua boca e põe de volta no maço, guardando-o de volta em seu bolso. - fumo outra hora.

– Você deveria parar de fumar. - Falei a ele. - Sabe que isso faz mal, né?

– Tudo que é bom faz mal nessa vida. - Ele me respondeu.

– Cigarro não é bom.

– Para mim é. - Ele disse, levantando uma de suas sobrancelhas e me olhando fixamente

– Tudo bem, quem vai morrer de câncer é você, não eu. - Falei.

Ele bufou, desviando seu olhar.

– Uma hora todos nós iremos morrer.

– Mas nem todo mundo irá morrer de câncer. - O respondo.

– Agora o assunto é morte? - Ele me pergunta entre o seu sorriso. Acabo deixando escapar um sorriso também.

Ficamos nos encarando por alguns segundos até que Edílio desvia seu olhar.

– Bom... - Ele se espreguiça. - Preciso ir.

– Você mora muito longe daqui?

– Não muito, por que?

– Porque eu poderia mandar meu pai te levar até em casa de carro.

– Não há necessidade disso.

– Há sim. Já está tarde, e essa rua é um pouco perigosa.

Ele sorri para mim.

– Para quem foi atropelado por mim, você está tratando super bem seu atropelador. - Ele brinca. - Eu agradeço por sua gentileza, mas prefiro ir a pé.

– Você que sabe. - Dei de ombro.

– Foi um prazer te conhecer. - Ele fala, estendendo a mão.

– Digo o mesmo. - Respondo-o, apertando sua mão. Ela era macia mas estava um pouco fria, porém a sensação era boa.

– Até qualquer dia. - Ele diz, olhando para os meus olhos e sem soltar a minha mão.

– Até. - O respondo, também olhando em seus olhos.

Eu o observo ir, até eu não poder mais o enxergar. Ele se virava para trás algumas vezes, e toda vez eu acenava com um sorriso bobo em meu rosto. Ele apenas sorria e desviava o olhar, voltando a caminhar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram? Odiaram? Comentem
Caso há algum erro ortográfico, pelo amor de Deus, me corrijam
Semana que vem tem mais ^^
Até o/



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