Sobre amor, tartarugas e novas chances escrita por Blue Butterfly


Capítulo 15
Capítulo XV


Notas iniciais do capítulo

Hum.... Ouvi dizer que tem capítulo novo hoje!



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'Acorda, acorda, acorda.' Maura beijava a bochecha de Jane entre as palavras. A morena resmungou e rolou para o lado, empurrando de leve Maura com a mão.

'Muito. Cedo.' Ela resmungou.

'Muita. Preguiça.' Maura devolveu no mesmo tom e agora beliscava a barriga da morena - ainda de leve, ela conhecia Jane o suficiente para saber até que linha cruzar na parte da manhã - e dava risada. 'Muito chocolate ontem.' Ela disse, fazendo alusão a gordura inexistente ali.

'Maura, eu juro por Deus que se você não parar com isso vou empurrar você com meus próprios pés!' Ele resmungou no já conhecido mau humor matinal.

A loira afastou a mão da barriga da outra e suspirou. 'Eu juro por Deus que se você me atrasar para o trabalho você vai ficar sem café.'

Maura imitou Jane no mesmo tom, mais uma vez. A morena abriu os olhos e incrédula, a encarou. Por que Maura estava fazendo isso com ela? Por que estava imitando ela? E a ameaça do café? Nada legal.

'O que há com você hoje?' Ela perguntou horrorizada.

Maura deu de ombros. 'Só quero que você saiba como é lidar com você na parte da manhã.' Ela disse em tom sério, observando a morena enquanto colocava a blusa de seda azul.

Jane arregalou os olhos. Quer dizer, não é como se a loira não a conhecesse. Ela sempre foi mau humorada assim, pelo menos nos quinze minutos depois de acordar. E então passava. Maura estava brava com ela por causa disso depois de tanto tempo dormindo e acordando na mesma cama? De verdade? Ou ela tinha feito algo de errado e não estava sabendo?

E então a risada que ela estava segurando escapou pelos lábios para zombar de Jane.

'Muito engraçado, Maura. Mesmo.' Jane jogou o travesseiro nela e a loira desviou. Rapidamente a detetive se esticou alcançando os dois braços da mulher, puxando-a de voltar para a cama.

Maura riu enquanto caia nos braços da morena.

'Talvez você queria saber como você é de manhã.' Jane beijou várias vezes o rosto dela enquanto dizia 'se apressa' repetidas vezes. Maura riu até a barriga doer, e toda vez que tentava levantar a morena a segurava de volta, beijando mais o seu rosto e pescoço, arrancando novas risadas dela.

'Se você...' Ela precisou pegar ar. 'Se você não me soltar, não tenho como me apressar.'

'Vê? Isso que tá te segurando na cama...'

'Você!'

'Exatamente. É do mesmo jeito que a preguiça me segura. Viu como é difícil se livrar disso?'

'Horrível.' Maura riu de novo e a detetive sentiu a esperança de voltar à normalidade se renovar. Um dia começado bem tinha chances de terminar bem também. Não tinha?

...

Jane parou no último semáforo antes de chegar ao trabalho. Ela colocou sua mão sobre a mão de Maura que estava em sua coxa - um costume que a loira tinha adquirido nos últimos anos - e a apertou carinhosamente. O céu estava azul, bonito. O ar estava fresco, frio. O sol tímido iluminava a cidade que começava a ficar barulhenta, viva demais. Os olhos de Maura estavam mais verdes do que o habitual e Jane se perguntou se ela estava se sentindo um pouco mais em paz, mais vazia, do mesmo jeito que ela estava se sentindo agora, depois de dois dias tão turbulentos como os passados.

Ela trouxe a mão da loira até seus lábios e colocou um beijo ali. Maura sorriu para ela, como sempre fazia quando Jane demonstrava algum tipo de afeição. O sorriso da loira era só um fragmento entre tantas coisas que aconteciam em um dia, mas era um detalhe que ela particularmente se importava em notar. Geralmente porque arrancava um sorrido de seu próprio rosto - do seu coração.

Quando a detetive parou o carro em frente à delegacia - era melhor que Mo não resolvesse passar com o guincho por ali hoje - as duas saíram do carro simultaneamente. De volta à vida normal, à vida de antes. Era apenas mais um dia de trabalho que elas poderiam enfrentar sem problema nenhum.

Num gesto rotineiro, Jane segurou a mão da mulher e ambas caminharam para dentro do local.

Nada havia mudado.

Todos estavam alheios à suas dores.

O mundo continuava cruelmente rodando, sem dar muita importância às suas vidas particulares. Policiais retiravam suas correspondências. Pediam seus cafés. Sorriam e se cumprimentavam. Era quase insultante o modo como ninguém parecia saber, ninguém parecia sequer interessado. E diante de tanta irreverencia Jane considerou que a própria indiferença do mundo deveria ser adotada. Seguir em frente era a melhor opção. Maura pareceu pensar a mesma coisa, porque ela apertou sua mão e as duas caminharam para o elevador.

À normalidade.

...

'Ei, Jane!' Frost a cumprimentou com um gesto, aparentemente ainda celebrando a vitória do time na noite anterior.

'E aí, Frost? Quais as novas?' Ela perguntou enquanto se sentava na cadeira.

'Na verdade... Tô trabalhando em algo aqui.'

'O que é?'

'É sobre a mãe de Harriet. Eu achei que isso tava estranho, você sabe... A gente não conseguiu nada sobre ela ainda.'

'É...' Ela levantou as sobrancelhas, esperando o resto.

'Eu pensei que talvez ela... Pudesse estar em outro sistema.'

'O que?' Jane estava confusa agora.

'Você sabe... Os programas especiais - proteção à testemunha, Jane.' Ela adicionou com um olhar como se dissesse 'não é óbvio?'.'

E fazia todo sentido. A mulher era um fantasma. Sem familiares, sem endereço antigo. Eles não tinham conseguido nada.

'Você conseguiu algo?' Ela se inclinou na cadeira, agora mais interessada.

'Bom... Você sabe como é difícil conseguir acesso à esse tipo de informação. Eu liguei para os caras lá de cima.' E ele usou dois dedos para fazer as aspas em 'lá de cima'.

'Desembucha, Frost!' Ela estava impaciente agora.

'Mandei umas fotos, eles estão correndo no sistema.'

'Quanto tempo isso vai demorar?'

'Não muito, eu acho. Korsak ligou pressionando, cobrando uns favores. Você sabe como é.'

'É claro. Essas pessoas estão nesse programa por um motivo. Não é como se eles fossem dizendo assim tão fácil suas identidades.'

'Pode apostar.'

Jane de repente sentiu que o caso estava prestes a desenrolar. E algo lhe disse que isso não seria bom. Algo não cheirava bem.

...

'E ele me disse 'eu sou um agente químico'.' Susie riu com a própria piada - era mesmo engraçada, para os nerds - levando Maura consigo.

O sorrido durou um tempo no rosto da médica. Era bom ter Susie ali com ela na calmaria das manhãs. Elas sempre faziam as autópsias em silêncio e era apenas quando estavam limpando o corpo, a mesa e os instrumentos que a conversa começava. Era sempre impessoal, contudo sempre amigável.

Ela estava alinhando o bisturi com os outros instrumentos na bandeja - algo que geralmente não fazia, mas dado à calmaria do dia decidiu por fazê-lo - depois de ter fechado o único corpo do necrotério daquele dia. Morte natural, um homem de sessenta e cinco anos de idade. Ela já tinha passado a manhã inteira ali, e depois do almoço só teria que analisar alguns exames e digitar relatórios - nada pesado para um dia de trabalho. O que lembrava a Maura...

'Susie', ela chamou e a mulher lhe encarou com toda a atenção, como sempre fazia, 'muito obrigada por ter ficado aqui na outra noite. Pelos exames. Fiquei muito aliviada com a notícia de que tudo estava em ordem novamente.' Ela sorriu agradecida.

'Não por isso, Dr. Isles.' Ela sorriu e fechou o corpo dentro do saco plástico. Uma pausa, e então... 'Você está melhor?' Ela perguntou casualmente.

'Bem melhor.' Maura disse e sorriu, porque apesar de estar sentida com a partida de Harriet, ela estava melhor. Por causa de Jane, por causa de sua mãe, por causa de Angela. Por causa de Korsak e Frankie e Frost em sua casa na noite anterior. Por causa da família que tinha agora.

E essa era a conversa mais pessoal que elas tiveram. Susie era discreta, sempre ignorava quando por acidente pegava a médica e Jane trocando carinhos no trabalho - e nunca foram beijos, nem nada mais do que isso. Era sempre um aperto no ombro, uma carícia no rosto, um beijo na testa. Elas não se permitiam nada além, primeiro porque era trabalho, e segundo porque estavam num ambiente masculino, na maior parte, as duas não queriam ser atração para nenhum homem - e eles certamente comentavam alguma coisa ou outra sobre elas. Não que isso importasse para Maura, certamente não fazia a mínima diferença, mas ela se sentia grata pela discrição de Susie, sentia como se pudesse confiar nela, como se o fato de Susie se furtar de comentários sobre o que via, às vezes, lhe dissesse 'eu te dou cobertura'.

Maura se sentia confortável ali com ela, na distância segura entre respeito e pequenas confidências.

...

Jane desceu para o andar de baixo porque Maura tinha lhe mandado uma mensagem dizendo que já estaria subindo para o almoço que elas tinham combinado. Ela pisou para fora do elevador e começou a andar para a cantina. Ela acenou para Rogers, um policial de rua que estava ali agora, cara bacana. Depois, passou os olhos pelo balcão de entrada e dois policiais estavam no telefone, e Evans, umas das novas promovidas para casos especiais estava conversando com uma mulher. Tudo certo e costumeiro até então. Até que a mulher se virou para Jane, e a detetive viu que era Christine. Algo dentro da cabeça da morena disparou um alerta.

Algo estava errado. Jane podia dizer pelo modo como as duas olharam para ela e se entreolharam depois. A morena mudou o passo e caminhou até elas.

'Ei, tudo certo?' Ela franziu o cenho com o desconforto das duas.

'Detetive Rizzoli', a outra detetive começou e confirmou o que Jane tinha suposto pelo tom da voz, 'ainda que esse não seja de seu departamento... Eu acredito que você queira saber.' Ela adicionou num tom baixo.

'O que aconteceu?' Jane sentiu um nó na garganta.

'É sobre Harriet.'

E o nó na garganta tinha se transformado em seu coração quase escapulindo pela boca. Ela deu um passo a frente.

'O que tem ela?'

'Ela está desaparecida.'

E de novo, o dia que supostamente deveria rumar para um fim calmo, assim como tinha começado, estava se transformando num inferno.

'O que você quer dizer com desaparecida? Você disse, Christine, que estava levando ela para uma casa segura!' Ela estava apontando um dedo acusatoriamente para a mulher. Quando se deu conta, ela cruzou os braços em frente ao peito. Ela não queria fazer uma cena ali.

'Os pais adotivos me ligaram agora pouco, Rizzoli. Ela estava brincando no quintal e sumiu.'

'E ninguém tava cuidando dela? Nenhuma criança some assim.' Ela estava irritada. Era para a menina ter sido cuidada e uma criança sumir assim era pura e completa negligência dos pais - não, ela se corrigiu, dos cuidadores. Eles não eram os pais de Harriet. A estadia dela com eles era só temporária.

'Ninguém sabe o que aconteceu.' A assistente social ofereceu.

'Ninguém nunca sabe, Christine, e esse é o problema.' Jane jogou as mãos para cima, brava, desesperada. Com vontade de chorar.

'Nós estamos tentando...' A mulher começou, mas Jane a interrompeu.

'Coloquem um Amber Alert na cidade. Celulares, rádios, canais de televisão.' Jane disse para Evans que arregalou os olhos.

'Rizzoli, talvez seja muito cedo para isso, a menina...'

'A menina deveria estar segura. Pro inferno com 'é cedo demais'. Nós não temos sequer uma pista no caso da mãe dela. Você sabe o que isso significa?'

Evans balançou a cabeça em negativo.

'Muito menos eu. Você entende como isso pode ser grave? Se alguém tiver sequestrado ela?'

'É só uma suposição que você está fazendo, Rizzoli.' Christine era quem falava agora, tentando amenizar a situação. 'Até onde eu sei, ela pode ter decidido dar uma volta no quarteirão e ter se perdido.'

'Até onde eu sei', ela se inclinou para frente, ameaçadora, 'alguém pode estar maltratando ela agora.'

Jane se virou para Evans agora. 'Me diz você, Evans. Qual é a estimativa de recuperar uma criança sem maiores abusos?'

'Vinte e quatro horas.' Ela constatou.

'Quando os pais deram falta dela?' Jane perguntou para a assistente.

'Por volta das nove da manhã.'

Jane olhou no relógio. 12:45

'Nós já perdemos quatro horas.' Ela resmungou enquanto ligava para Frost. A conversa com ele foi rápida, objetiva. Ela explicou o que tinha acabou de ouvir e pediu para Frost apressar as coisas com os agentes do programa de proteção. A resposta do outro lado da linha gelou o sangue de Jane.

'Testemunhou em um caso três meses atrás, eles vão me mandar o arquivo completo agora, Jane.' A voz o homem soava do outro lado apressada. Jane rezou para que o desaparecimento de Harriet não tivesse nada a ver com o que quer que a mãe estivesse sendo protegida. Se o nome de alguém estava dentro desse programa era porque dependia dessa segurança, caso contrário estaria abandonado à sorte, correndo grande perigo. Era preciso muito coragem para depor em qualquer caso que lhe custasse a identidade, sabendo que depois mudaria completamente de vida.

Uma pena isso ter acontecido. Uma falha imensa no sistema. Uma vida tirada... Uma Harriet perdida. Jane apertou os dentes tentando conter o ódio e engolindo o choro que estava se tornando cada vez mais provável de se fazer notar. Pensar na probabilidade de Harriet ter sido sequestrada tirava suas forças. Agora ela estava se sentindo impotente diante da possibilidade, desamparada diante da situação que não sabia lidar. Ela era da homicídios, pelo amor de Deus. O que eles deviam fazer agora? Esperar? Sair pelas ruas? Jane Rizzoli não tinha sido treinada para esperar. A paciência certamente não corria em suas veias. Ela era uma mulher de ação, não era à toa que trabalhava na divisão em que estava.

Ela definitivamente precisava de ajuda. Ela esfregou a testa com a mão e suspirou fundo.

'Evans, você pode fazer isso? Você pode colocar um Amber Alert na cidade? Eu sei que é teu caso, mas é Harriet.' Ela nunca ouviu sua voz soar tão fraca.

As duas mulheres se entreolharam e Christine acenou com a cabeça. Evans retornou o olhar para Rizzoli.

'Eu posso fazer isso.'

'Obrigada. Eu...' Ela abaixou a cabeça e colocou as mãos na cintura, incerta. O que ela deveria fazer agora? Ela estava parecendo os tantos familiares que ela já conhecera enquanto trabalhava ali.

'Nós vamos colocar uma descrição dela o mais rápido possível, Rizzoli.'

A voz de simpatia irritou Jane. Agora ela era as pessoas que ela entrevistava todo dia. Recomponha-se, Jane!

'Eu tenho uma foto.' Ela se lembrou dos olhos azuis e da boca vermelha da menina sorrindo para ela na tela quando recebeu a mensagem de Maura. 'Talvez seja melhor.'

'Vai ser de grande ajuda, sim.' Evans fez uma pausa. 'Rizzoli, nós... Nós vamos fazer tudo que estiver ao nosso alcance.'

'Você pode me deixar por dentro? Me avisar de qualquer coisa que apareça?' Ela estava pedindo calmamente, educadamente. Detetive Rizzoli tinha se perdido em algum lugar e tudo o que sobrara era Jane. Ela sabia porque era como se sentia; ela sabia por causa do jeito que Evans a olhava agora, como se mal a conhecesse, como se quisesse tranquilizá-la como agia com outras mães.

'É claro que sim, qualquer coisa que apareça. Só me mande a foto da menina e deixa que tomo conta do resto.'

Como se Jane não soubesse melhor. 'Eu quero ajudar.' Porque Harriet era apenas uma criança, uma criança fofa e inteligente e adorável que ela conhecia. Você pode voltar a ser meu travesseiro, Jane? A voz da garotinha ressoou em sua cabeça. Peguei emprestada. Ficou legal. Eu gostei. Porque aparentemente a melhor opção depois do pijama de tartaruga era a blusa de Jane. Deus. Ela queria aquela menina bem. Salva. Ela queria sentir seus braços em volta do pescoço mais uma vez, garantindo que ela estava viva. Ela fechou os olhos por um minuto e não se importou com a presença das mulheres. Ela balançou a cabeça lentamente, tentando focar no presente, no trabalho que tinha à fazer. E foi tão difícil. Foi difícil deixa de pensar que alguém poderia estar fazendo algum mal para a menina, causando-lhe pânico, dor. Foi difícil deixar de pensar em todas crianças que já apareceram mortas na mesa de Maura e em que situação elas estavam. Algumas autópsias a fazia se perguntar se ela queria mesmo colocar uma criança num mundo assim, com tantos riscos.

Algo terrível apertou seu coração. Ela não queria pensar nos doces olhos de Harriet chorando e implorando por ajuda, indefesa, em algum lugar que não conhecia. Na escuridão de um porão, na companhia de um monstro. Tremendo de medo e de dor, pequena e fraca demais para se defender. Ela não queria pensar em nada tão horroroso assim, mas o medo e a angústia estavam se tornando imensa. Um pequeno momento de pânico, era isso o que era. Talvez ela precisasse ir no banheiro. Talvez precisasse vomitar.

'Rizzoli.'

Ela abriu os olhos quando a voz da mulher a chamou. 'Não pense nisso como um sequestro... ou algo pior. Nós vamos colocar o alerta porque você pediu. Você sabe que isso pode ser apenas um sumiço. Ela pode ter saído por aí.'

E obviamente a mulher estava dizendo isso porque ela estava parecendo mal. Embora, se ela fosse considerar, não seria a primeira vez que a garotinha tinha decidido sair sozinha. Mas ela nunca fez isso enquanto estava na tua casa, Rizzoli. Veio uma voz cruel em sua cabeça lhe assombrar.

Ela balançou a cabeça em sim, decidindo poupar a voz - qualquer energia. Ela não estava sentindo suas pernas e o chão estava parecendo instável demais. Era confiável continuar pisando ali? Ela abriu e fechou as mãos tentando sentir o sangue circular, de repente ciente demais de suas cicatrizes nas mãos. O velho hábito que acompanhava o nervosismo. Jane correu a mão pelo cabelo enrolado e suspirou.

'Maura precisa saber.' A voz saiu mais rouca e grave do que o normal. Ela se virou sem nem mesmo se despedir das mulheres e deu apenas dois passos.

E Maura estava perto demais.

E ela viu em câmera lenta as feições da mulher passarem de calma, para preocupada e aflita. E a cor do rosto diminuindo gradualmente de corado para branco quando os olhos da loira notaram Evans e Christine atrás de si, lamentando-se com o olhar.

Maura não adivinhava, mas era inteligente demais para saber que algo muito grave tinha acabado de acontecer com Harriet.

'O que eu preciso saber, Jane?' Ela murmurou e as palavras saíram apagadas, mas de alguma forma acertaram a detetive com toda força.

Jane se perguntou, mais uma vez, se era seguro continuar pisando naquele chão.


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Notas finais do capítulo

Um tanto quanto curto, mas espero que tenham... Bem, não sei se 'gostado' é a palavra certa. Uma dica: apertem os cintos.