NÃO DEIXE DE LER AS NOTAS INICIAIS!!!

— Você não fez isso... – ele diz com os olhos estalados fingindo raiva.

— Por quê? O que fará? – pergunto me encostando na parede próxima a janela.

— Considerando o fato que Valentin não está em casa... Posso fazer o que eu quiser... Se surpreenderá com as opções. – ele pensa por um segundo, sacode a cabeça e sorrindo continua se aproximando de mim – Aconselho que você devolva ele intacto...

— Nunca fui de seguir os conselhos que me são dados, não vê seu pai, vive me dizendo coisas que eu nem escuto...- ele coloca a mão na minha cintura e me puxa para ele.

— O fato é que se você não me devolver o anel, não poderei da-lo a você para pedir sua mão... – a surpresa me atinge e não consigo esconder – Li isso naquele livro seu sobre os mundanos, aparentemente você dá uma joia cara para sua amada quando quer pedi-la em casamento, não é? E acredito que um anel Morgenstern é uma joia de fato preciosa.

— Você... – tento falar, mas o movimento rápido e gracioso que ele faz me impede.

— Celeste Morgenstern... na esperança de curar meu mal... você me daria a honra... de se tornar minha esposa? Pois eu prometo dar-lhe o mundo e torna-la minha rainha, nem que isso me custe a vida...- ele termina ainda de joelhos.

Sinto uma lagrima em meu rosto, o calor emanando do meu corpo enquanto gelo percorre onde a pele da mão dele toca a pela da minha mão... Balanço a cabeça em afirmativo sabendo que nesse momento não conseguirei emitir nenhuma palavra, ele ainda ajoelhado sorri para mim e coloca o anel de nossa família em meu dedo, que é claro fica enorme, assim ele me abraça.

— Poderíamos viver ao relento ou em um chalé na montanha sem nenhuma riqueza e eu não me importaria, não quero um mundo ou um reino se você não estiver ao meu lado Jonathan.

Acordo ofegante, suada, com um peso no peito, sonho frequentemente com Jonnathan isso é normal é uma forma boa de me lembrar dele, pois nos meus sonhos podemos ficar juntos, mas quando meus sonhos são na verdade lembranças, me assusta, pois faz com que eu sinta que a única coisa que terei dele daqui em diante são isso, lembranças.

Levanto da cama, agarrada a minha estela como sempre tenho estado nos últimos dias, as coisas estão acontecendo rápido, Valentim e seus discípulos estão de volta, os Nephilhins acham que ficando com Jace sobe seus cuidados estarão empacando seus planos, mas o que eles não sabem é que Jace não tem nada haver com a história, Valentim o deixou porque ele é puro demais, o mesmo não pode ser dito de Jonathan.

Pego o copo de água ao lado da cama e tomo um gole, tento ler, contar, me forçar a dormir, mas nada acontece, minha ultima solução é caminhar. Fui vagando pelos corredores do instituto terminando na torre onde eu costumo ir quando quero ficar sozinha, após uma hora lá com o sol já raiando percebi que não dormiria mais, ainda de camisola e com o manto cor de vinho fui até a cozinha preparar um chá.

— Celeste? Que bom que está acordada... Porque está com esse manto? – Pergunta Arthur atrás de mim.

— Fiquei sem sono devo estar acordada desde as duas da madrugada, não quis trocar de roupa só coloquei isso por cima...- falo me encolhendo.

— Tudo bem... quer companhia? – faço que sim com os ombros e ele sentasse a minha frente. - Está assustada com essa história toda?

— Um pouco... Queria que minha mãe nunca tivesse tentado descobrir o que era. – digo ainda encolhida, quase em um sussurro.

— Você não existiria se ela não tivesse feito isso, minha filha.

— Eu sei... é que eu sinto tanta falta dele, se o encontrasse, se Valentim começar de vez a guerra ele vai colocar ele para lutar ao seu lado, não sei o quanto humano ainda restou dele.

— Não se torture com isso Celly, escuta, sempre fico perdido quando você começa a falar assim, e não, não quero que me conte a verdade, pois você correrá riscos que eu não suportaria que você corresse, é só que não gosto de te ver assim, ele foi o único que você amou porque cresceu conhecendo só ele, tem um mundo todo, caçadores de sombra, mundanos, até Downloaders, pelo anjo, não acredito que disse isso a minha filha, mas você entendeu, ele foi só seu primeiro amor...

— Pai para! – eu falo em tom mais alto – Não é assim, conheci outras pessoas, não me importa, não senti nada assim por ninguém mais, eu o amo, não há o que diga que me faça mudar, se não for ele não será mais ninguém.

— Tá tudo bem... se acalme! – ele diz fazendo a volta na mesa e me abraçando. – Entendo você, só que sendo minha filha, torço para que você esteja errada, para o seu bem.

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— 48, 49, 50. – Istael termina a contagem com um tapinha em minha perna – pronto agora você tem mais uma semana de barriguinha chapadinha. – ele fala rindo e eu o acompanho - Louco o que aconteceu em Nova Iorque né?

— É sim.. queria poder ter ajudado... me sinto inútil aqui em Londres quase não acontece nada.

— É porque somos ótimos em manter a cidade limpa de demônios gracinha...

— Me esqueci disso... – digo ironizando...

— Tá vá arrumar suas coisas... vamos para Idris!

Levanto em um pulo...

— Ok, to indo... O que você acha se eu pintar o cabelo? – pergunto fazendo uma careta...

— Depende da cor... gosto da sua cor natural...- ele para pra pensar – Que cor você estava pensando?

— Preto talvez... Também gosto da minha cor natural mas as vezes sei lá é bom mudar...

— Que tal, aquelas tintas que duram tipo uma semana... Marina usa aquilo, assim se você cansa é só lavar umas três vezes e pronto...

— ótima ideia... vou ver se ela tem preto...

Corro pelos corredores até o quarto de Marina paro a porta e bato duas vezes. Ela abre com uma cara sonolenta...

— O que você quer? – pergunta com os olhos semisserrados.

— Tem tinta de cabelo? Daquelas que você muda toda semana?

— Tenho que cor quer? – ela fala abrindo mais a porta para que eu entre.

— Fácil assim?

— Não abusa tá... só to de bom humor porque vamos para Idris!

— Tá, quero preto.. – ela me olha horrorizada.

— Mudança drástica!

— Por isso quero essa tinta que sai logo, caso eu não goste...

Ela vai até o banheiro e me entrega uma caixinha de tinta me explica como é e logo estou no meu banheiro tomando banho para tirar os excessos da tinta que estavam na minha pele. Saio e ainda de toalha arrumo minha mala, coloco roupas de todas as cores na mala e minhas roupas cerimoniais também, mas a maioria é vermelha ou preta. Separo um casaco preto que vai até os joelhos como um vestido, uma blusa branca e calça igualmente branca. Meu cabelo agora preto está solto e liso caindo pelos meus ombros. Estou pronta...

Peguei minha mala e fui para o salão principal, Istael e Marina estavam lá junto com Arthur, Margarett chegou junto comigo com seus dois filhos mais novos, somente nós iríamos. Os Lockwood ficariam para cuidar do instituto.

O portal se abriu logo e passamos, um momento me senti sendo sugada para baixo depois uma sensação de alivio depois meus pés tocaram o chão o impacto fez com que eu automaticamente dobrasse meus joelhos para amortecer a queda praticamente caindo em posição de luta. Arthur e Istael que foram os primeiros a passar aplaudiram minha performance e eu me encolhi envergonhada enquanto um desconhecido se aproximava. Nem um minuto depois Margarett e seus filhos chegaram, o mesmo homem que nos recebeu nos acompanhou até a casa de Margarett onde ficaríamos, Istael e eu em silencio o tempo todo.

Chegando fui direto ao meu quarto, arrumei tudo e fiquei sentada no parapeito da janela observando a praça do Anjo, Idris? Quem Diria? Mesmo morando aqui por quinze anos nunca havia estado em Alicante. As ruas estavam cheias, mas não como em Londres, todos carregavam suas armas em sua cintura ou costas. Arthur disse que ainda hoje eu compraria a minha, disse que queria me dar algo para representar a casa Blackthorn embora soubesse que meu coração sempre seria Morgenstern.