— Celeste – grita Istael entrando no meu quarto.

— Quantas vezes já falei pra bater... – começa  falar mas ele me corta...

— Sério não é hora para isso... – diz ele ofegante – A clave convocou Arthur e Margarett para Idris de ultima hora, estamos no comando.

— Por quê?

— Sei lá alguma coisa sobre Nova Iorque, eles não podiam falar muito, mas pareci sério- ele disse dando de ombros, levantou e puxou minhas cobertas – agora levanta que você tem que preparar o café das crianças ...

— Falou o adulto! – eu disse com ironia recebendo um sorriso mais irônico ainda.

Quando ele finalmente saiu pude demonstrar toda minha preocupação, fazia doze dias que eu havia estado em Nova Iorque e tinha me encontrado com o grupo e com a garota ruiva, que por sinal não saiu dos meus sonhos nem um dia sequer, nenhum deles saiu. E agora alguma coisa aconteceu por lá, minha vontade era simplesmente abrir um portal e ir até lá, mas eu tinha que ficar com os outros...

Levantei colocando a primeira roupa que vi e fui para a cozinha, Marina, uma menina um ano mais nova que eu estava sentada no balcão observando a chaleira que começava a ferver.

— Você sabe que sua mãe odeia que você sente na bancada, não sabe? – perguntei erguendo a sobrancelha.

— Ela só vai saber se você me entregar... – respondeu com ignorância.

— Tudo bem! Sabe o porque da saída de emergência?

— Não, Istael cruzou por mim dizendo que tinham saído e foi pro seu quarto... Ele não disse nada?

— Não só que todos adultos saíram e nós estamos no comando. – informo a ela.

— Isso é tão injusto! Isatel veio para cá aos oito anos e você a alguns meses, mas ele fica no comando porque é um dos únicos que tem dezoito e não vai para as reuniões eu entendo, porém você é só um ano mais velha que eu e nem sabia direito que era caçadora até algum tempo atrás e eles já confiam em você cegamente! – suas palavras quase me atingem como uma navalha.

— Pouco me importa ficar no comando, acho que meu único erro foi vir para cá, preferia ser cega a fazer parte desse mundo, presa a este instituto como um pássaro em uma gaiola, quer a liderança? Vá em frente, cuide das crianças mais nova, não me importo! Você e Istael se viram bem sem mim!

— Sim nos viramos muito bem, então suma! – diz ela entre dentes.

— Não! Não nos viramos, Celeste nos ajuda muito aqui mais que você Marina, deixe de ser mimada, tome seu café e vá treinar! – diz Istael entrando na cozinha com o bebê mais novo de Margarett, Hugo. – Você pode dar o café dele enquanto eu preparo o café dos outros? Ele nunca come comigo.

— Tudo bem – respondo pegando o garotinho de três anos colocando-o na cadeirinha.

A manhã se passa tensa, mas ainda calma, cuido de Hugo e Téo que são os mais jovens enquanto Istael treina com Marina, Clarck e Jessica.

Margarett é viúva a dois anos e tem três filhos, Hugo de três anos não se interessa por esse mundo ainda, Téo de cinco começa a aprender lê alguns livros e treina com uma espada de madeira pequena e a mais velha Marina, é uma ótima guerreira com um apresso especial por armas, entretanto nunca combateu demônio algum.

Os outros que moram aqui foram chegando aos poucos Jessica e Clarck são irmãos, foram enviados para cá a três anos, ele tem 15 anos e ela 13, os pais moram aqui também, mas raramente estão presentes. Istael veio a dez anos, órfão ele é parente distante de Arthur. E dos mais novos só resta eu que cheguei a pouco tempo.

Ao fim da tarde todos retornam em um clima tenso mandam as crianças dormirem avisando para que Marina, Istael e eu nos encontremos na biblioteca em meia hora. Vou para meu quarto tomo banho e visto uma camisola de seja prateada colocando um hobbie do mesmo material e cor por cima, pego minha pedra de bruxa minha estela e vou até a biblioteca. Sou a primeira a chegar, Arthur diz para eu sentar perto dele no sofá e me oferece chá, ficamos em silencio até todos chegarem.

— Temos que lhes contar uma coisa, mas os mais novos não devem saber entenderam? – começa Margarett.

— Fomos chamados a Idris porque Nova Iorque teve problemas com um demônio maior e com esquecidos... – Continua Manoel.

— Todos eles sob o comando de Valentim – e é assim que termina Margarett. Sinto Marina se encolher, Istael arregalar os olhos e eu simplesmente congelo.

Imaginei que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, só esperava que fosse mais tarde, esperava poder encontra-lo, quem sabe ver meu Jonathan se é que Valentim não o corrompeu totalmente. Arthur continua falando coisas que não faço questão de escutar, nem consigo direito para ser sincera, só escuto frases perdida do tipo, “sua esposa havia fugido grávida”, “Jonathan Christopher não é filho de Michael Wayland e sim de Valentim”, “Talvez ele estivesse aos comandos dele esse tempo todo”... Coisas desanexas, que não fazem sentido uma vez que eu sei a verdade, então a ultima coisa que faço é correr, saio da sala ofegante, assustada e me tranco em meu quarto, segurando uma adaga e minha estela é assim que durmo após horas olhando a janela, sabendo que não posso continuar aqui, se Valentim está agindo, a guerra não está longe, e com Jonathan ao seu lado, o meu Jonathan que ele corrompeu, os nephilins estarão perdidos, é hora de eu fazer algo.