Os instrumentos mortais - A bela perdida escrita por A OLD ME


Capítulo 26
Capitulo 24




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Jonathan! – Ouço e me desprendo do abraço do meu marido – JONATHAN! – o grito soa mais alto desta vez.

— É Clarissa. – Jonathan fala voando para a porta e eu corro atrás dele.

Jonh para entre Clary e Jace com uma mão entre ambos.

— Briguinha de casal? – pergunta ele tentando não parecer preocupado.

— O símbolo, de Lilith está danificado. – Clary declara – Aqui! – Diz apontando para o peito de Jace.

Jonathan a olha confuso e eu pareço estar do mesmo jeito quando me aproximo e Clary segura minha mão e aperta, mais para confortar a si mesma do que qualquer outra coisa.

Ele puxa a camisa de Jace rapidamente e toma o cálice de sua mão.

— Então pensou que escaparia? Assim tão facilmente? – Jonh balança a cabeça em negativa – Achei que estivéssemos nos dando bem agora Jace, mas pelo visto o encanto deve permanecer por mais algum tempo.

— Continue se enganando pelo tempo que quiser, jamais seremos amigos, você não sabe o que é isso, quem eu sou com você, aquela coisa, não sou eu de verdade.

— Jace... – eu falo espantada.

— Desculpa Celeste, eu lembro de tudo, realmente sinto muito por você, sinto muito por você ser tão cega por esse monstro, acha que ele largará tudo, que vocês serão uma família normal e feliz, esse bebê está condenado, jamais será normal. – Ele fala tomado pela raiva.

Istael chega nesse momento.

— O que está acontecendo? – Ele pergunta e Jace tenta sair dos braços de Jonathan dando a entender que viria em minha direção e Istael corre para segura-lo agarrando seus dois braços para trás e John segura um de seus ombros.

Clary prontamente pega a estela no bolso da calça do irmão e começa a desenhar uma iratze em cima da marca de Lilith que logo está completa novamente. Os três soltam Jace, ele cambaleia por um segundo e então fala.

— Eai,  que tá rolando?

Fico sem reação, eu não fui capaz nem de chegar perto de entender a ligação que Lilith criou. Jace, há dois Jace, dois Jace vivendo em um corpo. Eu me afasto descendo as escadas e sei que Ist está logo atrás de mim.

— Bem vindo de volta amigo... – escuto Jonathan falar.

— Celeste... – Ist tenta chamar minha atenção – Celeste, pare. – Eu paro assim que alcanço a geladeira. – Você não sabia que era assim? – faço que não com a cabeça – Na verdade não é tão ruim quanto pareceu, Jonathan me explicou semana passada enquanto treinávamos e Jace levou vocês para fazer compras, não são dois Jace como você deve estar imaginando, o Jace com a marca obviamente faz o que Jonathan manda mas se ele não tivesse uma ligação com Jonathan antes da marca ele seria como um robô, um servo que não reage se não for ordenado a ele que tenha uma reação.

— Como?

— Jonathan e Jace foram criados pelo mesmo pai sem saber, são irmãos adotivos, ambos sofreram a morte de Valentim por mais horrível que aquele homem fosse, inclusive você, eu sei que sofreu, vejo em seu rosto agora mesmo. Eles tem uma ligação de afeto paterno, e tem Clary em comum, os dois a amam de forma diferente, mas Jace também tem raiva. Ele odeia Jonathan pelo o que ele fez a Max, pelas pessoas que ele matou e por estar controlando ele. Mas tem uma coisa que incentiva Jace ainda mais.

— E o que é?

— Ele também acha que a Clave está errada. Foi Jace quem armou vários dos planos que nos levaram a hoje, Jonathan tinha os meios, mas Jace quem teve as ideias.

— Então tecnicamente a marca adormece a parte moderada de Jace, deixando a consciência e a retração para trás. Assim fica mais fácil que Jonathan o convença de que está certo.

— Sim, porque a parte de Jace que está acordada concorda em parte com tudo que Jonathan planeja.

— E quanto a você? – Eu pergunto após um longo tempo – Você concorda?

— Concordo que a Clave é cega, e que nossas leis tem que mudar, se expandir, vivi meses com um membro do submundo, e pude conhecer vários outros, a maioria não é inimigo e nossas regras não criam nenhum beneficio para eles, somente para os caçadores. Mas ainda acho que Jonathan pensa mais do que isso e que seu plano é extremo, está tentando arrumar as coisas da maneira errada, mas sei que não posso dizer isso a ele, então torcemos para que eu esteja errado.

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— Celeste... – Jonathan diz entrando na cozinha – Você e Istael vão na frente com Jace, cuidam de tudo lá, vou ver como Clary está e ela vai comigo.

— Os filhos de Valentim finalmente reunidos. – digo.

— Ainda não acredito que ela me chamou, mas acho que ela também não, pois se trancou no quarto sem falar uma palavra se quer.

— Vá com calma com ela. – digo a ele.

— Certo e vocês dois, cuidado, os seguidores de Valentim não estão muito seguros em relação a mim, se mantenha longe deles, mas fica a vista de todos, todos eles sabem que Valentim tentou te matar vão ficar curiosos e com medo quando vê-la.

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P.O.V. Jonathan

Bato duas vezes na porta e ela permite que eu entre. Clarissa está sentada no parapeito da janela olhando para a rua.

— Você está bem? – pergunto.

— Não sei responder essa pergunta. – ela diz a ponto de chorar.

— Por favor, não chore, odeio ver você e Celeste chorarem.

— Você já me viu chorar? – ela pergunta curiosa.

— Hum... bom. – eu penso se devo ou não contar a ela – Eu estava olhando as coisas no meu bau de bebê que Jocelyn guardava e há coisas suas lá também, incluindo alguns vídeos caseiros de você até uns cinco anos. O licantropo entrava em pânico toda vez que você chorava, entendo quem a mimou.

— Eu não sou mimada. – ela reclama.

— Mimados dizem isso. – rio e ela me cutuca com o pé.

— Eu teria gostado de crescer com um irmão mais velho. – ela revela – Depois que entrei para a escola e conheci Simon ficamos muito próximos, e então alguns anos depois ele ganhou uma irmã, eu tinha inveja dela, como se soubesse que esse direito havia sido arrancado de mim, eu queria um irmão para cuidar de mim como ele cuidava dela. Acho que me apeguei mais a Simon depois que a irmã dele nasceu.

— Eu estou aqui agora Clarissa. Teremos o mundo a nosso dispor, seremos uma família, completa pela primeira vez na vida.

— Completa? – ela bufa – Nós quatro somos como uma bomba atômica, eu quero te perdoar, quero meu irmão – ela engasga – Mas não sei como, Jace, não sei se Jace um dia o perdoará e não sei como reagirá se souber que eu quero te perdoar.

— Mas Jace...

— Eu sei o que vai dizer Jonathan, mas eu falo sobre o Jace completo, o meu Jace... – ela segura minhas mãos – Jonathan, família completa significa nossa mãe presente para dizer, tomem cuidado meus filhos, quando sairmos para caçar demônios, significa Luke nos incentivando a ir a uma festa passando por cima da vontade da nossa mãe, significa poder ter nossos amigos visitando nossa casa e ter Jace sem a marca de Lilith, irritantemente chato e metido.

— Então é isso? Todo o discurso para pedir que eu liberte Jace? Clarissa... – eu falo começando a ficar com raiva – Qual a diferença entre o Jace com e sem marca, você faz as mesmas coisas com ele, aposto que até mais pelas marcas que apareceram em meus ombros. – Clary faz o que nunca esperei que fizesse, me da um tapa no rosto.

— Não fale dessa forma seu idiota. – ela grita – Vê porque não confio em você? Porque você também não confia em ninguém, porque você fala e faz coisas sem pensar! – ela continua gritando e avançando em minha direção – Você coloca as pessoas que ama a prova, as magoa e machuca. Celeste. Eu jamais aguentaria passar por tudo que ela passou. A pessoa que você mais ama é a que mais sofre por suas atitudes. Você não cansou de perde-la ainda? Não percebeu que se continuar assim, a próxima vez que morrer ela pode ser que morra para sempre e agora levará seu filho junto.

— Cala a BOCA CLARISSA! – grito agarrando seus braços com força - Cala essa sua maldita boca! Não ouse falar isso!

— Por que? Tem medo de escutar a verdade?

— Eu jamais machucaria a Celeste.

— Não consciente, mas você não está totalmente consciente Jonathan, Lilith está tão no controle de você quanto vocês está no controle de Jace.

— É mentira! Lilith não me controla!

— Então prove! Faça o melhor para sua família e prove que Lilith não o controla. – Ela fala mudando o tom de voz – Prove que você merece meu perdão, que merece a família com a qual sonhamos.

Viro de costas para ela pegando a caixa que havia deixado na cama e entrego a ela.

— Vista-se – digo e vou até a porta – saímos em dez minutos.

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P.O.V. Celeste

Jace estava no fim de seu discurso sobre gratidão e lealdade quando Jonathan e Clary apareceram.

— Tudo bem? – perguntei a Clary que parou do meu lado enquanto Jonathan parou ao lado de Istael no fundo do palco.

— Saberemos em breve. – ela me respondeu com um sorriso falho.

Assim que falou Jonathan passou por nós sem nos olhar e parou onde antes Jace estava.

— Hoje, começamos um mundo novo e reivindicamos o direito que é nosso de nascença. Poder. Vocês que por tanto tempo foram leais e seguiram Valentim, hoje tem a chance de escolher seguir seus filhos. – ele então se vira para nós – Jace, Clarissa. – ele fala Jace pega a mão de Clarissa indo para perto de Jonh – Celeste – ele fala alto meu nome convidando-me a me juntar a ele.

Sigo em sua direção e seguro sua mão, Clary ao meu lado e no outro lado dela Jace. No fundo, atrás de nós Istael e Kiron.

— Seu pai nos fez muitas promessas e morreu sem cumpri-las. Aliás, foi sua irmã ai quem o matou. Por que deveríamos confiar em vocês?

— Porque minhas promessas, serão cumpridas nesta noite.

Ele falou e começou a cantarolar em latim.

Lilith Invoco.

Me agarrei a Clary que estava com um vestido vermelho parecido com o meu. Ela parecia muito com Jocelyn, com a foto que Valentim guardava de Jocelyn. E então Lilith apareceu.

— Mãe... – Jonathan arfou.

— Celly, Lilith está controlando a vontade de Jonathan... – Clary sussurrou para mim mas como não tive resposta ela se agarrou em Jace.

Foi um lampejo de segundos, Lilith deu seu sangue a Valentim anos atrás e poluiu o sangue de Jonathan e hoje dava novamente, na intenção de que ele criasse um exercito para ela. Jonathan estava agindo pela vontade de Lilith, desde o dia em que nasceu. Um grito ecoou de uma mulher relutante sendo arrastada por um caçador de sombras e então Jonathan a obrigou a beber do cálice. Amatis, a irmã de Luke.

Assim que Amatis foi transformada Lilith olhou para mim antes de irromper em chamas.

“Não se engane garota Morgenstern” falou em minha mente “Seu filho carregará meu sangue também, mais fraco sim, mas ainda terei influencia sobre ele tanto quanto tenho em Jonathan” E então ela desapareceu.

Continuei imóvel em meu lugar, sentia as lagrimas silenciosas escorrendo pelo meu rosto mas ninguém mais as via além de mim debaixo da luz do luar. Fechei os olhos para a cena a minha frente onde vários caçadores bebiam do cálice infernal. Um movimento em meu tórax me despertou, levei a mão na barriga e o movimento se repetiu. Faltava apena um homem para beber do cálice, eu me atirei em direção a Jonathan que estava somente dois passos a minha frente e ele quase deixou o cálice cair mas Amatis o segurou. Jonathan estava pronto para me censurar e antes que pudesse fazer isso eu peguei sua mão levando a minha barriga que agora já era tinha um grande volume.

Por um momento nada aconteceu.

— O que está fazendo Celest... – e antes que ele terminasse o bebê mexeu mais uma vez.

Jonathan se calou e ficou sentindo nosso bebê agitado e então caiu de joelhos a minha frente como se alguém o tivesse acertado com força. Ele encarou minha barriga levando a segunda mão a ela. Amatis o chamou mas ele ignorou.

— Estou aqui meu filho... seu pai e sua mãe estão aqui. – ele sussurrou para minha barriga.

O ultimo homem que faltava tomou o cálice infernal das mãos de Amatis e quando ia beber uma flecha atravessou sua garganta. Dei um pulo em meu lugar e Jonathan levantou pondo-se protetor a minha frente.

— Celeste! – Istael gritou e parou ao meu lado junto de Kiron.

Os caçadores que beberam do cálice se colocaram a nossa volta enquanto Jonathan girtava algumas ordens a eles e Jace segurava Clary. Eu virei para Kiron.

— Temos que impedir que isso vire uma carnificina.

— Como?

— Se protejam e não lutem contra eles, não matem ninguém. – eu falo aos dois e vou em direção a Jonathan, mas Istael me puxa.

— Não vou deixar você sair caminhando em direção a luta Celeste.

— Istael eu preciso, Lilith está no controle de Jonathan, agora eu sei, ele fará tudo o que ela quer. Pude sentir, poucas coisas o trazem a tona, ele é tão controlado quanto Jace, eu posso salvar ele, eu sei como.

Istael me ignorou quebrando sua promessa me puxando pra trás a força e Jonathan assentiu para ele.

Kiron brilhou suas mãos em fogo verde  um circulo apareceu no chão que tremeu levemente, ele estava fazendo um portal.

— Não... Istael não, você não sabe o que está fazendo.

— Vamos logo com isso Kiron.

— Estou fazendo o mais rápido que posso.

— Celeste! – um homem gritou, reconheci a voz, era meu pai. Istael também reconheceu pois afrouxou o aperto.

Meu pai não me via, estávamos longe dos outros e ali era escuro. Eu me desprendi de Ist mas não fui muito longe. Meu pai encarava Jonathan com os olhos em pura raiva.

— Onde está minha filha seu monstro? O que fez com ela?

— Ela está em segurança. – ele falou e eu me aproximei mais sentindo Ist vir comigo em rendição, me apoiando como um parabatai faz quando o outro teima em fazer algo arriscado.

— Você a tornou em um monstro também? Fez isso com ela? – disse apontando para os caçadores – Eu vou te matar por isso!

Jonathan não teve tempo para responder meu pai avançou com a espada em Jonathan. Eu pulei e puxei Jonathan para trás.

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P.O.V. Jonathan

Senti uma mão me puxar para trás, provavelmente um de meus caçadores de sombras me tirando da minha da espada. Cambaleei dois passos para trás e bati em alguém. Olhei e vi Istael congelado, preso ao chão. Minha pele queimou como fogo em dois locais, não precisei de mais de um segundo para saber o que era, quando virei a espada do pai de Celeste estava enterrada na barriga da minha esposa.

— Não... – o homem falou assustado enquanto Celeste pendia para trás caindo em meus braços.

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Eu não senti a espada entrando em meu corpo até o momento em que ela foi tirada. Jonathan jogou a espada de Arthur longe e gritou para que ele ficasse longe. Senti suas lagrimas caindo sobre mim e ele rasgar meu vestido e fazer uma iratze em minha barriga e depois outra.

— Celeste, meu amor, por favor, por favor, me mostre alguma runa, qualquer coisa.

— Não há nada Jonathan. – Me esforcei para dizer – Não há mais o que... – tossi – Estou morrendo. Posso sentir.

— Não. Eu lhe proíbo de morrer.

— Essas palavras não funcionaram dessa vez, nem Lilith nem Raziel podem me trazer de volta. Fuja.

— Não. – ele insiste.

— Não posso morrer sabendo que morrerá de joelhos por minha causa Jonathan, saia daqui.

— Não vou te deixar aqui Celeste. Somos um, se você morrer, eu morro.

— Não, você viverá. Não é sua hora Jonathan, é a minha. – digo puxando fundo o oxigênio para meus pulmões. Levanto a mão até as costas dele e a outra ao peito tocando as duas marcas que nos ligam. Jonathan precisava ser ferido pelo fogo do céu, com a arma de um anjo. Eu falhei com ele. Fixo meus olhos nos dele e então tudo fica escuro.


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Notas finais do capítulo

Sorry....



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