Enquanto Jonathan conversava com Jace tomei um banho para relaxar meu corpo, a água dessa vez fria do chuveiro escorria pelos meus cabelos levando junto qualquer mal estar. Quando estava me enrolando na toalha Jonathan entrou no banheiro em silencio me olhou dos pés a cabeça, sorriso malicioso e terno ao mesmo tempo, ele fecha os olhos por um momento se aproximando de mim.

— Não tem como eu resistir assim...

— Quem disse que precisa? – digo com um tom malicioso entrelaçando os braços em seu pescoço.

Ele começa um beijo lento e doce que se demora se intensifica nossas línguas travando uma batalha até que ele... para!

— Não, não, não... é nosso dia romântico e nosso dia romântico não pode começar pelo final.

— Então é assim que vai terminar?

— Foi só um treinamento... – ele fala rindo.

Eu o abraço encostando a cabeça em seu peito enquanto sinto sua respiração em meus cabelos molhados. Mais uma vez ele quebra nossa aproximação dizendo:

— Ok... Vá se arrumar e chame Clarissa já. Quero minha noiva e minha irmã bem bonitas.

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Escolho roupas para mim e opções para Clary, sei que ela não gosta muito de roupas mais delicadas mas vou fazer com que ela as vista hoje. Para mim pego um vestido dourado de cintura marcada mas que se alonga até o chão. O vestido é leve mesmo que sua saia tenha varias camadas, minha pele branca e cabelos loiros prateados em contraste com o dourado do vestido me tornam mais parecida ainda com o anjo cujo sangue corre em minhas veias.

Clary sai do banheiro embrulhada em um roupão de banho e sobrancelha erguida...

— Uau, você está incrível. – ela fala me observando – Queria ser um pouco mais como você, mais bonita, mais feminina!

— Eu puxei totalmente ao lado Morgenstern assim como Jonathan, exceto claro pelas pequenas feições de Jocelyn que ele próprio não sabe que tem... Eu por minha vez não tenho um traço se quer do meu pai. Você é linda Clary totalmente como sua mãe se não fosse pelos lábios mais grossos que se contraem com suas mudanças de humor, isso você puxou de Valentim. – termino de falar e Clary está ruborizada.

— Obrigada – ela sussura.

— Venha ver escolhi algumas roupas para você... Não fique brava comigo mas é que você sempre usa calças e Jace me contou que nunca se importou e foi assim que ele se apaixonou por você, pela personalidade forte, mas que quando você apareceu em Idris com um vestido de comemoração o coração dele simplesmente parou, então pensei que gostaria de algo do tipo hoje, já que é o dia de reencontro de vocês.

— Claro... quais as opções – Ela diz tentando parecer tão animada quanto eu.

— Creio que azul e verde sejam as cores mais bonitas para seu tom de pele e cabelo, então separei esse azul rodado curto e esse verde um pouco mais longo mas não tão longo quanto o meu que também é lindo. – ela pensa por alguns minutos e logo se decide.

— O verde. – ela diz o pegando – Mas o que usarei nos pés?

— Eu vou usar esse sapato de salto alto preto... – Digo pegando e expondo para ela o salto – Você prefere salto ou sapatilha? Porque tem uma sapatilha azul que ficará linda mas acho que aquela botinha preta ficaria melhor... – ela faz uma careta quando aponto para o salto – Ah vamos ela nem é tão alta.

— Tudo bem! – ela concorda sem pensar muito. Espero em silencio por uns minutos penteando meus cabelos enquanto ela se veste. Quando termina ela para em frente ao espelho.

— Acho que você quer respostas, não é? – pergunto. Ela não responde só balança a cabeça. – Por onde quer que eu comece?

— Quero saber quem é você! Desenhou uma runa em mim que não está no livro assim como as que eu faço, depois disse que é uma Morgenstern, mas pelo o que entendi está noiva de Jonathan então não é minha irmã, mas como o conheceu? Porque se revelou e desapareceu... – ela faz varias perguntas então a corto...

— Menos Clarissa, já entendi você quer saber do inicio. – Faço uma pausa enquanto caminho até ela e começo a pentear seus cabelos – Valentim tinha uma irmã, mais velha, que todos acharam que tinha morrido no parto. Seu nome era Amélia Morgenstern e ela era minha mãe. Pelo o que Valentim e meu pai Arthur Blackthorn me contaram da história Amélia chegou a o instituto de Londres como eu, fraca e aparentemente confusa, ela começará a ver coisas que humanos não deveriam ver, quase ficou louca até que encontrou um velho licantropo que a ajudou. Quando entendeu de que mundo vinha quis saber a que família dele pertencia foi quando ela começou sua viagem, foi para Londres onde conheceu meu pai e ele a achou muito parecida com Valentim, o circulo já existia e Arthur fazia parte dele.

— Seu pai também era do circulo? Por isso conhece Sebastian? – ela me interrompe.

— Não, nunca teria conhecido Jonathan se tivesse crescido com meu pai. Enfim Ele a levou a Idris escondida e logo a mostrou a Valentim. “Na hora ambos soubemos” dizia Valentim, “ Éramos idênticos e mesmo não crescendo com ela, era  que o que havia sobrado de minha família”. Ela não quis se revelar então todos a conheceram por Amélia Mildrenton uma caçadora de sombras sem família que a pouco tempo havia descoberto quem era e assim ela não foi incomodada. Quando Luke saiu do Circulo ela descobriu que estava grávida. Meu pai que era muito amigo de Luke percebeu o que estava virando tudo aquilo e saiu também, tentou convencer minha mãe, mas ele contou que suas palavras foram “Nunca tive uma família de verdade e mesmo sendo uma ninguém Valentim me acolheu, eu pertenço a ele e vou ficar do lado dele”.

— Então ela não foi?

— Não e não contou a Arthur que estava grávida. Nasci em agosto quatro meses antes do dia em que Valentim supostamente derrubaria a clave. Jonathan já tinha alguns meses. Minha mãe não participaria do levante, ficaria comigo e com Jonathan, mas foi ela quem descobriu sobre a traição de sua mãe e quem avisou Valentim antes que pudessem pegar ele mas ela acabou sendo morta por um lobo. Rodge  e Valentim mataram seus avós e os Waylandy enquanto arquitetavam o plano Rodge levou a mim e Jonathan para a casa no pântano onde Jace já estava.

— Perai... Você, Jonathan e Jace?

— Sim você soube parte da história porque eu não deveria existir mesmo! Quem me criou foi Valentim... – ela faz uma careta – Eu sei difícil imaginar aquele homem criando uma menina desde bebê não é? Mas sim ele me criou. No inicio eu achei que ele fosse mesmo meu pai e mesmo de seu jeito torto conseguia demonstrar um pingo de carinho por mim pelo menos, mas com cinco anos Jonathan e eu achamos um livro sobre as experiências de Valentim e descobrimos que eu não era filha dele de verdade mas sim sobrinha sabíamos o quão rígido ele era desde pequenos então juramos segredo. Com sete anos encontrei outro caderno com anotações sobre experiências com sangue de demônio e de anjo contei a Jonathan depois daquilo ele mudou com Valentim, com apenas oito anos não é fácil descobrir que tem sangue de demônio.

— Então ele só descobriu aos oito?

— Sim foi bem na época que os treinamentos se intensificaram... No dia do meu aniversario de dez anos eu sai para caminhar no lago Lyn quando voltei Valentim estava chicoteando Jonathan, sem pensar corri e me coloquei entre eles, Valentim me acertou perto do ombro e socou meu rosto, naquele dia Jonathan passou a noite com dor, as feridas não se curavam, não dormimos mas juramos proteger um ao outro para sempre.

— É tão difícil imaginar tudo isso!

— Eu sei... Seu pai era bom mas era cruel também, como eu disse ele puxou ao pai...

— Assim como Sebastian...

— Não! John puxou a aparência do pai, mas o verdadeiro ele vem de Jocelyn, embora a pessoa que ele realmente seja só apareça com poucas pessoas como eu e você e Jace que ele realmente considera importante. Não é só pela ligação de lilith. – ela ainda não parece acreditar – Escuta não virei noiva de Jonathan porque gosto de vilões. Só eu o conheço como ele é realmente, mas ele quer mostrar a você também. Quer que eu continue a história?

— Desculpa, sei que você ama ele, pode continuar.

— Jonathan e eu começamos a namorar escondidos no meu aniversario de treze anos. No meu aniversario de quinze anos ele me pediu em casamento.- Clarissa fez uma careta – Caçadores de sombras costumam casar cedo veja sua mãe e Valentine se casaram tinham 18 e 20 anos. Sonho todas as noite com as palavras e o momento. Ele prometeu que assim que ele fizesse dezoito largaríamos Valentim e nos casaríamos, ele me prometeu um mundo. Mas poucos meses depois acordei no meio da noite sendo sufocada pelo mesmo homem que simulou a morte de Valentim quando Jace tinha dez anos, ele tinha ordens para me matar e me enterrar no pântano, Valentim o ordenou quando descobriu meu relacionamento com Jonnathan e soube que eu seria o ponto fraco dele, mas ele não me matou, sentiu pena e apego pois era apaixonado por minha mãe e foi por ela que ele não saiu do circulo, então ele me deixou em um hospício em Londres.  Nunca soube ao certo mas acho que ele fez isso para que eu encontrasse meu pai mesmo. Foi me visitar escondido um dia e me explicou algumas coisas, não o suficiente então eu soube que Luke o matou em NY, terei uma dívida eterna com Pagborn.

— Pagborn?

— Sim. Enfim depois disso as confusões que você presenciou começaram e eu fui para idris onde te conheci e tudo mais ocorreu, encontrei com Jonathan lá, no dia de tudo, eu estava diante da lapide que ele fez para mim quando achou que eu estivesse morta e ele chegou então tive que falar com você, alertar, nem tudo é como parece.

— Então você é minha prima?

— Prima, irmã adotiva, o mesmo sangue de Ithuriel que corre em suas veias corre nas minhas e nas de Jace, mas parece que Jace não recebeu o dom com as runas.

— Porque só Jonathan tem sangue de demônio?

— Porque ele foi o primeiro. – uma pausa se faz e eu termino de arrumar o cabelo dela, enquanto arrumo o meu sinto ela me observando – Ande logo Clarissa pergunte o que quer perguntar. – ela está prestes a abrir a boca quando leves batidas soam na porta. – entre.

— Estão prontas? – pergunta Jonathan abrindo a porta com Jace ao seu lado. Os dois ficam calados quase de boca aberta quando nos observam.

— O que? – pergunta clary.

— Melhor começarmos a noite logo antes que não consigamos se quer sair de casa. – brinca Jace deixando Clary ruborizada.

Jonathan estende a mão para ela que cede, ele beija a mão dela e a entrega para Jace.

— Cuide bem de minha irmã! – ele alerta.

Então se vira para mim enquanto eu desejo boa noite ao casal que está saindo e me olha com os olhos brilhando.

— Minha bela, tão linda – sussurra como se tentasse se retirar de um sonho.

— obrigada... – antes que eu continue os agradecimentos ele começa a falar.

— Sempre imaginei você com um vestido dourado assim... Não sabia que esse estava aqui.

— Estava em uma caixa, ele não é novo. Pode ter sido de nossa avó.

— Aposto que está muito mais bonita que ela nele. E seria um desperdício não aproveitarmos o momento, então Celeste se estiver se sentindo bem, gostaria que se casasse comigo. Você será minha rainha, quero que todos saibam que é minha.

— Meu amor todo já sabem que sou sua, mas sim, quero me casar com você, já aceitei isso anos atrás!- eu paro e penso – Mas vamos fazer isso escondido? Assim as presas?

— Podemos falar com Jace e Clarissa se quiser...

— Sim quero que eles sejam os padrinhos.

— Então assim será! Vamos organizar, faremos do jeito que você quiser mas quero me casar com vocês antes do dia da invocação. – ele fala todo animado e quanto a mim? Minha animação se esvai tento camuflar porem ele percebe. – o que foi?

— Não quero uma grande festa ou qualquer coisa do tipo, por mim podemos nos casar aqui mesmo é só que, pensar que eles não estarão comigo... queria meu pai, Istael e Kiron conosco.

E esse foi somente um dos dois motivos pelo qual estou assim, ainda não confirmei nem arrumei uma forma de contar a ele sobre minha possível...