Os instrumentos mortais - A bela perdida escrita por A OLD ME
Quando acordo pela manhã Jonathan não está mais na cama, a altura do sol e a claridade no quarto denunciam que dormi demais e deve ser quase meio dia. Levanto devagar e vou até o banheiro, encho a banheira, jogo alguns óleos e me aninho dentro dela encolhida com a cabeça apoiada nos joelhos.
Não sei quanto tempo depois, mas tempo o suficiente para meus dedos ficarem murchos, escuto um barulho no interior do quarto. Termino meu banho rapidamente sem molhar o cabelo e coloco o vestido verde que marca minha cintura e destaca a cor dos meus olhos, largo meu cabelo que cai liso em meus ombros mas com cachos finos após a cintura e ainda descalço corro para fora.
Consigo escutar o final de uma conversa entre Jace, Jonathan e Clarissa.
— O que está fazendo aqui em cima? – pergunta Jace.
— Estava procurando por você...- Clary responde em um tom meloso.
— Estávamos comprando comida – responde Jonnathan – Vejo que encontrou as roupas... Gostou?
— Quer almoçar? – Jace pergunta. Clarissa não responde verbalmente, mas Jonathan sim...
— Ótimo então vou acordar... – antes que ele termine a frase pulo em seus braços mais animada que o normal, pois a verdade é que, estou animada. Por estar com ele, por conhecer melhor Jace e por agora ter uma companhia feminina, ainda mais ela que além de ser minha prima e cunhada tem o sangue do anjo e os mesmo poderes que eu.
— Acordar a mim? – pergunto antes de beija-lo.
— Parece que a noite e a manhã de sono lhe fizeram bem minha bela!- ele fala afagando minha bochecha- Está com fome?
— M-o-r-r-e-n-d-o – soletro para ele.
Viro para Clarissa que nos encara boquiaberta enquanto Jace tenta chamar a atenção dela, sem sucesso. Vou em sua direção me desprendendo de Jonnathan.
— Venha me dar um abraço prima/irmã/cunhada! – digo abrindo os braços para ela que vem com a mesma animação ao meu encontro.
— Você...
— Achou mesmo que eu não estaria aqui?
— Eu te procurei... Todos procuramos antes de partir de Idris e depois... Achamos que tivesse... – ela fala rapidamente mas para antes de falar a palavra.
— Morta? É o que eu queria que pensassem... – ela estala os olhos – Desculpa, queria poder ter lhe contado mais, simplesmente larguei uma bomba em você e não expliquei, mas quando tudo aconteceu eu não tinha tempo e não seria seguro lhe contar.
— Mas por...
— Clarissa sabe o porque mas lhe explicarei mesmo assim – ela sorri – mas não agora! Estou com fome... Vamos? – pergunto estendendo a mão para Jonnathan que já estava ao meu lado.
Em poucos minutos estávamos todos a mesa comendo. Clary ao lado de Jace, eu ao lado de Jonnathan. Ela estava se habituando a tudo ainda mal falava, Jace tentava estabelecer uma conversa animada e prazerosa, Jonnathan estava quase tão calado quanto Clary então decidi me unir a Jace.
— É tão bom ter uma garota além de mim aqui... Estava quase sentindo falta de Marina!
— Aquela insuportável? – indaga Jonnathan.
— É aquela com quem você teve um encontro enquanto eu estava teoricamente morta!
— Ahhhhhhh – grita Jace – Não vão começar né?!
— Que isso Jace é só uma discussão saudável. – Digo Ironicamente – Enfim não fale mal de Marina, Margarett a criou mal não é culpa dela ser daquele jeito!
Voltamos a comer meio em silencio trocando algumas palavra enquanto Jonnathan abre o vinho.
— Vinho? – ele oferece a Clary que aceita. Depois olha para mim com a garrafa ainda na mão – Querida? – aceito também.
— Então — disse ela. — Esta casa... é sua?
— Era do nosso pai — respondeu Jonathan — De Valentim. Ela se move, entra e sai de mundos, do nosso e de outros. Ele a usava como refúgio, e também como forma de viagem. Ele me trouxe aqui algumas vezes, me mostrou como entrar e sair, e como fazê-la viajar.
— Não tem porta de entrada.
— Tem, se souber como encontrar. Papai foi muito esperto com este lugar.
Clary olhou para Jace, que balançou a cabeça.
— Nunca me mostrou. Eu nem saberia adivinhar que existia.
— É muito... apartamento de solteiro — observou Clary. — Eu não imaginaria Valentim
como alguém...
— Que tinha uma TV de tela plana? — Jace sorriu para ela.
— Ele não era! – Penso alto. – E para minha defesa só estou aqui a uma semana e não podia sair muito de casa para fazer compras enquanto não saíssemos dos estados unidos.
— Não pega nenhum canal, mas dá para assistir DVDs. Na mansão tínhamos uma velha caixa de gelo que funcionava com energia enfeitiçada. Aqui ele tem uma geladeira sub-zero.
— Aquilo era para Jocelyn – comentou Jonathan prendendo a atenção de Clary. – Todas as coisas modernas, aparelhos, roupas, como as que você e Celeste usam, eram para nossa mãe. Caso ela decidisse voltar.
Um minuto de tensão se instalou até que Jonnathan voltou a falar.
— Valentim criou isso logo no mesmo ano que tudo aconteceu, foi modernizando conforme o tempo passava, não sabíamos da sua existência então quando ele a fez era para uma família de cinco membros, por isso quatro quartos. Mas no fim das contas, só precisamos de dois! – Ele termina com um sorriso malicioso.
— Não entendi...
— Desculpa se é estranho... – Fala Jace – Podemos comprar roupas novas agora que estamos longe.
— Sim podemos ter uma tarde de garotas... – digo animada- Compras, salão essas coisas.
— Acho que o que ela não entendeu foi a contagem da família... – diz Jonathan. – é assim... Valentim + Jocelyn= 2 + Eu= 3 + Celeste= 4 + Jace = 5. Três crianças e um casal = quatro quartos necessários. Obvio que Valentim não sabia que eu e Celeste acabaríamos juntos o que abriria espaço para você com o tempo para ter seu próprio quarto, mas ele imaginaria muito menos que você e Jace se juntariam também o que o faria se sentir idiota de ter construído três quartos de solteiros e uma suíte ao invés de três belas suítes de uma vez só – Jonathan fala sem parar.
— Acho que você tem que parar de beber! – digo rapidamente. – Clarissa já entendeu sua analise.
— Ah Celly... – levo a taça de vinho intocada a boca, mas quando o cheiro me atinge é como se eu bebesse sangue.
Largo a taça que se espatifa na mesa e corro para o banheiro passos vem atrás de mim mas eu ignoro e tranco a porta. Um liquido gelatinoso e acido volta pela minha garganta piorando e aliviando o mal estar ao mesmo tempo. Batidas insistentes na porta causam dor na minha temporã. Pego o celular no bolso do vestido e disco o número de Istael.
— Alo? Celly? Finalmente!
— Oi Ist, Kiron está com você?
— Sim, sim. Como está?
— Bem mas preciso falar em particular com Kiron por favor.
— Tudo bem.
Faz-se silencio por um instante até Kiron responder do outro lado em um tom preocupado. Explico para ele o que tem acontecido e ele escuta calado.
— Kiron, Eu acho que posso estar...
— Não diga o que acho que vai dizer! – fico em silencio – Pelo anjo Celeste como pode ser tão irresponsável? Espera. Você está ai a uma semana só. É impossível ter esse tipo de sintoma e você teve isso no dia em que falei sobre Jonathan... – Ele congela do outro lado, tenho que chamar a atenção dele para que volte a falar – Céus, você e Istael nunca né? Porque se estiver... de Istael Jonathan mata vocês dois.
— Claro que não Kiron... Você sabe que não. Nunca. – eu atropelo as palavras e antes de revelar do dia D respiro fundo. Kiron insiste para que eu me explique e conto a ele sobre o encontro no lago Lyn.
— Bom então você já sabe o que fazer Celly... Não posso fazer nada por você é sua decisão, se for verdade, você quem escolhe o que quer. Mas não impeça de vir até mim se precisar.
— Tudo bem... Eu sei, Obrigada... Conte a Istael por mim... Ele me matará por telefone se eu contar.
Desligo o telefone e me preparo para sair do banheiro, Jonnathan ainda insistente do outro lado da porta, deve estar ali a cinco minutos. Caminho lentamente e abro a porta.
— O que diabos aconteceu?
— Passei mal de novo.
— Você tem passado mal a três dias... O que eu faço? O que você tem? – ele praticamente grita para mim – E não me venha com nada... Porque ninguém fica assim por nada!
— Jonnathan calma... Já falei ontem, isso é todas essas mudança. A comida congelada, a mudança de horários, ficar presa nessa casa. Tudo isso.
— Mas tem que fazer algo para melhorar... Você quase não tem comido...- ele começa seu discurso novamente mas eu o calo.
— Que tal darmos um dia a Jace e Clary enquanto nós temos um dia romântico para nós? – pergunto de maneira pidona.
Ele ergue a sobrancelha protelando antes de responder, mas cede. Vou para o quarto enquanto ele vai falar com Jace.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
ENTÃO, CURTIU O CAPITULO? QUE TAL ACOMPANHAR, COMENTAR, RECOMENDAR E FAVORITAR... NÃO CURTIU? NINGUÉM É PERFEITO MAS POSSO MELHOR COM SUAS CRITICAS E IDEIAS? DIGA O QUE PENSA!