Abro os olhos para ter certeza que não estou dormindo e ele ter certeza que não desmaiei e vejo Jace com uma sobrancelha levantada em pé perto de mim, Jonathan aparece e vejo que estou dentro de uma casa grande e iluminada.

— Porque eu não conseguia te encontrar? Ninguém sabia de você pensei que estivesse morta! – ele fala em um tom rígido que me assusta, mas ele percebe e me abraça, solto um ruído devido a dor - desculpa... desculpa!

— Ah então ela é a sua Celeste... – Jace comenta – Devia ter percebido pela descrição... eu já a conheço... dá pandemonium.

— Eu... é ... estava... – me enrolo toda... ainda não consigo formular uma frase inteira.

Sei que estou em estado de choque, não consigo organizar os pensamentos, tudo parece um sonho, uma brincadeira de mal gosto. Só volto a mim quando Jonathan começa a tirar minha blusa e eu o impeço vendo Jace desconfortável.

— Celeste, preciso cuidar disso! – ele fala em um tom mais alto como se eu não fosse capaz de escutar.

— Não estou surda Jonathan nem morrendo só perdi um pouco de sangue... – falo sem pensar. Consigo escutar Jace rir e murmurar algo como “ela sempre é afiada assim né”.

— Dá para me explicar então o que fazia em NY com toda essa gente procurando por mim...?

— Me explica primeiro como você está vivo... Eu estava no Brasil quando o bruxo que estava me ajudando veio com os novos rumores de NY e de repente você está ai vivo! – eu praticamente grito me levantando.

— Se acalma OK, você está bem machucada! – ele fala levantando também e me abraçando – Jace por favor nos deixe a sós...

— Não é mais fácil ir para o quarto... – mas ele tranca a frase provavelmente por causa de algo que Jonathan fez ou falou que eu não percebi – Tudo bem!

— Deixa eu cuidar de você tá? – ele diz sentando no sofá comigo - Lilith me trouxe de volta me ligando a Jace porque o anjo o trouxe de volta quando Clarissa pediu. É o preço, os céus trouxeram alguém e ...

— Lilith podia trazer também...

— Exato! – ele diz... Sinto a mesma vertigem da manhã mas ela se vai, não antes que ele perceba – Você está bem? Parece que vai desmaiar. Deixa eu curar isso... – ele fala e com a mesma faca que estava em meu braço ele corta minha blusa, só agora percebo que ele já havia tirado meu casaco.

Ele faz cuidadosamente uma Iratze no meu ombro e nas minhas costas e depois uma runa de reposição sanguínea no meu pulso.

— Melhor?

— Sim. Eu só não consigo acreditar que você... é você... está aqui e ainda não me beijou... – ele parece surpreso, mas o faz, me beija ternamente como se esse fosse nosso primeiro beijo, o gosto de mel e menta, o toque doce e leve que ao mesmo tempo é voraz – Espera, espera... Esse – tento falar mais ele ainda me beija – Jo-jonathan...

— Fala... – ele diz encostando sua testa a minha...

— Que se dane – é tudo que digo antes de voltar a beija-lo...

O beijo agressivo, necessitado faz meu corpo dolorido enrijecer, mas ignoro a dor. Jonathan me puxa para o colo dele delicadamente sem afastar nossos lábios, coloco uma perna de cada lado do seu corpo e ele de repente se levanta comigo em seus braço e caminha para algum lugar que não faço questão de prestar atenção de onde é. Ele sobe uma escada e tira uma das mãos das minhas costas e parece tatear algo atrás de mim. Uma porta se abre e entramos em um quarto, ele empurra a porta em um chute e caminha até a cama, mas antes que ele me coloque nela eu desprendo minhas pernas dele e me afasta desfazendo o beijo.

— Para... Jonathan... Para! – eu falo ofegante.

— Por quê?

— Porque eu preciso saber... Que você não vai me levar pra cama e sumir deixando um bilhete confuso... – eu me sento na cama e o encaro – ou que pior não vai morrer de novo. – sinto as lagrimas se formarem rapidamente e rolarem pelo meu rosto – porque eu juro... Juro que não vou suportar... te perder pela terceira vez...  – a compreensão parece atingi-lo e ele vem em minha direção me abraçando novamente.

— Nunca mais vou sair do seu lado meu amor... Sinto muito o que aconteceu... Mas minha mãe me trouxe de volta – fico confusa e olho nos olhos dele, negros como a noite – Lilith ... ela arrumou um jeito de me trazer e eu estou bem... você está aqui... estamos juntos agora... tudo vai estar perfeito.

Não queria saber mais de nada naquele momento, só queria estar com ele, ser dele e quando ele me beijou novamente eu sabia, pertencíamos um ao outro, e ali nos tornamos novamente um.