Um Toque do Destino escrita por Ninna Leite


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Então gente, este capítulo não esta correto. Estou postando ele so porque vou viajar e ficarei sem meu laptop, e por isso quero postar ela aqui para continuar escrevendo de onde estiver e vendo os detalhes. O que acontece é que eu vou postar o capítulo 7 e um pouco do 8, pois n sei onde o 7 terminará. Assim que eu voltar para casa edito tudinho e vai ficar normal. Portanto, não liguem para os erros. Eu aconselharia que vocês esperassem e deixassem para ler depois, mas se você for uma pessoa ansiosa não tem problema, pode ler hahahah. É isso gente



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                                LEIAM AS NOTAS INICIAS!!!!

 

 

Apesar de ainda estar no inicio do ano, eu ja estava devastada. Minha preocupação por Prim aumentava cada vez mais, mesmo tendo passado um tempo sem ver ela.

    Logo depois da ultima aula chamei Annie para comermos algo antes de voltarmos para casa. Ela tinha pedido para dormir na minha casa novamente. Ela ja estava passando muito tempo grudada comigo naquela época.

 — Katniss! - Gritou Annie perto do meu ouvido quando estavamos sentadas na cantina. 

— Por que você está gritando? - Perguntei em um tom indignado. 

— Porque você não esta neste planeta nesse momento. - Ela disse segurando minha cabeça.

 — Como assim?

 — Falei com você umas três vezes e você não prestou atenção.

 — Sério? Me desculpe. Só estou um pouco pensativa. - Respondi voltando a fixar meu olhar nas formigas que pareciam estar se esforçando demais para carregar pequenas migalhas de pão que se encontravam na mesa.

 — Está preocupada com a Prim, não é?

 — Talvez. - Respondi sem a mínima vontade de dar continuidade ao assunto.

 — Kat, você é a minha melhor amiga. Pode contar comigo para o que precisar, tudo bem? - Ela disse me abraçando.

   Se alguem me perguntasse o que eu mais gostava na Annie, com certeza eu responderia que ela era a pessoa mais amiga que já havia parado ao meu lado. Ela era fofa, compreensiva e gentil, algo que conseguia me surpreender, porque ate mesmo eu não conseguia ser daquele jeito, mesmo tentando.

 — Sua boba! É claro que eu sei que posso contar contigo!

 — Então o que fazemos? Vamos esperar mais um pouco por ela? - Annie disse voltando a se sentar parecendo um pouco chateada.

 — Pode ser. Se em uma hora ela não aparecer, a gente volta pra casa.

    Passamos meia hora sentadas conversando e observando o comportamento de todos os alunos que pelo visto amavam fazer hora no colégio. Achava muito justo. Já que nós estávamos pagando, deveríamos usar a luz deles o máximo que podíamos.

 — Posso saber o que vocês estão fazendo aqui? - Perguntou uma voz bem familiar bem perto do ouvido da Annie. 

— Deveríamos fazer a mesma pergunta, Finnick.

    Eis que estavam Finnick Odair e Peeta Mellark nos encarando. Eles pareciam mais do que exaustos e bem estressados.

— A gente acabou de sair do treino. - Disse Peeta um pouco ansioso.

 — Okay. - Respondi.

 — Nem vai perguntar como foi?

 — Não. - Respondi seca. Estava muito cansada naquele momento. Nem queri muito papo com a Annie, imagine com o Mellark.

 — A Kat está um pouco chateada hoje. Se eu fosse você, não a irritaria. - Disse Annie se levantando, esperando que eu fizesse o mesmo.

   Não queria mais aquilo para mim. Nunca tive ninguem que me preocupasse tanto assim, nem mesmo meu pai. Só queria desistir daquela ideia de me preocupar com Prim, que não tinha nem mesmo uma relação sanguinea comigo. Deveria me preocupar mais com a Annie, que sempre estava ao meu lado, com Clove e Gale, e até mesmo com Peeta e Finnick, que demosntravam mais sentimentos por mim do que aquele pirralha.

 — Me desculpem. Estava so pensando em algo. Já passou. Me digam, como foi o treino?

 — Foi ótimo! - Disse Peeta com um sorriso enorme no rosto, após digerir tudo o que eu havia falado muito rápido.

 — Na verdade querida Kat. - Disse Finnick passando seu braço por cima do meu ombro. - Nós viemos aqui com um único propósito. Queremos saber se nós. - Disse apontando para Peeta e para si mesmo. - Pobres plebeus, poderemos ter a honra da companhia dessas duas donzelas numa pequena social que vai ter na casa da Johanna.

 — Social? Claro! Sempre quis ir em uma! - Disse Annie empolgada demais para a situação.

 — Eu sempre quis que você fosse em uma! - Disse Finnick no mesmo tom.

 — Nós vamos, não é Kat?

 — Vocês vão, não é Kat? - Perguntou Finnick no mesmo tom.

 — Pode ser. - Respondi tentando parecer indiferente. Pela risada deles percebi que não obtive tanto sucesso. 

— Não sei onde fica a casa da Johanna. - Disse Annie pensativa.

 — Não tem problema. Peeta e eu passamos para pegar vocês. - Disse Finnick, lançando um olhar malicioso para Peeta. - Até porque Peeta ja tem até o endereço de onde você esta morando agora.

 — Cala a boca, projeto de galantiador! - Disse Peeta num tom engraçado. - Eu só sei onde você mora por causa da Prim. Sempre ia lá.

 — Então fechou, né time? - Disse Finnick abraçando Peeta de lado.

 — Crianças, ja deu a hora, não é? - Beete, nosso inspetor chegou nos surpreendendo.  Ele era um homem de meia idade bem gentil, sempre bem humorado.- Precisamos fechar o refeitório.

 — Ah, Beete, meu irmão. Como foi de férias? Caíram muitas piranhas na sua rede? - Perguntou Finnick, logo depois lançando uma risada bastante cômica.

 — As de sempre, meu garoto. As de sempre. - Respondeu ele fazendo um cumprimento de mão com os garotos. Annie por sua vez ficou um pouco horrorizada.

 — Imaginei. O mestre nunca decepciona.

 — Já estamos de saída. - Disse Peeta. - Não é? Até porque já sabemos que se ficarmos muito tempo contigo, as garotas vão acabar gamando.

 — Ainda bem que você sabe meu jovem, ainda bem que você sabe. - Disse Beete rindo feito um neurotico. - Brincadeiras a parte, meninas.

 — Ei, Beete. - Disse Finnick quando ja estávamos na porta de saída. - Não esquece de me dizer onde fica aquele famoso abatedorouro de novinhas. To sempre disponivel para ir lá.  - Para completar deu sua típica piscada de olhos. Uma que só Finnick odair poderia dar.

  O caminho todo para casa foi tranquilo. Annie tinha estremecido um pouco com o que Finnick havia dito antes de sair. Eu percebi isso como se nós duas tivéssimos transmissão de pensamentos. Mas logo depois ela voltou ao seu normal.

    Chegamos em casa corridas. Annie não parava de falar sobre o quanto estava ansiosa. Ela sempre quis voltar a ir em festas. A verdade é que quando nós entramos no oitavo ano do ensino fundamental, fizemos um pacto de que deixaríamos a nossa vida despreocupada para tras e focaríamos no futuro.  Foi exatamente na época em que minha mãe nos deixou, e Annie achou que estaria me apoiando concordando com isso. Acontece que Clove não conseguiu manter nossa promessa nem por um ano.

    Tínhamos combinado de sair as sete, e meu pai e Effie chegavam em casa por volta das nove. Eram exatamente cinco e meia. Coloquei  meu iphone para carregar, porque ele sempre insistia em me deixar na mão quando mais precisava dele.  Mandei uma mensagem para o meu pai avisando que ia sair e voltaria apenas depois de meia noite, para ele não ficar preocupado comigo.

    Annie estava ligando para a mãe dela, e como a conversa tinha sido exageradamente rapida, cheguei a conclusão que ela havia deixado. A mãe da Annie sempre foi desligada, e o pai dela vivia para trabalho. Nunca soube como ela conseguia ser tão centrada. O irmão dela também era bem tranquilo. Era um ano mais velhos do que nós, e eu costumava ter uma baita de uma queda por ele quando éramos pequenos.

    Escolhemos roupas bem tranquilas. Short jeans e camisetas confortaveis. Antes fosse apenas isso o processo de arrumação. Logo depois começou uma confusão sobre maquiagem, banheiro e Annie colocou a imbecil ideia na cabeça de que precisava lavar o cabelo.

 — Kat. - Disse Annie do banheiro. - Acho que perdemos a prática com esse lance de sair, né?

 — Pode crer. - Concordei assustada ao ver que faltavam apenas dez minutos para os meninos virem nos buscar de carro.

 — Mas aposto que a gente vai voltar com tudo. - Disse ela saindo do banheiro.

    Nós descemos até a sala para esperar. E o tempo foi passando, e passando, até que quando olhei para o relógio, estavamos Annie e eu, exatamente as sete e meia, esperando.

 — Eles estão demorando muito. Será que esqueceram da gente? Será que cancelaram? Será que...

— Annie, para de surtar! - Disse me exaltando um pouco com ela, após ter que ficar ouvindo ela repetir varias frases de desespero rapidamente por uns dois minutos. - Eles são garotos. Só estão atrasados.

— Tudo bem, você tem razão. Eu vou ficar calma. Leve como a neve. - E foi dizendo isso que ela começou a meditar.

— Ah! O que foi isso? - Annie deu um grito após ouvirmos um barulho vindo do segundo andar, que por sinal foi absurdamente para uma pessoa que estava meditando. - Será que é um ladrão? -  Perguntou apertando forte a minha mão.

— Deixa de ser neurótica Annie. Dever ser a Prim entrando pela janela de novo. - Mesmo tendo dito aquilo, continuei segurando a mão  de Annie, afinal, amigas são para isso, não é?

   Começamos a dar passos bem curtos. Annie agarrou uma vassoura que estava no caminho, visivelmente ignorando meu olhar de reprovação. Subimos os degraus da escada cautelosamente. Coloquei minha mão na maçaneta da porta do meu quarto assim que percebi que o barulho vinha de lá. Abri rapidamente surpreendendo as duas figuras que, até então, deveriam ser a nossa carona.

— Nossa, vocês demoraram. - Disse Finnick que se encontrava sentado na minha cama, brincando com um cubo mágico.

— Por que vocês não podem agir como pessoas normais e simplesmente usar a porta da frente? - Perguntou Annie indignada, retirando o cubo da mão dele. - Vocês me assustaram. E eu poderia muito bem tr os confundido com ladrões e os matado acidentalmente.

— Pois é, até porque uma vassourada ia adiantar muito contra ladrões, não é Annie? - Repliquei deixando-a um pouco duvidosa.

— O Peeta disse que é mais divertido entrar pela janela. - Resmungou Finnick se levantando. - E aliás, vocês não deveriam deixar ela aberta. Qualquer um pode entrar. É bem perigoso, sabia?

— Como assim é mais divertido, Peeta? Por acaso está acostumado a entras na casa dos outros pela janela? - Perguntei com a intenção de constrangi-lo.

— É, como assim, Peeta? - Finncik já tinha adquirido o dom de me imitar.

— Ue, talvez eu esteja. Nunca se sabe. - Respondeu rindo.

— Talvez esteja até mesmo acostumado com essa janela, não é amigão?

— Então, estão prontas? Não vão me fazer voltar aqui não, né? Porque mulher tem a incrível capacidade de sempre esquecer alguma coisa. - Disse Peeta visivelmente querendo mudar de assunto.

— Só as mulheres com quem você está acostumado, Mellark.

— Tudo bem. Não está mais aqui quem falou.

— Então... - Finnick estava apontando para a janela sugestivamente.

— Ah não. De jeito nenhum. - Disse Annie balançando a cabeça negativamente.

— Então tudo bem. Já que preferem o modo convencional, quem sou eu para discordar? - Finnick ja tinha ido em direção à porta. - Mas vê se não esquece de trancar isso, Kat. É realmente perigoso.

   O carro do Finnick era bem bonito. Na verdade o carro era do pai dele, que o ensinou a dirigir, mesmo sendo legalmente proibido. Pensei que as chances de sermos pegos com isso seriam praticamente impossíveis, então nem esquentei.

   Finnick e Peeta não paravam de falar. Pareciam bem animados para uma social. Fomos  passando por algumas ruas que eu conhecia muito bem, até que em dez minutos chegamos na casa da Johanna. Tinha um quintal enorme, e era uma das casas mais bonitas da rua. Possuía três andares.

— É enorme. - Disse Annie deslumbrada assim que saímos do carro.

— Uma hora você se acostuma.

  Fomos andando devagar até a porta da frente. Peeta logo em seguida tocou a campainha. Logo depois Johanna Mason aparece na porta, visivelmente alterada. No inicio das aulas ela estava com o cabelo preto com mechas vermelhas, mas naquele momento seus cabelos estavam castanhos.

— Sabia que vocês viriam, seus putos . - Gritou dando um abraço exagerado nos dois. - Que bom que vocês duas vieram também. - Completou nos cumprimentando da mesma maneira..

   Quando entramos fiquei um pouco abismada com a quantidade de pessoas. Se aquilo era uma social, não conseguia imaginar como seria uma festa. A casa estava completamente lotada. Consegui identificar o primeiro cômodo como uma sala de estar. Johanna continuou nos guiando pela casa, até que chegamos em seu quarto.

— Vocês demoraram, hein. - Disse Madge esboçando um sorriso ao nos ver. Ela estava sentada no chão ao lado de Glimmer, que estava visivelmente chapada.

— Sem vocês não tem festa. - Marvel saiu gritando do que me parecia ser um banheiro.

   O quarto da Johanna era enorme, assim como o resto da casa. Tinha alguns instrumentos e ao mesmo tempo parecia bem rústico. Ah, e era uma suíte também. Eu tinha amando aquele quarto. Ele tinha até uma varanda bem aconchegante, dando a perfeita visão da vizinhança.

— Então... - Disse Johanna em um tom dramático.. - A condição para que fiquem no meu quarto é a seguinte. Um desafio super desafiador. Tão desafiador que vocês irão se sentir desafiados por esse desafio.

—  Vocês têm que ficar no mínimo altos. - Madge a cortou, como se soubesse quanto tempo aquilo ia durar.

— Não estraga a minha mágica Mads. - Resmungou Johanna se jogando no chão.

— E aí pessoal, trouxe mais. - Cato chegou com três garrafas de bebida na mão. - Quer dizer então que agora vocês realmente vão andar com a gente. - Disse ele, parecendo surpreso ao nos ver. - Gostei.

— Então, qual das duas primeiro? - Perguntou Glimmer.

— Como assim? - Perguntou Annie. - Até parece que nós nunca bebemos antes.

— Melhor assim. - Disse Finnick cortando qualquer tipo de resposta.

   E daquele jeito ficamos. Bebendo, conversando e rindo, rindo bastante. Ja eram dez horas quando comecei a sentir fome.

— Ei, Johanna. To com fome, me da algo pra comeeeeerrr. - Resmunguei me jogando em sua cama.

— Claro, gata. Vamos la pra baixo pessoal. - Gritou ela puxando o bonde.

   A medida em que íamos descendo o barulho ficava mais alto. A festa estava rolando apenas no primeiro andar, e tinha muito mais gente do que havia quando chegamos. As paredes estavam sujas, as coisas reviradas, tudo parecendo um verdadeiro caos.

— Ei Johanna, como seus pais deixam você fazer isso? - Perguntou Annie, pensando o mesmo que eu.

— Eles não ligam.

— Como eles não ligam para a casa? Quem limpa toda essa bagunça depois?

— Eles não ligam para mim. - Disse ela com um olhar de desinteresse.

— Ue, mas...

— Annie, é melhor não falar sobre isso agora. A festa ta legal, não é? Vamos deixar assim. - Disse Marvel, me fazendo pela primeira vez presenciar um momento que o mesmo não estivesse fazendo piadas.

   Entramos na cozinha, que por sinal estava lotada de desesperados em busca de algo para comer. A cada passo que dávamos as pessoas paravam Johanna para a cumprimentar ou pedir algo. A geladeira estava trancada.

— Tudo bem, seus putos! Eu quero todos fora dessa cozinha agora. - Ela gritou após ter subido na bancada. Todos a obedeceram.

— Então, nós temos pizza, lasanha e biscoito? - Finnick estava meio na duvida.

— Pizza. - Praticamente todos falaram juntos.

   Jonhanna colocou a nossa comida no forno. Estávamos sentados esperando e conversando. Cato estava demonstrando muito interesse por Glimmer. Peeta não parava de falar por um segundo. Finnick tentava flertar com Annie desesperadamente. Johanna não tirava os olhos do forno. Marvel toda hora contava historias sobre eles. Tipo: " Lembra Peeta quando nós raspamos a cabeça do seu pai?" ou " Lembra Cato quando o pai daquela mina das férias ficou perseguindo a gente por horas depois que você tirou a virgindade dela?". Madge e eu estavmos colocando o papo em dia.

— Gente, to entediada. - Resmungou Johanna. - Vamos tirar fotos.

   E lá fomos nós tirar fotos. Uma mais imbecil do que a outra. Mas aquele momento foi bem divertido para mim, e com certeza ficou marcado. Logo depois nós comemos, porém eu ja estava sem fome mesmo antes de tocar na primeira fatia. Vai entender, né.

— Acho que ta na hora da gente ir para a festa, né? - Disse Glimmer. Ela concerteza tinha se drogado aquela noite. Era óbvio. - Eu quero dançaaaaaarr - Resmungou puxando Cato pela mão.

— Então vamos né. - Disse Finnick animado.

   E mais uma vez lá fomos nós. Nos jogamos no meio da multidão, que parecia cade vez mais cheia de energia. Pude ver vários rostos familiares, e só conseguia pensar como eu havia conseguido deixar aquilo de lado por tanto tempo. A cada minutos que eu passava ali, me sentia mais viva.

— Ei, Kat. Preciso falar contigo. - Sussurrou Peeta no meu ouvido, após termos passado uns vinte minutos dançando juntos.

— Tudo bem. Diz aí. - Gritei por conta do volume alto.

— Não aqui. Vem. - Ele me conduziu até o quarto da Johanna.

   Nos sentamos na cama dela. Ele parecia bem confuso, como se não estivesse muito certo do que estava fazendo. Seu olhar se mantinha fixo em mim, e nem mesmo parecia ter se alterado tanto por conta da bebida.

— Katniss. - Ele começou. - Eu acho que agora você já percebeu que eu não mudei. Que eu não sou realmente o babaca que todos dizem que eu sou.

— É o que parece. - Disse sem tirar meu olhar do chão. - Mas sei lá Peeta. Eu já ouvi tanta coisa sobre você. Eu sei que tudo o que as pessoas falam é verdade. Mas se é verdade, por que você parece totalmente o contrário agora?

— Eu tenho que manter a minha reputação, não é? Isso é muito importante para mim.

— Então quer dizer que se eu ficar contigo vou ter que aguentar essa sua tal reputação? - Perguntei indignada. - Vou ter que saír como a pobre coitada que acha que tem o Peeta Mellarck só para ela. Sério Peeta, isso deve ser algum tipo de piada.

   Ele ficou em silencio por um tempo, e depois começou a rir. Claro que eu continuei com minha cara de taxo, porque era o melhor que eu conseguia fazer.

— Quer dizer que então você pensa em ficar comigo. - Sim, ele tinha conseguido me deixar corada.

— Claro que não, estou falando hipoteticamente... - Tentei me defender, mas fui interrompida.

    Meu celular estava tocando. Levantei correndo da cama, porém era tarde. Ele ja havia parado. Antes mesmo de desbloquear a tela pude ver 23 ligações perdidas da Prim, 4 mensagens do meu pai e mais 2 da Prim.

   Meu alarme de preocupação começou a apitar de novo e antes mesmo de conseguir ligar para ela, meu celular ja estava tocando de novo. Daquela vez, atendi correndo.

— O que houve Prim?

— O que houve? O que houve? - Tive que afastar meu ouvido do celular para não ficar surda.

— O que foi Katniss? - Perguntou Peeta se levantando. Ele parecia bem preocupado, mas fiz um sinal para que esperasse.

— Porra, eu to te ligando um milhão de vezes e você não atende. Pra que você tem a merda de um celular? Pra ficar jogando candy crush por acaso?

— Eu sei que você ta me ligando, mas por que? E posso saber por onde você andou hoje? Não consegui te encontrar em lugar nenhum.

— Não, não pode. E eu simplesmente por que eu preciso que você abra a porta de casa para mim. Tentei entrar pela janela, mas está trancada. Eu tinha certeza que deixei ela aberta. Mas enfim, abre ai.

— Eu tranquei a janela. - Tentei dizer, logo depois sendo interrompida.

— Por que você trancou a porra da janela?? Qual é o seu problema? - Ela parecia cada vez mais irritada.

— Por que é perigoso ue.

— Por que é perigoso ue. - Ela me imitou num tom ironico. - Foda-se. Será que da pra abrir logo? Ou vou ter que implorar agora?

— Implorar seria uma boa. Mas acontece que eu não estou em casa, e só volto amanhã.

— Como não esta em casa? Ah Katniss você quer foder com a minha vida, só pode. Como você faz isso comigo? - Ela parecia bem desesperada naquele momento, mas não pude ouvir o que ela pretendia dizer por que a ligação caiu, do nada.

— O que houve? - Perguntou Peeta.

— A Prim fez alguma merda, como sempre e agora está presa do lado de fora de casa. - Disse bem devagar, pensando no que eu poderia fazer.

— E aí, voltamos. - Gritou Marvel e de repente todos voltaram ao quarto pingando de suor.

— O que vocês dois estavam fazendo ai sozinho? - Perguntou Glimmer com um olhar malicioso.

— Conversando. Estavamos apenas conversando. - Peeta parecia bem convincente. - Onde está a Johanna?

— Ligaram para ela. - Respondeu Marvel quase cuspindo vodca no Finnick.

— Ela disse que ja ia subir. - Finnick empurrou Marvel para outro canto com uma cara bem exagerada de nojo.

   Continuamos bebendo no quarto e nos divertindo. Era impossivel ficar no mesmo lugar com o Marvel e não soltar nenhuma gargalhada. Ele simplesmente tinha o dom de divertir os outros. Annie continuava se esquivando do Finnick, algo que também arrancava boa parte das nossas risada.

— Eu to falando. Já não sei mais o que eu faço Joh. - Pudemos ouvir uma voz vindo do lado de fora do quarto. Como se quisesse concluir o assunto antes de se juntar a nossa presença. - Espera. O Gloss está aí? Você chamou ele?

— Não, por que? Deveria ter chamado? - Johanna ja estava abrindo a porta do quarto.

— Não, eu não quero mais o ver. A gente teve uma discussão e acho melhor ficar afastada. E o Roy, ele veio?

— Esse não falta uma, né. Esta la em baixo. Vi ele agarrando uma garota ai. - Disse Johanna ja dentro do quarto. Pude ficar bem impressionada ao ver quem a acompanhava.

— E ai pessoal. - Disse Prim, que parecia estar se esforçando para parecer alegre. Mas do jeito que ela estava quando me ligou, pude perceber que era apenas fingimento, bem convincente, por sinal.

— Qual foi Prim. - Gritou Finnick partindo para um abraço.

— Então era aqui que você estava, né. - Disse Prim depois de ter ficado por um tempo me olhando com uma cara de choque.

— Talvez se tivesse perguntado, eu teria te avisado.

— É, tanto faz.

— Mas e a Prim, o que ta rolando. - Perguntou Glimmer enquanto ainda continuava com um sorriso bobo na cara. - Você disse que não viria de jeito nenhum.

— Pergunta pra Katniss. Pelo visto ela é a nova amiguinha de vocês, não é? - Disse ela se jogando na cama.

— Você sempre responde um pergunta com outra pergunta? - Retrucou Glimmer se jogando em cima dela.

— O que você acha? - Perguntou Prim após ter soltado um longo gemido de dor.

— Que gracinhaaaaaa. - Johanna se jogou em cima das duas. - Minha pequena está com ciúmes.

— Não estou não. - Disse ela tentando sair daquele bolo de gente.

— Eu acho que está hein. - Marvel entrou na brincadeira se jogando nelas também.

   E la foram eles, um por um, fazendo um bolo humano. Todos estavam se divertindo, mas eu não me senti a vontade para entrar na brincadeira. Annie, pelo contrário, se jogou também.

— Que merda!  - Gritou Madge após o rangido enorme que a cama fez.

— Eu não sabia que essa cama fosse capaz de ser quebrada. - Marvel parecia bem chocado.

— Espero que essa porra nunca mais se repita! - Prim resmungou, após ter criado forças para se levantar.

— Awn, você ama a genteeeeee. - Disse Johanna partindo novamente para a agarração.

— Ah, Johanna, me larga. - Disse Prim, um pouco sentida. Não tinha certeza se era por causa daquilo. - É sério, vocês precisam parar com isso...

— E aí, galera, sentiram saudades? - O quarto foi invadido por um jovem bonito. Alto, razoavelmente forte, cabelos castanhos e algumas sardas que o faziam ser realmente lindo. Seu sorriso fazia com que ele parecesse uma pessoa bem simpática. Supus que devia ser apenas um pouco mais novo do que eu.

— Agora se lembra da gente, não é. - Finnick deu um tapa em sua cabeça. - Agora quem não quer papo sou eu. - Os dois ficaram paralisados por um momento, mas logo depois partiram para um abraço.

— O que te traz aqui uma hora dessas Rory? - Perguntou Glimmer partindo para cima dele. - Sem mentiras, porque eu sei muito bem que vocês chegou logo quando a festa tinha começado.

— Olá, meu nome é Rory. - Disse o moreno ignorando Glimmer, enquanto cumprimentava a mim e Annie. - E na verdade, ouvi rumores de que uma certa pessoa estaria por aqui. Cadê a Prim? - Perguntou olhando pelo quarto.

— Elá ja foi. - Johanna respondeu correndo. E só naquele momento eu percebi que Prim tinha sumido. Annie também estava pensando o mesmo que eu, pois olhava igual uma desesperada pelos cantos do quarto.

— Foi com o Gloss? - Perguntou olhando para o nada.

— Eu não sei. Ela não falou. - Johanna era uma atriz perfeita. Mesmo bêbada, ela conseguia cobrir a Prim.

— Então ta. Acho que vou voltar lá pra baixo. Depois a gente se fala pessoal. Até - Disse ele rapidamente deixando o quarto.

— Pode me dizer de novo Joh, por que você chamou ele? - Disse Prim saindo de baixo da cama com um pouco de dificuldade. Annie soltou um grito bem hilário.

— Por que ele é legal, ué.

— Quem é ele? - Perguntei atraindo a atenção de todos. - É seu namorado ou algo do tipo?

— Quem você acha que é para...

— Eles eram, são, sei lá, melhores amigos. - Respondeu Madge recebendo um olhar de reprovação da Prim.

— Mas a Prim resolveu se afastar dele só pro peguete dela ficar feliz. - Disse Marvel parecendo ansioso para contar tudo. - Mas ele ainda gosta da Prim, só que agora prefere não andar com a gente com tanta frequencia. Eles são até do mesmo ano.

— Cala a boca, Marvel. Sua bicha fofoqueira. - Gritou Prim pulando nas costas dele, que por sinal parecia se divertir bastante irritando a Prim.

   Pude ver que ela ainda estava com os hematomas, porém todos do rosto estavam bem escondidos com uma boa quantidade de maquiagem.

— Ah Prim, você sabe que ninguém aqui acha o Gloss um cara legal. - Disse Finnick apertando suas bochechas. - A única coisa que acho legal nele é que a irmã dele é uma gostosa.

— Pois é, não é nada mal esbarrar com a Cashmare toda hora, não é Peeta? - Marvel completou me fazendo prestar atenção no Peeta, que estava bem calado desde que todos chegaram.

— Aham. - Todos ficaram olhando para ele com um olhar duvidoso. - Quero dizer, não. Na verdade, o que foi que você disse mesmo?

— Para de viajar, Peeta. Não são nem duas da manhã para você estar assim.

— Eu não sei vocês, mas estou morrendo de sono. - Resmungou Prim, realmente parecendo muito exausta.

— Reunião. Rápido. - Cochicou Johanna assim que Prim entrou no banheiro para tomar banho. Pelo visto ela passava bastante tempo naquela casa. Tinha até uma gaveta de roupas só para ela.

— Nós também? - Perguntou Annie apontando para nós duas.

— Claro, vem logo. - Ela puxou nossos braços nos arrastando para a varanda. Era um lugar bem bonito e tranquilo. Cheio de plantas e com um sofá enorme, acompanhado por uma mesinha de centro. Aquela varando era a metade do meu quarto antigo.

— O que será que foi dessa vez? - Finnick se pronunciou com um olhar sério.

— Eu não sei. - Johanna disse desapontada. - Ela não quer me contar de jeito nenhum. Já tentei de tudo, mas só recebo uma desculpa atrás da outra.

— Não sei. - Era a vez de Peeta. - Não parece como das outras vezes.

— Gente, como assim? Do que vocês tão falando? - Perguntei com a minha típica cara de taxo.

— A Prim está muito estranha, Katniss. - Disse Madge olhando para todos os outros antes. - Já faz bastante tempo. A gente procura não tocar muito no assuto com ela, e sempre que tentamos ela apenas responde que estamos malucos e que está tudo bem.

— Mas eu conheço a Prim. - Finnick a cortou esboçando um pouco de raiva no olhar. - Eu sei que tem algo errado e me irrita muito não conseguir ajudar. - Annie estava paralisada olhando para Finnick, com um pouco de admiração, talvez.

— Eu vi alguns hematomas nos braços dela hoje. - Disse Glimmer. - Quando ela pulou no Marvel deu para ver. - Todos ficaram em silêncio.

— Você sabe de alguma coisa Katniss? - Perguntou Peeta. - Quero dizer, você mora com ela agora. Deve ter percebido alguma coisa.

   Não sei se eles perceberam e resolveram apenas não questionar, mas Annie e eu nos entreolhamos, na dúvida se falávamos algo ou não. Eu resolvi ficar quieta. Tinha prometido para ela que não contaria nada. 

— Eu só sei que nós estávamos nos aproximando e do nada ela resolveu me afastar. - Disse sem contribuir muito com a reunião. 

— Então tudo bem. Só temos que esperar e continuar agindo normalmente. - Disse Johanna. - Fica de olho nela, Katniss. Pode ser?

 — Claro. Nem precisa pedir.

— Porque eu só sei que alguém vai pagar bem cara se tiver fazendo mal à minha pirralha. - Ela se levantou e foi arrumar alguns colchões no chão para a gente dormir.

— Johanna. - Annie se jogou no canto que escolheu. - Você não se preocupa em deixar aquele pessoal solto na sua casa não? 

—  Claro que não. Veja bem, o quarto está trancado. Estamos seguros.

 — Mas e se roubarem algo ou quebrarem tudo? - Perguntou minha amiga, demonstrando estar muito curiosa mesmo. 

— Nós temos câmeras de segurança. - Ela resmungou se jogando em sua cama. - E quer saber da verdade? Espero que quebrem tudo mesmo. Assim meus pais vão ter um motivo real para se estressarem comigo. 

 


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