Lost in Paradise escrita por Drylaine


Capítulo 18
Sombras do Passado


Notas iniciais do capítulo

Decidi aproveitar o Wi-Fi e adiantar mais um capítulo. Esse é tenso por demais e há cenas quentes e um tantinho complicada de fazer. Vamos ao capítulo!!!



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Damon

"Ela é a filha de Gail e Zach... A filha de Gail... e Zach..." E aquilo continuou ecoando em minha cabeça, me atormentando. Só podia ser uma piada sádica de muito mau gosto.

Eu estava mau humorado e irritado, apenas querendo acabar com isso de uma vez. Tomado por uma fúria incontrolável, eu e Stefan saltamos ferozmente sobre Enzo e o matamos sem hesitação. No entanto, aquela fúria ainda não havia se dissipado dentro de mim.

.

"Você mentiu pra mim?" Eu não consegui esconder a minha magoa por ela. "Por que você fez isso?" Bonnie não confiava em mim e continuou mantendo segredos. Segredos que diziam respeito a minha vida e isso era inaceitável.

"Damon, eu..." Mas, Bonnie não conseguia dizer nada. De todas as pessoas que já me decepcionaram e ferraram comigo, Bonnie era a única que eu confiaria até a minha própria vida e isso era tipo uma coisa rara para mim.

"Era isso que você previu nas suas visões? Visões que não parecem ter sido muito úteis."

"Eu não previ que as coisas aconteceriam assim." Havia sinceridade em seus verdes penetrantes, ainda sim, isso não foi suficiente pra aplacar essa fúria dentro de mim.

Eu estava com tanta raiva dela. Eu poderia esperar isso de qualquer um, até mesmo de Stefan e Elena, mas Bonnie era outra história. Ela sempre foi sincera e leal. Sempre! E eu esperava que ela fosse sincera e leal comigo.

"O que importa é que Sarah está segura!" Stefan nos interrompeu com uma atitude indiferente.

"Sarah, Sarah, Sarah..." Aquele nome continuou ecoando na minha cabeça, como uma dor latejante. "Vocês não estavam protegendo ela do Enzo ou da Caroline. Vocês estavam tentando proteger ela de mim. Eu era a verdadeira ameaça." Bonnie até tentou me dizer o contrário, mas nada que ela dissesse agora faria diferença. Além do mais, a atitude apática de Stefan só escancarava o quanto ele estava decidido a nunca abrir o jogo comigo. Provavelmente, se Enzo não tivesse descoberto sobre Sarah, meu irmão manteria a garota em segredo eternamente.

Enfim, depois de todo o ocorrido, decidimos retornar para Mystic Falls, mas o retorno não foi fácil. Eu ainda precisava ter uma conversa direta com Stefan. Precisava entender como foi possível a filha de Zach ter sobrevivido. E qual é o real plano de Stefan agora que Sarah estava aqui, em busca da verdade sobre as mortes dos seus pais. Também precisava confrontar Bonnie, porém agora não era o momento ainda. Agora tudo o que importava era retornar para casa e tentar lidar com os meus próprios fantasmas do passado.

Eu também não estava pronto pra dividir os meus segredos mais obscuro com Elena e os outros. E, pela primeira vez, eu me senti com medo do que Ric e Elena pensariam de mim quando soubessem sobre Sarah. Ainda tinha Matt que pelo jeito já tinha uma ideia dos segredos sombrios que os irmãos Salvatores guardavam. Sem contar na vampira sem humanidade, presa no nosso porão. Por enquanto, ela está inconsciente, porém eu não sei se Enzo (antes de morrer) chegou a contar para a Barbie vadia o segredinho sujo de Stefan.

"Eu queria entender como as coisas saíram do controle."

"Tudo tinha sido tão bem planejado e, mesmo assim, quase falhamos."

"É. E você Stefan... Como você quase perde o controle no meio daquelas pessoas? Quase machuca Sarah e ainda ataca Tyler?"

"Eu não sei! Eu só... Eu senti muita fome, depois que Sarah me beijou. Era como se o sangue dela tivesse me chamando e seu cheiro era tão viciante e..."

"E de repente você se cansou de só comer coelhinhos." Não resisti e decidi entrar na discussão.

Há alguns minutos, Elena, Stefan e Ric continuavam discutindo na minha sala. Eu estava cansado das vozes deles. Era irritante e não resolvia nada.

"Eu não ataquei Tyler!" Meu irmão enfatizou parecendo nervoso. "Quando encontrei Tyler ele já estava machucado e caído no chão."

"Não sei porque, mas pra mim tudo é culpa do Kai." Ouvi Ric murmurar após bebericar mais um pouco do meu Bourbon. Ele já estava bastante alterado pela bebida.

"Por quê? Ele nos ajudou a capturar Carol. E salvou você Ric. Mesmo depois de você quase tentar mata-lo." Elena de repente virou a defensora daquele maldito lunático. Realmente essa noite não poderia ser mais terrível.

"Agora eu tenho que agradecer ao cara que me tirou Jo. O sociopata que matou seus próprios irmãos?!" Ric fungava e começou a andar de um lado para o outro nervoso. "A parte pior é ver como Bonnie confia nesse psicopata. Ela não parece a mesma." Houve um silêncio perturbador sobre nós.

"Olha a Bonnie nem tá aqui pra falar por si própria. Não é justo duvidármos dela." Stefan disse tomando o outro lado da discussão.

"Ou talvez, ela goste dele." Elena disse me deixando boquiaberto.

"Não!" Eu gritei assustando minha namorada. "Ela nunca iria gostar de um cara como ele." Enfatizei tentando me convencer disso.

"Ela está tentando seguir em frente. E, talvez, decidiu fazer isso perdoando Kai." Elena me deu um olhar reprovador e continuou defendendo sua posição. "Ela é alguém que tem esse dom. O dom de perdoar!"

"Então, eu devo fazer o mesmo?" O ex-caçador disse se aproximando perigosamente de sua protegida. Pela primeira vez, vi Elena e Ric em lados opostos. "Eu nunca vou perdoa-lo. Pra mim ele sempre será um psicopata. E se você se preocupasse com a sua amiga, você faria tudo pra mante-la, segura e longe dele." Ric, mesmo alterado pela bebida, parecia muito convicto de cada coisa que dizia.

"Ei, vamos parar com isso! Essa noite já foi bastante cansativa e frustrante. Agora é melhor todos descansarem." Exausto de toda aquela discussão, Ric decidiu ouvir o conselho de Tefinho e ir embora. Elena preocupada, decidiu bancar a babá e dar uma carona para seu professor de volta a Withmore, deixando apenas eu e Stefan para termos a nossa própria discussão.

 

 

Kai

Meus planos pra essa noite, tinham saído melhor do que imaginava. Eu pude me divertir tanto, tendo Bonnie do meu lado e ainda interagindo pacificamente com o seu próprio grupo, o que deve ter incomodado bastante Damon. Durante a festa eu consegui manter a pequena bruxa sempre por perto, evitando que ele se aproximasse demais dela. Enquanto isso, eu colocava o resto do plano em ação.

Enzo acabou por ser muito útil, manipulando Sarah e fazendo todo aquele show de revelação entre família, que com certeza quase foi uma novela mexicana. Obviamente, que a morte de Lourenzo me pegou de surpresa, mas acabou-se por ser muito útil. Cedo ou tarde, eu mesmo acabaria por ter que me livrar dele, os Salvatores só facilitaram a minha vida. Sendo assim, decidi deixar Damon e Bonnie para lidar por alguns instantes, com seu próprio drama chato. Estava sem paciência pra ver o confronto entre irmãos ou entre o vampiro e a bruxa, então, segui para encontrar Caroline Forbes e bancar o herói diante do resto da gangue.

Claro que não foi uma coisa fácil. Enfrentar uma vampira sem humanidade pode ser extremamente cansativo e irritante. Porém, no fim tudo deu certo. Eu salvei Alaric de ser atacado pela loira maluca, mas também, quase me tornei vítima da fúria do professor Saltzman. Ele ainda cultivava muito ódio por mim.

Pobre coitado, ainda não superou a morte de Josette. Talvez, nem eu tenha superado a morte dela.

Droga de empatia! Sempre tem que me afetar e quase me fazer fraquejar. Eu disse... quase! Essa noite era perfeita demais para estragar com sentimentalismo barato.

Uma horas depois, voltamos para Mystic Falls e o caminho foi silencioso. Bonnie não disse nada e quando chegamos em sua casa, ela apenas me disse um "Tchau!" frio e estava prestes a seguir seu rumo, até que decidi impedi-la, sei lá o porquê.

"Você não tem que terminar essa noite sozinha. Podemos conversar." Eu disse saindo do carro e parando logo atrás dela que caminhava em direção da entrada da casa.

"Porque eu falaria com você?" Ah, esse seu tom desdenhoso me incomodava demais.

"Eu acho que sou a sua melhor opção. Ou você não teria me convidado para ser seu par." Ela se virou pra mim parada na frente da porta.

"É. Talvez, isso foi um erro." Ela desviou seu olhar, me deixando tão frustrado quanto amargurado por suas palavras. Eu estava me sentindo tão vitorioso antes, mas vendo sua relutância em estar na minha presença era como se nossa noite tivesse sido em vão.

"Então, você fará o quê? Vai se lamentar. Se lamentar por Damon? Por essa noite?" De repente eu podia sentir minha magia fluir com uma velocidade que irradiava de meu corpo para o dela, mesmo estando há uma certa distância. Minha magia estava atraindo ela para mim e eu sei que ela sentia isso também.

"Eu só estou cansada e..." Me aproximei dela colando nossos corpos e fazendo ela olhar pra mim.

"Deixa eu ficar com você. Posso provar que sou uma melhor companhia." Eu disse dando o melhor sorriso sedutor e tocando suavemente seu rosto. Aquele simples toque parecia ter tido um efeito enorme nela. "Está frio aqui. Acho que lá dentro é mais acolhedor do que aqui fora." Ela, então, me deixou entrar.

Era a primeira vez que eu estava nessa casa sendo convidado por ela. Nós jogamos algumas conversas bobas, bebemos mais um pouco de Bourbon, até que eu acabei falando sobre sua vingança contra seus amigos. Senti que sua postura ficou tensa ao pensar sobre isso.

"Eu acho que isso foi uma ideia idiota." Enquanto ela falava eu aproveitei para me livrar da capa preta da fantasia e dos sapatos, que já estavam me incomodando e me espreguicei sentado ao lado dela no sofá me sentindo confortável. "Eu não sei se vai valer a pena tudo isso."

"Por quê? Eu acho que você está fazendo um bom trabalho." Ela estreitou os olhos me avaliando, enquanto esticava suas pernas torneadas sobre a mesinha da sala, fazendo o tecido fino do vestido subir um pouco mais revelando sua carne cor de ébano, macia e sexy. Tive que desviar meus olhos pra me concentrar em sua voz.

"Existe uma parte minha, sei lá... Talvez, por causa dessa nossa ligação... Que parece que deseja ver cada um deles sentir um pouco do meu próprio sofrimento. Eu sei, isso é egoismo, né?"

"Não. Eu acho que você decidiu si por em primeiro lugar. E você tem esse direito." Beberiquei mais um pouco da bebida forte, sentindo o álcool descer rápido demais em minha garganta. "Eles estavam esquecendo de você. Preso em suas vidas perfeitas, enquanto você se ferrava. É óbvio que eles devem sentir um pedaço do inferno que você passou."

"Isso é um péssimo conselho. Mas, vindo de um cara sádico como você, não me surpreende." Nós rimos de um jeito sombrio.

"Depois dessa noite aquele grupo, com certeza não será o mesmo."

"Por que diz isso?" Ela parecia estranhamente tensa.

"Por que parece que os irmãos voltaram a se odiar. Algo a ver com a jovem Sarah. E Elena também parece que vai acabar presa nessa história. Sem contar que você com toda a sua beleza e fúria deixou sua amiga muito enciumada e desconfiada. E ainda um Damon muito louco. E tudo que afetará os três, afetará o resto do grupo." Ela arregalou os olhos e mordeu os lábios de uma forma que achei tão sexy. "Você foi a verdadeira rainha dessa jogada, Bon Bon."

"Para com isso! Você está me... assustando." Ela falava meio pausadamente, com o efeito do álcool. A garota se virou pra mim me desafiando com aqueles olhos verdes vidrados. "Eu acho que isso vai dar merda!" Em seguida me serviu mais um pouco de Bourbon. Um Bourbon que Bonnie nem sabia que tinha ali, mas que certamente era de Damon.

"Damon costuma vir muito aqui?" Eu disse lutando contra o ciúme estúpido que queria me controlar.

"Não. Mas, pelo que minhaaa... mãe disse... Enquanto eu tava presa naquele inferrrrno..." Ela disse já com a voz arrastada devido a quantidade de álcool em seu sistema. "Damon cuidou da casa."

"Como um bom cão de guarda." Murmurei fazendo ela rir, enquanto eu massageava seus pés.

"Sim, como um... bom cão de guarda. Damon é bom nisso." Antes, que ela ficasse presa pensando naquele vampiro ridículo, decidi mudar de assunto e fui me aproximando mais dela, deixando pouco espaço entre nós.

"Você é linda. Muito linda." Nossos olhos se encontraram e eu vi um fogo intenso se refletir em seus lindos verdes. "Eu não consigo parar de te olhar!" Eu também queria desesperadamente toca-la.

"E o que você vai... fazer?" Ela estava me desafiando, então, comecei a tocar em seu cabelo selvagem e me aproximei cada vez mais dela até que, inesperadamente, eu a puxei para o meu colo, deixando suas pernas em volta do meu quadril. Nos olhamos desafiadoramente, esperando quem daria o próximo passo.

Era um jogo perigoso que já havia começado meses atrás, quando ela aceitou ligar sua magia com a minha nos tornando uma única força. Uma força que nunca poderá ser quebrada. Agora estava na hora de fortalecer nossa ligação ainda mais...

Eu apertei Bonnie contra meu corpo, enrosquei minha mão em seu cabelo e começei a beijá-la no pescoço, em resposta ela gemeu suavemente enquanto meus lábios acariciavam sua mandíbula e depois seus lábios, beijei-a com tanta possessividade. Suas mãos finalmente entraram em ação e ela começou a desabotoar a minha camisa preta, revelando parte de meu torso pálido. Seus dedos acariciaram meus músculos abdominais, enquanto eu sentia a parte interna das suas coxas se esfregarem sobre meu colo me deixando louco. Sua pele era quente e macia, seus beijos eram viciantes e ousados. E seu corpo era sinônimo do pecado, ainda mais, vestida naquele tecido fino que era digna de uma deusa grega.

"Kai eu não posso..." Bonnie dizia ofegante segurando firme os meus ombros, enquanto eu continuava beijando e chupando seu pescoço, sabendo que ficariam marcas ali, como se estivesse a reivindicando pra mim. E eu gostei da ideia de marca-la.

"Vamos lá Bonnie, chega de ser rejeitada!" Senti ela ficar tensa sobre meu corpo. "Podemos transformar toda essa sua fúria, ressentimento e medo em... Poder e luxúria." Eu sussurrava em seu ouvido, fazendo ela se arrepiar. "E, acima de tudo, seria uma doce vingança contra Damon." Minhas palavras pareciam reacender um brilho sombrio em seus olhos verdes. Um tom perverso que refletia também nos meus.

"Para de falar. Apenas faça isso parar! Eu... eu..." Ela se atrapalhava com as palavras. "Eu preciso me libertar." Disse com a voz embargada, como se fosse chorar.

A nossa magia fervia dentro de nós tentando se libertar e quanto mais Bonnie lutava contra ela, mais lhe causava uma sensação dolorosa e agoniante, eu podia sentir isso também.

"Eu prometo que você não irá se arrepender!" Eu estava tentando ela, brincando com suas inseguranças e seduzindo-a a se entregar completamente a mim. "É apenas sexo... Pura libertação!"

A magia que me corroía por dentro, agora estava presente em torno de nós, dominando, pouco a pouco a Bruxa e fazendo ela se submeter as minhas vontades. Assim, voltamos a nos beijar com urgência, enquanto suas mãos delicadas foram rispidamente desatando o cinto da minha calça preta e, logo, senti suas mãos pequenas tocarem por dentro da calça meu membro rígido, me massageando com uma agilidade que me pegou de surpresa. Eu gemia vergonhosamente sentindo ela me masturbar, me olhando com aqueles verdes ferozes que sempre me desafiavam, porém antes que atingisse o pico, eu precisava me libertar dentro dela.

Bonnie não imaginava os pensamentos sujos que cultivava por ela desde 94 e, agora eu estava aqui, realizando parte de meus sonhos pervertidos.

"Eu quero mergulhar bem fundo em você!" Para a minha felicidade, ela usava vestido o que facilitava tudo entre nós. Então, deslizei minhas mãos por suas pernas torneadas, me embrenhando por baixo de seu vestido até sentir o tecido fino de sua calcinha e, aquela minúscula barreira, foi afastada rapidamente me permitindo tocá-la lascivamente, bem do jeito que eu queria. Eu a penetrei de uma vez só, sem gentileza, fazendo Bonnie protestar, mas eu não conseguia parar e nem me importava se ela sentia dor. Sem saída a bruxa mordeu meu ombro com força tentando se acostumar com as minhas estocadas ásperas e incessantes. Eu só precisava continuar a dominando, afundando mais e mais dentro dela até que sua dor se transformasse em prazer.

"Vamos, relaxa Bonnie!" Eu queria senti-la se apertar dolorosamente em torno de mim, até que ela começou a rebolar deliciosamente sobre minha rígidez, me deixando louco de tesão. "Isso minha bruxa gostosa!" Lá estávamos nós dois no meio da noite, sobre o sofá da sua sala, transado loucamente e fortalecendo nossa ligação.

Como eu havia dito a Luke, sexo era apenas sexo. Mas, com Bonnie sexo era, também, uma jogada de poder e controle.

 

 

Bonnie

Eu senti suas mãos me tocando, seus lábios me devorando e meu corpo pronto pra se entregar a ele sem nenhum pudor. Entretanto, havia um conflito dentro de mim, lutando pra manter alguma razão. Lutando para me manter sóbria. Era um passo perigoso, um caminho sem volta. E se eu deixasse que Kai me guiasse por aquele caminho nebuloso, sei que eu estaria completamente perdida. Mas minha mente, meu corpo e minha magia, não estavam na mesma sintonia e Kai sabia disso, sabia como manipular cada uma dessas partes. Sabia que essa magia que nos ligava iria prevalecer.

Logo, eu acabei me rendendo a ele, sem inibições ou restrições. Deixei que ele me tocasse possessivamente, sem suavidade ou carinho. Eu também lhe correspondi o tocando de forma depravada o excitando e fazendo ele quase perder o controle. Aquele momento entre nós não era sobre intimidade, ou afeto, era o sexo na sua forma mais crua. Era mais sobre Poder e Controle: Duas palavrinhas que também podiam definir quem era verdadeiramente Malachai Parker.

"Vamos, relaxa Bonnie!" Ouvi aquele sociopata sussurrar lascivamente em meu ouvido, enquanto continuava a se afundar dolorosamente dentro mim. No inicio sentir cada penetração sua era terrível, talvez, porque minha mente estava numa luta interna com meu corpo que vergonhosamente estava tão à merce de seus desejos e, aos poucos, meu corpo foi se acostumando a seu tamanho e a forma como sua rigidez se movia asperamente mais fundo dentro de mim. "Isso minha bruxa gostosa!" Meu coração batia frenético quando atingimos o ápice do prazer, sentindo aquela magia obscuro que compartilhávamos se fundir até atingir a sua libertação.

Esgotada e com o corpo meio mole me permiti descansar por um minuto apoiando minha cabeça em seu ombro, tentando recuperar o fôlego e minhas forças. Até que uma sensação de tristeza se apossou de mim, ao me lembrar nos braços de quem eu estava. Fisicamente meu corpo podia estar satisfeito e minha magia estar em equilíbrio, entretanto, por dentro eu me sentia vazia.

"Isso foi maravilhoso! Devemos foder assim mais vezes." Kai soltou uma gargalhada perversa, me fazendo transtornada.

"Isso não vai se repetir." Respondi lutando contra a vontade de chorar e em nenhum momento, me atrevi a lhe olhar. Eu me afastei de Kai, tentando proteger meu corpo e me levantei meio cambaleando. Meu vestido estava uma bagunça. Eu estava uma bagunça!

"Isso não é uma opção. Essa magia que corre em suas veias vai te atrair de novo pra mim. Você não vai ter escolha." Ele arrumou sua calça e se levantou tentando me tocar, mas eu recuei, colocando alguma distância segura entre nós. "Será que o vampiro vai pirar quando souber o que fizemos, Bon Bon?!" Bon Bon! Outro lembrete doloroso sobre Damon. "Acho que estamos prestes a descobrir." Então, de repente eu ouvi uma voz que não esperava estar ali...

"Eu odeio você!" Eu ergui os meus olhos a procura dele, mesmo com a fraca luz na sala eu jurei que o vi parado lá na porta me olhando, com aqueles azuis me condenando.

"Damon por favor, não vá!" Tentei me aproximar dele, mas novamente eu senti uma barreira invisível se erguer entre nós e eu não conseguia toca-lo.

"Você está longe de ser a Bonnie Bennett que eu costumava conhecer." Eu abracei meu corpo tentando me proteger daquele olhar tão cheio de desdém e, naquele instante, sentia-me tão impura e envergonhada. "Eu pensei que você fosse diferente, mas eu me iludi amargamente." Eu ouvi a sua voz retumbar naquela sala fazendo-me fraca e ainda mais tonta. Repentinamente, eu senti que tudo ficou escuro e eu cai. Cai numa completa escuridão fria e vazia.

 

 

Damon

"Se isso é algum tipo de brincadeira bizarra... Não tem graça!" Eu murmurei sorrindo com sarcasmo, pois a realidade daquela situação era doentia demais, mesmo para um vampiro como eu.

"Não é brincadeira! É a mais pura verdade. Sarah Nelson é uma Salvatore. Filha de Zach e Gail. Você deve se lembrar deles, não é. Afinal, você os matou?"

"Como é possível aquela garota ter sobrevivido, Stefan?" Então, meu irmão decidiu me contar tudo.

No verão de 1994, teve uma festa na Mansão Salvatore eu estava lá vendo Stefan feliz criando a sua própria família com Zach e uma Gail grávida de 7 meses. Uma família que meu irmão decidiu que eu não tinha o direito de fazer parte. Cego por ciúme e raiva, eu perdi o controle e decidi estragar a festa. Eu queria ferrar com Stefan e a família perfeita que ele queria construir sem mim. Sendo assim, eu deixei um rastro de sangue e morte.

A combinação entre sangue e morte, havia virado rotina na minha eterna vida de vampiro. No entanto, naquele dia foi diferente, porque entre minhas vítimas, havia aquela mulher grávida, Gail. Pobre mulher, eu a ataquei com tanta fúria, sem pensar nas consequências. Afinal, durante muito tempo, eu vivi assim, sendo alguém que nunca se importava com as consequências de seus atos até que eu matei Gail e destruí ainda mais minha delicada relação com Stefan.

Entre tantas vítimas, eu nunca cheguei a ser capaz de ser tão frio a ponto de atacar mulheres grávidas, ou crianças. Por isso aquele fatídigo dia, havia sido algo que me perturbou a mente tanto e me causou tanto remorso, por anos e anos. Até chegar aqui diante de Stefan, 18 anos depois, pra descobrir que o bebê de Gail, havia sobrevivido como um milagre.

"Eu a levei as pressas para o hospital. O pai da Elena estava de plantão e fez uma cesariana. E, por um milagre, Sarah nasceu prematura. Nasceu lutando pela vida." Depois disso, Stefan cuidou das papeladas da adoção. Escolheu a família certa para criar Sarah, longe de Mystic Falls e sem qualquer ligação com o nome Salvatore.

"E enquanto Zach?" Eu perguntei sentindo um pouco entorpecido por todas aquelas informações.

"Eu também o hipnotizei pra esquecer da esposa e da filha." Meu irmão todo esse tempo, ainda se manteve por perto da menina. Seguindo todas as fases da vida dela, mesmo estando nas sombras. "Você me deixou, mais uma vez sozinho, pra limpar toda a sua bagunça. E eu fiz o que pude pra tentar consertar tudo isso."

"Sarah, nunca soube sobre nós?"

"Eu tentei fazer o possível e o impossível pra cuidar dela e mantê-la segura, mesmo de longe... Até agora!"

"E o que deu errado, irmão?!"

Por que depois de tudo o que Stefan me contou, parecia que meu irmão havia planejado toda a vida da garota. Era pra ela sempre se manter longe de Mystic Falls. Era pra ela sempre se manter longe de vampiros. Ele até a hipnotizou para que ela bebesse verbena todo dia para protege-la. Protege-la de mim.

"Enzo! Enzo descobriu tudo e se tornou obcecado pela menina. E até usou Matt pra tentar manipula-la e usa-la contra mim. Foi assim, que ela acabou em Mystic Falls."

"Todo esse tempo você a manteve em segredo e até fez ela tomar verbena diariamente. Então, como eu consegui hipnotiza-la?"

"Eu não sei, mas eu acho que Sarah já havia sido hipnotizada antes."

"Por Enzo?!"

"Eu só não sei como ele conseguiu isso..."

"E se não fosse por aquele vampiro britânico, você iria continuar escondendo a verdadeira origem de Sarah." Eu me sentia ressentido e traído por Stefan.

"Nós dois sabemos que é melhor assim. E pra você não faz diferença." Mas, é óbvio que fazia toda a diferença. Saber de toda a verdade sempre muda tudo. E agora sei que minha simpatia por Sarah tem um significado. Talvez, o sangue seja tão forte, que foi inevitável não sentir essa conexão estranha com ela, antes de saber quem a jovem era. "Sarah faz parte de um passado negro que VOCÊ, à todo custo, tem tentado esquecer."

"Eu sei. Eu só..." Não sabia o que dizer e me sentia com raiva do modo como Stefan nem parecia se sentir culpado por isso. "Você não tinha o direito de esconder ela de mim!"

"Vou repetir de novo: Eu fiz o que era necessário pra mantê-la segura." Ele rosnou me confrontando e aquilo novamente reacendeu a minha ira. "É melhor ficar longe dela."

"Isso é uma ameaça?!" Era como se eu e Stefan tivéssemos voltado no tempo, com aquela relação de rivalidade entre irmãos.

"Você me prometeu uma eternidade de miséria. E, desde então, tudo o que tem feito é me tirar qualquer pedaço de felicidade." Suas palavras eram ásperas e cheias de amargura. Ele parou na minha frente, me confrontando cara a cara. "Eu já te perdoei por me tirar Lexi e até Elena. Mas, nunca. Nunca irei te perdoar se tocar ou machucar Sarah!" Ele carregava uma postura ameaçadora.

"Tudo bem. Eu não vou tocar na sua preciosa Sarah." Eu recuei controlando a minha própria raiva e decidi me trancar em meu quarto, me sentindo solitário.

Essa noite foi um desastre, mesmo que várias mortes de inocentes ainda possam ter sido evitadas, ou mesmo com Sarah segura, Caroline capturada e Enzo morto. Mesmo com a gangue trabalhando juntos como nos velhos tempos, ainda assim, tudo no fim saiu do controle.

Não sei por quanto tempo, fiquei ali deitado na cama com a minha mente absorvendo tudo, me sentindo exausto, irritado e culpado. Era como se carregasse o mundo nas costas. A verdade veio à tona e nada que fosse dito agora, iria amenizar as coisas entre todos nós.

Entretanto, havia algo ainda mais sinistro pairando em minha cabeça. Essa fúria continuava me queimando por dentro, causando uma rachadura enorme em meu próprio coração morto, tudo porque a minha relação tão complicada com Stefan havia chegado num ponto, onde parecia não ter mais conserto. Só que nada se comparava a minha relação intensa com uma certa bruxa, que um dia eu aprendi a respeitar e admirar.

Como se tudo isso não bastasse, ainda havia essa relação da Bonnie com aquele sociopata, que não fazia o menor sentido. Pois, a Bonnie Bennett que conheço, não agiria assim tão provocativa, ou inconseqüente. Eu nem acredito que ela teve a coragem de levar aquele bruxo psicopata pra se misturar entre a gente. Só de pensar neles juntos, em Kai a tocando e fazendo ela sorrir, me causava um embrulho no estômago. Eu odiava Kai com um ódio mortal. E me sentia ainda mais com raiva daquela bruxa, por estar cada vez mais próximo dele.

Desde quando Bonnie tem mantido essa relação tão pacífica com Kai Parker? E desde quando Bonnie vem mentindo pra mim?

Sem conseguir acalmar meus pensamentos, decidi falar com ela. Não sabia aonde eu iria encontra-la, mas decidi me arriscar e tentar primeiro a casa que era de Sheila. Peguei meu Camaro e segui rumo a casa Bennett, já esperando encontra-la lá. Todavia, quando cheguei ao meu destino, acabei tendo mais uma surpresa desagradável. Algo que definitivamente, destruiu toda aquela imagem que eu tinha dela.

Eu vi em Bonnie alguém que eu aprendi a confiar tanto. Sua postura franca, corajosa, leal e altruísta era uma das coisas que eu mais amava nela. Mas, a garota diante de mim, presa nos braços de Kai, quase nua e intimamente entregue a ele, era alguém tão diferente daquela pessoa que eu conhecia. Foi chocante e, extremamente, perturbador vê-los juntos. Eu senti um nó se formar em minha garganta, um ódio crescer por cada célula do meu corpo e nossa relação se quebrar definitivamente.

Se saber que ela escondeu um segredo sobre mim já havia causado uma ruptura entre nós, ver ela agora aqui, após ter transado com Kai, me causou uma dor terrível por dentro. Era uma dor ardente e incessante. Eu me senti traído de novo, enganado e com tanto nojo dela. A odiei naquele instante, como nunca pensei que poderia odia-la.

"Eu odeio você!" Esbravejei, confrontando seus olhos verdes, esperando enchergar alguma verdade refletida neles, que fosse diferente daquela cena. Eu desejava desesperadamente que aquilo não fosse real.

"Damon por favor, não vá!" Ela se levantou, toda bagunçada, com aquele vestido expondo mais de seu corpo e parou quase perto de mim e eu senti o cheiro também de Bourbon misturado a sexo e ao cheiro nojento dele. Kai estava impregnado em Bonnie, como se ela pertencesse a ele.

Eu quis tanto arrancar ele dali, arrasta-lo pra fora e mata-lo lentamente, mas eu continuei paralisado olhando para a bruxa Bennett.

"Você está longe de ser a Bonnie Bennett que eu costumava conhecer." Podia sentir o meu coração morto até doer. Eu me sentia machucado por ela. Machucado pela imagem que eu criei em minha mente de alguém que eu achava que era diferente de qualquer garota que já tenha conhecido. Bonnie costumava ser o completo oposto de Katherine e Elena juntas, mas agora ela me parecia tão egoísta quanto elas. "Eu pensei que você fosse diferente, mas eu me iludi amargamente." Eu sussurrei friamente em seu ouvido, dando as costas para ela e deixando o caminho livre para Kai.

Mais uma vez, eu deixei ela ir, sem lutar. Eu fui embora sem imaginar que essa decisão covarde iria nos destruir.

 

 


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Notas finais do capítulo


Ufa, capítulo cheio de reviravoltas. E vai ter mais reviravoltas ainda. Os próximos capítulos serão cheios de momentos tensos. Foi bastante difícil tomar algumas decisões com relação a trama e ao triângulo. E é tão sofrido segurar a trama pra não deixar Bamon rolar de uma vez. Então, cada coisa q eu coloco na trama é mais pra atrapalhar o casal de ficar junto e isso tbm ajuda a mover a história. Pq o momento certo pra Bamon rolar vai acontecer logo. Por enquanto Kai parece q tá na vantagem, mas ele mesmo vai acabar enfiando os pés pelas mãos. Eu acho que Kai é um obstáculo forte e mais consistente pra atrapalhar Bamon do que Elena. No Proximo capítulo teremos briga. Muita briga! sangue e lágrimas kkkkkk. Até mais, bjus!



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