Tinha acabado de acordar. Tia ainda estava fora, Ian parecia um completo irresponsável! Não acordava para nada. Fiz um café da manhã para mim e deixei a mesa pronta para caso ele resolvesse acordar.

–Ah! Bom dia Yukino, resolveu levantar da cama hoje? -Eu estava falando com um cachorro, sim, ela me respondeu com um latido e por algum motivo se deitou ao meu lado.

Ficar em uma casa grande desses, em plena sexta e sem ninguém por aqui é entediante. Eu quero voltar a dormir mas Yukino fica no meu pé toda hora, talvez ela queira atenção!

–O que você tem Yukino? -Ela apoiou seu focinho em minhas cochas -Onde está o Yuki?

É mesmo! Onde está o Yuki? Procurei pela casa toda junto com Yukino, mas nem latido dele consegui ouvir. Ele pode ter ido passear por ai ou foi junto com a Tia.

–Bom dia... -Falou Ian enquanto descia as escadas com aquela cara de sono

–Para mim já é quase boa tarde. Você viu o Yuki? Ele estava no seu quarto? -Perguntei e Yukino continuava ao meu lado

–Não, só o vi latir ontem. -Yuki estava mesmo sumido. Talvez tenha ido brincar.

Passei o resto da tarde pensando no que fazer, e então resolvi sair com a Yukino e convidar Ian.

–Não tem nada para fazer, devia ver o mundo sabia? -Questionava ele enquanto ele continuava jogando.

–Tudo bem. Só hoje! -Ele desligava seu videogame e saia desapontado

Era um belo dia, geralmente de sexta-feira as pessoas se reúnem as quatro e meia da tarde para a dança das águas, pensei que seria bom ver.

Yukino estava feliz, ela raramente gosta de sair mas ela parecia bem contente por estar lá naquele momento. Talvez isso fizesse com que ela-

–Olha! Vai começar -Disse Ian enquanto puxava meu braço

–Para quem não queria sair de casa você está bem animadinho -Murmurei

A história se tratava de uma garota que perdeu um grande amigo para o câncer. Ela entrou em depressão no começo, mas conheceu outros amigos e adotou um gato, todos a ajudaram e ela diz no final que por mais que você perca alguém, você não deve deixar de viver também.

Foi bem curto, mas algo bonito de se ver. Alguns choraram, outros ficaram apenas comovidos e outros aplaudiram de pé. Ian ficou parado sem dizer nada e do mesmo modo, voltamos para casa.

–Você não disse nada... -Comentei sentada ao seu lado no sofá

–Não gosto desse tipo de assunto. -Ele aparentava ter ficado bravo com aquilo, provavelmente foi o único.

–Chegamos crianças! -Tia chegou com Yuki em seus braços, automaticamente Yukino começou a latir

–O que aconteceu com o Yuki? -Perguntei enquanto olhava para seus braços

–Ele estava deitado, quase nem se mexia. O levamos no veterinário e ele está bem, provavelmente comeu algo que não devia -Ela sorriu

–Tia, posso falar com você? -Perguntei enquanto fazia sinal parar irmos para fora

–Claro! -Ela aceitou meu pedido

Saímos e fechamos a porta, pois eu não queria que ninguém ouvisse.

–Alguém na família morreu de câncer? -Perguntei diretamente

–Bom... A Anne teve, mas nada grave. Já sua mãe...

–Minha mãe? Não pode ser... Quando ia me contar? -Perguntei diretamente novamente

–Pensei que soubesse! Sua mãe teve um grave câncer colorretal. Ela não descobriu a tempo de curar, Alice.

–Entendo. Foi bom ela não ter me contado, obrigada pelas respostas. -Sai e fui para meu quarto

Fiquei um bom tempo jogada na cama olhando para o teto e pesando:

–Será que eu tenho alguma chance de ter esse tipo de câncer também? Provavelmente não.

Fechei meus olhos meus olhos e comecei a ouvir uma voz:

–Akari! -Era o Cold!

–Inverno... -Verão me chamando suavemente!

Foi então quando dormi na vida real e acordei nos sonhos.

Acordei em um quarto com luzes feitas através de fogo, duas camas, um retrato e um guarda-roupas.

–Ah! É mesmo, estou no quarto... do... J-Jared... -Comecei a me lembrar e ao mesmo tempo fiquei corada

–Acordou? -Jared perguntou

–Eh... Muitas pessoas vem aqui? -Perguntei envergonhada

–Não. Provavelmente três pessoas já vieram aqui, contando com você. -Ele deu um sorriso torto

–Eu preciso ir tomar café! As pessoas não estranham sua ausência? -Perguntei enquanto tirava o cobertor e me levantava

–Venha comigo! -Ela pegou meu braço e me levou até a saída de seu "cafofo".

–É... noite? -Perguntei surpresa

Era uma noite bonita por sinal. As estrelas resolveram brilhar muito hoje, o céu estava bem escuro, mas as estrelas faziam sua escuridão se tornar algo bonito.

–Elas estão bonitas hoje. -Comentei olhando delicadamente para o céu

–Elas estão bonitas todos os dias, Inverno... -Ele também estava as admirando

–Você não faz o "admirador das estrelas", Jared! -Soltei uma leve risada

Ele ficou me olhando, mas ele não me olhava com raiva, era um olhar suave. Nós trocamos olhares...

–Ei!!! Jared-kun! -Aquele garotinho de antes, Fred.

–Ele te chama de Jared-kun? -Perguntei

–Pois é -Ele coçava a cabeça

–Jared-kun! Jared-kun! Jared-kun! -Fred estava desesperado

–Que diabos garoto! Já ouvi da primeira vez sabia?! -Respondeu Jared

Pequeno Fred parou na nossa frente, foi até o lago em nossa frente, encheu suas, mãos de água e:

–Olha Jared-kun, Inverno-chan! -A água em suas mãos congelaram, ele tinha o elemento gelo como poder.

–Congelou? -Murmurei enquanto os dois estavam comemorando

–Você conseguiu Fred! Sabe usar sua magia! -Jared o jogava para o alto como se ele fosse um bebê, mas ele tinha oito anos.

Eles pareciam uma família, mesmo sem ter uma parte feminina no meio de tudo isso.

Fiquei mais surpresa ainda, quando Jared descongelou a água da mão de Fred.

–Jared... Qual sua magia? -Perguntei espantada

–Eu uso elemento fogo. -Assim como... o Verão...