Sofia continuava me encarando e chorando, todas as mulheres presentes no recinto continuam me encarando de jeito estranho, eu sei por que elas estão fazendo isso e me sinto mega burro por ter deixado isso acontecer.

—Sofi deixa eu te explicar, por favor. –peço tentando tocá-la, mas ela se afasta.

—Eu não quero saber de nada, Arthur. –ela diz jogando o celular em mim.

—Sofi, por favor. –peço.

—Não! –ela grita. –Eu só quero ir embora, por favor, alguém me leva pra casa?

  Ela limpa as lágrimas com o dorso da mão e olha pras minhas tias e minha mãe. Samantha me olha de um jeito mortal, ela me assusta.

—Eu posso levar você, Sofia. –Samantha se pronuncia. –Se alguém me emprestar o carro, é claro. Eu a levo e depois volto pra cá.

—Eu empresto o meu. –tia Olivia se pronunciou e levantou e foi pra dentro da casa.

—Sofia, por favor, me deixa explicar tudo. –peço novamente e ela nem olha pra mim. Sei que ela está nervosa e chateada e isso é uma droga. E eu nem fiz o que ela está pensando que eu fiz.

—Por favor, me tirem daqui. –ela pede olhando pra Samantha. Tia Olivia chega com a chave do carro e entrega pra Samantha.

—Meu carro tá lá fora, é o preto. –ela diz.

—Obrigada, eu volto depois que deixa-la em casa. –Samantha responde.

  Sofia começa a andar em direção a saída e eu corro até ela e seguro seu braço.

—Por favor, deixa eu te explicar tudo. –peço a olhando nos fundos dos olhos.

—Não tem nada pra explicar, Arthur. –ela se solta. –Eu já li tudo o que precisava saber. Nunca pensei que faria isso comigo, Arthur. –seu olhar é gélido e isso me magoa, magoa saber que ela pensa que eu faria a mesma coisa que o Pietro fez com ela.

—Vem. –Samantha a puxa pra longe de mim.

  Vejo as duas irem embora e eu fico lá. Vejo a minha mãe levantando pra falar comigo e eu entro pra sala e sento no sofá. Coloquei a cabeça apoiada nos joelhos e lá fiquei.

—Arthur o que você fez? –ouço minha mãe perguntar. Levanto a cabeça e a vejo, ela está com os braços cruzados e com a cara feia.

—Eu não fiz nada do que está pensando, mãe. –respondo na defensiva.

—E o que você acha que estou pensando, Arthur? –ela me olha bem intimidadora. –Será que estou criando filhos cretinos? Será que eu tô pagando com a língua depois de tudo que falei das pessoas quando eu era jovem? Deus eu não mereço isso, primeiro o Pietro e agora o Arthur? Será que eu devo começar a me preparar sobre o que a Mille fará? Olha só Deus, a Mille não pode me dar esses trabalhos não, eu não mereço isso. –ela desata a falar. Está nervosa e chateada, e a culpa é minha.

—Mãe fica calma. –levanto e tento acalma-la.

—Não quero me acalmar, Arthur. –ela me empurra. –Será que você não entende? Você não entende o que está fazendo trocando mensagens com aquela menina? Você tá sem juízo? –ela começa a gritar.

—Mãe eu não estava...

—O que está acontecendo aqui? –meu pai entra na sala e olha pra minha mãe. –Amor? Por que a Sofia foi embora daquele jeito e por que você está gritando com o Arthur?

  Minha mãe suspira pesadamente senta no sofá.

—Acontece que estamos criando dois cretinos, Pedro. É isso que está acontecendo! –minha mãe diz pesarosa.

—O que ele fez? –meu pai pergunta.

—Ele está trocando mensagens com a Maria Julia. –minha mãe responde por mim e eu reviro os olhos. Meu pai olha pra minha mãe assustado. –Sim, é essa Maria Julia mesmo que você está pensando.

—Arthur o que você tem na cabeça? Pensei que gostasse da Sofia.

—E eu gosto, muito. –respondo.

—Então por que estava mandando mensagens pra sua ex- namorada? –minha mãe pergunta.

   Suspiro e começo a explicar aquela história do começo pra que eles entendam a entendam direito.

—Você é burro ou o que? Não sabe que existe uma coisa chamada “bloquear números”? Tem até um aplicativo pra isso. –minha mãe pergunta.

—Eu sei que vacilei mãe, não precisa ficar jogando isso na minha cara toda hora. –reclamo.

—Olha como fala com a sua mãe, Arthur. –meu pai briga comigo.

—Desculpa mãe. –beijo sua mão. –Preciso dar um jeito de me desculpar com a Sofia.

—É verdade e rápido. –meu pai responde.

 -Vou na casa dela agora. –digo levantando do sofá.

—Calma filhão. Conheço bem as mulheres e nesse exato momento posso apostar que ela deve estar falando mal de você com as amigas.

—Conhece bem as mulheres é? –minha mãe arqueou a sobrancelha pra ele.

—É... Você sabe o que quis dizer meu bem. Você entendeu. –ele tenta mudar de assunto.

—Aham sei. –ela ri. –Arthur amanhã bem cedo você fala com a Sofia, ela precisa desse tempo pra pensar e você também. –ela levanta do sofá e pega na mão do meu pai. –Vamos lá rir da cara da Olivia.

  Fiquei sozinho na sala e peguei meu celular e abri naquelas mensagens que ferraram meu namoro e fiz como a minha mãe tinha dito, bloqueei o número.

—Sem mensagens, sem brigas.  –murmuro.