Samantha não tenta conversar comigo no caminho até minha casa e eu acho isso ótimo, porque não estou nem um pouco a fim de conversar, minha cabeça ainda está doendo por causa do Arthur... Eu ainda nem sei o que pensar sobre isso, fico me perguntando como ele pode? Será que estou fazendo papel de trouxa novamente? Droga! Droga! Droga!

—Chegamos. –Samantha fala e eu nem tinha percebido que já tínhamos chegado.

—Obrigada Samantha. –digo e abro a porta do carro.

—Ei. –ela segura meu braço e eu a olho. –Você está bem?

 Suspiro pesadamente e olho novamente. Eu não estou nada bem e me dói ter que admitir isso, é uma droga pensar na hipótese de passar por tudo aquilo novamente.

—Não muito. –respondo. –Mas vou ficar.

—Olha só, se quiser mais tarde eu posso vir pra cá, a gente chama a Jenns e o Markus e come umas porcarias e fica falando mal dos homens. –ela sugere, por mais que eu queria ficar sozinha no meu quarto e questionar minha existência a ideia é boa e por isso eu aceito. –Beleza! Vou ligar pros dois e mais tarde a gente vem pra cá.

—Okay. Tchau Sams. –digo e ela sorri do apelido.

—Te vejo mais tarde, fica bem. –ela sorri e vai embora.

   Entro em casa e vejo que ela está silenciosa e isso é ótimo porque vou poder ficar sozinha no meu quarto sem ninguém pra ficar me perturbando. Subo as escadas, entro no meu quarto e me jogo na minha cama. Aquelas mensagens ficam martelando na minha cabeça e eu me sinto um lixo em pensar nelas... Mas que droga! 

—Ei vida por que você gostar de ficar tirando onda com a minha cara? –me pergunto e acabo caindo no sono.

*-*-*-*-*-*-*

    Sinto alguém me cutucando e eu abro os olhos e vejo o Markus sorrindo pra mim, levanto e me espreguiço.

—Olá preguiçosa! Como está? –ele me pergunta enquanto me abraça.

—Não muito bem e você? E as meninas?

—Não sei, Samantha me ligou e disse pra vir pra cá e eu vim do serviço. –ele responde minha primeira pergunta. –Eu estou bem... O que aconteceu? –ele pergunta.

—Arthur e eu brigamos. –ele me olha estranho e eu conto toda a história pra ele.

—Não acredito! –ele ajeita os óculos. –Vocês dois são dois lerdos viu?

—Lerdos? Markus você ouviu o que te falei? –pergunto e ele assente.

—Sim, claro que ouvi. –ele levanta. –Acontece que brigar com o Arthur por causa disso é tudo que essa menina quer, até parece que não conhece os jogos de uma garota quando quer reconquistar o ex-namorado. –ele me olha e ri. –Sofia você não aprendeu nada? Minha filha ela quer exatamente isso! Que vocês briguem para o caminho ficar livre pra ela!

—Até parece, Markus! Ela nem deve saber da minha existência. –digo.

—Meu Deus! Garota você não aprendeu nada né? Mas é com toda certeza que ela sabe da sua existência. –ele senta na cama da Isadora e me olha. –Sofia, o Arthur colocou relacionamento sério com Sofia Mendes no facebook, todo mundo viu e aposto que ela também, se brincar até o Pietro viu isso de onde quer que ele esteja. –ele diz. –E como ela sabe que ele tem namorada, ela resolveu provocar... Esse truque é mais velho que aquela calcinha verde da minha avó.

 Pensando por esse lado o Markus tem toda razão, não acredito! Estou me sentindo muito burra!

—Ai que raiva! –Samantha e Jenni entram com a cara feia no meu quarto e fecham a porta. As duas estão com a maior cara de bunda e seguram duas caixas de pizza e algumas sacolas.

—Gente? Quem mordeu as donzelas? –Markus pergunta indo até ela e pegando a caixa de pizza que a Jenni segurava, abriu e franziu o cenho. –Quem comprou de calabresa? Eu odeio calabresa.

—Essa pizza não é sua. –Jenni diz. –A sua de frango tá com a Samantha. –ele sorri e pega a caixa com a Samantha.

—O que aconteceu com vocês? –pergunto.

—Briguei com o Tadeu.

—E eu com o Guilherme.

—Por acaso hoje é o dia mundial de “brigar com os namorados” e eu não fiquei sabendo? –Markus pergunta antes de morder sua pizza.

—Deve ser... –Samantha coloca as sacolas em cima da escrivaninha e tira de lá algumas latas de refri. Abre uma na maior raiva e senta na cama da Dora com o Markus, Jenni abre a pizza de calabresa e começa a comer.

—Quem das duas vai começar a contar o que aconteceu? –eu pergunto.

—Guilherme é muito idiota! –Samantha grita. –Ele ficou defendendo o Arthur por causa das mensagens e disse que nós mulheres implicamos com as coisas muito rápido. Vê se pode? Aí quando eu olhei pra ele com a cara feia ele disse “não acredito que você ficou com raiva disso?” aí eu disse que a Sofia tinha o total direito de ficar com raiva porque aquilo foi errado e ele disse que o motivo era muito besta e que ele não achava nada errado o Arthur ter deixado aquelas mensagens lá, vocês acreditam? Aí eu saí e deixei-o falando sozinho.

  Markus ficou rindo e todo mundo olhou com a cara feia pra ele, a gente sabia que ele ficava envenenando o relacionamento da Samantha com o Guilherme por motivos totalmente egoístas.

—Desculpa amores. –ele sorri. –Samantha esse motivo foi muito besta, meu Deus vocês brigam por uns motivos muito bobos, tenho é pena dos namorados de vocês. 

—Pra mim não foi bobo, porque ainda estou muito indignada com aquele idiota. –ela reclama e pega um salgadinho que estava em cima da escrivaninha.

—Mais idiota que o Tadeu ele não é, desculpa amiga, mas o seu irmão é muito idiota. –Jenni diz.

—O que ele fez? –pergunto. Ultimamente o Tadeu e a Jenni vinham brigando mais que gato e rato.

—Adivinha? Amiguinhas, sempre elas. –ela revirou os olhos. –Eu nem as culpo sabe? Seu irmão é lindo e pra completar o infeliz é super simpático e faz todo mundo gamar nele.

—Só você acha isso. –digo fazendo uma expressão de nojinho.

—É nada! O Tadeu é o maior gato, Sofia. Você não acha isso porque é irmã dele. –Markus fala e a Samantha concorda com ele.

—Tá vendo? Ele é lindo e todo mundo vê isso e aquele infeliz sabe que é bonito e aí fica fazendo as meninas olharem pra ele e acharem ele bonito. –ela reclama com a maior cara feia. –A gente brigou porque eu peguei um recadinho de uma delas no bolso da blusa de frio dele.

—Que horror! Você estava procurando coisas nas roupas dele? –pergunto.

—Claro que não, Sofia. –ela me olha feio. –Ele me emprestou a blusa quando me buscou no karatê e quando coloquei a mão no bolso da blusa eu vi o bilhete e a gente brigou, mas não foi uma briga qualquer, foi tipo A Briga. –ela suspira. –Ele me chamou de maníaca ciumenta.

  Não aguentei e comecei a rir, Markus e Samantha me acompanham e Jenni franze o cenho.

—Eu não achei a menor graça disso. –ela reclama.

—Foi engraçado, desculpa. –Samantha ri. –Continua.

—E eu disse que ele era um babaca completo, joguei a blusa de frio na cara dele e disse que era melhor ficar sozinha do que namorar um idiota que nem ele. –ela fala isso com raiva. -Eu sai do carro e fui embora andando e o babaca nem tentou ir atrás de mim pra pedir desculpa, vê se pode?

—E você queria que ele fosse atrás de você? –Markus pergunta.

—Sim, eu queria que ele tivesse implorado meu perdão. –ela suspira. –Eu amo tanto aquele idiota, odeio quando a gente briga.

—Também odeio brigar com o Gui. É péssimo. –Samantha diz deitando na cama da Isadora.

—Concordo. –digo.

—Vocês só brigaram com seus namorados por besteira. –Markus diz.

—Você não sabe de nada, Markus. –Jenni diz mal humorada.

—Sei sim. Que vocês são extremamente infantis, uma briga com o namorado por causa de mensagens que ele nem respondeu, a outra porque o namorado ficou do lado do amigo e a outra pelo namorado ser bonito e deixar outras garotas apaixonadas. –ele fala olhando pra nós três. –E dizendo em voz alta fica pior ainda, nossa se eu fosse vocês eu me envergonharia. –ele dá uma risadinha irônica.

—Odeio quando ele tem razão. –Jenni diz.

—Eu também. –concordo.

—Acho que eu também estou começando a odiar isso também. –Samantha diz com cara feia e isso faz o Markus rir.

—Amo quando tenho razão. –Markus sorri.

—Vou ligar pro Gui e pedir desculpas. –Samantha pega o celular, mas o Markus o toma. –Ei! Devolve!

—Depois... Vocês me prometeram uma noite de amigas e eu a quero. –ele diz. –Então um dia a mais de briga com os namorados não vai matar vocês.

   Assentimos e depois disso eu coloquei um filme qualquer e ficamos todos juntinhos vendo e comendo, foi uma noite bem legal, apesar de tudo. Markus e as meninas já estavam se arrumando pra ir embora quando a minha mãe chegou ao quarto.

—Estão todas aqui. –ela sorri. –Oi Markus, Jenni e Samantha.

—Oi dona Ly. –ele a saúdam.

—Meninas tem umas pessoas querendo falar com vocês. –minha mãe diz sorrindo.

—Com a gente? –Jenni pergunta.

—Sim, vocês três. –ela responde. –Desçam logo!

   As meninas me olham e eu dou os ombros, não faço a menor ideia de quem sejam, eu não estava esperando ninguém. Descemos e os meninos estavam na sala. Arthur, Gui e Tadeu. Os três patetas.

—O que querem aqui? –Jenni pergunta.