Identical Love escrita por Mille Bonnie


Capítulo 2
Cara vermelha e dupla de inglês.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!!!!!!!!!!!



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–Muito babaca. –eu disse.

–Você já disse isso umas trezentas vezes desde que saímos da aula de biologia. –Markus revirou os olhos. Estávamos indo pra aula de português, que graças a Deus não tinha carteiras duplas.

–E repito mais trezentas. –eu resmunguei. –Ele é um babaca.

–Sofi, não tem como julgar uma pessoa assim. –Markus encaixou nossos braços. –Você o conheceu agora.

–Mas já sei que ele é um babaca. –eu disse.

–Acha isso só porque ele derrubou seus livros no chão? –Markus arqueou as sobrancelhas.

–E eu também. Não se esqueça de que ele também me derrubou no chão. –eu respondi.

–E só por isso ele é um babaca? –Markus riu.

–Ele me chamou de grossa. –eu bufei.

–Ele não mentiu. –Markus observou.

–Você tá do lado de quem? –perguntei me soltando dele.

–Do seu meu amor. – ele me puxou de volta. Antes que pensem algo, Markus e eu não somos um casal e ele não está na friendzone. Markus é gay, tipo totalmente gay, mas eu sou a única que sabe disso, nem a Jenni sabe, porque eles não são íntimos o suficiente pra ele lhe contar isso, pelo menos foi o que ele me disse, o pai do Markus nem sonha que ele é gay e se sonhasse morreria, mas antes disso mataria o Markus, digamos que tio Carlos é meio homofóbico. Muitas pessoas acham que somos um casal (inclusive o tio Carlos) e eu não me importo com isso, não quero que o Markus seja zoado por nenhum desses babacas mesquinhos dessa escola, então nunca me pronuncio contra os boatos de que somos um casal.

–Pois não é o que parece. –reclamei e ganhei um beijo na bochecha.

–Bobinha. – ele riu e entramos na sala de português. Markus e eu sentamos na mesma fileira na aula de português. Ele na minha frente e eu atrás. Coloquei meu caderno na mesa e olhei pra frente, vários alunos entrando, Madalena e as suas ratinhas amestradas entraram rindo de algo, os meninos bobões entraram se empurrando, os nerds, e o gêmeo loiro, ele tinha alguma coisa diferente, alguma coisa que fazia meu estômago ficar frio, ele estava arrumando os cabelos e estava sério. Seu olhar cruzou o meu e ele sorriu de lado e foi para o fundo da sala. Parecia que eu ia derreter, sorri e vi o babaca ou gêmeo moreno como preferir, meu sorriso se desfez e eu revirei os olhos. Estragou a visão. Tá vendo? Ele só presta pra me irritar.

–Sofi, vamos ver aqueles filmes hoje? –Markus sussurrou no meu ouvido.

–Filmes? – franzi a testa voltando para o mundo real. –Vamos, mas preciso ir buscar a Dora no ballet às cinco da tarde.

–Tudo bem. – ele respondeu. A professora chegou e começou a dar matéria, estávamos no segundo do ensino médio e quase tudo que os professores falavam eram “isso vai cair no vestibular ano que vem”.

Em algum momento da aula meus olhos vagaram pela sala procurando o gêmeo loiro. Argh, Sofia ele tem nome, é Pietro. Ele estava na penúltima carteira, atrás do Alejandro um menino babaca que só fala asneira, Pietro estava com os cotovelos apoiados na mesa e com expressão de tédio, ele era tão... Tão lindo! O que está acontecendo comigo? Ah que droga, estou, estou...

–Sofia? –a professora estralou os dedos na minha frente.

–Ah... Eu. –me assustei.

–Estava em que mundo? –ela perguntou e todos os olhares se voltaram pra mim. Eu já disse que odeio ser o centro das atenções?

–Aqui. – respondi.

–Sei, o seu aqui deve ser os alunos novos. – ela disse. Essa mulher é sem noção demais. Agora estão todos rindo de mim. E os gêmeos estão me encarando, perfeito, SÓ QUE NÃO. Arthur franziu o cenho e voltou a olhar o caderno e o Pietro me olhou e sorriu novamente pra mim. Por favor, que eu não esteja com a cara vermelha. Por favor, por favor, por favor. –E essas bochechas vermelha ai só comprova o que eu disse. – a professora riu.

–Não é nada disso. – murmurei sentindo minhas bochechas queimarem mais ainda quando o Pietro riu.

–Sei. – a professora deu os ombros. –Volte a prestar atenção na aula, deixe os jogos de sedução para o intervalo. –ela disse. Pronto agora tô feita, todos riram novamente.

As risadas cessaram dois minutos depois, e eu estava me sentindo muito, muito, mas muito envergonhada. Quando a aula finalmente terminou eu sai puxando o Markus pra aula de inglês. Era no outro pavilhão.

–Hmmmmmmm será que a Sofi está interessada em um dos gêmeos? –Markus comentou rindo.

–Cala a boca, seu idiota. – eu murmurei andando ainda mais rápido e o puxando junto comigo.

–Calado estou. – ele riu mais ainda. Chegamos à sala em tempo recorde e eu me joguei na carteira.

–Que vergonha. – eu bati minha cabeça na carteira e gemi. –Por que comigo?

–Bem, ninguém mandou você ficar encarando o novato daquele jeito. –Markus respondeu alisando meu cabelo.

–Eu não estava encarando ninguém! – eu disse.

–Não foi o que pareceu. – ele riu.

O professor de inglês chegou e disse que teríamos um trabalho em dupla, redação sobre algo em inglês e em dupla. Eu teria ficado bem feliz se não fosse pelo fato que o professor iria sortear as duplas. Isso significava que eu provavelmente não faria com o Markus.

–Coloquei os nomes de vocês nessa xicara e vou sorteando. –ele sorriu. Ele sacudiu a xicara e o Markus e eu cruzamos os dedos. –Alejandro e... – ele pegou outro papelzinho. –Anna.

–Tomara que fiquemos juntos. – eu sussurrei pro Markus.

–Tomara. –ele me olhou.

–Markus e... – professor pegou outro papelzinho. Vi Markus sussurrar “Sofia, Sofia, Sofia.” - Arthur.

–Ah nem. –Markus me olhou triste e foi até a carteira do Arthur e eles começaram a conversar.

–Boa sorte. –eu sorri pra ele.

–Madalena e... –o mesmo ritual. –Luca. – vi a Madalena grunhi de raiva e tentar protestar com o professor que a ignorou.

–Melody e Melissa. – o professor disse. –Pietro e... –pegou outro papelzinho e sorriu. –Sofia.

Meu estômago ficou frio novamente, vi o Pietro vir em minha direção.

–Oi. – ele sorriu e sentou na carteira da frente.

–Oi. – respondi apertando minhas mãos.

–Qual tema você acha que deveríamos fazer nossa redação? – ele perguntou. Céus, aqueles olhos eram azuis demais, era possível se afogar em olhos? –Ei, tô falando com você. – ele estralou os dedos na minha frente.

–Ah, oi. – eu me despertei. –Você gosta de filmes de ação? – perguntei.

–Sim, meu gênero favorito. – ele respondeu. Sorri, era o meu também, depois de anos assistindo filmes de ação contra minha vontade por causa do Tadeu, eu acabei começando a gostar.

–Meu também. – sorri, acho que sorri demais porque minha bochecha doeu. –Poderíamos fazer a redação sobre filmes de ação.

–Uma boa ideia. – ele respondeu. –A redação é pra sexta-feira, podemos nos encontrar na quarta-feira e faze-la?

–Podemos. –eu aceitei na hora. Credo, ele deve estar me achando uma desocupada.

–Biblioteca da escola?

–Pode ser. – tentei soar meio desinteressada. Por quê? Nem eu sei.

–Nos vemos na quarta as três. – ele sorriu e se levantou. –Até lá Sofia. – ele fez um aceno e voltou pra sua carteira.

Depois de um tempo o sinal tocou, fomos para o intervalo e lanchamos Markus, Jenni e eu. E eles estavam me zoando.

–Quer dizer que a Sofi teve um amor à primeira vista? –Jenni debochou.

–Aham, pelo novato. –Markus bebeu o meu suco.

–Calem as malditas bocas. – eu reclamei.

–Não seja tão amarga, Sô. –Jenni me jogou um salgadinho. –Só estamos te zoando.

–Com um assunto que não tem a mínima graça. – reclamei comendo o salgadinho que ela jogou em mim.

–Pra mim tem graça. –Markus riu novamente.

Terminamos de lanchar e ficamos conversando, logo depois o sinal tocou e Markus e eu voltamos pra sala, o resto das aulas foi torturante. Teve apresentação do soneto na aula de artes e eu tive que ouvir a chata da Madalena com aquela voz de hiena engasgada recitando seu soneto de como ela era perfeita.

–Faltou o “minha voz de hiena engasgada espanta os mosquitos da minha casa” - eu sussurrei pro Markus que riu.

–Você não presta. – ele me deu um tapinha.

–Nunca disse que prestava. – eu sorri. A aula de artes era a ultima e o sinal tocou bem na hora que o Markus ia apresentar o soneto dele. Então ele e eu só iriamos apresentar aula que vem.

–Meu pai quer que você almoce com a gente. –Markus me disse quando saímos da escola.

–Ele tá de folga hoje? – perguntei entrelaçando nossos dedos.

–Infelizmente sim. – Markus apertou minha mão. –Eu queria que você fosse, porque quando você está lá ele não me enche.

–Eu sei. –eu sorri. –Ele me acha adorável.

–Ele pensa que vamos casar. –Markus riu.

–Tadinho. –eu ri. –Vou ligar pra minha mãe e avisar que vou almoçar na sua casa.

Liguei pra minha mãe e ela deixou, mas me disse pra não me esquecer de buscar a Dora no ballet, porque hoje era meu dia de busca-la.

–Oi tio Carlos. –saudei o pai do Markus.

–Oi Sofi. – ele sorriu. Tio Carlos era um senhor adorável, tirando o fato de sempre pegar no pé do Markus e ser homofóbico e por isso deixar seu filho com medo de ser quem ele realmente é. –Fico feliz que tenha vindo almoçar conosco.

–Eu adoro a sua comida. – eu sorri.

Almoçamos e o logo depois o Markus e eu fomos assistir filmes no seu quarto.

–O que achou do Pietro? –Markus me perguntou.


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