Identical Love escrita por Mille Bonnie


Capítulo 14
Sou o Arthur e gosto de abraços quentinhos


Notas iniciais do capítulo

Fany, muito obrigada pela recomendação! Nunca tinha ganhado uma recomendação tão linda quanto a sua! Muito obrigada mesmo! Espero que gostem do capítulo e vejo vocês nos reviews.



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Arthur’s POV

Eu estava na casa da tia Gumi, ela precisava de ajuda pra colocar uns quadros na parede e o tio Bê estava numa sessão de fotos, então eu fui escalado para o trabalho.

–Mais pra esquerda. –ela mandou, revirei os olhos e coloquei o quadro com a foto do Gui com seis anos de idade sujo de sorvete mais pra esquerda. Já tinha colocado dois quadros na parede, um com ela e o tio Bê se beijando em Paris e outro deles com os irmãos. Nick e Jorge.

–Ficou bom assim? –perguntei olhando pra baixo, ela estava apoiando as escadas pra mim.

–Ficou. –ela sorriu e me deu outro quadro, esse era do casamento dela com o tio Bê, minha mãe, meu pai, tia Mingau, tia Oli, tio Josh e o tio Nicholas estavam nela.

–Gosto dessa foto. –eu sorri.

–Eu também. –ela olhou para o quadro. –Mais em cima.

–A senhora é muito mandona, viu?

–Bernardo me diz isso todo dia. –ela riu. Ajeitei o quadro e ela levantou o polegar em sinal de aprovação.

–Gui te ligou? –perguntei pegando o outro quadro e o olhando, era o Gui e eu andando de bicicleta, o Gui sorria tanto que seus olhos até sumiram, ele era o meu melhor amigo.

–Ligou ontem. –ela respondeu. –Ele pediu pra você ligar pra ele.

–Vou ligar depois que você parar de me explorar. –disse rindo.

–Se ficar reclamando não vai terminar isso nunca.

Coloquei o último quadro na parede e desci das escadas, tia Gumi estava fazendo lanche pra mim e enquanto isso resolvi ligar pro Gui.

–Fala veado. –ele atendeu.

–Fala veado. –eu ri e ouvi-o bufar. –Sua mãe disse que você pediu pra eu te ligar, o que quer?

–Nossa. –ele fez voz de ofendido. –Não posso sentir saudades do meu melhor amigo não?

–Conta outra Guilherme. –eu ri. –O que quer?

–Tia Clarice me ligou e disse que sábado que vem é o aniversário da Mille e ela praticamente me intimou a ir.

–E?

–Quero que você venha me buscar no aeroporto, quero fazer uma surpresa pros meus pais e pra Mille.

–Que fofo você! –fiz uma voz afeminada.

–Idiota! –ele riu. –Será que rola? Já comprei as passagens e o aniversário é oito horas e eu chego oito e meia.

–O que eu ganho com isso?

–Um abraço? –ele riu.

–Eu quero lá abraço de macho. –eu reclamei e ele riu. –Só faço isso porque a Mille vai ficar muito feliz em te ver.

–Sei disso. Sou legal demais e aquela baixinha me ama.

–Se achando né?

–Não me acho, eu sou. –se estivéssemos juntos ele teria levado um soco no braço. –Mas e ai? E as gatinhas?

–Que gatinhas? –perguntei e a tia Gumi entra na sala com um prato com sanduiches. –Não tem gatinhas aqui.

–Tem sim. –tia Gumi gritou.

–Você tá com a minha mãe? –Gui perguntou.

–Estou. –sorri.

–Ela não ouviu né?

–Não.

–O que vocês dois estão conversando? –ela perguntou.

–Nada. –eu ri. –Mas voltando, aqui não tem nenhuma gatinha.

–Tem sim. –minha tia riu. –Aquela menina baixinha que se chama Sofia.

–Sofia? –Guilherme perguntou rindo. –Ela é gata mãe?

–Idiota, ela não pode te ouvir. –respondi. –O telefone não está no viva voz.

–Ah, me deixa falar com a minha mãe, por favor?

–Por quê?

–Porque eu quero. –entreguei o telefone pra tia Gumi e peguei o sanduiche que estava no prato.

–Ela é muito bonita. –tia Gumi riu. –Arthur já tinha falado dela pra mim, ele disse que ela era uma anã irritante, mas eu não achei disso.

–Tia cala a boca. –eu engasguei com o sanduiche.

–Seu pai tirou uma foto deles. –ela riu me olhando. –Ele disse que nunca viu o Arthur tão nervoso em toda vida, acho que tirando aquela vez que ele caiu da escada por causa da menina de cabelo azul, eu também vi que os olhos dele brilham de forma diferente quando ele vê ou fala dela.

–Parem de falar da minha vida. –eu gemi.

–Bom, só tem um probleminha. –ela suspirou. –Ela namora o Pietro. –ela me olha meio triste. –Vou devolver pra ele, te amo muito viu, japinha lindo de mamãe. –ela me entregou o telefone.

–Minha mãe é muito melosa, cara. –ele riu. –É verdade que a sua gatinha namora o idiota do seu irmão? Você deve tá mal, né? Já contou pra ela o que ele fez com você?

–Primeiro: ela não é minha gatinha. –o ouvi rir. –Segundo: eu não gosto dela, então não, eu não estou mal. Terceiro: eu não tenho nada a ver com o namoro deles e além do mais, se eu contasse é bem capaz dela não acreditar, ela tá cega de amor por ele.

–Eu confio no que minha mãe diz. –ele disse.

–Você nem está aqui. –reclamei.

–Mas acredito na minha mãe mesmo assim. –ele riu. –Sábado eu irei analisar essa gatinha, se ela for gostosa você pode roubar ela do idiota.

–Guilherme! –gritei com ele.

Depois de conversar com o Gui e lanchar com a tia Gumi, eu fui embora buscar a Mille no ballet. Hoje eu não estava escalado pra dar aula pros meninos do fundamental, então só o que tinha pra fazer era buscar a Mille no ballet. Cheguei lá e vi as meninas na porta rindo. Isadora se parecia pouco com a Sofia, os cabelos da Sofia eram castanhos e longos e o da Isadora é bem preto e ela usava uma franjinha.

–E ai baixinhas? –eu disse sorrindo e ganhei abraços.

–Thur hoje a aula foi muito legal. –Mille sorriu.

–Foi mesmo, mas o engraçado mesmo foi àquela menina feiosa caindo. –Isadora riu.

–Você a derrubou. –Mille riu.

–Ninguém mandou ficar de mimimi pro meu lado. –Isadora deu os ombros. –Sofi está vindo. –ela apontou e eu vi a Sofia correndo em nossa direção, ela sempre se atrasava pra buscar a Isadora e sempre vinha correndo sem ar.

–Atrasei muito? –ela perguntou sem ar.

–Não muito. –Isadora respondeu.

Sofia estava com uma tiara de laço enorme na cabeça, ela usava shorts relativamente curtos e uma camiseta maior que ela. Ela era tão linda, tão natural. Ah, mas que droga, por que diabo estou notando no que ela veste?

–Vamos tomar sorvete? –Mille perguntou.

–É Sofi, vamos? –Isadora olhou pra Sofia.

–Vamos, eu estou afim de um sorvete maroto. –ela riu e segurou a mão da Isadora e me olhou. –Você se importa se a gente for com vocês?

–N-Não. –respondi. Mille foi o caminho até a sorveteria conversando com a Isadora, eu queria conversar com a Sofia, mas não sabia como.

–Gosta de Green Day? –eu perguntei. Green Day era a minha banda favorita, minha e do Gui.

–Um pouco. –ela sorriu e colocou a franja atrás da orelha, o que revelou suas bochechas. Imediatamente eu quis beija ali e descer para o pescoço. Que merda, Arthur! Pare com isso. –Eu gosto de Holiday.

–Holiday é legal, mas Wake me up When september ends é melhor. –eu disse.

–Nunca ouvi essa. –ela fala olhando pra frente, ela tinha uma machinha bem pequena na bochecha.

–É bem legal.

–Se você diz. –ela deu os ombros. O silêncio voltou novamente, as meninas entraram correndo na sorveteria, era a mesma que o Markus trabalhava, então ele atenderia elas. –Arthur, posso te perguntar uma coisa?

–Pode. –eu falo parando de andar e a olhando.

–É verdade que o Pietro beijou sua namorada? –ela pergunta. Que? Quem contou isso pra ela?

–Quem te falou isso? –perguntei. Vi que ela estava mordendo os lábios com força e eles já estavam brancos, seus olhos estavam nervosos.

–Só me responde, é verdade ou não? –ela queria a verdade.

–Sim. –respondi e ela baixou os olhos e fitou o chão.

–Sinto muito. –ela disse. O que? Sinto muito? Sofia é louca?

–Hã? –franzi a testa.

–É que deve ter sido bem difícil saber que a sua namorada preferiu o Pietro a você. –ela respondeu. Ela tá de brincadeira com a minha cara, né? Diz que ela tá.

–É que...

–Também, o Pietro é tão legal e lindo que fica meio difícil de resistir a ele. –ela sorri. –Não que você não seja... Bom, eu não sei, mas...

–É melhor irmos atrás das meninas. –eu digo cortando o assunto. –Não estou a fim de pagar mais de vinte reais em três bolas de sorvete.

Ela assente e entramos na sorveteria e vimos que as meninas já tinham se servido, Markus estava rindo pra elas.

–Markinhos. –Sofia o abraçou.

–Sofi. –ele beijou a testa dela. Ele parecia estar na friendzone com a Sofi. –Arthur.

–E ai? –eu apertei a mão dele. –As baixinhas deram muito trabalho? –apontei pras duas comendo sorvete.

–Não. –ele riu. –Meu turno já terminou, então vou tomar sorvete com vocês.

Sentamos e tomamos sorvetes, a Sofia ou Sofi como todos a chamam é bem engraçada, ela é um pouco lerda e cheia das tiradas, mas é legal. Depois do sorvete, fui com a Mille pra casa, ela conversava demais.

–Mille você contou pra Sofia que o Pietro beijou a Maju? –perguntei.

–Pra Sofi não, pra Isa sim. –ela respondeu.

–Por fez isso? –perguntei.

–Estávamos contando os segredos dos nossos irmãos. –ela sorriu inocentemente.

–E por que foi falar isso?

–Porque era um segredo. –ela deu os ombros. –Não fica chateado, tá?

Chegamos em casa e o Pietro estava largado no sofá vendo alguma coisa no Disney Channel.

–Pietro vamos ver Camp Rock? –Mille pediu sorrindo. Ele sorriu e abraçou, ele podia ser um cretino filho da mãe comigo e todas as garotas do mundo, mas ele gostava da Mille tanto quanto eu.

–Eu vejo se você não cantar todas as músicas. –ele fala e ela ri.

–Posso cantar a This is me? –ela pergunta.

–Argh! Essa é a pior. –ele bagunça os cabelos dela. –Fica na cabeça por semanas.

–Larga mão de ser chato. –ela dá a língua. –Vou tomar banho e já volto pra gente assistir.

Pietro e eu não nos “falamos” desde o ocorrido com a Maju, e eu preferia assim. Mille subiu as escadas e eu fui atrás. Entrei no meu quarto e tinha um pacote em cima da cama. O peguei e o remetente estava escrito “Maria Julia Bertoli”.

–Que droga! –gemi indignado.

–Chegou hoje maninho. –alguém diz. Olho e vejo o Pietro encostado na soleira da porta. –Ela deve estar querendo fazer as pazes.

–Cala a boca. –eu murmuro.

–Tá bom nervosinho. –ele sai rindo. Minha cabeça diz pra eu jogar esse maldito pacote fora, queimar, jogar pela janela, mas o meu coração pede pra eu abrir e ver o que tem dentro.

–Droga, droga, droga. –eu digo rasgando o maldito pacote. É o álbum de lembranças nossas que ela fez e me deu quando fizemos três meses de namoro, eu tinha feito a minha mãe devolver pra ela, não só o álbum, mas todas as camisas, toucas, CDs e livros que ela me deu. Revirei os olhos e li o bilhete que ela tinha pregado na frente do álbum.

“Sei que você me odeia, mas eu não poderia deixar de tentar. Te amo, Arthur! Sei que errei e me arrependo disso todos os dias. Essas fotos me mostram o quanto você era especial pra mim, espero que olhando pra elas você possa sentir isso novamente. Perdão. Com muito amor e carinho da sua Maju.”

Idiota! Era isso que ela era. Uma idiota. O que ela acha? Que me mandar essas fotos e esse bilhete idiota eu vou perdoa-la e voltar pra ela que nem um cachorrinho? Rasguei o maldito bilhete e coloquei a droga do álbum em outro pacote, coloquei o destinatário e levei para o correio. Eu tinha colocado um bilhete dentro escrito: Acabou. E sinceramente espero que ela entenda.

Sábado chegou rapidamente, minha mãe estava atolada com os preparativos do aniversário da Mille.

–Como assim não vai ter sorvete de maracujá? –ela gritou no telefone. Ela estava brigando com a mulher do Buffet. –Eu paguei pelo maldito sorvete de maracujá, então eu quero sorvete de maracujá.

–Sua mãe fica tão sexy nervosinha. –meu pai comentou rindo.

–Argh. –fiz cara de nojo pra ele.

–Creme e maracujá não é a mesma coisa! –minha mãe revirou os olhos. –Ah quer saber de uma coisa? Pega esse sorvete de maracujá, creme e sei lá mais o que e enfia naquele lugar. –ela desliga o telefone com raiva e vem andando na nossa direção e tropeça.

–Opa. –meu pai sorri ao pega-la. –Quer uma massagem? Você tá bem tensa.

–Sabe o que eu quero? –ela o fuzila com o olhar. –Quero que aquela mulher do Buffet morra afogada com sorvete de creme.

–A senhora tá muito estressada, mãe. –Pietro comenta.

–Sério?! Se você não dissesse isso eu nem ia saber. –ela olha irônica pra ele.

–Tomou distraído. –Mille ri.

–Fica quieta, sua tampinha. –ele briga com ela.

–Thur será que você pode ir buscar a fantasia da Mille e da Isa? –ela me olha. –Estou realmente sem tempo.

–Tá. –eu me levanto da mesa.

–E leva a fantasia da Isa na casa dela, tá?

–Tá. –assinto e saio. A loja de fantasias é no centro, pego um circular e chego lá rapidamente, a mocinha da loja demorou anos pra achar as fantasias, sei que ela demorou de proposito, ela estava me cantando. Depois que ela me entregou as fantasias eu vou andando em direção à casa da Isa. Assim que chego à porta vejo o Tadeu saindo.

–Arthur? –Tadeu franze a testa quando me vê.

–Eu só vim entregar a fantasia da Isa. –respondo levantando a fantasia que está protegida por um saco.

–Ah sim. –ele assente. –Eu estou de saída, estou atrasado pra me encontrar com a Jujuba, mas a Sofi tá ai dentro é só bater que ela abre.

–Okay. –respondo e ele sai. Encaro a porta na minha frente, será que ela está sozinha? Estou sentindo minhas mãos soarem, mas que droga! Isso não pode acontecer, e se ela estiver sozinha? O que vou conversar com ela? Ignoro os meus pensamentos e bato na porta e escuto um “já vou”. Ela abre a porta e meu lado pervertido se aflora, ela estava com um short tão curto que eu mal estava conseguindo raciocinar, porra, garotas não deviam usar shorts tão curtos assim.

–Arthur? O que quer? –ela pergunta me olhando. Ela estava usando uma camiseta sem mangas e com um decote relativamente grande. Merda, merda, merda! Por que ela não era uma tabua? “Pare de ser pervertido! Ela é a namorada do seu irmão”, brigo comigo mesmo. “É, mas o seu irmão não pensou nisso quando comeu a sua namorada.” Não sou como ele porra, não sou. Nunca faria o Pietro pagar na mesma moeda.

–Vim trazer a fantasia da Isa. –respondo mostrando a fantasia.

–Ah sim. –ela assente e morde os lábios, mano do céu! Ela tá fazendo isso pra me provocar? Claro que não seu idiota! Ela nem gosta de você. –Ela já estava enfartando por causa dessa fantasia.

–Mille também. –sorrio tentando manter a calma.

–Bom obrigada. –ela estende a mão pra pegar a fantasia e nossos dedos se encostam e eu sinto uma coisa diferente.

–De nada. –eu puxo minha mão rapidamente.

–Nos vemos na festa, então. –ela se vira me dando a visão da sua bunda, mas que porra! Preciso ir embora, antes que eu morra.

–Nos vemos lá, docinho. –respondo.

Volto pra casa pensando no que acabara de acontecer. Por que raio que agi assim? Será que eu virei um ninfomaníaco em série? Merda, merda, merda! Acho que estou carente! Preciso beijar, é só isso! Essa perversão toda é falta de mulher. Espero que seja. Convenço a mim mesmo disso e entro em casa. As horas até o aniversário da Mille passam devagar, ela está no salão com a minha mãe e as minhas tias, meu pai saiu com o tio Bê pra procurar uma fantasia de Olaf, o que eu duvido muito que ele ache. Quando finalmente dá oito horas, todos já estão prontos e enfileirados na sala esperando a minha mãe descer com a Mille.

–Pai me empresta seu carro? –pergunto.

–Pra que? –ele franze a testa. Eu já sei dirigir desde os meus quinze anos, embora meu pai não deixe dirigir muito.

–Preciso buscar uma pessoa no aeroporto. –sussurro.

–Quem? Não vai me dizer que é a Maria Julia?

–Tá louco pai? –ele ri. –É o Gui, mas é pra ser surpresa.

–Ah sim. –ele assente. –Vamos no carro da sua mãe, pega a chave e sai logo, antes que ela desça e arme um barraco. E cuidado com as blitz, viu?

Peguei a chave e sai. O Gui já tinha me mandado uma mensagem dizendo que já estava chegando, peguei um pequeno fluxo até o aeroporto. Desci e fiquei esperando ele.

–Thur amorzão. –ele gritou pulando em mim fazendo as pessoas, inclusive meninas bonitas, nos encararem.

–Cara, assim você acaba com a nossa reputação. –eu o abracei rindo.

–É saudade. –ele se soltou de mim e ajeitando a mochila nos ombros.

–Que blusa é essa? –perguntei apontando pra blusa que ele estava usando que dizia “Sou o Gui e gosto de abraços quentinhos.” E tinha um Olaf em baixo sorrindo.

–Gostou? É última moda em Paris. –ele sorri e vamos andando em direção ao estacionamento.

–Eu a achei bem viadesca. –respondo e levo um soco.

–Só mandei fazer essa blusa pra agradar a Mille. –ele responde. –E como sabia que você ia morrer de inveja querendo uma, mandei fazer uma pra você também. –ele tira uma blusa da mochila e joga em mim.

–Não vestirei isso. –eu digo.

–Vai sim, veste essa merda logo. –ele me olha feio. Reviro os olhos e desabotoou a blusa xadrez que estava usando. –Gatinho, assim você me seduz. –ele fala com uma voz afeminada, o encaro e dou o dedo do meio pra ele. Visto a blusa e coloco a xadrez por cima, a minha blusa diz “Sou o Arthur e gosto de abraços quentinhos.”.

Chegamos ao salão de festa vinte minutos depois e ele já está lotado de gente, Mille não é uma garota cheia dos amigos, então não sei de onde saíram todas aquelas crianças feias. Avisto a Mille vestida de Elsa e a Isa de Anna, elas estão posando pra alguém.

–Cadê minha mãe? –Gui olha a multidão. –Olha a minha baixinha ali. –ele aponta e sai andando até a tia Gumi. Ela está de costas e ele a levanta, ela dá um grito e depois o abraça com força. Sorrio e vou andando até eles, olho e a tia Oli e a tia Mingau estão sentadas na mesa.

–Arthur como você está lindo! –tia Mingau se levanta e me abraça forte.

–Ele está gostoso! –tia Oli grita. –Se eu não fosse uma mãe de família casa eu com certeza pegaria você.

Eu rio e a abraço.

–Estava com saudades de vocês. –digo. –Cadê o tio Josh e o Vinny? –pergunto pra tia Oli.

–Acho que o Josh levou o Vinny no banheiro. –ela dá os ombros.

–Gui também está muito gostoso. Olha isso Olivia. –tia Mingau mostra o Gui pra tia Oli.

–Meu Senhor! O que vocês andam fazendo? –ela o abraça.

–Vocês duas podem sossegar esse fogo. –tia Gumi briga com elas. –Pelo que eu saiba vocês estão muito bem casadas.

–Ser casada não significa que não posso dizer que os meus sobrinhos estão gostosos. –Olivia rebate e o Gui ri.

–Cadê o Nicholas? –Gui pergunta.

–Saiu com o Bernardo. –Mingau responde. –E Yu, Nicholas e eu não somos casados.

–Ainda. –tia Gumi ri.

–Estamos apenas namorando.

–Vocês namoraram durante um ano inteiro e se pagaram outros dois, querem mais o que? Ele já sabe o sabor. –Olivia responde.

–OLIVIA! –tia Gumi e Mingau olham feio pra ela.

–Ah qual é.

Gui e eu saímos e fomos procurar algo pra beber.

–Cadê a gatinha Sofia? –Gui pergunta me fazendo engasgar com o refrigerante.

–Não tem porra de gatinha nenh... –paro de falar porque meus olhos avistam a menina mais linda da festa e pra minha desgraça ela é a Sofia, porra velho! Alguém avisa pra essa garota não usar roupas curtas, ela está usando uma saia vermelha tão curta (talvez não esteja tão curta assim, talvez eu só esteja virando um pervertido mesmo.) que eu posso enlouquecer seus saltos pretos a deixaram mais alta, subo um pouco e vejo que ela está usando uma blusa com os dizeres “Sou a Sofi e gosto de abraços quentinhos.” Porra, eu quero muito mesmo dar um abraço quentinho nela. A blusa dela é igual a do Gui e a minha.

–Acho que já sei quem é ela. –Gui sorri. –Porra mano, teu irmão pode ser um filho da puta, mas o cara sabe bem escolher uma garota.

Olhei e vi o Pietro já estava do lado dela, ela sorria tão feliz pra ele, algo em mim queria que ela sorrisse daquele jeito pra mim. Não cara, eu não posso estar gostando da Sofia. Ela é a namorada do Pietro e me odeia. Eu tô realmente muito ferrado.


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