Comédia Romântica Qualquer escrita por Thaís Romes


Capítulo 22
A recuperação dramática.


Notas iniciais do capítulo

Pessoas desculpem a demora para sair o capitulo novo, bom, espero que vocês gostem. E sim, eu postei errado antes, acabou caindo em Epitáfio, desculpem por isso também. Saudades de vcs meus xuxus!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/584047/chapter/22

OLIVER

Caitlin ainda me olhava com olhos temerosos, não sabia direito o que dizer, então fiz a única coisa sensata no momento, chamei o garçom e pedi que trocasse o vinho, que eu havia pedido para ela antes de sua chegada por suco de laranja, a fazendo gargalhar. –Você não estava o bebendo mesmo. –dou de ombros sorrindo para ela. –Sabe a encrenca que me colocou agora? –pergunto semicerrando os olhos.

–Eu entendo Oliver, não seria sensato contratar....

–Não, não! –interrompo percebendo como ela estava interpretando tudo errado. –Vou te contratar, se você aceitar a proposta, claro. –o semblante de Caitlin se torna confuso. –Estou preocupado é com a reação de Felicity quando descobrir que eu sei disso antes dela! –Caitlin dá risada, e eu seguro sua mão sobre a mesa. –Ela vai me matar! –sussurro em tom de segredo.

–Pode deixar que eu te livro dessa! –responde. –Obrigada Oliver, por fazer isso por mim, e por Barry.

–Vocês serão pais! –comento admirado, dispensando os agradecimentos, quem estava me fazendo um favor era ela, não o contrário, Caitlin é uma das melhores em sua área, o maior beneficiado em tudo isso seria eu, e minha empresa. Teria a melhor profissional, e ainda faria a minha namorada feliz, por trazer sua melhor amiga para perto dela. –Isso é um passo enorme!

–Estamos muito felizes e aterrorizados ao mesmo tempo. Ando suspeitando que Barry sofre de transtorno de personalidade! –dou risada imaginando as possíveis reações de Barry a notícia. -Ele me abraçou, depois correu para o banheiro e vomitou. –Caitlin responde adivinhando meus pensamentos. –Depois virou a noite fazendo contas, para prever as despesas que um bebê traria, então se sentiu culpado e passou o outro dia me mimando.

–Ele parece a versão masculina da Felicity. –comento passando a mão em meus cabelos.

–E acha que eu não sei disso? –brinca dando risada.

Passamos o restante do jantar conversando sobre a mudança, Caitlin contaria primeiro a Barry, e ao menos que ele tivesse alguma objeção, o que eu não acredito ser possível, os Allens estariam de mudança para Starlling City em duas semanas. Consigo entender o motivo de Felicity amar tanto Caitlin, estar perto dela, é a mesma sensação de se andar de montanha russa, quase cômico, e agora com todas essas mudanças de humor devidas a gestação, chego a temer por Barry. Mas tirando tudo isso, ela é uma pessoa maravilhosa!

Diggle e eu voltamos para a Starlling no dia seguinte, logo pela manhã. Não sobrou tanto tempo assim, então acabamos indo direto para a empresa, passei a manhã inteira entre uma reunião e outra, pela tarde entreguei os dados de Caitlin a Helena, e pedi que ela providenciasse, tudo o que combinei na viajem. Já estava de saída, quando escuto uma voz esganiçada me chamar, que quase me causa arrepios, entrando em minha sala.

–Sr. Queen. –chama, e vejo uma bela mulher loura, com um sorriso, não sei como descrever isso de outra forma, insano. E Helena, me olhando atrás dela, com ar de desculpas.

–Ela foi entrando... –justificou.

–Tudo bem Helena. –sorrio para ela, antes de me voltar para minha “visitante”. –Dra. Quinzel, em que posso ajudar?

–Só estava pensando se o senhor perderia dois dias de consultas em uma única semana. –começa a dizer, parecendo olhar para a parede atrás de mim, sigo a direção de seu olhar por reflexo. –O que não pode acontecer depois de todo o progresso que fizemos. –diz tudo com seriedade, abrindo um largo sorriso no final. Não sei como ela tem licença para ser terapeuta, eu me sinto zonzo com suas reações controversas em todas seções que tenho com ela.

–Tudo bem. –digo condescendente. –Sente-se, podemos conversar aqui. –aponto o sofá para ela.

–Não queridinho, não aqui. –sorri de forma estranha. –Você fez um progresso incrível Sr. Queen, vamos confrontar seu medo de frente. –engulo em seco, por não saber exatamente o que isso significa vindo dela.

–Como?

–Nossa seção hoje vai acontecer em outro local! –bate palminhas animada. –Vai ser maravilhoso!

Saímos da QC em meu carro, Dra. Quinzel me guiou por todo o caminho, e não pude acreditar no que meus olhos viam quando o chegamos. Era uma sede de treinamento militar, onde se faz simulações de combate e aula de tiro. Haleen desceu do carro e respirou fundo, como se tivesse acabado de chegar em uma floresta, e estivesse enchendo os pulmões de ar puro, desisti nesse momento de continuar me perguntando sobre a sanidade dela, esse barco já afundou a muito tempo. Entramos no local e ela cumprimentava a todos como se fossem velhos amigos, bom, alguns pareciam nunca a ter visto antes na vida.

–Carlos! –chama o atendente de aparência latina, entusiasmada.

–É Marcos... –responde tímido, com um sorriso sonhador para ela.

–Claro, claro. Reservei uma simulação para hoje. –informa e imediatamente o homem passa a olhar alguns dados no computador. Ele nos entrega duas cestas de plástico, contendo óculos, fones de ouvido, um colete a prova de balas. Tiro meu paletó e gravara, o colocando em outra cesta que recebo, ela ficaria guardada. Me equipo com o colete e o restante do objetos, seguimos para o arsenal de armas, escolho um rifle e uma nove milímetros.

–É simples raio de sol. –diz a Dra. Quinzel abrindo a porta. –Isso corresponderá a um salvamento na cidade, nada muito complicado. –dá de ombros olhando ao redor.

O local era idêntico ao interior de um prédio abandonado, com algumas janelas e portas, onde presumo que apareceria os bonecos dos bandidos e dos reféns. –Será a simulação padrão de resgate? –questiono.

–Sim... E não. Esse vai ser sua conclusão Oliver, a sua chance de perceber que mesmo estando lá, nada poderia ter sido feito de maneira diferente. –ela se vira em minha direção com os olhos marejados e a voz gentil, e por mais estranho que isso pareça, nesse momento eu me sento grato pela vulnerabilidade dela. –Vai, salve Todd. –sorri com carinho, saindo por onde entrou.

Entro a passos leves, olhando para o local, imediatamente a luz diminui e a simulação começa. Cheguei a pensar que seria inútil, não tenho medo de estar em batalha, na verdade ali é onde me sinto mais à vontade. No princípio são apenas soldados inimigos, reconheci de imediato o uniforme deles. Algumas crianças e soldados aliados, congelo por um momento quando o primeiro boneco deles se ergue. Não eram apenas bonecos aleatórios, eram meus amigos. Hal, Steve e por fim Bruce apontando o caminho certo, quando chego ao fim do corredor vejo uma espécie de barracão, semelhante ao que resgatamos Selina, Slade e Dick. Respiro fundo antes de descartar meu rifle, que a essa altura já estava sem munição, minhas mãos estavam levemente tremulas, sentia meu coração batendo forte e a adrenalina a mil no meu sangue. –Só precisa terminar isso. –digo a mim mesmo com a mão na fechadura da porta, sentia o suor escorrer por minha face.

“Antes...

–Qual é Queen, esse pedaço de pano nem mesmo faz sentido! –Jason reclama, com a gravata borboleta nas mãos. –Não sei por que preciso aprender a fazer esse tipo de coisa. –ele observa os movimentos que faço ao dar o nó em minha própria gravata, imitando com precisão. –Nem vou viver para precisar fazer isso outra vez! –debocha.

–É o casamento de seus pais, pode tentar ser menos pessimista? –repreendo, mas a verdade é que pensava como ele, estávamos no meio de uma guerra, entendo que Bruce e Selina se amam e que não podem mais esperar por isso, mas mesmo esse casamento é a confirmação de que podemos morrer a qualquer momento, ou então qual outro motivo levaria um dos caras mais ricos do país a se casar em uma base militar no meio de uma guerra?

–Você não me engana não Ollie! –brinca com um sorriso zombeteiro que se espelha no rosto de Dick, que já estava pronto, e apenas observava a conversa sentado em uma das camas do quarto que dividia com o irmão. –Está pensando o obvio agora, Dick está, acho que no fundo até Selina e Bruce estão.

–Não precisamos ficar julgando. –corto com seriedade. –Diggle e Lyla são felizes juntos, Bruce e Selina serão também.

–Okay. –dá de ombros sem se importar com nem uma palavra que eu disse.

–Isso é como aquelas pessoas que estão morrendo de câncer, e acabam se casando para passar os últimos dias juntos. –acrescenta Dick e Jason aponta para mim, depois para ele, como quem diz “eu te disse”.

–Estão mesmo comparando o meu casamento com câncer terminal! –nos surpreendemos com a voz doce de Selina, que estava parada na soleira da porta com as mãos na cintura. Dick e eu fizemos cara de culpados, e Jason solta uma gargalhada divertida antes de dar um beijo na face de sua mãe adotiva.”

Agora...

As lembranças me invadem e junto delas um terremoto de sentimentos, juro que podia ouvir a gargalhada dele aqui. Mas naquele milésimo de segundo onde tudo deveria terminar, o medo de falhar mais uma vez com a família do meu amigo é esmagador. Mesmo que tenha sucesso nessa missão, mesmo que aqui eu consiga salvar Jason, ele ainda estará morto. Selina e Bruce, ainda terão que despertar toda manhã e lidar com a morte do filho deles. Mas uma parte de minha que até esse momento pensei estar morta se acende, nada mudaria é verdade. Talvez eu falhe, talvez eu não teria feito nenhuma diferença naquela operação, mas isso não se trata mais de mim, se trata de Jason, essa pode ser minha forma de o honrar. Vivendo da forma que ele merecia ter vivido, ao lado da minha família e de alguém que me ame. Não tem como o salvar, por que ele não está mais aqui, nesse momento eu entendo o motivo dessa simulação.

Abro a porta com um chute, a Dra. Quinzel me esperava do outro lado sentada em uma cadeira, tinha acabado. Deixo meu corpo escorrer pela parede até estar sentado no chão, então levo minhas mão ao rosto e choro a perda do meu amigo, choro pelo sofrimento da família dele, choro por que sentirei sua falta para sempre, sentirei falta do seu humor ácido, que ele costumava usar para esconder seu coração gigantesco. Sinto Haleen se sentar ao meu lado e colocar sua mão sobre a minha, ela respeita minha dor e me permite sentir a perda, me permite concluir.

–Você não o salvaria naquele dia Oliver, Dick não o salvou. –começa a dizer depois de muito tempo. -Precisa entender que não falhou com ele, por que não existia nenhuma forma de você saber o que aconteceria. Bruce não os encontrou a tempo, mas isso também não foi uma falha dele, apesar de sabermos que ele acredita ser. –me viro para olhá-la e vejo um sorriso triste em sua face. –Você parou de mancar!

–O que?

–No momento em que a simulação começou. Foi como se ativasse seu lado herói. –limpo as lágrimas da minha face e me levanto, estendendo em seguida a mão para ela.

–Preciso confessar que quando isso começou, eu me perguntava que tipo de terapeuta você era. –confesso com um pequeno sorriso envergonhado. –Mas preciso agradecer por isso. –acrescento com sinceridade e ela me abraça como uma criança, posso ver mais uma vez seus olhos marejados quando ela se afasta.

–Não por isso querido.

FELICITY

Chego em casa exausta depois de um longo dia de trabalho na QC. Meu sapato fica na porta mesmo, e me jogo no sofá com um Ray folgado tentando ganhar algum espaço do meu lado. –Não! –repreendo. –Você está grande demais agora para continuar fazendo isso. –falo como se ele fosse capaz de me entender, depois sorrio percebendo que preciso ligar para Caitlin, ou talvez passar um tempo com Thea ou Lyla, ando conversando muito sozinha ou com o meu cachorro ultimamente.

Ray continua teimoso tentando ganhar algum espaço. –Ai! –reclamo choramingando e ele passa a lamber meu rosto como se pedisse desculpas. –Só cinco minutinho e eu te dou atenção, por favor! –imploro para aquela coisinha linda que ele é.

Como se tivesse realmente a capacidade de compreensão, ele se senta em frente ao sofá, respirando bem no meu rosto, dou risada da implicância do meu cachorro. –Por isso Oliver te chama daquelas coisas feias. – sussurro.

Oliver, o nome dele me faz lembrar da caixinha pequena de presente na minha estante, nossos horários não andam batendo, e não tive a oportunidade de o entregar, permaneço olhando para caixinha quando escuto a campainha tocar. –Seja um bom cachorro e vai lá atender a porta para a mamãe. –brinco com Ray que já começa a latir, entregando quem estava do outro lado. O que foi o único motivo para eu não me fingir de morta até que a pessoa fosse embora. Me arrasto para a porta e quando abro vejo meu ex/novo namorado, me olhando com um pequeno sorriso nos lábios.

–Espera! –exclama ao perceber que estava prestes a me jogar em seus braços. –Por favor, de alguns passos para trás. –pede, obedeço ainda confusa, o vendo entrar em minha casa. Lindo usando calça e blusa social, mas não era isso que deveria me surpreender, o observo caminhar... Caminhar perfeitamente em minha direção.

–Oh meu Deus! –Levo minhas mãos aos lábios, emocionada. –Está... Você não? –sou incapaz de formular qualquer frase no momento, ele fecha a porta atrás de si, calmamente, antes de se virar novamente em minha direção, faz um carinho breve em Ray que estava agitado desde o momento que Oliver tocou a campainha.

–Tive um dia interessante. –conta segurando minha cintura e encostando sua testa na minha, não me lembro de como usar minha voz, eram muitas coisas para assimilar no momento. –Me desculpa? –pede me olhando nos olhos.

–Por que? –sussurro perdida no azul de seus olhos, com um sorriso de felicidade genuína em meus lábios.

–Deveria ter deixado claro desde o primeiro momento que não é uma opção te ter em minha vida. –dou risada da prepotência em sua voz.

–Okay? –semicerro meus olhos.

–Eu te amo Felicity, e até alguns anos atrás, pensava que esse tipo de amor só acontecia com quem estivesse à beira da morte, mas a verdade é que você é meu câncer terminal. –sussurra em meu ouvido com a voz grave.

–Isso deveria ser um elogio? –questiono bamba em seus braços.

–Pode apostar.

–Bom, por que me sinto mesmo elogiada... O que é estranho. –concluo o empurrando um pouco para longe. –Preciso fazer uma coisa antes disso.... Você sabe.

–Disso o que? –implica fazendo cara de bom moço, o pior é que a carinha de bom moço dele, é muito convincente.

Reviro meus olhos e vou em direção a estante, pegando a caixinha, e a coloco em suas mãos. Ele sorri e beija meu rosto antes de abrir. –Uma chave!

–Bom, na verdade é a sua antiga chave, estou devolvendo. –falo cheia de cerimônia o vendo sorrir. –Um presente reciclado.

–Eu adorei o meu presente. –responde colocando a chave novamente em seu chaveiro, antes de me puxar novamente para seus braços. –Seria uma pena se eu tivesse um presente mais incrível ainda, sei como você é competitiva. –debocha da mais pura verdade a meu respeito.

–Pode tentar, mas o meu presente inclui... –me afasto tirando a blusa que usava de dentro da saia, então a desabotoou o fazendo me olhar com cara de bobo. –E ai? Seu presente ainda é melhor? –deixo a blusa cair no chão e ignoro o fato de Ray a pegando para brincar em seguida, nem gostava muito dela mesmo...

–Nada, no mundo é melhor do que isso amor, nada! –se embaralha um pouco com as palavras gesticulando em minha direção, e quando estou me sentindo vitoriosa ele volta a falar. –Mas... –faz uma careta, como se doesse me contradizer nesse momento. –Não estou dizendo que é melhor, apenas que é igualmente bom. Para você, é claro.

–Tudo bem Queen, me dê logo esse presente maravilhoso. –estendo minha mão suspirando, e ele me entrega um envelope branco. –Um pedaço de papel, é melhor que meu sutiã novo? –pergunto descrente e ele engole em seco desviando o olhar do que eu acabei de mencionar.

–Abre. –incentiva.

Era uma carta de admissão, reconheço de imediato, mas o impressionante não era isso, mas sim o nome que constava nela. Dra. Caitlin Snow Allen, a nova responsável pelas ciências aplicadas da Q.C, ela estaria ativa na empresa em duas semanas. Não me lembro de ter tido um dia tão bom assim antes, não consigo nem mesmo me lembrar do cansaço que sentia anteriormente, sorrio me lançando em sua direção, sinto seus braços me envolverem com firmeza.

–Eu te amo. –sussurro com meus lábios em seu pescoço.

–Quer dizer que eu ganhei? –questiona esperançoso se afastando para me olhar. Me afasto mais dele e tiro a saia que ainda usava.

–Me diz você? –pergunto com ar inocente, o vendo abrir um largo sorriso.

–Quer saber? –começa a falar me secando com os olhos. –Eu aceito perder dessa forma pelo resto da minha vida.

Eu não contaria para ele nem mesmo sob tortura, mas não poderia ganhar, não de verdade. Ter meu Oliver de volta e ainda a minha melhor amiga por perto... Não existe maneira de ganhar disso. Mas não custa o deixar pensar que a vitória é minha!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Me contem o que acharam da Alerquina terapeuta e do capitulo!
Nos vemos no próximo, bjs.