Comédia Romântica Qualquer escrita por Thaís Romes


Capítulo 19
A manhã seguinte.


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores!
Desculpem a demora, mas minha amiga Sweet Rose me diagnosticou como uma pessoa que sofre de TPE (tensão pré episódio). Pois é, ela está certa, eu fico pirando e travo. Mas i'm back, e sim eu já vi o massacre de ontem, mas só tenho uma coisa para dizer a vocês: Aguentem firme!
Quero agradecer a Adri Maculan que Deus, fez uma recomendação que daria um script para outra fic, muito obrigada flor, e esse capítulo é especial para você! Espero que goste.
E Sweet Begônia, thank you pela consultoria sobre carros, sou péssima nisso, como sempre fui salva por sua sabedoria!



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FELICITY

Por que os casais dos filmes são sempre terrivelmente lindos?

Todos já fizemos essa pergunta uma vez na vida, mesmo sendo obvia e conhecendo a resposta. Não nos interessamos por romance de gente feia. Duvida? Caitlin e eu desenvolvemos um teste baseado nisso. Todas nós crescemos, sendo moldadas pelos clássicos da Disney para acreditar no verdadeiro amor, no príncipe encantado (que eu particularmente acho um conceito doentio, mas depois falamos disso). O teste é simples, basta responder de qual casal da Disney você se lembra, qual dessas histórias você gostaria de viver, com qual desses homens perfeitos você se casaria?

Sua resposta com certeza deve ter sido, A Cinderela e o príncipe que a reconhece pelo pé, hilário se quiser minha opinião, um possível podolotra. Ou talvez a Bela Adormecida e o cara que a beija dormindo, sério isso? Ninguém mais acha doentio?

No meu caso seria a Bela e a Fera, ele não aparece só no fim da história, apenas para ganhar o beijo do amor verdadeiro/ amor à primeira vista e ficar com toda a gloria, ele luta pelo amor dela. E a dá uma biblioteca imensa de presente, que naquela época seria o equivalente a acesso irrestrito aos computadores da NASA... Mas existem falhas nessa história também, pois apesar de linda, é claramente um relato da síndrome do estocolmo.

A questão é que a sua ultima opção seria o Quasimodo, por que a Fera tudo bem, ele vira um príncipe no final, nós queremos um príncipe. Mas um cara corcunda que conversa com gárgulas? Não, obrigada. A história é mais atraente quando tudo é perfeito, quando as pessoas nelas são igualmente perfeitas. Mesmo que a vida delas seja uma grande merda por 95% do filme. A gente pensa, cheios de esperanças. –Qual é? Elas são bonitas, vão superar! –Bom, o personagem do Leonardo DiCaprio não superou em Titanic.

E é nisso que acordo pensando pela manhã, quando abro meus olhos vendo o conhecido quarto de Oliver. Eu estava deitada no sofá, e não tenho idéia do por que de todos os pensamentos anteriores, no momento que o vejo em sua cama, de bruços com a camisa embolada, mostrando a linha definida de suas costas, que desapareciam na base de suas calças de moletom. Feixes de luz invadiam o quarto, refletindo em seus curtos cabelos louros. Se existe no mundo uma manifestação exata da beleza, é ele.

–Com certeza, a vida é mais fácil para gente bonita. –deixo as palavras saírem por meus lábios, incapaz de me controlar com aquela visão tão cedo assim.

–Posso fingir que estou dormindo ainda, se for menos embaraçoso. –me encolho no sofá, cobrindo minha cabeça ao ouvir a voz grave de Oliver, esse homem não deveria estar de ressaca? Acordar depois do meio dia? –Não consigo dormir até tarde, se esqueceu disso? –pergunta parecendo ler minha mente. Eu me sento com a coberta embolada em meu colo, decidida a enfrentar minha vergonha.

–Estava pensando em outras coisas. –digo na defensiva, e ele também se senta. Tudo parece se mover em câmera lenta ao o ver fazendo isso. A camisa escorre um pouco mais tarde, me permitindo ver seu abdômen por alguns segundos, os melhores segundos que vivo em meses!

–Isso deve estar sendo difícil para você. –diz preocupado, me trazendo de volta a realidade. Só nesse momento percebo minha boca aberta.

–Isso... O que? –questiono confusa e Oliver sorri com carinho, um sorriso cheio de dentes perfeitos. A única coisa difícil no momento é manter minhas mãos longe dele, missão quase impossível para ser mais exata.

–Toda essa situação. –faz um gesto indicando tudo ao nosso redor. –Sinto muito.

–Eu não. –respondo mordendo o lábio ao ver os músculos de seu braço se contrair, malditos hormônios.

–Não? –soa incrédulo. –Pensei que você acordaria soltando fogo, pronta para um sermão...

–Oliver. –chamo o interrompendo. –Do que estamos falando?

–Do que você estava falando? –devolve a pergunta tão perdido quanto eu.

–É... Clássicos da Disney. –respondo a primeira coisa que consigo processar o vendo franzir a testa confuso. –Longa história!

–Tudo bem. –soa meio incerto disso. –Estava me referindo à noite passada. Sei que passei de todos os limites e sinto muito por isso.

Só então me lembro de tudo o que aconteceu, e da declaração de Laurel, sinto o sangue ferver em minhas veias. –Não quero conversar sobre isso agora. –digo me levantando, totalmente dona de mim. –Mas eu quero falar sobre isso! –deixo claro quando pego o vestido e sapatos de Thea.

–Para onde você vai?

–Minha casa, deixei Ray sozinho, e se a comida dele estiver acabado provavelmente eu não terei mais uma casa para onde voltar. –escuto o riso baixo do Oliver que também se levantava.

–Vou com você. –declara.

–Não vai não!

–Nós combinamos que passaríamos o dia juntos.

–Passamos à noite!

–Nem de longe. –fala debochado com um sorriso safado no rosto, que ele trata de reprimir sobre meu olhar assassino. Oliver limpa a garganta se recompondo antes se voltar a falar com falsa seriedade agora. –O que quero dizer é que, não quero estragar minha chance Felicity. –me encara com aqueles olhos absurdamente azuis. –Só me deixa tentar? Por favor?

Queria de verdade poder dizer que sai de lá com a cabeça erguida e sozinha com o meu orgulho, mas não. Oliver me olhou com aquela carinha linda de cachorrinho sem dono e meu coração se estremeceu. Então por esse motivo, agora estamos entrando em minha casa, algo que parece ser tão familiar, que chega a me dar medo. Ray vem correndo em minha direção, até que vê Oliver, o que faz com que eu deixe de ser importante, imediatamente. Ele pula em cima do Oliver, que firma a perna boa no chão para sustentar o peso de Ray, que está muito maior do que ele se lembra.

–Criaturinha do mal, você sentiu minha falta, sentiu? –questiona o acariciando com um enorme sorriso no rosto. –Quem é a coisa maligna mais bonita do mundo? -brinca recebendo lambidas de Ray.

–Para de chamar meu cachorro de sinônimos para demônio! –reclamo em meio ao riso.

–Nosso cachorro. –corrige automaticamente. –E Felicity, ele não se importa, é assim que lidamos um com o outro, é uma relação baseada em sinceridade e amor. –tanta asneira que nem sei por onde começar a criticar.

Escoro meu corpo no batente da porta observando a alegria deles. Oliver estava certo, Ray sentia sua falta, juro que nunca vou entender essa relação de amor e ódio dos dois. Mas por hora eu estou feliz por não ter cedido ao meu orgulho, precisava mesmo de um pouco disso para melhorar meu dia.

OLIVER

Era bom estar na casa dela de novo, e o cão do inferno me fazia muita falta. Tudo estava do mesmo jeito, todas as nossas fotos no mesmo lugar, o que mostra que ela me ama, tanto quanto eu a amo. Só o que não consigo entender é essa relutância em voltar, sendo que estarmos separados parece a machucar da mesma forma. Poderia simplesmente perguntar, é claro. Mas Felicity não é assim tão simples, isso no mínimo me faria ser expulso de sua casa.

–Como vai a Cait? –pergunto me sentando no sofá, sentindo fortes fisgadas em minha perna, engulo em seco tentando ignorar a dor, ela arruinaria todo o meu dia e não é bem o que eu tenho planejado.

–Ela está bem, Barry recebeu uma proposta de emprego do departamento de policia aqui de Starlling, como agente forense chefe. –conta sorrindo. –Mas Caitlin teria que arrumar um emprego em sua área para que os dois possam se mudar.

–Uau, isso é maravilhoso am... Felicity. –corrijo fazendo careta e ela acompanha. –Velhos hábitos, desculpe.

–Tudo bem. –responde respirando fundo. E a dor em minha perna se torna mais forte, seguro em uma almofada tomando o cuidado de não transparecer nada em minha face. Felicity para, me olhando com cuidado, sem dizer nada ela se levanta e volta segundos depois com água e meus comprimidos.

–Eu estou bem. –tento em vão protestar, mas ela estreita seus olhos dando a entender que nada que disser irá funcionar.

–Não fazem mais efeito não é? –questiona preocupada se sentando ao meu lado, desvio meus olhos dos dela, incapaz de a encarar. –Por favor, Oliver. Só responde minha pergunta.

–Não. –é tudo o que eu falo olhando para meus próprios pés. Seguem-se alguns segundos de silencio constrangedor.

–A dor fantasma. –conclui usando o mesmo termo que meu médico utilizou, algo que não deveria me surpreender vindo dela, mas mesmo assim me deixou impressionado.

–Foi o que me disseram. –tento sorrir, mas sai meio que uma careta no lugar.

–Podemos lidar com isso. –diz decidida se levantando e alisando a saia do vestido florido que usava.

–Podemos?

–Claro que sim, eu disse que estaria em sua vida Oliver, não disse? –sorrio cheio de gratidão e ela toma minha mão na sua se agachando em minha frente, vejo com clareza seu lindo rosto de anjo repleto de preocupação. –Você vai superar isso. –sinto uma vontade louca de a beijar nesse momento, mas reprimo e me limito a acariciar sua mão na minha.

–Tenho uma surpresa para vocês, o Cérberus vai gostar. –Felicity fecha a cara para mim, entendendo a referencia.

–Chamar Ray pelo nome do cachorro que guarda os portões do inferno, não é parar de chamá-lo de demônio Oliver! –dou a ela meu melhor sorriso a fim de desarmá-la.

– Vamos então? –tento me levantar sem demonstrar a dor que sentia.

–Quer saber. –se apressa em dizer se levantando. –Eu estou meio preguiçosa hoje. –mente para me poupar.

–Não sou uma donzela Felicity, não precisa agir assim. –digo com seriedade.

–Não estou. –se senta novamente ao meu lado tomando minha mão na sua, sei que ela está mentindo isso me incomoda mais do que qualquer outra coisa. –Me desculpa. –respira fundo afastando um pouco de cabelo do rosto. –Eu estou, mas só por que te... –se interrompe, percebendo o que iria dizer, o que se torna praticamente impossível permanecer ao seu lado, sem a tomar em meus braços.

–Então o que fazemos agora? –pergunto tentando quebrar o clima que se instalou em nossa volta, tentando fazer com que ela se sinta mais uma vez confortável por estar comigo.

Passamos o resto dia com jogos de tabuleiros e maratonas de séries na televisão. Eu queria que ela gritasse comigo, dissesse o que sente, e o porquê se sente dessa forma, sei bem que aguardar que o conflito dentro dela tome uma proporção maior para chegar ao ponto de explodir, pode significar um fim definitivo, mas nesse momento sou covarde, incapaz de encarar a possibilidade de um rompimento definitivo.

–Tchau coisinha do mal. –acaricio os pelos dourados e negros de Ray que abana o rabinho feliz.

–Obrigada por hoje. –Felicity diz puxando a coleira de Ray para que ele recuasse para que eu pudesse sair, passamos pela porta por uma pequena brecha, para impedir o cachorro de nos seguir.

–Foi divertido. –respondo sorrindo, como ela consegue ser tão absurdamente linda, sem nenhum esforço? Me curvo um pouco para beijar sua face. –Nos vemos amanhã, na empresa. –acaricio seu rosto de leve antes de pegar a chave do carro de Thea que fiquei de levar para casa.

Entro no carro e jogo minha mochila no banco ao lado, não entendo por que ainda moro com minha mãe naquela mansão mórbida. Todas as vezes que preciso percorrer o longo caminho até a mansão dos Queens passo a pensar isso. Quando penso já ter me acostumado com a maldita dor, ela se acentua, se torna mais forte e intensa. Eu estava em uma estrada deserta, então estaciono e pego as pílulas inúteis em minha mochila e tomo duas a seco. Tento arrancar o carro, mas o mínimo movimento me faz gritar, repito o gesto mais uma vez, é só um maldito acelerador. Respiro fundo e tento forçar mais uma vez, a dor chega a tal ponto que sinto minha cabeça girar, não suportaria mais uma tentativa disso.

Pego meu celular com as mãos trêmulas, só existia duas pessoas que eu permitiria me ver nesse estado. Disco primeiro o numero de Diggle, ele entenderia, mas o telefone cai na caixa postal, o celular escapa de minhas mãos e por alguns minutos apenas permaneço imóvel, me sentindo a mais miserável das criaturas.

–Droga. –murmuro perdido em toda aquela dor, me retorcendo para conseguir recuperar o celular. Quando minhas mãos o alcançam eu já estou suado e exausto, disco minha segunda opção e aguardo.

‘Ollie?’

–Tommy... Preciso de ajuda. –cada palavra sai com esforço.


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Notas finais do capítulo

Então amores, agora me contem o que acharam do capítulo okay? A fic está em um ponto que a opinião de vocês é de total importância.
Bjs



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