(...)

— Quem era? O que estavam falando de Sophi? Tem alguma notícia? A encontraram? – Violetta perguntou tudo muito rápido.

— Era uma mulher... – sentei no sofá e ela sentou ao meu lado.

— Que mulher?

— Eu não sei.

— E o que ela disse sobre Sophi?

— Que está com ela.

— E o que estamos esperando? Vamos busca-la! – se levantou num pulo.

— Eu não sei onde ela está.

— Como não? Por que você não perguntou? – ela perguntou brava.

— EU PERGUNTEI MILHÕES DE VEZES, VOCÊ NÃO OUVIU? – me irritei.

— Não precisa gritar, tá? Eu só estou nervosa.

— EU TAMBÉM ESTOU!

— NÃO GRITA COMIGO.

— E VOCÊ NÃO GRITA COMIGO.

— EU GRITO COM QUEM EU QUISER. – foi até a porta batendo os pés, fui atrás dela.

— Aonde vai?

— Embora.

— Não, me desculpe.

— Você só sabe gritar comigo.

— Desculpe... Eu só quero a Sophi de volta.

— Eu também quero e não fico gritando com você por isso.

— Desculpe... – abaixei a cabeça.

— Tá.

*Dim Dom*

Violetta abriu a porta e havia dois policiais do lado de fora, um parado na porta e o outro dentro do carro.

— O desaparecimento ocorreu aqui? – o que estava fora do carro perguntou.

— Sim. – respondi.

— Quem desapareceu? – perguntou entrando, quando demos espaço a ele.

— A nossa filha. – Violetta disse.

— Podemos sentar?

— Podemos. – caminhamos até o sofá e sentamos.

— Então, quantos anos a filha de vocês tem?

— Quase três.

— Meu Deus, como ela sumiu?

— Eu não sei, ela estava com Violetta. – eu disse.

— Imagino que você seja Violetta. – olhou para ela.

— Sim, sou eu. – ela concordou.

— Então, como ela sumiu?

— Eu não me lembro muito bem.

— Conte-me tudo o que lembra. – Violetta contou tudo a nós. — Então você cheirou algo e depois desmaiou?

— Não sei se foi bem isso.

— E o barulho que você ouviu?

— Não encontrei nada, só senti alguém me segurar e desmaiei.

— Esse desaparecimento me parece mais um sequestro.

— UM SEQUESTRO? – gritamos uníssonos.

— Sim, vocês não desconfiam de ninguém?

— Não. – respondi.

— Mia... – Violetta sussurrou.

— Ela não seria capaz. E do jeito que você falou parecia mais um homem. – eu disse.

— Nunca se sabe.

— Quem é Mia? – o policial perguntou.

— Uma ex-namorada.

— Hum... Ninguém ligou para vocês? Pedindo resgate ou coisa do tipo?

— Ligaram.

— E o que disseram?

— Que estão com Sophia.

— E quem era?

— Uma mulher.

— Não pediram dinheiro, nem nada?

— Não, só mandaram esperar pela próxima ligação.

— Ligaram para o telefone ou para o celular?

— Para o telefone.

— Bem, nós vamos procurar pela cidade e depois voltamos. – ele avisou, se levantando.

— Tudo bem.

— Até logo. – Violetta o acompanhou até a porta.

— Até. – ele saiu.

— Eu estou com medo. – Violetta disse, com os olhos marejados.

— Não fique, princesa. – a abracei.

— E se ficarmos sem a Sophi?

— Vamos encontra-la, não se preocupe.

— E se não encontrarmos?

— Nós vamos. – ficamos abraçados no sofá até o telefone tocar. — Deixa que eu atendo.

“Alô? Quem é?”

“Ei, amor! Sentiu saudade?” – a mesma mulher de antes perguntou.

“É você de novo...” – murmurei.

“Sim, sou eu de novo. Quer ouvir sua filhinha novamente?”

“Quero falar com Sophia!”

“Espere um pouco.” – poucos segundos depois ouvi Sophia chorar.

“DEIXE EU FALAR COM ELA!”

“Não, por enquanto você vai falar só comigo mesmo.”

“O que você quer para devolver Sophia?” – perguntei.

“Posso escolher qualquer coisa?”

“Pode.”

“Hum... Já sei o que quero.”

“O que?”

“Você!”

“QUE?”

“Quero fazer uma troca, eu fico com você e devolvo a pirralha.”

“Certo, aonde nos encontramos?”

“No parque principal, ás oito em ponto.”

“Ok.”

“Se levar a polícia eu mato sua filha e sua namoradinha.”

“Não vou levar.”

“Ótimo, beijinhos.”