PS: Capitulo narrado pelo Bruce

Minha visão estava embasada, meu estomago doía juntamente com outras partes do meu corpo. Apenas ouvia a voz de Shaunne dando instruções para alguém e por um breve momento escutei a voz de Kiev.

Katy já tinha voltado? Onde ela estaria agora?

Eu formava a visão para conseguir enxergar não admitia em morrer ali, não enquanto eu tinha muita coisa para fazer... Nenhum parasita tiraria minha vida depois de conhecer à humana que quero passar o resto da minha vida. Ergui minha mão para o alto tentando enxergar meu braço...

E consegui...

Minha visão não estava uma das melhores, mas conseguia enxergar alguma coisa.

Olhei para a porta vendo minha humana agarrada num pequeno frasco e logo em seguida minha mãe surgindo atrás dela com a expressão tristonha.

O que estava acontecendo?

A mesma chegou perto de mim se abaixando enquanto Shaunne dava espaço para ela ficar comigo. Seus olhos azuis de quem puxei me fitaram até um pouco felizes por ainda me ver vivo e respirando.

— Tenho uma pergunta a você.

O que seria?

Olhei em direção a Katy que caminhava em minha direção.

— Posso salvá-lo com essa lagrima, mas quero perguntar outra coisa... — disse. — Posso transforma-lo em humano se desejar. — Ela olhou para Katy que pela sua expressão isso era surpresa.

Não conseguia responder, eu não sabia se queria virar humano e ir viver com Katy... Além do mais um cara metade peixe seria mal visto andando por ai na superfície, certo? O que eu deveria fazer?

A escolha era minha, mas amava ser o que sou... Mas eu abrira mão daquilo que amo ser para ficar com a humana que amava?

Certamente sim.

— Eu... — Não conseguia terminar a frase.

— Apenas o cure! — Foi à vez de Katy falar. — Deixo decidir isso depois... Além do mais ele ama ser o que é... Não posso tirar isso dele... — Falava fazendo sua voz ficar mais fraca.

Ela se sentiria culpada se eu aceitasse essa oferta?

Minha mãe assentiu pegando alguma copisa na pequena maletinha preta dela tirando de La um vidro pequenino com um liquido transparente. Seu eu não tivesse nessa situação teria perguntando o que era aquilo transparente.

A mesma tirou a tampinha do frasco levando até minha boca.

— Depois que ele beber isso talvez leve algumas horas ou dia para ele se recuperar totalmente. — falava ela olhando para Katy. — Ou seja, nada dele nadar por ai! Apenas ficar de cama.

Resmunguei não gostando disso.

Katy assentiu sorrindo olhando para mim, mas era obvio que não gostava daquili. Queria sair e nadar e aproveitar uma banheira...

— Agora vamos. — disse minha mãe. — Consegue levantar?

Cruzei os braços balançando a cabeça em negação como uma criança brava. Minha mãe suspirou se levantando. Não queria ir embora já que não poderia sair e aproveitar...

— Me leva. — sorri para minha mãe.

— Ele esta bem, podemos ir.

— E ele? — Kiev olhou para mim enquanto virava a face. — Vai deixa-lo?

Minha mãe que me dava às costas parou e se virou me analisando por um breve instante. Só esperava que ela não dissesse para Kiev me levar.

— Sim. — Ela balançou a mão num ato de despedida e se retirou.

Kiev deu de ombros saindo juntamente co Shaunne que não tirava os olhos dele. Isso eras bom assim ele ficava longe da minha Katy e Shaunne longe de mim... Além do mais não casaria com ela... Não depois de ter conhecido Katy.

Sentei no chão conseguindo me mexer muito bem. Era estranho. Minha visão voltara a melhorar muito rápido era como se eu nunca tinha passado por isso...

Olhei para Katy que sorriu me abraçando.

— Vai colocar uma roupa! — disse ela fazendo-me rir.

Como eu conseguiria usar roupas na minha forma de tritão? Se fosse à outra forma conseguiria usar umas calças folgadas, mas isso não tinha culpa!

Sorri trazendo os lábios dela até os meus selando-os num beijo longo enquanto a mesma protestava querendo continuar me xingar... Apenas queria sentir sua pele... Seus lábios... Nada mais.

Como eu amava aquela humana...

Eu teria coragem então de me transformar em humano? E viver na superfície com ela?

Talvez sim... Falaria com minha mãe...

Eu desejo ficar com ela para sempre...

Dias tinham se passado, ainda eu tinha que ficar de cama por que minha mãe me rodeava mandando eu ir para cama como se eu volta-se a ter 9 anos. Isso era um saco! Eu era um tritão livre!

Queria explorar e me divertir. Isso era algo terrível!

E por ultimo recebi uma visita de meu quando nessa manha enquanto estava lendo um bom livro tomando meu café. É claro que pela cara dele não estava de bom humor.

Mas vamos contar uma novidade, certo? Por que isso já é rotina.

O mesmo parou diante da minha cama cruzando os braços. Ouvi dizer que Katy o desafiou talvez seja isso sua “bela expressão”.

E por sinal ela conseguiu muito esperado da garota que escolhi para ser a mãe dos meus filhos.

Meu pai ainda me encarava fazendo-me largar meu livro e fita-lo.

— Sua mãe disse que você já esta se sentindo melhor.

Faz uma semana já!

— Sim. — o respondi.

Mas gostaria de ter respondido o que tinha pensado.

— Isso é bom meu filho...

Claro, para alguém que ia deixar seu filho morrer sem lutar.

Às vezes sinto ódio por ele ser assim! Por que tinha que ser tão cabeça dura? Por que não podia agarrar a oportunidade que surgia? Por que não lutava!

— Desculpe-me se não fiz nada, mas o pedido foi recusado e não daria para arrancar uma lagrima dela. — o mesmo desviou o olhar. — Eu a conheço muito bem...

Então como Katy conseguiu outros meios? Por que ela conseguiu convencer com palavras não com punhos!

Não suportava isso...

— Eu não queria que você morresse, apenas queria que você seguisse as tradições.

— Para que serve essas tradições idiotas! — Berrei. — Para nada! Apenas para trazer infelicidade para seu próprio povo.

— Não fui eu que fiz essas tradições e como sabe tradições surgiram para serem seguidas!

Seguidas? Seguidas?

Eu gostaria de berrar que isso não era verdade. Queria mostrar para ele o que era ser um rei! Reis salvam seu povo, protegem sua família, transforma lagrimas em sorrisos! Não seguem tradições que trazem apenas o oposto!

Por que seguir a infelicidade? Por que alguém criou e disse que teria que ser seguida? Não podemos amar um humano por que somos de raças diferentes e também não podemos ficar com a pessoa que amamos entre nossas raças por que os sexos opostos são separados, crianças separadas de suas mães e pais.

Então o que fazer?

Simples!

Tradições são como regras! Foram feitas para serem quebradas.

— Então as quebre.

Meu pai arregalou os olhos.

— Você quer que eu quebre-as para você ficar com uma simples humana! — foi a vez dele berrar.

Simples humana?

— Lembre-se que foi a simples humana que salvou a vida de seu filho, foi a simples humana que teve mais coragem que você.

O mesmo se calou engolindo tudo aquilo.

Apenas falava a verdade.

— Você não pode controlar-me... Nem esse reino!

— O que pretende?

— Governar. — abri meus braços me levantando. — Eu vou ficar aqui e controlar.

Meu pai ainda me olhava com aqueles olhos arregalados.

— Eu vou mudar o mundo! Criar um mundo onde não tenha tradições infelizes, regras que nós destruam. Eu criarei um reino apenas para nossa que quer sorrir uma vez na vida pelo menos.

— Quer ser o rei de um reino sem regras? — Meu pai caiu na gargalhada.

Baixei meus braços não rindo daquilo.

— Não. — O mesmo parou de rir arqueando uma sobrancelha. — Criarei um reino que unirá todos! Eu serei o que dará um novo propósito de viver para eles. Eu vou criar novas regras! Viva pelo propósito que deve seguir, não pelas tradições que te seguirá!.

Cruzei os braços.

— Agora se me der licença acho que você tem uma coroa para preparar, não?

— Eu darei a coroa, mas quando esse seu reino cair. Eu serei o primeiro a estar lá para dizer que o avisei.

— Quando esse reino prevalecer eu estarei lá ao seu lado para dizer, eu te disse.

Meu pai apenas semicerrou os olhos se retirando do quarto.

Era esse reino que eu queria fazer... É o reino que eu farei.

Abri a porta do apartamento de Katy vendo que estava vazio apenas fui recebido por Milk que por sinal não se agarrou em minhas pernas. Eu sei que por ser metade peixe eu teria cara de comida de gato, mas esse gatinho poderia me dar uma chance...

Suspirei vendo que a cama estava arrumada e roupas atiradas em cima da mesma. Sob a mesa apenas tinha algumas frutas...

Milk que me seguia pela casa inteira. Pisquei parando diante da porta do banheiro sorrindo em me lembrar daquela banheira, o abri vendo que não mudará nada mesmo. Enchi a banheira e me despi jogando minhas roupas longe da banheira e logo depois me jogando e em poucos segundos minha causa apareceu.

Por que adorava tanto aquela banheira?

Trazia-me momentos felizes, momentos que apenas eu sabia o que era senti-los. Ver a face de Katy furiosa... Balançar minha cauda e jogar água para todos os lados.

Lembrando-me disso balancei minha imensa cauda azul de três tonalidades da mesma jogando água para todo o lado até molhar até meus cabelos negros.

Dança como um louco enquanto jogava tudo para o chão e era claro que Katy ficaria irritada comigo, mas eu estava feliz por voltar aqui novamente e logo ver sua face furiosa.

E pensando nisso não deu minutos que ouvi o barulho da porta se abrindo e Milk miando. O barulho de chave se chocando em algum local de madeira e depois sacolas. Certamente ela tinha ido fazer compras.

Jantar!

A porta do banheiro foi aberta rapidamente até se chocar na parede fazendo um som forte e alto. A face da mesma era de fúria principalmente por ver tudo que era seu no chão.

Balancei a cabeça sorrindo para ela.

— Estou de volta.