Túmulo das sete almas ~Hiatus~ escrita por Sol
Notas iniciais do capítulo
Até as notas finais
Segundo dia
10h 50min (am)
Permaneci encarando a tela do celular claramente decepcionado, cinco tentativas e nada, Charles estava sentado ao meu lado no sofá conversando com a mãe da Jessie sobre como entendia o que ela estava sentindo, era realmente frustrante não conseguir dizer algo justo a mãe da minha namorada, eu jamais poderia medir o que eles sentiam no momento, podia ver a dor nos olhos da mãe dela, o que diria?
— Luc? – A voz de Mary me despertou do meu mundo da lua, ela me encara agora e meu amigo também, o que me obrigou a me sentar ao lado deles, ainda um pouco decepcionado com a vida. — O que houve? Parece preocupado.
Sorri de qualquer jeito e balancei a cabeça.
— Não é nada de mais.
— Entendo, quer um biscoito de chocolate?
— Não, valeu.
Ela sorriu minimamente e se levantou quando ouviu o som do telefone tocando, vindo da cozinha, Charles me lançou um olhar curioso assim que ele saiu e eu suspirei. — Ela não me atendeu. – Sussurrei.
— Ela estar ocupada, tenta outra hora, vai que dá. – Meu amigo tentou me animar e eu sorri, assentindo sem muito ânimo. Mary retornou com o telefone na mão, andando apressadamente.
—Ah! Meninos, eu... – Ela parou e balançou a cabeça, respirando fundo algumas vezes, a reação dela me fez levantar do sofá e caminhar rapidamente até ela, o olhar que ela me lançou era tão... Piedoso? — Liguei para meu marido para avisar que vocês estavam aqui e... Olha, ele pediu para ficarem aqui, ok? Apenas isso.
— Mas... O que aconteceu agora? – Minha pergunta saiu quase como um sussurro, essa maldita pergunta já estava me cansando: “o que aconteceu?” ultimamente ninguém parecia disposto a me explicar nada, e quando tinha alguma resposta nunca era boa. Mary me encarou com ternura e me abraçou, me deixando ainda mais nervoso.
— Meu marido já vai vir, ele logo deverá chegar e logo seus pais também, ele os chamou por se tratar de algo sério, assim que eles conversarem a sós eles vem para casa. – Ela esclareceu e me sentou no sofá ao lado de Charles, que apenas observava tudo sem nenhum tipo de expressão, ou seja, ele estava assustado. — Vou pegar uma água.
Assim que Mary saiu, me voltei a meu amigo, que permanecia em silêncio. — Por que tenho a impressão de que o mundo está conspirando contra nós essa semana?
— Porque ele está. Por algum motivo todos os problemas decidiram cair em dias seguidos, parece até que alguém os controla. – Charles resmungou, incorporando a sua pose de futuro detetive. — Na verdade... Bem, enfim, só sei que ai vem bomba e não parece ser das mais fracas.
— Onde eles estão? – Elevei o tom de voz para que Mary me escutasse, ela me encarou em dúvidas enquanto parecia pensar.
— Na... Escola. - Encarei Charles, que colocou a mão na testa e suspirou. Sem pensar muito eu me levantei e o puxei ele para que fizesse o mesmo. — O que pensam que vão fazer mocinhos?
— Poupar todo mundo de ter que vir aqui atrás de nós ué. – Charles comentou inocentemente, já girando a maçaneta da porta.
— Não podem! Fiquem aqui! Se forem lá... – Mary nos encarava com um pouco de dó. — Fiquem!
Olhei nos olhos dela e sorri meio tristemente.
— Desculpe-me, não posso ficar.
Charles abriu a porta e nós corremos para a rua. — Corrida até a escola? – Ele propôs sorrindo tortamente e eu respirei fundo.
— Só se estiver pronto para perder.
~ # ~
11h 30min (am)
Encarei bem a escola, o grande prédio estava praticamente vazio, literalmente ás moscas.
— Acha que foi mesmo uma boa ideia a gente ter vindo aqui? – Charles questionou ansioso, olhando fixamente para os únicos carros do estacionamento, o do diretor, o da vice-diretora e o do meu pai.
— De qualquer forma já estamos aqui não é?
— Claro! – Ele ainda parecia nervoso. — Vamos entrar!
Nós andamos até a porta de entrada, que estava aberta, mas eu parei assim que ouvi a voz do meu pai, ele parecia com raiva e seus gritos eram ouvidos do lado de fora. Aproximei-me mais e também ouvi minha mãe, mas ela... Chorava?
Charles deu um passo à frente e entrou na escola antes de mim, eu abri a porta para entrar, mas ele voltou correndo e me impediu, colocando as mãos em meus ombros e me encarando com desespero.
— Fica aqui... – Ele pediu, quase implorando, eu não sabia o que pensar, porém me senti subitamente nervoso. — Não entra, por favor!
— Mas... O que está fazendo? – Tentei me soltar dele.
— Luc? – Minha mãe me chamou, quando a encarei vi que ela realmente estava chorando, o que me deixou mais preocupado ainda, meu pai também me encarou e seus olhos se encheram de pavor.
—Luc fica ai! – Ele mandou, mas eu já estava me soltando de Charles e entrando no corredor da escola, não suportava a ideia de ver minha mãe chorar, não de novo. Ela começou a caminhar até mim e eu corri até ela, depois de alguns passos foi que eu reparei nas paredes.
Meus pés perderam rapidamente o ritmo, senti minha visão embaçar um pouco e um forte enjoo.
Muitos cartazes estavam espalhados por toda parte, todos iguais, todos tinham uma foto e um título.
Na foto um menino de doze anos estava caído no chão, parte do rosto, do peito, das pernas e todo o chão ao redor estavam sujos de sangue, por varias partes de seu peito havia furos. Facadas.
Senti minhas mãos começarem a tremer e respirar ficou minimamente mais difícil, olhei para todos os lados, sempre a mesma foto. E todas com o mesmo título: “Cain Romany, brutalmente assassinado!”. Senti minha mãe me abraçar, ela também tremia e chorava mais do que eu.
Meus olhos então se guiaram porta principal fechada, agora fechada, ela havia sido pichada, estava escrito “morto” por toda a parte e bem no meio de toda pichação, não muito grande e meramente disfarçado, estava uma assinatura que eu, infelizmente, conhecia bem:
“Max”
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Oeee amores, primeiro de tudo mil perdões por essa demora toda, eu estava realmente atolada na vida, e um pouco desanimada com essa história, mas o desanimo passou, uhuuu ehehe
O cap não ficou tão grande assim, mas os próximos vão ser maiores.