Die Young - Os céus tem um plano para você escrita por Mi Cullen


Capítulo 14
Luto/ POV Jacob


Notas iniciais do capítulo

Bom! infelizmente não conseguimos a marca de 80 comentários. Então não vou postar três capítulos, mas eu percebi que as leitoras fiéis e que sempre comentam estiveram presentes, além de algumas caras novas, por isso eu vou postar as duas partes da versão do Jacob.
Uma eu vou postar agora e a outra postarei amanhã.
Espero que gostem.



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POV JACOB

Uma vez ela me disse “ não me faça escolher Jacob, porque será ele, sempre foi ele.

Gigante era a minha dor.

Eu não conseguia mais respirar direito, nem pensar, tudo que eu fazia era chorar e soluçar, a dor aumentava e eu não conseguia mais me controlar, uivei com toda minha força e desabei no chão, no meio de uma floresta escura e chuvosa.

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Sonho ON

Era uma praça muito verde e florida, o sol brilhava alto no céu, crianças brincavam felizes no parquinho.

Eu estava sentado na grama com as costas apoiadas numa árvore enorme e de olhos fechados apreciando a brisa.

Senti braços finos abraçando meu pescoço.

Abri os olhos lentamente e fiquei hipnotizado no mar de chocolate a minha frente.

Sorri como bobo apaixonado que sou e recebi o sorriso mais lindo e doce de volta.

Era Bella! A minha Bella!

Admirei sua beleza delicada de boneca de boca aberta.

Em seu rosto estava estampado a beleza natural de sempre, o cabelo comprido de cor castanho avermelhado estava preso de lado com um prendedor de borboleta.

Já corpo pequeno e feminino...

Um lindo vestido azul celeste, típico da nossa época, cobria sua delicada pele branca e para completar os pés estavam cobertos por sapatilhas de seda prateada.

Para confundir com um anjo faltava apenas as asas.

Ela se sentou ao meu lado na grama com aquele sorriso que fazia meu coração bater mais rápido no peito.

Sem pensar duas vezes abracei prontamente seu corpo e alisei suas costas sentindo a textura do tecido.

Seu cheiro era inebriante, por isso enterrei meu nariz em seus cabelos aspirando seu doce aroma.

Fiquei em completo êxtase.

O mundo poderia acabar e eu nem me importaria, desde que ela fique para sempre em meus braços.

Dessa maneira me sinto completo, amado e feliz.

— Jacob? — sua voz de sinos soou próximo ao meu ouvindo fazendo meus pêlos se enriçarem.

— Sim amor. — respondi seu chamado ainda com o nariz enterrado em seu cabelo sedoso.

— Eu quero conversar. — disse séria se afastando para olhar em meus olhos.

— Não precisa querida, o que você quiser está perfeito para mim. — disse acariciando seu rosto lindo.

— Por favor, é importante. — disse mordendo os lábios de maneira manhosa.

Eu estava a sua mercê, me aproximei de seu rosto segurando-o com ambas as mãos para beijá-la.

Era o momento perfeito, meu coração batia acelerado, quando meus lábios tocaram os seus ela se afastou num salto para o meu desespero.

"O que foi isso?"

"O que eu fiz de errado?”

Me questionei internamente.

Ela estava de pé e de costas para mim, parecia constrangida pelo ocorrido.

Levantei e segurei em seus ombros de maneira delicada.

— Bella? — chamei incerto seu nome, precisava falar algo, me desculpar...sei lá.

Qualquer coisa para que ela não ficasse com raiva de mim.

Foi quando minha mente deu um estalo, num momento eu estava com medo de chateá-la, enquanto no outro eu fui tomado por uma onda de ódio.

“Ela me rejeita, isso significa que ainda não sou suficiente, significa que ela não me acha tão bom quanto o vampiro.” suspirei alto atraindo sua atenção para mim.

— Jake... — disse ela se virando para mim e tocando meu rosto, em seus olhos havia dor e tristeza.

O que fez com que meu ódio desaparecesse.

Não valia à pena brigar com ela por causa dele e nem desperdiçar nossos poucos momentos juntos.

Respirei profundamente para me acalmar e deixei meus braços caírem ao lado do meu corpo.

— Diga amor, o que quer conversar? — tentei ser suave com ela e a chamei com seu apelido carinhoso.

Apelido esse que sempre usava antes dele voltar.

Ela que prestava atenção em todos as minhas reações disse. — Quero me desculpar ... —

Abri a boca para cortar, mas fui silenciado com um dedo fino nos lábios.

Esse simples gesto foi o suficiente para me fazer quase babar literalmente.

— Desculpe por nunca corresponder seu amor da maneira que você queria, mas você sabe que eu também te amo. Não como amo Edward, mas ainda sim, sempre vou te amar e estarei contigo até o fim do mundo. — disse enquanto sua delicada mão acariciava meu rosto a cada palavra.

Seus olhos castanhos estavam grandes e sinceros.

Me apaixono cada vez mais por sua pessoa “Sempre altruísta” pensei bobo com sua bondade exagerada.

Diversas vezes ela colocou a felicidade dos outros acima da dela e não seria diferente agora.

Eu não sou idiota e sempre soube como ela é louca por ELE.

Só que não tem sentido me pedir desculpas.

Todo esse tempo que estive ao seu lado, estava consciente da minha situação de amigo.

E se é assim que ela me quer eu aceito só para mantê-la por perto.

Pode parecer muito masoquista da minha parte, mas é melhor tê-la por perto nessas condições do que perder sua presença.

Lhe dei um sorriso sincero.

— Não tem problema amor, desde que você seja feliz eu aceito qualquer coisa, só não quero que seu brilho se apague. — abracei forte seu corpo. Agora ela não me afastou e eu sorri mais ainda.

Um silêncio confortável permaneceu entre nós.

Seu abraço era terno e familiar, algo que eu não reclamaria em ter todos os dias da minha vida, claro se eu fosse sua escolha.

Mas infelizmente minha alegria durou pouco. Ela se afastou de novo, respirou fundo e ficou olhando para as mãos que pareciam muito interessantes no momento.

Um típico gesto de tensão.

“O que ela tem?” pensei já tenso também.

— Jake está tarde ... preciso ir embora. —

— NÃO!!! — gritei alto fazendo com que ela pulasse de susto. — Bella, por favor fique aqui. — implorava entrando em desespero.

O pânico me tomou, lágrimas grossas começaram a descer por meu rosto.

"O que há comigo? Eu não sou tão fraco assim, e ela já me deixou outras vezes, então que desespero é esse?" me recriminei mentalmente, mas foi em vão, porque o temor de perdê-la de novo tomava todas as minhas células do corpo.

— Por-por favor amor-mor ... fica comigo ... eu te-te amo tanto ... prometo que serei bon-bonzinho e não vo-ou ... dizer mais na-nada sobre o seu vam-vampiro ... só não me-me deixa ... eu vou mo-mo-morrer sem você ... — implorei soluçando em desespero.

Eu parecia um garotinho assustado com medo do abandono.

Sentia frio e medo, coisas que lobos não sentem, mas principalmente sentia a solidão, o vazio em mim que ela deixava quando partia, mesmo que por um curto período.

Parecia até uma cratera em meu peito, eu tremia muito e não era para me transformar em lobo, o frio que eu sentia parecia querer congelar meus ossos.

Ela secava minhas lágrimas com paciência tentando me acalmar.

Estou sentindo falta de ar.

O oxigênio não está sendo suficiente nos meus pulmões, eu puxava rajadas de ar com dificuldade pela boca.

—... Eu vo-vou mo-mo-morrer...sem vo-você amor... — falei com dificuldade ajoelhando no chão.

Sim! Não era o drama de um cara que estava sendo deixado pela garota que é apaixonado, eu morreria sem ela na minha vida e foi por isso que eu aceitei tudo, o casamento, os vampiros e os filhos.

E eu faria tudo novamente para que ela continuasse na minha vida, iluminando os meus dias.

Eu me tornei um fodido viciado em Isabella Swan.

Nesse meio tempo alguma coisa aconteceu e eu não percebi. O cenário já era outro, estava tudo escuro e parecia formar uma tempestade.

Com medo de que ela me largasse ali, eu me agarrei em seu corpo pequeno, era como se eu estivesse me afogando e ela fosse meu bote salva vidas.

Eu precisava daquela mulher para sobreviver.

— Não vá a-amor ... por favor. — implorei soluçando cada vez mais.

Uma chuva fora de hora começou a cair sobre nós.

A natureza parecia agir contra mim e ela permanecia imóvel, enquanto eu me debulhava em lágrimas implorando para que ela ficasse.

Com a realidade vivenciada por nós naquele momento, meu coração deu um salto no peito quando uma luz se iluminou na minha mente.

“Ela não morreu, ELE se enganou, Bella está viva! viva!” pensava apertando seu corpo cada vez mais em meus braços, provando que ela era de carne e osso.

"Não pode ser meu Deus! será que tudo foi um pesadelo?" eu desejava do fundo do meu coração que sim.

E como o louco doente que sou, começo a discutir inutilmente com minha consciência.

ELE não se enganou, você que está louco e ela é um fantasma” disse a minha consciência rabugenta.

“Não vimos seu corpo depois da morte e nem o caixão no cemitério. Mas se ela está morta, por que parece tão real?” respondi teimoso.

Eu estava confuso e temeroso.

Sem resposta da minha consciência perguntei novamente.

“Será seu espírito em meus braços?” me afastei um pouco sem soltá-la de verdade, para olhar em seus olhos tristes e meu coração se partiu ao perceber que eu era o causador da tristeza em sua face.

“E se ela for um fantasma, realmente importa?” questionou minha consciência.

Com esses pensamentos rondando minha mente, o choro veio com uma onda muito mais forte.

“Você é um tolo! Pare de chorar e aproveite seu momento." ralhou minha consciência irritada.

Mas eu não podia, eram tantos medos que me assombravam que eu não conseguia parar de chorar.

— E-eu não entendo-oo, você está aqui vivaa amor...como posso estar me lembrando da sua morte-e? — perguntei baixinho temendo pela resposta e com a voz quebrando na última palavra, mas em nenhum momento desfiz meu aperto ao seu redor ou me atrevi olhar em seu rosto depois de perguntar isso.

“Infelizmente ela está morta.” disse com pesar minha consciência.

“Não, ela está viva! Fantasmas não andam por aí e nem conversam com as pessoas.” contrariei teimoso, torcendo muito para estar certo.

"O imprinting te deixou louco, estávamos no dia da morte dela e ouvimos o sangue suga soluçando desesperado." minha mente falava comigo, tentando me alertar.

E isso foi como um soco no estômago.

“MERDA! CALA A PORRA DA BOCA.” gritei em pensamento comigo mesmo. "Sim! Eu tenho certeza que estou louco, só que não importa." conclui ainda tenso esfregando meus olhos com os dedos.

"Por que eu tinha que sofrer tanto?"

"ELA ESTÁ MORTA IDIOTA! NÃO NOS FAÇA SOFRER MAIS ACREDITANDO NUMA MENTIRA." gritou minha consciência de volta.

Balancei a cabeça negando e tentando espantar esses pensamentos.

Sua voz suave cortou meu momento loucura.

— Eu não morri! — falou com toda sinceridade e meu peito se encheu de esperanças. — Quer dizer...meu corpo pode não vagar nesse momento na terra, mas eu ainda estou viva e vou voltar um dia. — dizia ela parecendo confusa com suas próprias palavras.

Franzi o cenho completamente confuso.

— Como não está morta? E como assim voltar? — perguntei alto, as lágrimas ainda desciam por meu rosto, mas eu estava mais controlado para tentar compreender tudo.

Suspirou antes de continuar. — Não é algo que você vá entender, porque não será agora, mas eu ainda tenho uma missão na terra e quando chegar a hora de voltar você vai saber. — finalizou ela me olhando fixamente nos olhos.

Aumentou ainda mais minha confusão.

Fiquei olhando com cara de idiota seu rosto e ela ficou calada retribuindo o olhar, aguardando que eu digerisse tudo.

Me sentia tonto e completamente confuso, minha cabeça começou a latejar. Eu iria enlouquecer a qualquer minuto, segurei firme minha cabeça com as duas mãos e apertei os olhos com força.

Nada do que eu aprendi até hoje se encaixava com a fala dela.

“Morta ou não? E como assim voltar?”

“Se ela estiver morta você vai deixar de amá-la?” perguntou séria minha consciência.

“Claro que não! Eu vou amá-la até depois da minha morte.” respondi firme.

“Então o que vai fazer se ela for um fantasma?”

Respirei fundo, enquanto mais lágrimas corriam por meu rosto.

“Nada, só não quero perdê-la.”

Respirei fundo algumas vezes.

A confusão dominava minha mente.

Eu realmente não entendi nada que ela quis dizer.

Queria virar um lobo e começar a correr para tentar clarear a mente, mas se eu fugisse agora, ela poderia acabar indo embora para sempre.

O medo foi tanto que puxei seu corpo para sentar em meu colo e firmei um aperto de aço ao seu redor.

“Eu não posso perdê-la e nem vou deixar de amá-la de nenhuma maneira.” Com esse pensamento tomei coragem para me pronunciar.

Então disse baixinho próximo ao seu ouvido com toda sinceridade. — Viva, morta ou sei lá como esteja sua situação eu não me importo, apenas fique comigo amor, por favor. — beijei seu cabelo tentando provar a mim mesmo que ela é real.

Puxei o ar com força para dentro dos meus pulmões. — Até seu cheiro doce de morango é igual. — disse para mim mesmo e ela acabou ouvindo.

— Desculpe. — respondeu soluçando.

— Shiii! Não amor, não! — disse agoniado. — Não chora por favor, eu te imploro. — ninava como um bebê em meu colo, tentando acalmar seu choro.

Me doía vê-la sofrendo.

O vento estava ficando frio.

Olhei ao redor e se não fosse a lua que iluminava as coisas ao nosso redor, estaríamos numa completa escuridão.

— Eu realmente preciso ir. — disse ela com a voz embargada.

Meu sangue pareceu gelar.

Tentei respirar fundo para manter a calma.

Mas tinha uma bola em minha garganta.

— Por que? — perguntei num fio de voz.

“Podíamos tentar convencê-la a ficar conosco.” pensava minha consciência fazendo um plano.

“Não adianta, ela que tem que achar meu amor suficiente.”

As lágrimas desciam silenciosamente por meu rosto.

Alisei com carinho seu rosto de porcelana.

Seus olhos estavam rasos pelas lágrimas não derramadas.

— Jacob? Você precisa me escutar com atenção. Preciso que faça isso por mim Jake. Prometa que vai sobreviver, que vai sair dessa depressão e ser feliz. —

Bufei deixando mais lágrimas escorrerem por meu rosto, o que ela me pedia era impossível.

— Você sabe que vou morrer sem você. — falei sincero olhando suas mãos unidas com as minhas.

— Por favor Jake. Nem tudo está acabado. —

Suspirei derrotado. Eu não conseguia negar nada ela, mesmo que o seu pedido fosse o mais absurdo.

— Tudo que você quiser amor. — me rendi.

Bastou apenas completar a frase para que ela começasse a evaporar no ar. Isso sim era coisa sobrenatural.

— BELLA! — gritei tentando agarrar seu corpo. — NÃO! —

O vento ao meu redor começou a ficar cada vez mais forte.

Parecia um furacão arrancando tudo pela frente.

Tudo sumiu, ficando apenas eu e o escuro.

— BEEELLLLAAAAAA! — gritei com toda força olhando a escuridão em busca dela.

— Você prometeu Jake, agora cumpra por mim, eu te amo. — sua voz era fraca e sumiu ao vento.

Comecei a ser puxado por uma força.

Fim do Sonho

Abri os olhos lentamente e observei ao redor.

Era o crepúsculo na floresta.

Eu ainda estava na forma de lobo deitado numa clareira.

Levantei num salto para me localizar. Sabia que estava na fronteira com o Canadá.

“Bella! Ela não pode ter morrido, foi apenas um sonho.” balancei a cabeça negando. “Foi apenas um sonho ruim.”

Meu coração se apertou.

“Preciso voltar a Forks e provar que tudo é mentira.” Decidi.

Logo, comecei a correr a toda velocidade para sudoeste.

“Deus! Que ela esteja viva, por favor eu imploro.” fazia oração em pensamento.

Aumentei a velocidade no meu limite, eu tinha um objetivo e concluiria em menor tempo possível.

Em poucas horas estava na floresta próximo a casa dos Cullens, era a parte neutra do tratado.

Um carro elegante saiu da garagem e seguiu em direção a ponte que os levaria a cidade.

Segui o carro escondido por entre as árvores até que percebi que eles entraram no cemitério.

Depois disso tudo parecia um filme de terror.

A cidade de Forks parecia ter se reunido hoje.

Os Swans choravam sem parar.

Os vampiros soluçavam.

E entre a roda de humanos e vampiros havia um caixão sendo enterrado.

Um buraco cada vez maior se formava em meu peito.

A chuva, tão típica de Forks, que não caía a um minuto atrás começou como uma fina garoa.

Depois que o caixão já estava enterrado, as pessoas depositavam flores próximo a lápide e iam embora em seguida.

Eu assistia tudo distante, não conseguia acreditar que era verdade.

Assim que não havia mais ninguém no cemitério, forcei minhas pernas a caminharem e comprovei todas as minhas dúvidas com o que estava escrito na lápide.

Isabela Marie Swan Cullen.

13 de setembro de 1916.

10 de setembro de 1932.

Te amaremos eternamente querida filha, irmã, esposa e mãe adorada.

— Como-moo vou ... vi-vi-viver sem vo-oo-cê ... amor? Por-rr-que me dei-ii-xou? — murmurei baixinho soluçando muito.

Balancei a cabeça desacreditado.

Os soluços saiam estrangulados.

Eu entrei num transe.

Não conseguia prestar atenção em mais nada ao meu redor.

— Levi é o Jacob. —

— Jacob? —

— Sim! É o Jacob. —

— Onde? —

— Ali. —

Ouvia vozes falando meu nome distante, mas a dor estava me rasgando e eu não conseguia me focar.

Meu objeto de imprinting, meu mundo, minha vida, meu amor me abandonou para sempre e não há nada que eu possa fazer.

— Jacob, Seu idiota! a gente te procurou por todos os lados, estávamos preocupados. — dizia Leah abaixada a minha frente.

Não olhei em seus olhos e nem em seu rosto.

Estava dilacerado vendo meu pior pesadelo mais a frente.

— Desculpe Jacob, mas você sabia o que aconteceria se você a amasse, sendo que ela amava um vampiro. — disse Levi apertando meu ombro.

Tudo parecia distante demais.

Mentira demais.

Eu estava fora de mim, agindo no modo automático, me esquivei do toque de Levi e comecei a correr entre as árvores para o norte, voltei a forma de lobo e ainda pude ouvir o grito de Leah ao longe.

[...]

Na fronteira com o Canadá segui para leste. Iria me esconder no Ottawa National Forest. Estive lá quando fugi no casamento dela e agora voltaria para lá e ficaria sozinho.

Ninguém precisa compartilhar minha dor.

Afinal o imprinting é meu.

Amanhecia...

Anoitecia ...

Amanhecia ...

Anoitecia ...

O tempo parecia voar, enquanto eu me escondia nessa floresta.

Eu permaneci na forma de lobo, sentimentos humanos são mais suportáveis assim. Tentei me suicidar várias vezes, mas foi inútil, a forma de lobo me protege de qualquer dano físico.

Com o tempo eu passei a ficar no automático para não sentir mais dor. Me alimento, corro entre as árvores para passar o tempo, nado no rio e durmo, mas eu sei que por dentro eu estou morto.

Eu me tornei apenas um corpo sem alma e sem coração vagando em cima da terra.

Ela era minha vida, meu tudo.

Agora que ela se foi, meu mundo se apagou.

Ando na escuridão.


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