Enquanto você dormia escrita por Grazy


Capítulo 12
Kisses are better than words


Notas iniciais do capítulo

Hey, cupcakes!
Demorei, né? Sei que vocês nem perceberam mas vou explicar.
Basicamente eu estava toda feliz, animada, porque ia conseguir escrever no carnaval, mas ai como o universo não estava conspirando a meu favor o notebook quebrou, ai eu fiquei de sem entrar no Nyah!, mas ai um presente inesperado de aniversario veio e ai eu fui lá e comprei... isso mesmo, livros!
Quando o notebook finalmente estava arrumado eu estava lendo a trilogia "Jogos Vorazes", para diminuir a historia não consegui escrever, mas também, hoje venho com um capitulo com exatas(eu acho) 4.003 palavras, que se sentir cansado pode ir lendo aos poucos também, vou trabalhar nos comentários assim que eu acordar (Oque é umas 14:00 ou 15:00).





"Kiss and tell everything I say"
Kiss & Tell - Selena Gomez



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POV.ELENA

As lágrimas, as quais eu tentei a todo custo evitar agora rolavam livremente, eu não me importava, não mais, não me importava o quanto parecia fraca diante dele, seus olhos ainda fixos em mim, uma de suas mãos ainda estava em minha cintura, e eu em uma tentativa falha tentei me afastar, mas ele me puxou me abraçando, eu não tinha forças e ao menos queria lutar contra seu abraço, ele afundou a cabeça em meu pescoço e percebi que ele também chorava.

Mas havia algo estranho em seu abraço, ele não era o mesmo, a segurança que ele me transmitia já não existia, ele não era mais o mesmo, a confiança já não existia, seu abraço que sempre me transmitia tanta paz e conforto agora se tornou tão falso quanto abraçar um estranho.

– Vou chama-los. – Falei enxugando as lágrimas e me afastando dele.

– Eu ainda preciso conversar com você. – Diminui os passos e me virei para ele.

– Não conversamos o suficiente? – Ele negou e cruzou os braços.

– Conversamos sobre nós, temos que conversar sobre as crianças – Cruzei os braços permitindo que ele continuasse – Tudo bem se eu te buscar as 21:00?

– Você quer me levar para jantar? – Perguntei um pouco confusa.

– Tenho 80% de certeza que vamos acabar discutindo e estar em um lugar público é o melhor. - Ele riu um pouco, me limitei a um meio sorriso.

– Tudo bem, vou chama-los. – Ele assentiu e eu entrei dentro de casa.

Miguel estava brincando próxima a TV, e Bella deitada no sofá, ela estava comendo alguns cookies que minha mãe fez, ela sorriu para mim assim que me viu, retribui o sorriso e me encostei na parede.

– O pai de vocês chegou. – Miguel se levantou rapidamente correndo até mim e me abraçando.

– Eu não quero ir, quero ficar mais aqui! – Ele se agarrou as minhas pernas e Damon surgiu na porta.

– Eu também não quero ir! – Bella correu até nós me agarrando também, olhei para Damon dando de ombros.

– Ei, bebês – Damon se abaixou perto deles – O papai promete que vai trazer vocês aqui amanhã, mas agora temos que ir, temos que passar em casa para vocês colocarem os uniformes e depois irem para a escola – Eles pareceram em dúvida – Se vocês não forem para a escola vão acabar burrinhos.

– Você promete? – Bella perguntou se virando para ele.

– Sim, vamos? – Eles assentiram me soltando.

– Eu vou pegar a chave do carro, para as cadeirinhas. – Ele negou com a cabeça.

– Eu tenho outras, já estão no carro. – Assenti me abaixando para ficar da altura deles.

– Eu vou sentir saudade. – Dei um beijo na bochecha de cada um, eles deram um beijo em mim e saíram com Damon.

Me sentei na poltrona do meu pai e afundei minha cabeça no couro macio que se ajustou perfeitamente ao meu corpo, me senti confortável, o fato de ficar em casa estava me deixando mais claustrofóbica do que nunca, procurei passatempos durante a tarde mas nada me deixava melhor e o fato de estar sozinha só piorava as coisas, minha mãe saiu com meu pai para resolver assuntos da empresa do papai, aparentemente ela tem 55% das ações em conjunto com ele, 30% são divididos entre Jer e eu, por falar nisso minha conta bancária é bem cheia já que eu não gastei muito nos últimos anos, os resto das ações são de acionista diferentes.

A reunião duraria a tarde inteira e minha mãe teria que ficar até mais tarde para resolver assuntos "importantes", oque significa que assim como eu ela está cansada de ficar enclausurada aqui dentro, eu não a culpo, não mesmo, ela tinha uma rotina a qual eu interrompi quando acordei, quando eu acordei hoje pela manhã a encontrei discutindo com meu pai, sobre a reunião de hoje ela não queria ir, tinha medo de me deixar sozinha, eles interromperam a discussão assim que me virão, tentei ignorar o clima ruim pegando a comida e subindo para levar até as crianças.

Mas quando minha mãe veio nos ver eu garanti que ela podia ir, depois de horas colocando minhas antigas séries favoritas em dia desisti de ver TV e fiquei deitada no sofá encarando o teto, meu celular tocou e eu me estiquei para alcança-lo, era uma mensagem da Caroline:

“Um primo me chamou para almoçar, ele conheceu uma garota ou coisa parecida, quer ir conosco?”

Nem pensei antes de responder:

“Claro, tudo para sair de casa, você pode vir me buscar em dez minutos, e tudo bem fazermos uma parada no caminho?”

Ela respondeu um "ok", subi as escadas e troquei de roupa, Care fez um closet e tanto pra mim, escolhi uma calça jeans com uma blusa soltinha, assim que terminei de me arrumar a campainha tocou, escrevi um breve bilhete para minha mãe avisando que tinha saído com a Care, deixei o bilhete preso na geladeira e fui abrir a porta, Care já estava impaciente lá.

– Pensei que tivesse morrido! – Ela falou fazendo uma cara carrancuda.

– Oh, oi pra você também. – Falei fazendo um biquinho fofo.

– Que seja – Ela deu de ombros – E esse bico é apelação, Elena.

– Vai ficar reclamando ou nós vamos andando? – Ela soltou uma lufada de ar no meu rosto e andou em direção ao carro.

Ela colocou umas músicas insuportáveis no som, lutei com ela pelas músicas escolhidas, no fim eu ganhei e consegui colocar uma música decente para tocar fomos até um restaurante sofisticado que ficava ao lado do shopping, paramos no caminho para comprar alguns jornais para mim.

Assim que chegamos um homem com os óculos redondos e um terno incrivelmente arrumado começou uma pequena discussão com Care, aparentemente ele não encontrou nossa reserva, Care começava a ficar vermelha.

– Eu sou Caroline Forbes Mikaelson, e se eu quero uma mesa eu consigo! – Não posso negar que ela era mimada, mas isso não a impede de ser incrível e uma boa amiga.

– Mikaelson? Houve algum engano nos registros, acabei de achar sua reserva, mesa para dois? – Ok, um sobrenome abre portas inclusive a de restaurantes.

Isso se deve ao fato de Esther Mikaelson ter sido uma atriz e Mikael Mikaelson diretor e roteirista, no fim os dois ganharam dinheiro suficiente para que seus bisnetos não precise trabalhar.

– Mesa para três, estamos esperando meu primo. – O homen assentiu erguendo seus óculos e nos guiando para uma mesa perto de uma grande janela, nos sentamos de frente uma para outra com uma única outra cadeira a minha esquerda para o primo dela, um garçom veio no atender assim que nos sentamos.

Pedi uma comida leve mas Carol pediu quase o cardápio inteiro, nossos pedidos chegaram ela atacou os pratos, em alguns minutos ela já tinha comido quase tudo.

– Oque? – Ela perguntou assim que me viu a observando.

– Nada. – Dei de ombros e voltei a olhar para o prato, Care voltou a comer por alguns minutos e então levantou o olhar pra mim, ela não parecia nada bem.

Eu já volto. - Ela saiu rapidamente e eu me virei a acompanhando com o olhar, ela entrou no banheiro feminino.

Pensei em ir atrás dela mas se o primo dela chegasse e não achasse ninguém, decidi ficar aqui mesmo, peguei um dos jornais e comecei a marcar ofertas tentadoras de trabalho em empresas e agências, e também de alguns apartamentos.

– Adivinha quem é? – Uma voz conhecida soou nos meu ouvidos quando duas mãos grandes cobriram meus olhos, todos sabem que eu odeio essa brincadeira, puxei as mãos do meu rosto e me virei.

– Vou ter que pedir uma ordem de restrição contra você? – Andrew estava vestido em um terno preto com uma maleta, o seu rosto mal podia ser visto por ele estar próximo demais, mas o problema logo foi resolvido por ele que se sentou e se sentou na cadeira do meu lado.

– Eu que deveria, você que está na mesa da prima – Ele ergueu a mão e chamou o garçom - Pato com molho de laranja e uma garrafa desse vinho – Ele apontou para um item do cardápio.

– Caroline? Sua prima? – Ri mas ele se manteve estático – Isso é sério? Como é possível? Care só tem um tio e ele com certeza não tem filho!

– Sim, mas nosso avô era bem animadinho, com certeza tenho mais uns 6 primos mas Caroline é a que eu mais gostei. – O prato dele chegou e Caroline surgiu logo depois.

– And! Como vai? – Ela deu um beijo na bochecha dele e se sentou na cadeira a minha frente.

– Elena esse é o...

– Andrew – A interrompi e ela ergueu as sobrancelhas em dúvida – Ontem a noite, na festa. – Expliquei.

– É, essa adorável dama me fez companhia – Ele esticou a mão apontando pra mim e depois pegou o jornal sobre a mesa – Publicidade? Sabe, temos uma vaga lá na empresa.

– Não, obrigada. – Murmurei, Caroline me olhou incrédula.

– Ela aceita, não liga para ela primo, ela está confusa, ela pode começar amanhã? – Ele assentiu e me esticou um cartão, o da empresa.

– Como é? Eu estou confusa? Me explica melhor Caroline! – Ela só deu de ombros bebericando o suco de laranja – Eu agradeço muito mas não, obrigada. – Estendi novamente o cartão para ele que levantou as mãos.

– Não devolva, amanhã eu estou te esperando, se você não for tudo bem. – Um pequeno sorriso surgiu nos meus lábios e eu olhei o relógio do meu celular.

– Care, temos que ir, você pode me deixar lá no médico? – Ela assentiu limpando a boca com o guardanapo e olhando em volta em busca do garçom.

– Pode deixar que eu pago – Care sorriu dando um beijo na bochecha dele – Nós ainda precisamos conversar – Ela assentiu pegando as chaves e o celular – Foi um prazer revela, Elena.

– Tchau. – Me levantei recolhendo os jornais da mesa.

– Nós realmente precisamos de alguém na publicidade. – Ele falou antes que eu saísse.

– Vou pensar. – Garanti e segui Caroline até a saída, me aproximei dela enquanto o manobrista pegava o carro – Você deu meu numero para ele ontem?

– Acho que... sim, ele me ligou a noite pedindo um numero de alguém, eu passei logo para poder dormir.

– Ah, então é assim? Se sai espalhando o numero da outras pessoas para qualquer um? – Ela suspirou levando a mão na cabeça.

– Ele é da família, Elena – O manobrista chegou e entregou a chave pra ela – Você reclama tanto, se ele estiver te paquerando ótimo, você é sortuda, ele é incrível e lindo, se estiver só querendo ser seu amigo, ótimo, ele é uma pessoa maravilhosa, será que você pode ficar de boca fechada um segundo? – Ela estourou enquanto ligava o carro e eu me surpreendi, quer dizer eu não reclamo no ouvido dela, só as vezes, ela apertou o volante com força antes de solta-lo – Desculpe, eu estou estressada, quer dizer eu fiz o exame de gravidez, mas e se der positivo? Klaus não quer filhos.

– É por isso? – Ela assentiu – Relaxa, nenhum homem quer filhos até tê-los, você vai ver, quando ele souber vai ficar feliz.

– Tem razão, você tá certa. – Ela balançou a cabeça.

– É eu estou, agora vamos ou eu vou ficar atrasada.

Chegamos no hospital em pouco mais que 20 minutos, Care foi pegar o resultado do exame e eu fui até a sala da Dr. Fell, ela estava brincando com um menininho de olhos pretos e cabelos castanhos, ele parecia ter cinco ou seis anos.

– Doutora? – Ela olhou para mim ainda erguendo o garotinho.

– Ah, Elena, você chegou – Ela colocou o menininho sentado na mesa – Esse é o Victor, meu filho.

– Oi. – Ele balançou a mãozinha pra mim e eu fiz o mesmo.

– Oi. Quantos anos você tem? – Ele ergueu seis dedos.

– Isso aqui. – Meredith riu.

– Eu já ensinei quantos são, como é? – Ele ficou pensativo.

– Seis! – Falou rápido – Ou cinco.

– Seis, e agora vai procurar o papai – Ela o desceu da mesa – Diz pra ele que a mamãe vai atender a ultima paciente – O garotinho saiu rapidamente – Como se sente?

– Não sei, estou bem, mas sinto um pouco de falta de ar – Ela assentiu e fez alguns exames – E então Dr. Fell, vou sobreviver?

– Não tenho certeza – Ela fez uma cara preocupada e eu fiquei um pouco também, mas depois ela riu – Brincadeira, a falta de ar é rinite, vou passar um remédio, e nos vemos semana que vem.

– Nós podemos conversar sobre algo que não envolva saúde? É que eu preciso desabafar e Caroline está pirando mais que eu. – Ela anotou uma coisa no papel e me entregou.

– Claro. Oque houve? – Ela sentou na cadeira.

– Damon, meu marido, você deve saber oque ele fez, não? – Ela assentiu – Hoje nós conversamos e ele me abraçou, eu sei que o amo com todas as células do meu ser, mas eu... sei lá, foi diferente, foi como se faltasse algo.

– A confiança, tem uma frase, do Will Smith que fala “Sou maduro o suficiente para perdoar, mas não sou idiota o suficiente para confiar novamente”, ele não perdeu seu amor, perdeu o mais importante em um relacionamento, a confiança. – Um homem alto e forte entrou no consultório, seus cabelos negros assim como seus olhos.

– Desculpe, eu não queria atrapalhar – Ele entrou com o garotinho nos braços – Amor, temos que ir agora ou vamos perder a seção.

– Mas eu estou...

– Pode ir. – Me levantei – Tenho que ir mesmo.

– Espero que tudo se resolva. – Ela deu um sorriso sincero e eu sai do consultório.

Care já foi embora, ela queria abrir os exames com Klaus, oque é relativamente engraçado considerando a paranoia de hoje mais cedo, peguei um táxi até em casa e assim que entrei percebi que minha mãe ainda não tinha chegado, me joguei no sofá exausta e dormi quase instantaneamente.

***

Acordei com a porta batendo, minha mãe ensopada segurando um guarda chuva verde, ergui a cabeça notando que já estava de noite.

– Você não me ouviu bater? – Ela questionou e eu neguei rapidamente – Imaginei, esta chovendo canivetes lá fora.

– Onde esta o papai? – Ela se sacudiu tirando a água da blusa.

– O carro quebrou no caminho, tive que vir de táxi, ele ficou para esperar o guincho. – Assenti procurando o meu celular.

– Que horas são em? – Ela riu.

– Claro, pergunte para mulher que acabou de sair de um dilúvio. – Encontrei meu celular e vi que já eram 20:45, se tem algo que Damon é, é pontual.

– Tenho que me vestir – Passei correndo pela minha mãe e subi as escadas, tomei um banho rápido só para despertar o corpo e coloquei uma roupa quente, assim que terminei eram exatas 21:00 horas, e a campainha tocou pontualmente, desci as escadas e Damon estava parado lá com uma jaqueta preta sobe um guarda-chuva grande – Pontual.

– Sempre. – Ele sorriu e cumprimentou minha mãe que estava um pouco confusa.

– Vocês vão sair? – Minha mãe questionou e eu assenti sentindo seu olhar sobre mim, era como se ela me julgasse – Juntos? E sozinhos?

– Essa é a ideia mas...

– Quer saber? Não importa, eu imaginei que quando atingisse essa idade não precisaria vigiar minha filha com coisas como “aonde você vai? E com quem?” – Damon ria e eu também – Por isso me limito a dizer, Juízo!

Ela saiu e eu gargalhei enquanto Damon me chamava, terminei de descer as escadas ficando de frente para ele.

– Isso me lembra quando tivemos nosso primeiro encontro, lembra? –Assenti levemente – Eu cheguei aqui e seu pai pediu para falar sério comigo, ele até foi fácil, mas sua mãe... ela sempre preferiu o Stefan.

– É, ela dizia que você seria passageiro, que sumiria quando eu precisasse – Considerei por um segundo a ideia – Ela tinha uma boa intuição.

– Com certeza – Olhei de relance para ele, que se aproximou de mim, como se contasse um segredo, ele sussurrou: – Eu também prefiro o Stefan.

Sem dizer mais nada ele me puxou para ficar em baixo do guarda-chuva, fomos até o carro juntos, ele me deixou no assento do passageiro e foi até o do motorista, assim que o carro foi ligado eu involuntariamente agarrei seu braço, ele riu um pouco mas acho que entendeu já que não pediu informações, notei que o caminho que estávamos percorrendo era o de casa, só que sem passar pela estrada aonde o acidente aconteceu.

– Aonde estamos indo? – Ele riu e parou no farol.

– Para casa, Paola fez o jantar, não gosto de deixar as crianças sozinhas no meio de uma tempestade, elas tem medo dos trovões. – Assenti.

– Eu também – Ele me olhou e depois voltou para a estrada – Quer dizer... eu tinha, quando era mais nova. – Como se risse da minha cara um trovão foi ouvido e eu apertei o braço dele muito forte.

– Percebi. – Alguns minutos depois estávamos parando em frente a nossa casa... quer dizer, a dele.

– Não quero entrar, não vai me fazer bem. – Falei enquanto ele abria a porta do carro pra mim.

– Vou te mostrar as coisas dos gêmeos, fotos, vídeos, temos até as lembrancinhas dos aniversários, isso vai te fazer mal? – Ele sabia do meu ponto fraco, isso era inadmissível.

– Só um pouco, e se eu disser que vou embora, você vai me levar na hora. – Assentiu e esticou a mão hesitei em pegar – Eu te conheço, você esta se corroendo por dentro de curiosidade e vontade de ver eles.

– Só porque estou com fome. – Me levantei sozinha e ele me segurou pela cintura, não sei se para se aproveitar ou para eu não me molhar.

Entramos pela porta da sala e assim que meu pé tocou o interior da casa, flashs vieram na minha cabeça, quando eu vi a cada pela primeira vez, quando Damon e eu a compramos, quando fizemos minha festa de aniversários nessa sala que ainda nem estava mobiliada, quando trouxemos os gêmeos e por fim quando eu saiu pela última vez por essa mesma porta.

– Você está bem? – A voz fina da Bella me trouxe de volta, e eu a olhei.

– Estou, são só... lembranças. – Ela riu e me abraçou.

– Elas são mais perigosas do que parecem, não é? – Damon falou e se jogou no sofá, Bella foi logo depois.

– Eu fiz um desenho. – Miguel comunicou puxando minha mão até a mesinha de centro, estava repleta de giz de cera e lápis coloridos.

– É uma linda... – Procurei as palavras mas não era nada um monte de traços, um sobre o outro.

– É você. – Ele riu.

– Ah, sim, ficou perfeito, posso desenhar você? – Ele assentiu – Não sei se vai ficar tão bom quanto o seu mas... vou tentar.

Comecei a fazer traços em uma folha sulfite, usei todas as cores disponíveis, devo ter ficado nisso por uns 30 minutos, quando Paola veio nos chamar para o jantar ficou parada atrás de mim, me virei para vê-la mas ela estava olhando para mim.

– Isso ficou perfeito. – Ela pegou o papel das minhas mãos colocando contra a luz, nem me lembro oque desenhei.

– Oque é? – Miguel pegou o desenho e ficou tão boquiaberto quanto a tia, e então o desenho foi passando de mão em mão até chegar em mim, e até eu me surpreendi, era um desenho tão perfeito quanto uma foto, eu, Damon, Isabella e Miguel. Damon segurava Miguel e eu Bella, todos sorrindo e juntos.

– Acho que meu olho é um pouco menos azul celeste. – Damon reclamou.

– Me passa esse lápis – Apontei para uma outra cor de azul e trabalhei com a luz e sombra nos olhos dele – Agora?

– Perfeito. –Ele abraçava Miguel, firme em seus braços.

– Fica com vocês – Entreguei o desenho para Bella que o abraçou – Só eu estou morrendo de fome.

– Bem, para fugir dessa coisa italiana, eu fiz tacos mexicanos! – Damon foi o primeiro a se levantar e correr para cozinha, Bella e Miguel novamente me esperaram.

O jantar foi bem tranquilo, tirando as observações mentirosas de Damon sobre o México, e as vezes em que Paola se estressava com o irmão e jogava alguns pedaços de carne em Damon que incrivelmente conseguia pega-los com a boca.

Ao final todos estávamos satisfeitos e fomos nos sentar no sofá, começamos a assistir aos vídeos de Damon enquanto eu folheava as fotos do álbum, os primeiros vídeos eram de Stefan e Damon discutindo sobre quem iria gravar, durante esses vídeos Paola e as crianças pegaram no sono, mas depois de uma pausa os vídeos das crianças começaram:

– Eles estão tão bonitinhos, não estão? – A voz de Grace rompeu o silencio, a câmera deu um close nas crianças que estavam vestidos de forma bizarra, logo depois a câmera se virou mostrando Damon.

– Crianças? Se forem vocês que estão assistindo isso saibam que eu sinto muito, a mãe de vocês faria melhor mas... bem hoje é aniversario de vocês, Eh! – As crianças começaram a chorar – Eu não tenho culpa, não sei oque fazer.

Depois de vários vídeos assim, houve uma grande pausa, quando os vídeos voltaram já era o aniversário de dois anos deles, e lá estava a loira italiana, Damon se mexeu desconfortável no sofá, assisti 5 vídeos com ela e então decidi acabar com isso.

– Já chega, pode me levar embora? – Ele tirou a cabeça da Bella do seu colo e atravessou o sofá se sentando do meu lado.

– Eu não queria que fosse assim – Ele começou – Queria que fosse você em todos esses momentos – Desligou o DVD quando ela apareceu novamente – Queria que fosse você... agora.

Ele encostou sua mão na minha bochecha, queria resistir mas o dia me deixou tão exausta, tão confusa, tudo que eu queria era uma maquina do tempo, voltar mudar o passado, viver um presente diferente, um futuro melhor, se isso fosse possível seria eu naqueles vídeos, meus filhos estariam vestido de forma normal no seu primeiro aniversário, tantos pensamento para uma cabeça, tantas coisas se emaranhando no meu limitado cérebro.

Quando voltei a mim, Damon estava com a testa encostada na minha, sua outra mão também no meu rosto, só haveria uma chance de evitar isso, e seria me afastar agora.

– Eu não posso ser a “outra”, Damon – Ele parou de se aproximar – Eu mereço mais do que isso.

– Ah, vocês me iludiram! – Paola se levantou jogando uma almofada no chão – Fiquei uma hora fingindo dormir para não acontecer nada? Você destruíram meus sentimentos! – Ela foi até a escada – Todo esse clima para nada? Qual é o problema de vocês? – Ela subiu correndo as escadas.

– Acho que destruímos sentimentos hoje. – Falei rindo enquanto ouvia os passos firmes dela no andar de cima.

– Eu já falei para ela para de assistir essas séries – Ele ficou sério – Podemos combinar que eles ficam de segunda a quinta com você e um final de semana, eu fico nos outros dias.

– Damon, temos que combinar mais que isso – Ele me olhou curioso – Prometa que oque quase aconteceu hoje, não vai voltar a acontecer, porque... não pode voltar a acontecer.

– Tem razão, não pode acontecer, mas você lembra do que eu disse no dia do nosso primeiro beijo, quando você disse quase a mesma coisa? – Voltei na memoria mas não consegui lembrar – Foi um dia antes de você terminar com o Stefan, nós quase nos beijamos enquanto víamos a chuva de meteoros, quando eu te deixei em casa você disso que aquilo “nunca poderia voltar a acontecer, porque nós não podíamos” , e então e coloquei a mão no seu rosto assim – Ele colocou as duas mãos nas minhas bochechas – Olhei no fundo do seus olhos – Ele ergueu me rosto – E sussurrei para você, “Não ligo se é certo ou não, se querem que isso aconteça ou não, eu só ligo para eu e você, e para mim o mundo não existi mais, só eu e você e a única coisa que sei é que quero loucamente te beijar” – Antes que eu fizesse alguma objeção seus lábios estavam nos meus.

Eu queria empurra-lo, dizer que aquilo foi errado antes e que agora era muito pior, dizer que agora que eu não poderia fazer isso nunca mais, que não queria olha-lo nunca mais, e provavelmente ele também me diria muitas coisas, mas no nosso caso, sempre resolvemos as coisas melhor com um beijo do que com palavras, e dessa vez não seria diferente.


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Notas finais do capítulo

Beija e diz tudo que eu digo.
Kiss & Tell - Selena Gomez




Espero que todos tenham gostado, calma, gente a Elena não vai ser tão fácil mas um momento fofo vale a pena, não?
Fiquem com Deus, Cupcakes.