Tenshi no Tamashi escrita por AoiTakashiro


Capítulo 96
Capítulo 96 - Minha Força de Vontade


Notas iniciais do capítulo

Gomen pela demora! Acabei dormindo a tarde inteira kkkkkkkkkkkkkkk



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O monstro das trevas juntou sua energia e um brilho prateado surgiu por debaixo das mãos gigantes. O brilho era ofuscante e o loiro foi obrigado a proteger os olhos. Quando a luz enfim se desfizera, Ralph se sentiu muito confuso com o que via à sua frente.

Era outro Ralph.

Chronos havia criado ao que parecia ser uma cópia do garoto. Mas ela era diferente. Os cabelos loiros eram mais escuros, e seus olhos eram o próprio breu.

– O – O que é isso? – Questionara o loiro, contemplando a sua sósia com certo desconforto e preocupação.

ESSE QUE VOCÊ VÊ É O SEU INTERIOR. – Especulara o monstro negro. – ELE É TUDO O QUE VOCÊ PENSA E ESCONDE. ELE É TODOS OS SEUS PENSAMENTOS OCULTOS E OBSOLETOS. ELE É O SEU ÓDIO.

– Ódio? Não. Eu... Nunca...

NUNCA SENTIU ÓDIO DAS PESSOAS? NÃO ME FAÇA RIR. – Chronos demonstrou arrogância e ironia. – NÃO ADIANTA MENTIR SOBRE VOCÊ MESMO. SE ELE ESTÁ AQUI, É PORQUE É TODO O ÓDIO QUE VOCÊ JÁ SENTIU.

Ralph não conseguia imaginar aquilo. Por tudo o que ele sofrera antes pelos outros poderia ser a sua ruína. Puxa, porque? Não devia ter aceitado. O meu... Próprio ódio está bem na minha frente e eu nunca o desconfiei. Porque eu fui sentir ódio?

A sósia do garoto continuava imóvel. Mas esboçava um sorriso maquiavélico em seu rosto.

– O que foi? Porque está com essa cara? Eu fui o seu alívio durante anos contra aqueles insetos irritantes. Eu sou você. Mas claro, eu sou muito mais forte.

Aquelas palavras irônicas e sem expressão irritaram o loiro.

– Seu... Seu bastardo! Eu nunca sentirei alívio por sentir você!

– Diga o que quiser. Mas nada irá mudar o que sentiu naqueles anos.

Ralph preferiu tentar se acalmar. Afinal, se irritar era o que o outro dele queria.

– Eu não quero mais você. Suma daqui.

– Porque você não tenta?

A provocação irritara novamente o garoto. Mas Chronos interferiu.

VEJA RALPH, SE QUISER VENCER ESSE DESAFIO, TERÁ QUE CONFRONTÁ-LO. VOCÊ CONTRA VOCÊ MESMO. ESSE É O ÓDIO REPUGNANTE DOS HUMANOS QUE OS CORROMPE E OS DESTRÓI. SE FOR REALMENTE MELHOR DO QUE ESSE FANTASMA, EU ACEITAREI O SEU ACORDO.

O desafio parecia ser simples, mas...

– Eu posso provar que não preciso desse sentimento para vencer! – O loiro partiu para cima da sósia, num embate de socos e pontapés. Mas parecia que qualquer ataque que o garoto fizesse, seu clone sabia e desviava como se fosse sua própria consciência.

– Ei, você não quer se vingar daqueles insetos? – O ódio queria persuadi-lo, tentá-lo. – Não seria o máximo ver eles sangrando e pedindo piedade?

– Cala a boca! – Para revidar, Ralph conseguira acertar um soco no rosto do clone, afastando-o um pouco. Mas isso não fora o suficiente. Numa velocidade impressionante, ele voltara, mas o loiro defendera o ataque. Os dois se confrontaram com ataques em alta velocidade, ambos tentando pegar o outro com rasteiras e meias-luas. Enfim a sósia conseguira acertar o rosto do loiro, que assim os afastou.

– Hum. Você é persistente. Mas não pode me vencer. – Provocou a sósia com ignorância. – Eu sou o seu sentimento mais forte.

– Não, não é! – O loiro se levantara. – E nunca será!

Finalmente Ralph conseguira arrancar aquele sorriso irônico do clone. Ele se zangara, e começou a mudar. De repente, ele foi aumentando de tamanho, até ficar colossal, talvez na mesma altura que Chronos, deixando o loiro parecer uma formiga.

– VOCÊ VÊ? ESSE É O TAMANHO DO SEU ÓDIO! PARE DE TENTAR FUGIR DO QUE VOCÊ REALMENTE É! – Agora ele estava mais assustador, mas mesmo assim o loiro não cederia. Ele agora sabia que era diferente de antes. Havia mudado. Conhecera novas pessoas e ganhara amigos. Aquele sentimento não poderia abatê-lo mais.

– Só porque aumentou de tamanho não quer dizer que vai vencer! – Intimidou o garoto, correndo em alta velocidade enquanto desviava do soco gigante do clone de ódio.

– VOCÊ NÃO ENTENDE MESMO. – O clone tentou acertar um chute e em seguida dera um soco no chão. Ralph aproveitou essa brecha para acertar o rosto do gigante com um Whirlwind, mas foi surpreendido por um peteleco do clone, jogando-o para longe, e o clone ainda conseguiu pegá-lo. Então, ele o envolveu nas duas mãos e começou a apertá-lo.

– VOCÊ É FRACO! AINDA ACHA QUE PODE ME VENCER! PENSOU MESMO QUE PODERIA MUDAR TÃO FACILMENTE? ESSA BATALHA JÁ TERMINOU! – O clone apertara o loiro com ainda mais força. Deixando-o impotente. Como? Por quê? Eu achei que realmente tinha mudado por causa dos outros, mas eu...

Ralph começou a pensar em tudo o que lhe disseram.

Você não sabe ser cauteloso! É um tagarela! Você só é mais um arrogante que não liga para os outros...

Seus olhos lacrimejavam. Estava ficando sem os sentidos. Então, algo surgiu em sua mente.

Ele se lembrara de ter salvado Gotay e Isabelle. Também sobre ter enfrentado Kleber e Slace, mesmo estando à beira da morte. Lembrou-se do treinamento, de quando conseguira criar uma nova técnica, e de também acreditar em si mesmo de que poderia vencer os inimigos próximos. Ele convencera Chen de que era diferente, e conseguira dominar a aura da Vingadora Indomável. Lembrou-se também do conselho de Gabriel: Contorne os seus erros, ache uma nova solução.

– Uma... Nova... Solução... – Murmurara o garoto, enquanto era fortemente esmagado pelo poder do próprio ódio. Seu pensamento se iluminou. O ódio é algo que sentimos uns pelos outros, mas, há sentimentos mais fortes que podemos nos apegar mais que ele. Como a confiança, a perseverança, e a força de vontade. É a nossa própria força em que devemos confiar, e não a que os outros nos dão pela raiva. Devemos agir por nossas qualidades, e não por querer o mal dos outros.

A aura de Ralph se irrompeu, criando um forte brilho que enfraqueceu o poder do clone de ódio.

– O QUÊ?!

O loiro concentrou sua aura. Seu pensamento limpo havia contornado todas as suas dúvidas, ele havia sim mudado. Ele não era humano, mas alguém que tinha o dever de proteger as pessoas, o ódio não o faria evoluir.

Ralph afastou as mãos gigantes do clone, que se dissiparam feito fumaça. E concentrando o seu poder, ele criara um Destruction Whirlwind e mirara no peito do clone.

– Esta é a minha força de vontade! – Berrara o loiro, descarregando todo o golpe no peito da sósia, que ele acabou trespassando-o como se fosse fumaça, sua existência não passava de algo abstrato.

– COMO? COMO CONSEGUIU... CONFRONTAR O SEU PRÓPRIO ÓDIO?! – Questionava o clone, até que se dissipou completamente numa cortina de fumaça.

O silêncio retornara ali, e Chronos não conseguiu dizer uma só palavra de tão perplexo que estava.


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