Unpredictable escrita por HawthorneMark


Capítulo 3
Capítulo 3 - O que aconteceu em Storybrooke


Notas iniciais do capítulo

Depois de anos consegui criar coragem suficiente e continuar minha fanfic. Bom, não se esqueçam de que deve ser levado em consideração o fato de que comecei a escreve-la ao final da quarta temporada, se não me engano. Bom, espero que gostem, pois pretendo dar continuidade a ela.



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Assim que Killian deixou o apartamento, David ficou parado onde estava, com o coração a mil e todas as suas emoções confusas. O medo de ter estragado sua amizade saudável dom Jones o afetava. A falta que Storybrooke e sua esposa, a Branca de Neve, fazia com que David não conseguisse seguir em frente e suas emoções ficassem a for da pele. Talvez seria por esse motivo que estivesse tomado a atitude de beijar Killian. Foi errado e ele sentia imensamente, ainda mais depois de Killian ter deixado o apartamento da forma que deixou. David saiu de seu torpor, ali no meio da sala de estar, e correu para a sacada do apartamento, para ver se conseguia avistar o Capitão Gancho. Conseguiu apenas ver enquanto o amigo sumia em alguma esquina qualquer de Nova Iorque. O tempo estava extremamente frio, o vento cortava e congelava as bochechas de David, enquanto ele se recostava na proteção de ferro da sacada e respirava profundamente, sentindo o frio descer por todo o seu corpo. De certa forma aquilo era revigorante, depois de toda a tensão sofrida momentos antes. 

 

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Killian Jones andou por horas, porém pareceu que foram minutos. Sua mente estava confusa, seus sentimentos estavam a flor da pele e a falta que sentia de Emma e a sua antiga cidade o corriam todos os dias. David sempre fora a pessoa que o entendia, que o dava ombro para chorar, que o animava e tentava manter as coisas claras quando seus pensamentos o arrastavam para a escuridão.  A mente do Capitão Gancho poderia voltar a sua época sombria, apenas para refrear os sentimentos que sentia. Aquilo não era bom. Trazer o Gancho de volta nunca era uma boa opção. Não seria justo nem com ele mesmo e nem com David, que lutava muito para que eles superassem todos os acontecimentos de Storybrooke e se adaptassem em Nova Iorque. Killian parou de andar, de repente, e se encontrou na Times Square. Havia um grande relógio lá que brilhava e diziam que já era 00:30. Mesmo sendo de madrugada, estava tudo movimentado como sempre. Jones então andou em direção a Escada Vermelha da Times Square e se sentou ali, observando as pessoas andarem. Depois de muito pensar, chegou à conclusão que teria que voltar para o apartamento e enfrentar David, enfrentar aquele sentimento. Não poderia negar, apesar de estar confuso, o beijo havia sido reconfortante e acolhedor, mas Killian não queria admitir que havia gostado. Não queria. Não era certo com memória de Emma e nem com Mary Margaret, seja lá onde ela estivesse. Levantando-se rapidamente, Jones andou em direção a primeira estação de metrô que viu e pegou um trem de volta para casa. 

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As horas passaram e a falta de algum sinal de Killian fazia com que David ficasse inquieto. Ele era adulto e sabia o que estava fazendo, mas mesmo assim a inquietação de Nolan era alta e o medo de perder o amigo também o assolava, fazendo com que seu sono simplesmente desaparecesse. Levantou-se e foi em direção a cozinha, pegando uma chaleira, enchendo de água e colocando no fogão para esquenta-la. Enquanto a chaleira apitava no fogão, David pegou uma grande xícara de chá, colocou um envelope de chá de camomila e ficou ali encostado na pia da cozinha, esperando que a água fervesse. Quando a chaleira começou a apitar bem alto, soltando vapor pelo seu bico, três batidas altas soaram na porta de entrada. David se sobressaltou, arqueando as sobrancelhas. Seria KillianEle pensou. Mas Killian possui as chaves. Desconfiado, Nolan caminhou silenciosamente até a porta, deixando a chaleira apitar atrás de si, pegou um taco de baseball que sempre deixava próximo a porta junto com o porta guarda-chuvas e abriu a porta rapidamente, com o taco preparado para qualquer coisa. 

— Mas que porra ? - Disse David, arregalando os olhos de surpresa. 

 A mulher que estava parada na sua frente era Bella. Uma versão menos fantasiosa, com os cabelos curtos estilo Channel e pintado de um vermelho bem forte. Ela estava com os olhos arregalados também, porém de medo, pois o taco de baseball de David a intimidara.  

— Bom vê-lo também, Nolan! - Ela disse, esboçando um sorriso extremamente branco. 

David sem reação, deixou o taco cair e puxou Bella em um abraço forte. Seu coração estava disparado e a sua mente tinha tantas perguntas, porém no momento ele se recompôs, a convidou para entrar e assim que fechou a porta, correu para a cozinha desligar o fogo que aquecia a água da chaleira. 

— Sente-se. - Ele disse, puxando uma cadeira junto à mesa para que Bella pudesse se sentar. 

Ela se sentou, agradecendo e então David pegou mais uma caneca, colocou um sachê de chá e o encheu de água fervendo para Bella. Após fazer o mesmo para si, David se sentou de frente para a bela mulher, já com a primeira pergunta sendo formada. 

— Como eu saí de Storybrooke? - Bella o interrompeu antes mesmo que pudesse começar a perguntar. 

— Sim, o que houve? Como você conseguiu sair? 

David estava todo empertigado, segurando sua xícara com as duas mãos com tanta força que parecia que ela espatifaria a qualquer momento. Bella permaneceu em silêncio por alguns segundos que mais parecer horas. Ela tomou um longo gole do chá, parecia perturbada e a sensação de que a história não seria feliz inundou David e ele sentiu que as lágrimas lhe subiam aos olhos. 

— O que houve com o Killian? Você conseguiu encontra-lo quando foi lançado da fronteira? 

David assentiu, não queria explicar o que havia acontecido. Storybrooke era mais importante no momento. Bella pareceu entender a falta de palavras e então quando começou a abrir a boca para começar a sua história, a porta da sala de estar abriu e Killian adentrou o cômodo. Nolan levantou da cadeira rapidamente e andou em direção a ele, os olhos um tanto arregalados e o peitoral arfando. 

— Killian! - Ele disse, se aproximando rapidamente do amigo. 

Killian se assustou de início ao ver a expressão de David. Ele arqueou as sobrancelhas, encarando-o e esperando alguma coisa ser dita. 

— Temos visita.- Nolan indicou a cozinha com a cabeça e ambos andaram até la. 

Jones arregalou os olhos ao reconhecer a figura que estava ali sentada. A aparência havia mudado radicalmente, porém o sorriso e os olhos eram inconfundíveis. 

— Bella?! Ele disse, atravessando a distância entre os dois rapidamente e envolvendo-a em um abraço. 

Ela sorriu e retribuiu o abraço afetuosamente.  

Assim que Killian a soltou, ele a encarou e quando começou a formular o “como?” David se adiantou: 

— Ela estava prestes a me dizer, sugiro que se sente, amigo. 

Jones ainda estava perplexo com tudo aquilo. David também. Ambos estavam perplexos, porém ávidos com as informações que ela poderia trazer. Assim eu os dois tomaram seus assentos, ela os encarou, suspirou e começou a contar. 

— O que aconteceu logo em seguida de vocês terem sido jogados para fora da fronteira de Storybrooke não foi nada bom. Nunca tínhamos enfrentado uma ameaça tão demoníaca e maldosa nesse nível. - Ela engoliu em seco e continuou encarando-os com cautela- A Rainha das Trevas, como ela auto se intitulou, arrancou o coração de Emma e invocou um poder tão grande, um poder que começou a fazer com que Storybrooke se apagasse, literalmente, da face da terra.  

David sentiu como se seu coração tivesse parado e Killian sentiu uma sensação muito ruim tomar conta de seu corpo. Nolan havia dito o que aconteceu com Emma, mas Killian nunca havia aceito, sempre pensou que achariam um meio de traze-la de volta, mas pela expressão de Bella, nada disso havia acontecido. Ela havia percebido a expressão dos dois e permaneceu em silêncio por alguns segundos como em forma de respeito. 

— Tentamos conte-la ali mesmo, Rumple chegou logo depois da Rainha ter tirado o coração de Emma e travou uma breve batalha contra ela. Vendo que não poderia vencer tamanho poder, ele usou sua magia para tele transportar quem ali estava para tentar se refugiar. Nessa tentativa a Rainha lançou um raio verde que acertou o grupo de anões e pelo menos metade deles morreram., a outra metade Rumple conseguiu levar para sua loja, onde eu ajudei a todos se esconderem.  

David a interrompeu com o coração martelando em seu peitoral. 

— E Mary Margaret? Neal? - Seu coração iria explodir. 

— Eles estavam bem, quando consegui deixar a cidade. - Ela disse, esboçando um sorriso leve para Nolan. 

Killian sorriu para o amigo e pegou sua mão por impulso e a apertou com carinho, dando força para o amigo. Bella então continuou. 

— Procuramos formas de detê-la. Rumple ficou noites e noites em claro. Ele foi perseguido, pois a Rainha sabia que ele era versado em magia e era extremamente poderoso. Com medo de que ele fugisse da cidade e qualquer um de nós fugisse, ela evocou espectros sugadores de alma para patrulhar todas as fronteiras da cidade, era praticamente impossível sair. Com a magia que ela obteve do coração de Emma ela abriu um portal para a floresta encantada, que seria seu próximo passo, dominar a Floresta Encantada. Sabendo que as pessoas em Storybrooke não a seguiriam para viverem escravizados na Floresta, ela usou então a magia para apagar Storybrooke da existência. A cidade começou a desmoronar e virar cinzas e pouco a pouco os que restaram começaram a se ver obrigados a atravessaram o portal e se sujeitar a escravidão. - Bella parou e tomou um gole do seu chá. - Rumple não conseguiu uma forma de acabar com ela, ninguém conseguiu. Alguns optaram por serem apagados e deixaram-se ser levados para a inexistência e outros com medo de morrerem, decidiram ir para a Floresta. Rumple e eu então bolamos um plano para tentarmos fugir da cidade, mesmo que isso custasse nossas vidas. Rumple bolou uma bomba mágica que explodiria e confundiria os espectros para que pudéssemos correr, mas mesmo assim havia uma grande probabilidade de sermos pegos, já que o perimetro de patrulha dos espectros era grande. Mary Margaret quis se arriscar a vir conosco, mas desistiu pensando no filho e ficou pra trás, esperando que se alguém conseguisse escapar acabaria voltando para salva-los. 

David suspirou aliviado, porém continuou tenso, sua esposa e seu filho viveriam uma vida miserável. Isso era horrível, nenhum pai e marido desejaria isso para sua família, mas saber que eles estavam vivos isso o confortava. Killian permaneceu sinistramente quieto. Seu olhar estava obscuro. 

Bom, Rumple, eu e alguns moradores de Storybrooke decidimos tentar, era nossa única chance de viver e se Rumple conseguisse fugir, conseguiria trabalhar melhor numa forma de resgatar o nosso povo de lá de dentro. Enfim o dia chegou e ele lançou a bomba, causando uma confusão só nos céus. Trovões iluminaram tudo e começaram a atingir os espectros um a um. Isso causou certa desordem entre eles e então foi quando começamos a correr. Ele segurou minha mão e corremos, nossas vidas dependiam do quanto nossos corpos aguentariam correr. Corri, meu coração saltando pela garganta, porém não desisti. Os céus começaram a escurecer e uma legião, um exército, de espectros surgiu. Os trovões trabalhavam duramente para atingi-los, porém eram muitos. - Bella parecia perturbada, sua cara demonstrava confusão, como se nem ela tivesse entendido o que havia acontecido. - Só lembro de ouvir muita gritaria e espectros levando quem eles conseguissem alcançar. Quando a borta de Storybrooke estava próxima eu senti um vento muito gélido e parecia que minhas pernas tivessem congelado. Os espectros haviam nos alcançado. Tudo estava perdido. Olhei para os olhos de Rumple e ouvi sua voz sussurrar “te amo” e então senti um puxão tão forte para trás, como se algo invisível tivesse me puxado para fora da cidade. 

Por um momento todos ficaram em silêncio na cozinha. Era muita coisa para digerir, até mesmo para Bella. Uma lágrima escorria do seu rosto. Ela a limpou com a manga da blusa de frio e continuou. 

— Rumple usou sua magia como cartada final para me salvar. Fiquei esperando dias ali, olhando para o nada e mais ninguém saiu. 

Ela abaixou a cabeça. Ficou quieta e então Killian quebrou o silêncio. 

— Fico feliz que você esteja viva e bem, Bella. - Ele sorriu para ela e era sincero, era real, mesmo que todos os outros tivessem sido mortos ou apagados da existência ou sido levados para uma vida de escravidão. - O que fez desde então? 

— Bom...- Ela começou a dizer - Vim para Nova Iorque e arrumei um emprego, precisava de dinheiro, pois eu queria encontra-los. Fiquei em Central Valley e quando juntei um dinheiro suficiente acabei vindo para a cidade grande, pois achei que poderia acha-los aqui. 

David ficou impressionado: 

— Mas como conseguiu nos achar nessa cidade imensa? 

Ela sorriu, tímida. 

— Bom, eu conheci um policial e meio que usei disso para conseguir acha-los nos sistemas. 

Killian riu e David também. Bella sempre fora esperta e inteligente, de uma forma ou de outra ela acabaria encontrando-os, nem que levassem cinquenta anos, mas ela os acharia. 

— Bom, está tarde, preciso ir agora. - Ela disse, se levantando e ajeitando o casaco que protegia seu corpo do frio. 

— Não quer ficar mais? Deveríamos ficar mais próximos agora e nos unir, o que acha se todos nos mudássemos para um apartamento maior para que pudéssemos morar juntos? - Sugeriu David, já animado com a ideia. 

Bella sorriu afetuosamente e olhou para Killian, que também sorria, porém não havia esboçado nenhuma reação aquela sugestão de David. 

  - Eu agradeço meu querido, mas agora já sei onde vocês estão, e aqui está meu endereço. - Ela disse, dando um cartão para o amigo. - Vamos permanecer juntos, não vou me separar de vocês, mas acho que vocês precisam de um espaço só de vocês. - Ela disse, deixando escapar um sorrisinho maroto, olhando para Nolan e depois para Jones - Vivam, as nossas vidas foram poupadas e não é vergonha nenhuma seguir em frente.

Killian ficou vermelho e David demorou muito tempo para processar e quando entendeu, se perguntou se seus sentimentos estavam tão assim na cara para que Bella tivesse notado. Ela beijou o rosto de David e de Killian e saiu para o frio de Nova Iorque. 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Comentei, indiquem, compartilhem! Isso me deixa animado para escrever.



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