Love Me Like You Do escrita por Apimentada


Capítulo 2
O Primeiro Dia


Notas iniciais do capítulo

Gente, espero que gostem! Esse capítulo demorou a sair mas esta aí! E queria agradecer as reviews maravilhosas!!
Boa leitura!!



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Parecia que eu tinha entrado dentro de um circo e eu era a atração principal. Todos me olhavam e me engoliam com os olhos curiosos. O campo onde todos estavam era enorme e se dividia em grupos: Góticos, excluídos, populares, normais, nerds e hippies. Abaixei o olhar e tirei uma mecha que caía no meu olho direito tentando não me concentrar nos olhares. Pensei que ninguém fosse me notar e atenção é o que eu mais odeio. Não estou acostumada com esse tipo de coisa.


Me sentei em uma mesa com bancos que possuía por lá. Peguei meu IPod e comecei a ouvir uma das minhas músicas favoritas para aliviar o meu frio na barriga. Uma garota de cabelos negros com mechas vermelhas se aproximou de mim e se sentou ao meu lado. Ela estava usando uma blusa curta que mostrava sua barriga chapada e uma calça jeans apertada. A menina colocou sua mochila ao lado da minha e se inclinou para ver o meu IPod.


_ Unbreakable, do Jamie Scott ? - ela me perguntou com um tom surpreso -


Concordei com a cabeça e dei um sorriso sem graça para a menina ao meu lado.


_ Eu amo essa música! Quase ninguém conhece, mas é muito boa.


_ Verdade. - sorri levemente para ela -


_ Meu nome é Magali. - ela disse mexendo em suas mechas vermelhas - E você deve ser Mônica Sousa, certo ?


_ Como sabe ? - perguntei -


_ Todos comentaram, afinal, você é a única novata esse ano.


Senti minhas bochechas corarem e novamente meu estômago se debatia dentro de mim.


O sino avisando que a aula estava para começar soou e a multidão foi para dentro do prédio enorme. Magali me acompanhou e se sentou ao meu lado na primeira aula, o que foi confortante. Ela parecia ser legal e gentil, apesar de ter um estilo meio alternativo. Tudo o que eu havia descoberto sobre sua vida foi: seus pais eram divorciados, ela estava na escola desde sempre e não tinha nenhuma amiga. Segundo ela, não tinha nenhum grupo que ela se encaixava. Então ela veio falar comigo porque eu parecia passar pelo mesmo. Isso me fez sentir uma pontada de felicidade e o dia já não parecia que iria ser tão ruim quanto parecia horas atrás.
Depois que as primeiras aulas acabaram, fomos para o refeitório almoçar. Sentei junto com a Magali e dentre todas as mesas das garotas da escola, erámos as únicas com batatas fritas e sanduíches.


_ Como era a vida em São Franscisco ? - Magali perguntou comendo uma batata frita -


_ Era boa. Tirando o fato que minha madrasta morava lá.


_ Oh. Entendi.


Um grupo de quatro garotos passou por nós e Magali deu uma olhada com uma cara de nojo. Todos eram bonitos. Um tinha cabelos pretos e um corpo altamente definido, apesar de ter os dentes da frente um pouco grandes, o que me fez lembrar como eu era antes do aparelho. Outro tinha os cabelos loiros e enrolados, um corpo aceitável e um olhar desafiador. O outro também era loiro, possuía olhos azuis e o corpo definido. Mas o que mais chamou minha atenção foi um de cabelos dourados escuros, olhos mel, corpo definido e uma altura de 1,85 provavelmente.


_ Quem são ? - perguntei para a Magali -


_ Ah. Os caras populares aí que se acham os mais fodas do mundo ? O dentuço é o Titi, a cachinhos dourados é o Xaveco, a princesa é o Toni e o nariz empinado é o Cebola.


Olhei de relance e evitei demonstrar que estava os observando. Magali continuava falando comigo sobre os garotos e eu comecei a reparar no que se chamava Cebola. Ele conversava com os outros sorrindo, mas seu olhar parecia estar longe. Houve uma fração de segundos que ele desviou seus olhos para mim, porém sua expressão ficou séria e depois ele soltou um riso sarcástico. Me senti um pouco boba por estar o olhando e balancei a cabeça me reprendendo.


_ Eles são uns idiotas, não acha ? - Magali me perguntou -


Suspirei e dei uma mordida grande no meu sanduíche.


_ Com certeza.


Tivemos um intervalo de uma hora e depois fomos todos para o vestiário onde tínhamos que nos trocar para a Educação Física, o pesadelo de toda nerd. O meu pesadelo. Odeio as aulas de Educação Física desde que soube que meu nome seria Mônica Sousa. Na minha antiga escola você podia escolher entre fazer a aula ou fazer a prova sobre perguntas de esportes que não irão mudar a vida de ninguém. Mas estudar sempre foi o que fiz de melhor, então eu preferia fazer a prova. Porém aqui era aula ou aula.


Entrei no vestiário junto com a Magá e colocamos nossos shorts super apertados e curtos, junto com as nossas blusas curtas e de tecido fino. Nos olhamos no espelho e eu só queria sair correndo dali.


_ Isso devia ser proibido pelos Direitos Humanos. - eu disse olhando para a nossa roupa -


_ Pena que tem homens trabalhando nos Direitos Humanos também.


Rimos e fomos para a quadra onde todos estavam. Novamente a divisão de grupos de hoje mais cedo se encontrava. Carmem é claro que já estava no grupo das populares e quando acenei para ela, tudo que ela fez foi revirar os olhos e falar algo para as meninas que me olharam com cara feia. Escondi a mão que havia usado para acenar e me sentei na arquibancada junto com a Magá. É, parece que tudo vai ser como antes.
Primeiro quem jogava eram as meninas e fiquei observando as observando com os seus corpos perfeitos baterem as bolas em uma velocidade incrível e forte. Eu sempre odiei bolas, então sempre que a bola vinha na minha direção eu fugia e fingia que não estava perto de mim. Pude ouvir as risadas debochadas dos garotos comandadas por ninguém mais, ninguém menos que ele. Cebola. E também pude ouvir as comemorações pelas jogadas da Carmem.


_ Essa garota não dá conta de manter a bola nem fora da quadra. - Cebola disse se referindo a mim -


Senti uma pequena raiva passando pelas minhas veias e quando a bola veio na minha direção, joguei ela direta na cabeça do Cebola. Assim que a bola bateu nele, os garotos riram e as garotas me olharam como se eu fosse louca.


_ Desculpa! Pelo menos sabemos que consigo jogar a bola para fora da quadra!


Cebola me olhou com raiva e eu apenas dei de ombros com um sorriso irônico. Magali começou a rir e me mandou uma piscada de olho. Ao mesmo tempo em que estava me sentindo superior, pensei que talvez fosse melhor se não tivesse feito nada. O problema é que quando estou com raiva, faço tudo impulsamente.


Depois foi a vez dos meninos e as meninas não tiravam os olhos da quadra.

_ Aquilo foi de mais! - Magali me disse animada - Ninguém nunca enfrentou o Cebola daquele jeito!


_ Ah... - eu disse soltando um sorriso sem graça - Ele mereceu.


_ Mereceu ?!


Uma terceira voz surgiu e olhamos para frente dando de cara com dois pares de olhos azuis furiosos. Engoli em seco. Carmem não era a melhor pessoa em seu estado normal, imaginem irritada.


_ Não faça isso nunca mais! Olha... Eu estou pretendendo ter algo com o Cebola, então espero que não estrague isso. Além de que me envergonhou na frente das meninas! Você e eu nunca fomos amigas, mas não queira me ter como inimiga.


Meu estômago se revirou e eu tentei bloquear aquela conversa da minha mente. Comecei a "prestar atenção" no jogo sem querer conversar com ninguém naquele momento. E eu adorava como a Magá entendia isso.


Assistimos mais algumas aulas e como sempre eu prestei atenção. Mesmo as últimas tendo sido Álgebra, Física e Química. Se eu quisesse um dia ser médica, eu precisaria me esforçar muito para isso. Eu estava no melhor colégio da cidade e tinha que dar valor nisso. Tinha que demonstrar isso. Principalmente para o meu pai.


Eu e a Magali estávamos passando pelo corredor em direção ao portão de saída, quando senti um armário bater contra mim. Meus livros se espalharam no chão e fiquei um pouco tonta pelo tombo.


_ D-desculpe... - eu disse me agachando para pegar os livros -


Olhei para frente e primeiramente vi um par de tênis, subi o olhar vendo uma calça jeans, depois uma camiseta branca polo e por fim dois pares de olhos mel brilhantes me encarando com seus cabelos bagunçados. Era o Cebola. Senti minhas mãos tremerem e minha fala se preparando para gaguejar. Um nervosismo me bateu forte e as cenas da quadra me vieram.


_ Olha por onde anda novata.


_ Vou me lembrar disso na próxima vez que esbarrar em mim e derrubar os meus livros. - falei me levantando tentando parecer confiante -


O garoto esbarrou no meu ombro direito de propósito e se afastou de mim e da Magali com passos largos. Senti meus olhos queimarem com as lágrimas teimosas que estavam querendo saltar deles. Magali se aproximou de mim e me ajudou a pegar os livros esparramados no chão.


_ Ele é um idiota! - Magali disse com raiva em seu tom de voz -


Não consegui dizer nada, minha mente estava a mil. Eu havia acabado de chegar em uma cidade nova, com pessoas novas e ares novos. E tudo que consegui foi uma rejeição do time de vôlei, papeizinhos sendo jogados em mim pelo garoto mais popular da escola junto com a sua gangue e um esbarrão de ombro no corredor sem direito a pedido de desculpas.


Fomos até o portão da saída e meu motorista já estava me esperando. Despedi da Magá e entrei dentro do carro. Chegando em casa abri a enorme porta de casa e assim que a fechei, dei de cara com a Carmem e o Cebola no sofá enorme da minha casa junto com mais algumas pessoas da escola.


_ Ah. Olha quem chegou. - Carmem disse revirando os olhos -


_ Não se preocupe, vou ficar lá em cima no meu quarto. Sem incomodar vocês.


Subi a enorme escada e abri a porta do meu quarto vendo vários papéis espalhados. Não, ela não havia feito isso.


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Notas finais do capítulo

Gostaraaaaaaaam ??? MANDEM REVIEWS!!!
Beijooooooos!! ;)