Love Me Like You Do escrita por Apimentada


Capítulo 11
Sugar


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas estou aqui!! Gente, queria agradecer muito aos comentários e a LINDA RECOMENDAÇÃO QUE GANHEI DA ninalore!! Eu AMEI sua recomendação!! Desse jeito vocês vão me matar!kkkkkkk! Linda, MUITO OBRIGADA!! CAP DEDICADO À VOCÊ!
As musicas usadas no cap foram: The scientist do Coldplay, mas eu usei um cover que eu acho bem melhor, mas vocês decidam qual querem usar para a cena. O cover que eu usei foi deTyler Ward e Lindsey Stirling. E também Sugar do Maroon 5. A tradução do cap é " Docinho ".



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Começamos a caminhar nas ruas do condomínio de mansões onde eu morava. Lá era muito agradável e bonito. Todas as casas possuíam jardins verdes e extensos na frente e árvores de todas as cores para enfeitar. Eu estava com as mãos em minha jaqueta jeans que eu havia pegado por estar frio, minha habitual calça jeans, meu cardigã e um all star. Cebola parece ter o olhar distante observando as ruas e as casas, assim como eu. Por que ele estava sempre tão distante daqui ?
Eu tento pensar em algo para falar, porém a primeira coisa que me vem na cabeça é o acontecimento do carro há uma hora atrás.
_ Por que ficou nervoso comigo dirigindo ?
Cebola me olha como se tivesse sido pego de surpresa e ao mesmo tempo, como se já estivesse esperando isso.
_ É um lance muito pessoal. - ele diz sério -
Eu paro um pouco e sinto um pequeno aperto. Ele parecia que carregava tristeza em sua voz e isso, por mais que eu odiasse admitir, me incomodava.
_ Me conta. - sussurro -
Seus olhos encontram os meus. Eles são tão intensos. Me sinto intimidada por eles, mas não consigo desviar o olhar. Ele suspira e pega na minha mão me guiando até um balanço de uma casa próxima. Nos sentamos e eu espero que ele comece a falar. Cebola fica em silêncio alguns minutos com a cabeça abaixada, mas logo a ergue e começa a falar.
_ Quando eu tinha cinco anos... - ele faz uma breve pausa - No dia do meu aniversário, minha mãe biológica, achou que seria uma ótima ideia me levar para um parque que eu sempre era louco para ir quando pequeno. E então no meio do caminho, eu me lembro de estar olhando para ela. Ela realmente era muito bonita. - ele diz dando um rápido sorriso - Mas então um carro veio na nossa direção com toda a força e... Eu me lembro de estar chamando ela, mas ela não me respondia.
Fico horrorizada com a história do Cebola e ao mesmo tempo comovida. Ele tem lágrimas em seus olhos e parece perdido novamente. Então é por isso que ele não gosta que ninguém dirija o carro além dele e do seu motorista. Mas por que o motorista ?
_ E o seu motorista ?
_ Ele sempre passou a me levar pros lugares depois que minha mãe morreu.
_Ah. - é tudo que eu consigo dizer -
Não sei o que pensar primeiro. Cebola parece uma caixa de surpresas para mim todos os dias. Uma hora ele quer ser meu amigo, na outra não, uma hora ele não quer que eu ande com o Do Contra, na outra estamos em pé de guerra e de repente retornamos à paz. Balanço a cabeça com esses pensamentos. Cebola Menezes é confuso.
_ Pelo menos agora viu que dirijo melhor que você. - eu digo sorrindo tentando alegrá-lo -
_ Não duvide dos meus dons. - ele diz com um sorriso largo no rosto -
Pelo menos ele é fácil de se alegrar. Eu sorrio junto com ele e ele me encara com os olhos divertidos, porém mais sério.
_ Você sabe como me fazer sorrir. - ele diz -
Eu coro, mas não paro de sorrir. E então a imagem dele com a Carmem hoje mais cedo me perturba e eu sinto a pontada de raiva dentro de mim. Por que essa lembrança sempre causa isso ? Eu devo estar ficando louca, é isso.
_ Vem, eu quero tentar uma coisa. - ele diz sorrindo -
Cebola se levanta e estende sua mão para mim. Eu fico incerta se devo segurar ou sair correndo, mas então decido segurá-la.
Ele me leva até o meu carro e levanta o olhar para mim.
_ Confia em mim ? - ele pergunta colocando o cinto -
Paro um segundo para recapitular todos os momentos que tivemos juntos.
_ Não. - eu digo com um pouco de medo -
_ Não tem problema. - ele diz com seu sorriso brincalhão e liga o carro -
Não consigo olhar pra ele, estou muito ansiosa para isso. Minha mente está à mil e não posso para de pensar para onde vamos.
Começamos a entrar por uma estrada e eu me pergunto em que porra de lugar estamos indo. Tudo bem, talvez ele esteja querendo me sequestrar e me assassinar e jogar o meu pobre corpo na estrada, assim não vão achá-lo. Tá, eu tenho que parar de ver CSI.
O carro para e minha respiração também. Olho em volta e só vejo estrada e... Estrada. Cebola parou o carro de frente para uma cerca da estrada que separa do abismo.
_ É lindo aqui, não é ?
Olho para o lugar e meu fôlego foge de mim. O lugar tinha uma paisagem verde incrível e que faziam o contorno perfeito para o Sol se encaixar e fazer aquelas cenas típicas de filmes. Era surreal. Olhei para Cebola ainda tentando respirar direito.
_ Isso não é real. - eu digo em um sussurro -
_ Eu sei. - ele diz em um tom orgulhoso -
Cebola se senta com facilidade na cerca por sua altura e eu tenho a maior dificuldade, mas para minha surpresa, ele me ajuda. Ficamos olhando para o Sol se pondo e meus olhos ficam maravilhados com a cena. Eu nunca havia visto nada igual.
_ Sempre vem aqui ? - pergunto -
_ Quase sempre. - ele responde em um meio sorriso -
Seus olhos mel estão bem destacados agora e por alguma razão irracional, eu começo a olhar para sua boca. Ela tem um formato perfeito e seus lábios são rosados. Tento evitar esses pensamentos e me convencer de que é o cenário que está mexendo comigo. Mas é quase impossível. Cebola olha para mim e seus olhos estão intensos. Eu me aproximo um pouco dele e ele também. Eu posso sentir a tensão percorrer pelo seu corpo e um arrepio dançar pelo meu. Tento apoiar meu pé em alguma coisa, mas falho terrivelmente perdendo o equilíbrio e caindo de cara no chão. Porra. Porra. Porra. Mônica você é a pessoa mais idiota que conheço.
Cebola desce para me ajudar, porém não consegue parar de rir. Eu o lanço um olhar mortal e começo a me sentir irritada.
_ Para de rir porra! - eu grito -
_ Desculpa... - ele diz ainda rindo - É que foi tão do nada.
Eu olho para a chave pendurada em sua calça jeans e a pego rapidamente saindo correndo para o carro. Ele vai parando de rir aos poucos até perceber o que eu fiz. Sabia que ia demorar. Liguei o carro e o lancei um sorriso irônico.
Acelerei com tudo e fiz o caminho de volta. Meu rosto começou a queimar e a formigar e meu cabelo na parte direita estava cheio de terra.
Uma culpa começa a pesar em cima dos meus ombros. Eu não posso deixar ele lá. Não posso.
Relutantemente, dou meia volta com o carro. E logo avisto Cebola encostado na cerca. Ele me dá um breve aceno e entra com um sorriso convencido.
_ Sabia que ia voltar. - ele diz com um tom brincalhão -
_ Cala a boca antes que eu mude de ideia. - eu digo ainda com raiva -
Acelero e Cebola me fala como voltar para o caminho de onde viemos. De qualquer forma eu não saberia voltar sozinha. Tento me convencer de que foi só por isso que voltei, contudo, meu subconsciente grita: "Você quase o beijou sua idiota! " A imagem volta na minha mente. Se não fosse pelo meu pé e desequilíbrio, algo muito indesejável teria acontecido. Meu subconsciente me interrompe: " Indesejável ? Será ? " Em uma luta mental, aumento o volume do carro para ver se me acalmo. O que tá acontecendo comigo ?
_ Quer comer uma pizza ? - Cebola me pergunta -
Balanço a cabeça concordando e paramos em uma pizzaria próxima. Entramos dentro do local que era uma mistura de vermelho e verde nas paredes, havia vários pôsteres de cantores antigos e várias decorações de coisas antigas. A mulher que veio nos atender tinha os cabelos morenos presos em um rabo de cavalo, pele clara, mais magra do que eu e olhos pretos. Porém, ela parecia ser dois anos mais velha que nós. Ela pareceu um pouco perturbada com a presença de Cebola e me olhou com desaprovação como se eu estivesse junto com ele. Revirei os olhos e peguei o cardápio apenas para escolher a bebida, pois já sabia qual sabor queria. Cebola começou a pedir o sabor que queria e eu tentei parecer a mais compreensiva que podia.
_ Bem... - eu digo soltando um riso falso - Eu não gosto desse sabor.
Cebola faz uma careta.
_ Quem não gosta de calabresa ?
_ Eu ? - eu pergunto como se fosse óbvio -
_ Queremos calabresa. - Cebola confirma para a mulher -
_ Não. - interrompo - Queremos portuguesa.
_ Não, queremos calabresa.
_ Portuguesa.
_ Calabresa.
_ Portuguesa.
_ Calabresa.
_ Portuguesa!
_ Ca-la-bre-sa!
Eu bufo de raiva e todos começam a nos olhar.
_ Você podia me escutar. - reclamo -
_ E você pode confiar em mim. - ele devolve -
_ Se quiserem, podem pedir metade calabresa, metade portuguesa.
Nós dois olhamos intrigados para a garçonete. Por que ela não disse essa merda antes de quase começarmos a Segunda Guerra Mundial ?!
_ Então vai ser assim. Obrigado.
Puxa, ele consegue ficar mais calmo mais rápido do que eu. Olho para baixo e suspiro forte.
_ Quando vamos parar de brigar ? - ele me pergunta com a voz suave -
Não consigo segurar o riso e a música Sugar do Maroon 5 começa a tocar no fundo. Cebola sorri para mim como se tivesse armado um plano diabólico. Um frio na barriga me atinge e então ele levanta me estendendo sua mão.
_ Vamos dançar.
Percebo que não foi uma pergunta, mas sim uma afirmação.
_ Não, não... - eu começo a negar desesperadamente -
_ Vem logo!
Cebola me puxa e começa a fazer alguns passos cantando a música. Não consigo parar de rir, mas o acompanho em alguns passos desajeitados.
O refrão começa a chegar e ele fala:
_ Todo mundo!
E então todos gritam: " Sugar! " Ele pega minha mão e me puxa para os seus braços. Meus olhos encontram os seus e eu estou bem próxima sentindo sua respiração. Cebola me dá um sorriso perfeito e logo me deixa de frente para ele. Olho em seus olhos mel que me analisam novamente, porém com um tom divertido. Ele sempre os tem procurando algo nos meus e eu não posso evitar de sorrir como uma boba. Me intimida e ao mesmo tempo me deixam mais feliz do que nunca.
De repente todos levantam e começam a dançar junto com a gente. Todos estavam animados s felizes. A música estava quase no fim, quando Cebola me pegou pela cintura e me colocou no alto me girando. Comecei a rir feito uma boba e ele me desceu lentamente para baixo. Meu corpo estava em contato com o seu, sentindo o seu calor. O arrepio estava lá novamente. Eu coloquei minha mão direita em seus cabelos e a outra em seu ombro definido. Nossas respirações estavam aceleradas por conta da dança e seu hálito de menta me invadia junto com o seu perfume doce, uma ironia eu penso, por conta da música. Eu estou olhando em seus olhos mel que me encaram intensamente. Eu olho voluntariamente para sua boca rosada e por um segundo penso que vou perder a razão. E então a música para e todos aplaudem. Ficamos um pouco sem graça olhando um para o outro. Finalmente nos separamos e eu quero me esconder de baixo de alguma mesa. Uma música mais lenta começa a tocar e os casais logo ficam para dançar. Quero me sentar, mas Cebola me impede me puxando de volta.
_ Não acabamos ainda.
Eu sinto minhas pernas ficarem bambas por alguns segundos e o olho por debaixo dos meus cílios. Cebola pega minha mão direita e junta à sua lentamente a segurando. Eu coloco minha mão esquerda em seu ombro novamente e ele pega em minha cintura. Seu toque me faz ficar com a respiração um pouco falha, mas me recomponho. Não quero que saiba que tem esse efeito sobre mim.
_ Animamos essa pizzaria. - ele sussurra em meu ouvido -
Eu rio com a sua frase e com as cócegas que seu hálito quente faz contra minha pele. Ele sorri e me analisa de novo. Reconheço a música imediatamente. É The Scientist do Coldplay, mas era um cover que eu amava. A música começa com um piano e depois logo vem uma leve batida no fundo. Cebola e eu dançamos conforme o ritmo. Eu coloco meus braços em volta do seu pescoço e ele em volta da minha cintura. Olho novamente para seus olhos que sempre parecem ter segredos e ao mesmo tempo querem saber os meus. Me concentro neles por algum tempo e logo não estou prestando atenção em mais nada. Eu quero falar algo, mas não quero quebrar esse momento. Está me fazendo sentir confortável e segura ao mesmo tempo. E por alguns segundos, quero que dure para sempre.
E então eu só sinto alguém me cutucar no braço.
_ A pizza de vocês já chegou.
A olho confusa. Pizza ? Ah é... Puta que pariu, não acredito que esqueci que aqui era uma pizzaria. Cebola a olha como se tivesse feito algo horrível e então me acompanha até a mesa. Nós comemos a pizza em silêncio. Eu só consigo comer um pedaço por ainda estar mexida com os acontecimentos dos últimos minutos.
Voltamos para casa também calados e eu vou dirigindo. Vou para a casa de Cebola e paro de frente. Ele me olha como se quisesse dizer alguma coisa e por mais estranho que pareça, eu quero que ele diga. Mas ele apenas sorri e abre a porta.
_ Hoje foi muito bom... Obrigado. - suas palavras transbordam sinceridade e meu estômago se agita -
Ele fecha a porta e eu me sinto uma idiota. Acelero o carro e evito derramar as lágrimas que insistem em cair. O que tá acontecendo comigo ? Eu me sinto confusa. Nunca havia ficado assim. Por que eu esperava que ele me dissesse alguma coisa ? Por que eu queria algo dele ? Por que me deixei levar tanto hoje ?
Chego em casa e desço do carro rapidamente. Já está escuro e eu vou direto para o meu quarto ignorando alguma coisa que Carmem fala. Tranco a porta e vou tomar um banho quente. A água quente desce pelo meu corpo e me faz esquecer que tudo isso seja real. Me sinto mais leve. Porém quando abro os meus olhos, o peso parece voltar todo em cima de mim.
Coloco uma camisola que me faz sentir confortável. Pego meu celular e procuro o nome " mãe " na lista de contatos.
_ Alô ? - sua voz doce soa do outro lado -
_ Oi mãe! - eu digo tão feliz que já sinto as lágrimas -
_ Oi filha! Está tudo bem aí ? Como foi o primeiro dia de aula ? Seu pai está sendo legal com você ? E Susana ? Fez amigos ?
Eu rio com a sua capacidade de me fazer bem em um segundo com suas preocupações.
_ Está tudo bem. Foi como sempre, mas fiz amizades. - resumi -
_ Que ótimo! - ela diz com um tom alegre - Queria estar aí com você...
Ai não, segura as lágrimas Mônica!
_ Também queria que estivesse aqui. - murmuro -
_ Estou com saudades. Não vou poder receber ligações por dois dias, vou estar em um avião e depois direto para algumas reuniões. Te amo.
_ Também te amo mãe. Te ligo depois.
_ Durma bem.
Desligo o telefone sentindo um aperto no coração. Apago as luzes e deito em minha cama. Olho para o teto branco do meu quarto com o pensamento longe. Imagens do dia passam em minha mente. Cebola aparece em todas elas. Por que ele não sai da minha cabeça ? Por que ele me perturba dia e noite ? E que merda eu quase fiz hoje duas vezes ?!
Fecho os meus olhos com um frio na barriga me invadindo lembrando de suas palavras: " Você sabe como me fazer sorrir. "


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Notas finais do capítulo

Gostaaaaaaram ?? Cap cheio de emoções não ? MANDEM REVIEWS!! E NOVAMENTE MUITO OBRIGADA PELA RECOMENDAÇÃO!! Beijoooooooos!! ;)