Talvez tenha sido insolação escrita por ally_albarn


Capítulo 15
Meu celular!


Notas iniciais do capítulo

Olha eu por aqui x3



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– Coisa feia, usar seu irmão como pretexto para baixar minha guarda – Eu disse, quando nos soltamos.

– Não é pretexto se for verdade.

– Não estou dizendo que é mentira. Só estou dizendo que você usou da sua história para me pegar de surpresa.

– Desculpa... É que eu não aguentava mais esperar... estava ansioso para beijar você Tessa... Não te ofendi, ofendi?

– Não, não me ofendeu não. Não sabia que você queria tanto me beijar – Ouvir aquilo me deixou boba.

– Sim, faz muito tempo. Aliás, acho que sempre tive este desejo.

Ruborizei:

– Sério? Como assim?

– É, pois é... Tipo, não na época que a gente brincava juntos, aquela época meninas eram frescas, você sabe, acho que você era uma das poucas meninas que eu não considerava meninas, sabe. Eu digo depois, quando eu deixei de ver você, a saudade bateu, daí tinha uma garota, por favor, não se ofenda agora. Tinha uma garota na minha escola, que eu podia jurar que era você. Até no início eu ficava chamando ela de Tessa e ela emburrava comigo, “meu nome não é Tessa!” – Dimitri imitava com uma voz fina de menina criança – Era engraçado.

– É?.... imagino.... – A sensação de “deja vu” me ocorreu instantaneamente, causando-me náuseas.

– Ela foi minha primeira namoradinha. A primeira garota que eu beijei na boca... nosso romance durou umas duas semanas, a gente andava de mãos dadas pra lá e pra cá... mas aí eu vi que ela era uma chata. Afinal, ela não era você. – Dimitri, que estava com o olhar distante, voltou para meus olhos. Fiquei completamente sem jeito, e ele me beijou novamente.

~

Vocês imaginam minhas amigas no dia seguinte quando me viram na escola.

– E aí, como foi?

– Deu uns amassos?

– Dimitri não pressionou você né?

– Ele te pagou um sorvete?

– Calma meninas! – A única coisa que eu conseguia fazer era rir. – Já vou contar pra vocês tudo. O mais importante é que acho que vamos continuar nos vendo. – A resposta foi gritinhos de empolgação de ambas.

Durante a aula, não conseguia largar o celular. Dimitri não demorava nem dez minutos para responder minhas mensagens, e mesmo que o assunto se extinguisse, Dimitri criava outros, apenas para não me deixar em paz. Não que eu me importasse.

Certa hora, ele perguntou se poderia me buscar na escola. Como estava no último ano, os professores às vezes davam uma folga de liberá-los mais cedo. E como sua escola era perto daqui, Dimitri se ofereceu para me levar em casa. Quando eu ia responde-lo, dizendo que me deixaria muito feliz se ele viesse, o maldito do meu professor arrancou o celular das minhas mãos.

– Teresa, cansei de você não prestando atenção nas minhas aulas. Devolverei apenas no final da manhã.

– Ah, não! Por favor, professor, só deixa eu responder essa mensagem! É importante! – Eu me esticava para arrancar de sua mão, porém ele era mais alto e sua pança gorda me atrapalhava.

– Não, mocinha. O que for, pode esperar. Seu namorado não vai fugir se não for respondido.

– Ele não é meu namorado – Retruquei, no impulso.

– Bom, melhor ainda, assim não vai se importar tanto.

Sentei novamente no meu lugar, de braços cruzados. A aula continuou, um silêncio mórbido dos alunos, apenas a voz do professor fazia-se soar.

Esperei o intervalo para pegar o celular de volta, porém, o senhor-sem-graça-professor resolveu levar para a sala dos professores junto dele. Fui atrás e levei uma portada na cara quando ele entrou. Fiquei parada, durante alguns minutos, pensando em algum pretexto para entrar e pegar sem que ele percebesse, quando Sasha apareceu.

– Sasha! – Eu ainda não gostava dela, todavia, era minha última esperança. – Você vai entrar aí?

Ela pareceu não gostar muito da pergunta (claro, ela estava com a mão na maçaneta, era meio ridículo fazer uma pergunta dessas) porém me respondeu com aquele sorriso florido de sempre:

– Claro, precisa de algo, Teresa?

– Você poderia, pelo santinho amado, conseguir de volta meu celular com o professor de matemática? Ele é o diabo, pegou de mim durante a aula e não quer me devolver! E eu preciso responder uma mensagem, urgentemente!

– Claro, pode deixar! – falou Sasha e adentrou.

Minha espera durou cerca de dez minutos, quando ela voltou.

– E aí, conseguiu meu celular?

Não sei bem o que aconteceu então. De repente, Sasha não era mais Sasha, e sim uma criatura... raivosa e violenta:

– Não, Teresa, eu não peguei a PORRA do seu celular! Quem mandou ficar futricando ao invés de fazer a porcaria dos cálculos que o professor pedia? Ou quem sabe você pede pro seu queridinho YOAN, já que ele gosta tanto de ser simpático e depois dar o fora na garota MAIS POPULAR DESSA MALDITA ESCOLA, que só tem gente INFELIZ como você? Vai pro INFERNO!

Confesso que congelei. Uma voz conhecida a chamou:

– Sasha?

– Oi, Yoan. – Sasha tentou disfarçar, parecer calma.

– O que vocês estão fazendo aqui? – Yoan perguntou.

– Eu vim ver se a professora de biologia tinha vindo, já que me disseram que ontem ela estivera doente e talvez não pudesse dar aula para nossa turma. Sua amiga veio para buscar o celular que o professor retirou. – Sasha explicou minha parte um pouco indelicada, como se o que eu fizesse fosse uma bobagem das grandes. – E se me derem licença, preciso voltar para minha sala e avisar aos meus colegas que a professora encontra-se bem.

Sasha retirou-se. Yoan e eu ficamos ali, em silêncio.

– E você, veio fazer o que aqui? – Perguntei finalmente.

– Nada, só estava de passagem.

– Ah...

– Se você quiser, posso emprestar o meu celular pra você. Isso, claro, se você tiver decorado o número da pessoa que você queria mandar mensagem...

– Ah... pode ser então! Obrigada, Yoan.

– Sem problemas...

Eu não sabia de cor ainda o número de Dimitri, porém sabia que Yoan teria salvo em sua agenda. Pedi desculpas pela demora, expliquei que o professor havia roubado meu celular, e que ficaria feliz de vê-lo. Quando ia devolver o aparelho para Yoan, percebi que seria chato se ele visse o que era a mensagem, logo, apaguei após o aviso de envio.

Na saída da escola, demorei um pouco mais para arrumar minhas coisas, pois o professor fizera questão de devolver meu celular com algumas instruções de não utilizá-lo em sua aula. Yoan saía um pouco antes de mim. Ao chegar no pátio, avistei Dimitri de longe, no portão da frente. E Yoan seguia de ombros duros em direção à ele. Eu apressei o passo, percebendo que viria problema.

– O que está fazendo aqui? Eu já não falei que não quero olhar pra sua cara? Me deixa em paz, Dimitri! – Eu o ouvi dizer.

– Cara, eu não estou aqui por você, está bem? Relaxa, Yoan.

– Oi Dimitri... – Timidamente cumprimentei.

– E aí Tessa! - Dimitri passou por Yoan para me dar um beijo.

– Eu não acredito que você está fazendo isso – Yoan parecia cada vez mais nervoso.

– Yoan, isso não tem nada a ver com você. – Dimitri era mais alto e mais intimidador perto dele. Yoan olhou de cima a baixo para seu irmão, depois para mim. Balançou a cabeça negativamente e foi embora, encolhido e amargurado.

– Desculpa pelo meu irmão, Tessa. – Dimitri falou.

– Sem problemas. Talvez tivesse sido melhor se eu tivesse avisado ele que você viria.

– Nah, deixa assim. Não é culpa sua. – Ele então colocou a mão em meu ombro, aproximando-se de meu corpo.

Apontei para minha casa quando chegamos. Dimitri parou na porta, se desvencilhando de mim e colocando as mãos nos bolsos.

– Então tá...

– Não quer entrar? – Convidei, procurando minhas chaves no bolso da mochila.

– Não... ainda não estou preparado para conhecer seus pais.

– Como assim? Você já os conhece, lembra?

– Na verdade não... Não lembro muito bem deles.

– Deixamos para a próxima então.

– Pode ser – Senti um certo alívio na voz de Dimitri. Ele se esticou e beijou-me na bochecha. – Até mais, Tessa.

– Até mais, Dimitri...


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Notas finais do capítulo

Já estou escrevendo os últimos capítulos da fic! Terão certa de 8 ou 9 capítulos a mais! "Nossa, que menina adiantada", pois é, eu prefiro assim xD Espero que estejam gostando, comentem! Beijos!



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