Modernidade escrita por Kethy


Capítulo 5
Eduarda




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Eu tenho o mesmo sonho a cada noite.

Desde que me conheço por gente.

Estou com um vestido rosa longo, ele parece não ter alças, mas tem duas mangas de tecido transparente. Ele é de duas camadas, a primeira é mais clara e parece uma cortina e a segunda é mais escura. Um laço transparente amarrado nas minhas costas, um cintinho de pérolas no colo, um colar e uma pulseira.

Meu cabelo está curto e castanho escuro. Besteira, meu cabelo sempre foi curto e castanho escuro. Só que nesse sonho eu sempre me imagino loira com o cabelo bem longo, de arrastar no chão e de poder medir uma rua com ele. Mais ou menos a Rapunzel.

Estou em um castelo, é uma festa com muitas pessoas. Eu fico nervosa, como se fosse a primeira festa que eu vou na vida. Desço uma escada e me deparo com um homem moreno de barbicha. Nossa, ele é bem bonito. Ele usa uma roupa igual a de um príncipe, paletó azul com detalhes dourados, uma faixa azul mais claro com um símbolo de sol no ombro, uma calça quase preta e botas.

Fico tão feliz quando o vejo, nos abraçamos e depois colocamos nossas mãos em posição para valsar, a música toca e começamos a dançar. Do nosso lado estão mais cinco pessoas, não conheço ninguém, mas parece que sim. É como se fossem meus melhores amigos nesse mundo.

Quando a valsa acabou, eu e aquele homem saímos e fomos para uma sacada de frente para o mar. Vemos as estrelas, eu estou abraçada junto a ele. Sinto um déjà vu, que já estive em uma situação parecida antes. De repente, vejo uma estrela que se meche bem devagar, depois um enxame delas, eram lanternas. Fico tão emocionada. Aquele homem olha para mim e sorri, nos aproximamos e nos beijamos.

É tudo perfeito.

Mas... Depois de poucos segundos, a terra treme. Eu vejo um buraco enorme no céu. Parece uma ferida de bala no meio de um tecido azul. Dai eu vejo três sombras, uma delas, de cabelo cacheado, me dá arrepios. O homem pega minha mão e saímos correndo de lá. Chegamos aonde era a festa e damos o aviso, foi quando tudo começou a desmoronar diante dos meus olhos. Eu fico com medo.

O medo aumenta quando vejo a sombra de cabelo cacheado surgir na minha frente, ela está com um punhal na mão e ri maquiavelicamente. O homem tenta me proteger, mas ele é atingido por uma flecha nas costas, essa me arranhou no ombro. Tento chegar até ele, porém sinto o mesmo punhal no meu peito. A última coisa que eu tenho forças para fazer foi me deitar ao lado daquele que queria dar sua vida por mim e segurar a sua mão. As sombras saem. Uma pedra enorme vem na nossa direção, e eu fecho os olhos.

***

Acordo no meio da noite e vou para a cozinha tomar um copo de água. Meus pais saem do quarto, já sabendo que sou eu depois daquele pesadelo. Vamos até a sala e minha mãe canta para mim até eu cair no sono.

Prazer, sou Eduarda.


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