Whole Lotta Love 2 escrita por mlleariane


Capítulo 45
Capitã Mamãe Kate Beckett


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo.... não quero ninguém triste nem bravo. Respira fundo e vamos! :))

Beijo, Ari ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/582110/chapter/45

Kate: Você não pode estar falando sério!

A voz de Kate soou tão alto que atraiu os olhares de Espo e Ryan para a sala da nova capitã.

Kate: Você já está com eles? Eu chego em 10 minutos.

Kate bateu o telefone e deu de cara com os amigos quando saía da sala.

Espo: Aconteceu alguma coisa?

Kate: Não, só o meu primeiro trabalho como capitã.

Ryan: E o que é?

Kate: Entender por que meu filho quase foi expulso da escola hoje.

Espo e Ryan se olharam.

Ryan: Mas... ele só está no primeiro ano.

Kate: É exatamente isso que eu estou pensando!

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Assim que abriu a porta de casa, Kate avistou as crianças remexendo alguns brinquedos no tapete da sala, enquanto Castle os observava sentado no sofá.

Jo: A mamãe chegou! – Johanna correu para a mãe, e ganhou um abraço. – Mamãe, o Alex vai ser expulso da escola?

Kate olhou para Alex, que a fitava com medo.

Castle: Não, ele não vai.

Kate: Mas nós vamos conversar seriamente sobre o que ele fez hoje.

Alex: Mamãe, eu não tive culpa!

Alex olhava para a mãe, que se aproximou e sentou no sofá.

Kate: Não?

Alex: Não!

Kate: Ok, eu vou perguntar uma vez só. Se você disser a verdade, eu diminuo seu castigo em 1/3. O que você fez hoje no banheiro das meninas?

Alex: Eu... – Alex olhou para o pai, que fez que sim – eu levantei a saia da Lizzie.

Kate: E por que você fez isso?

Alex: Porque eu queria ver o que tinha lá embaixo.

Kate: Alexander! Isso é muito feio, sabia? Não se pode sair levantando a saia das garotas!

Jo: Eu não deixo ninguém levantar minha saia.

Castle: Você é meu orgulho, princesa. – Castle puxou a filha para seu colo.

Kate: Você quase foi expulso da escola por isso, sabia? – Kate encarava o filho.

Alex: Eu não quero sair da escola...

Kate: Mas é o que vai acontecer se você continuar fazendo isso! Aliás, eu não quero que você faça isso nunca mais, entendeu?

Alex fez que sim.

Kate: E agora você vai ficar no quarto para pensar no que fez.

Castle: Kate...

Kate: Ele vai ficar sim Castle. Vamos. – Kate pegou o filho pelo braço.

Alex: Mas mamãe...

Kate colocou o filho sentado na cama.

Kate: Você fez uma coisa muito feia, filho.

Alex: Mamãe, eu prometo não fazer mais isso.

Kate: É isso mesmo que eu quero.

Alex: Então eu posso sair do quarto?

Kate: Não, você vai ficar aqui pensando.

Alex: Mas mamãe...

Kate saiu e trancou a porta.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Jo: Mamãe, o Alex está chorando e pedindo para abrirem a porta.

Kate: É, eu sei.

Jo: Mas já faz um tempão!

Fazia apenas 5 minutos, mas 5 minutos de uma criança chorando parece uma eternidade.

Castle: Kate, você acha mesmo que esse é o jeito certo?

Kate: A forma correta de punir uma criança é tirar o que ela gosta, ou seja, os brinquedos.

Castle: Eu não sei se esse é caso para se punir...

Kate e Castle se afastaram um pouco de Jo.

Kate: Como não? Castle, eu não tenho nem cara para encarar a direção da escola! O que eles vão pensar? Que nós incitamos isso?

Castle: Não me interessa o que eles vão pensar! Me interessa o que nós vamos passar para nosso filho!

Kate: Se nós não o punirmos ele vai achar que isso é normal!

Castle: Kate, mas isso é normal. É curiosidade. Vai me dizer que você também não tinha curiosidade?

Kate: Eu não saía tirando a roupa das pessoas!

Castle: Ele não tirou, só levantou.

Kate: Não é como se ele nunca tivesse visto antes! Eu digo, ele já viu Jo se trocando mil vezes.

Castle: Opa, espera, isso é completamente diferente. Johanna não é uma garota.

Kate: Não? Da última vez que eu chequei ela era sim.

Castle: Ela não é uma garota aos olhos dele, mas sim sua irmã. E graças a Deus nós não temos tendência a tragédias gregas.

Kate: Ta, foi curiosidade. Mesmo assim, isso não é normal.

Castle: Tecnicamente isso é normal...

Kate: Castle, eu não quero ter que prender meu próprio filho por assédio sexual daqui alguns anos.

Castle: Como você é exagerada!

Kate: Ah é... vai apoiando esse tipo de comportamento para ver no que dá!

Castle: Eu não estou apoiando, eu só acho que nós temos que conversar com ele. Você nem o deixou se explicar!

Kate: Você viu o que ele disse assim que eu cheguei? Que não tinha feito nada!

Castle: E você realmente não sabe por que ele fez isso?

Kate o encarou sem entender.

Castle: Kate, você os intimida.

Kate: Eu... isso não é verdade.

Castle: Não? Você acabou de prender seu suspeito na sala do interrogatório e o deixou lá sofrendo.

Kate: Você está questionando meus métodos?

Castle: Estou.

Kate o olhou perplexa.

Castle: Bem, eles são nossos, acho que eu posso opinar, não?

Kate: Mas Rick...

Os dois olharam ao mesmo tempo para a porta da sala, que se abriu.

Castle: Oi filha!

Castle caminhou ao encontro de Alexis, que já estava abraçada à Jo. Kate foi logo atrás.

Alexis: Pai. Kate.

Kate: Oi Alexis.

Alexis: Eu vim ver meu cliente – ela disse divertida.

Castle: Cliente?

Alexis: Alex me ligou. Ele disse que foi preso injustamente, e que precisava de uma advogada. Eu achei engraçado, mas como estava ali na casa da vovó resolvi vir dar uma olhada.

Kate e Castle se olharam, e pela primeira vez se deram conta que o choro tinha parado.

Kate: Como ele te ligou?

Alexis: Era o seu número, Kate.

Kate passou a mão no bolso e percebeu que o celular não estava.

Jo: O Alex está pensando no que ele fez.

Alexis: É mesmo? E o que ele fez?

Castle: Levantou a saia de uma garota no banheiro das meninas.

Alexis: Sério? – Alexis começou a rir.

Kate: Alexis, seu irmão quase foi expulso de um dos melhores colégios de NY!

Alexis: Desculpa Kate, mas é engraçado.

Kate: Não é engraçado!

Castle: Kate está muito brava com o que aconteceu.

Jo: A mamãe sempre fica muito brava quando a gente faz algo errado.

Kate olhou para a filha, pensando no que Castle havia dito. Será que ela os intimidava mesmo?

Jo: O papai é bonzinho. – Jo olhou para o pai e sorriu.

Kate respirou fundo e chamou Alexis junto consigo. As duas foram até o quarto. Kate abriu a porta e olhou para o filho.

Kate: Você pediu uma advogada?

Ela deu passagem e Alexis entrou. Castle e Jo chegaram também. Ele parou na porta junto com Kate, enquanto a menina entrou e sentou em sua cama.

Alex: Lex! Você veio me salvar da mamãe?

Pronto. Agora Kate era a mamãe monstro.

Alexis: Depende da explicação que você vai dar.

Alex: Lex, isso é uma conspiração.

Kate: Conspiração? Onde é que você aprendeu isso?

Alex: O vovô Jack me ensinou.

Kate lançou um olhar para Castle, que demonstrou não saber de nada.

Alexis: E quem é que está conspirando contra você?

Alex: A mamãe e a Jo. Porque elas são meninas e querem mandar no mundo.

Kate: Meu Deus!

Castle: Eu posso me orgulhar da criatividade dele?

Kate: Ei mocinho – Kate se aproximou – ninguém aqui está conspirando contra você. Foi você quem fez algo errado, lembra?

Castle: Tecnicamente não foi algo errado.

Kate: Castle! De novo?

Castle: Não foi errado, só inapropriado para a idade dele.

Kate pensou um minuto. Por que Castle sempre achava um jeito de explicar tudo?

Alexis: Alex, me diz uma coisa... essa garota, com o é o nome dela?

Alex: Lizzie.

Alexis: Lizzie por um acaso permitiu que você fizesse isso?

Alex: Sim, ela disse que me mostraria o que tinha debaixo da saia dela se eu deixasse ela olhar o que eu tinha embaixo da minha roupa também.

Kate abriu a boca surpresa e olhou para Castle.

Castle: Bingo!

Kate: Por que você não disse isso antes? – Kate voltou a olhar para o filho.

Alex: Porque você ia ficar brava, mamãe. Você sempre fica brava.

Kate olhou desolada para Castle.

Castle: Bem... – Castle se aproximou e se ajoelhou em frente a Alex – então vamos esclarecer as coisas. Você estava curioso, Lizzie também, e nós entendemos isso. Só que vocês muito novos para descobrirem certas coisas.

Alex: Eu já sei que meninos e meninas são diferentes. Meninas não tem pipi.

Jo: É, elas não têm.

Alexis começou a rir. Como ela adorava aquelas crianças!

Castle: Se você já sabe, por que quis ver?

Alex: Porque... – Alex até tentou, mas não soube explicar.

Castle: Alex, preste bastante atenção no que o papai vai falar agora. Daqui alguns anos, você pode olhar embaixo da saia de uma garota quando ela permitir. Mas agora, é cedo demais para isso. Você já sabe exatamente onde garotos e garotas são diferentes, não precisa sair olhando por aí. Tudo bem?

Alex: Tudo bem.

Castle: Então acho que estamos entendidos – Castle olhou para Kate, e ela fez que sim.

Alex: Eu posso sair daqui?

Castle: Pode.

Alex abriu um sorriso e correu para a sala brincar com Alexis e Jo.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Castle: Ei... você vai ficar aí?

Castle entrou no quarto, onde Kate estava, quieta.

Kate: Eles me odeiam...

Castle: Kate, eles não te odeiam... – ele se aproximou, sentando-se ao lado dela.

Kate: Odeiam sim.

Castle: É talvez eles te odeiem mesmo. Eles falaram “mamãe” primeiro, mas isso não quer dizer nada. Eles me perguntam mil vezes quando você vai chegar do trabalho, mas isso também não quer dizer nada. Você nos deixou por uma semana e eles nunca sofreram tanto. Mas talvez isso também não queira dizer nada.

Os dois ficaram se olhando por um minuto.

Kate: Eu devia ter conversado com ele. Eu devia... ter sido mais maleável. Eu errei hoje.

Castle: Sim, mas tudo bem.

Kate: Não, não é tudo bem!

Castle: Kate, você não precisa acertar sempre.

Kate: Mas você tinha razão, você sabia o que fazer!

Castle: Hoje eu sabia, mas talvez amanhã eu não saiba. Eu não sou perfeito. Errei muitas vezes com Alexis, e aprendi com isso, assim como você também vai aprender com o dia de hoje.

Kate: Você é o pai legal, eu sou a mãe chata.

Castle: Eles disseram brava, não chata.

Kate o encarou.

Castle: Babe, alguém tem que ter pulso firme. Eu não sou essa pessoa, você sabe bem disso.

Kate: E se ele ficar com raiva de mim?

Castle: Isso é absolutamente impossível.

Kate: Como você pode ter certeza?

Castle: Porque Alexis sempre me amou.

Castle a envolveu num abraço gostoso.

Kate: Se a gente pensar bem... pelo menos foi ele, e não a Jo.

Castle: Eu devia estar gravando esse momento único de machismo.

Kate: Eu não quero minha filha levantando a saia para um garoto!

Castle: Eu sofro só de pensar...

Kate: Eu queria poder fazer algo para mudar minha imagem de brava.

Castle: Na verdade, você pode. Talvez eles te enlouqueçam um pouco, mas... acho que vai valer a pena.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Alex: Isso é muuuuuito dahora!

Kate: Alex, cuidado com essa cadeira, não roda tão rápido assim!

Jo: Vamos passear na floresta...

Kate: Jo, cuidado com os elefantes, não vamos quebrá-los, ok?

Alex: O que é isso? – Alex abriu uma caixa – Carimbos!

Kate: Não carimba aí!

Tarde demais. Alexander já havia carimbado todos os relatórios do dia.

Alex: Olha mamãe, é o seu nome! Katherine H. Beckett Castle , capitã.

Kate: É, é o meu nome...

Espo: É só a pessoa virar capitã que já transforma o lugar na casa dela – Espo riu, e Kate encarou os dois amigos que haviam parado na porta de sua sala.

Alex: Eu sou o capitão agora, tio Javi! – Alexander subiu na mesa – Capitão Alexander, e você tem que me obedecer!

Ryan: Você disse pra ele que manda na gente?

Kate: Não!

Alex: Vamos prender todos os bandidos desse mundo!

Ryan: Bem, nossa jurisdição é um pouco menor, capitão.

Alex: Mamãe, o que é jurisdição?

Kate: É a área onde eu e os policiais da 12ª atuamos.

Todos olharam ao mesmo tempo para o porta retrato de vidro, que se estilhaçou no chão. Johanna enfim tinha conseguido subir na mesa também.

Jo: Desculpa, mamãe, não era para quebrar.

Castle: Dá licença para o café... – Castle entrou desviando de Espo e Ryan, e ganhou um olhar bravo da esposa. Instantaneamente olhou para os filhos – Ok, que bagunça é essa aqui?

Jo: Por que você comprou café pra mamãe e não comprou rosquinhas para nós?

Castle: Eu não comprei princesa, eu fiz ali na máquina.

Alex: Eu quero ver a máquina! Eu quero ver a máquina!

Jo: Eu posso apetar o botão? Eu adoro apertar o botão!

As crianças desceram rapidamente da mesa e agarraram as pernas do pai. Castle olhou em socorro para Kate.

Kate: Não, eu não vou ser a mãe brava.

Castle: Ok... mas eu controlo a situação, heim? Vocês só olham!

Castle saiu com as crianças.

Kate: Até parece que é assim que funciona. Eles vão quebrar a máquina de café... – Kate olhou desolada para os amigos.

Espo: Kate, na boa, como é que você dá conta?

Kate: Sendo a mãe brava. É o único jeito.

Espo: Também, sangue de Beckett com Castle, íamos esperar o que?

Ryan riu e Kate encarou os dois.

Ryan: Que foi?

Kate: Vocês sabem que eu posso suspender os dois agora, não sabem?

Espo: Você não faria isso com seus melhores amigos...

Ryan: Além do mais, você sabe que nós amamos esses dois. – Ryan se virou e avistou algo – Ou... quase. Crianças, não mexam aí!

Ryan correu. Kate e Espo foram atrás.

Ryan: Vocês não podem rabiscar nosso quadro! Estamos no meio de um caso.

Jo: A minha borboleta não é linda?

Ryan: Jo, você não pode desenhar aqui... me dá a caneta, dá?

Alex: Tio, fala que a borboleta dela é linda!

Ryan: Sim, ela é linda!

Jo: Eu sabia!

Espo: Eles não estavam na máquina de café?

Kate: Eles são rápidos. Muito rápidos!

Castle se aproximou amarrando um guardanapo na mão.

Kate: Que foi amor?

Castle: Lembra que Johanna queria apertar o botão? Então, ela apertou. E me queimou com o vapor.

Kate: Oh babe...

Castle: Tudo bem, não foi nada. – Castle puxou Kate um pouco – Mas amor... será que dá pra você ser a mãe brava de novo?

Kate o encarou e ouviu um “por favor” sussurrado.

Kate: Johanna e Alexander, entreguem os pincéis para o tio Ryan agora. – ela falou baixo, mas firme.

As crianças olharam para a mãe e entregaram.

Kate: Agora venham aqui com a mamãe.

Jo: Mamãe, a gente podia ter um quadro desses lá em casa.

Castle: Não cabe mais nada naquela casa!

Alex: Então a gente pode vir todo dia aqui!

Kate: Ok, ta na hora da gente conversar – Kate levou os filhos para a sala dela, sentando-os em sua mesa. Castle entrou e fechou a porta – Aqui é o trabalho da mamãe, e vocês não podem vir todos os dias.

Jo: Mas agora você tem a sua sala!

Kate: Sim, e trabalho em dobro para fazer também. Mas... eu posso trazê-los de vez em quando se vocês prometerem se comportarem, não quebrarem nada nem saírem carimbando tudo por aí.

Castle: E nem queimar o papai.

Kate: Fechado?

Jo: Fechado.

Alex: Nós não podemos mesmo usar os carimbos?

Kate: Vocês podem usar os carimbos, só não nos relatórios da mamãe, ok?

As crianças sorriram e fizeram que sim. Kate então desceu os dois, pegou uma folha em branco para cada e deixou a caixa com os carimbos à disposição deles.

Kate: Eles quebraram a máquina de café?

Castle: Você nem vai perguntar se eu estou bem?

Kate: Amor, isso não é nada. Mas a máquina de café...

Castle: Quer dizer que você não vive sem o café, mas sem mim tudo bem?

Kate riu e o abraçou.

Kate: Como você é dengoso...

Castle: Eu sou o dengoso e você a mandona. Como pode dar certo?

Kate: Não sei... só sei que é perfeito! – Kate dependurou-se no pescoço dele e o beijou.

Jo: Mamãe, você não pode beijar o papai aqui.

Alex: Aqui é o seu trabalho.

Jo: É. Comporte-se.

Kate e Castle se olharam rindo.

Kate: Eu sou mandona mas funciona, viu?

Castle: E como!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!