Whole Lotta Love 2 escrita por mlleariane


Capítulo 24
Volta, meu amor


Notas iniciais do capítulo

Calma, gente, muita calma! Eu sabia que vocês ficariam meio (muito, histericamente, enlouquecidamente) bravas com os novos acontecimentos na história (o que provavelmente se agravou por coincidir com o episódio tenso dessa semana), mas tudo tem um porquê. Eu poderia ter feito com que Castle sofresse o atentado, mas não teria a repercussão que eu queria.
No 7x11, quando Castle disse a Kate “As pessoas fazem loucuras pelos filhos, você verá” eu pulei de alegria com a possibilidade disso acontecer na série. Queria muito mesmo ver Kate entrando de cara na maternidade. Já no começo de WLL eu havia dito que o foco da fic era esse, explorar Kate e todo esse processo, desde a descoberta da gravidez até as brigas entre as crianças.
Mas Ari, o bebê não era filho dela. Não, não era, e nem vai ser (eles não vão adotá-lo, como já especularam), mas isso não muda o fato de Kate ter outra visão das coisas. Ela agora é mãe, e foi com esse pensamento que se arriscou para salvar a vida da criança.
Talvez eu tenha pegado um pouco pesado, eu admito, mas eu precisava de algo que colocasse mesmo em risco a vida dela, pois como veremos, Kate ficará em coma por alguns dias. (um minuto de silêncio para passar a raiva que vocês estão de mim)



Pronto, voltamos. Já me perguntaram sobre a cicatriz (vocês pensam em tudo heim?). O aconteceu com Kate foi um traumatismo na região do tórax (pneumotórax traumático). O pulmão foi perfurado, por isso a falta de ar. Mas não foi um corte profundo, e a cicatriz da cirurgia é pequena.

Espero que vocês confiem em mim. Como eu disse, vai ser triste, mas bem bonito.

Beijo, Ari ;)



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Martha: Richard! – Martha chamou assim que viu o filho. Ela e Alexis vinham correndo pelo corredor do hospital. Alexis chegou primeiro que a avó e abraçou o pai.

Martha: Onde ela está?

Castle: Sendo operada nesse momento.

Martha: Oh Richard... – Martha abraçou o filho.

Castle: Eu não posso perdê-la mãe, não posso.

Martha: Você não vai, filho, tenha fé.

Alexis: O que aconteceu exatamente?

Castle: Ela levou uma facada no peito, acho que perfurou o pulmão, eu... eu não sei, ninguém me diz nada!

Alexis e Martha se olharam assustadas.

Castle: Foi tudo tão rápido... eu nem pude impedir...

Martha: A culpa não é sua, filho.

Castle: As crianças, onde elas estão?

Martha: Com seu pai. Não vamos dizer nada por enquanto.

Castle avistou Jim no corredor, e seu desespero foi maior ainda.

Castle: Me perdoa, por favor.

Jim: Você sabe que não é sua culpa – Jim abraçou o genro – Como ela está?

Alexis: Em cirurgia. Pai, vai ficar tudo bem – Alexis sofria ao ver o desespero do pai – Kate é forte, ela é a mulher mais forte que eu conheço!

Um médico veio em direção à família, e Castle se recompôs.

Dr. Sullivan: Sr. Castle?

Castle: Sou eu.

Dr. Sullivan: Eu sou o Dr. Sullivan, fui eu quem operei sua esposa.

Castle: Como ela está? Ela está bem, não está? Por favor.

Dr. Sullivan: O corte causado pelo ferimento não foi tão profundo, mas causou uma pequena perfuração no pulmão. O pneumotórax traumático não foi dos mais graves, pois a distância entre o pulmão e a parede torácica estava menor que 3 centímetros.

Castle ouvia tudo atenciosamente, e mesmo sem entender muito bem, só esperava pelo momento que o médico diria que Kate estava bem.

Dr. Sullivan: Isso quer dizer que o problema foi resolvido com uma cirurgia rápida e Kate respira normalmente.

Castle soltou o ar aliviado.

Dr. Sullivan: Só que...

Castle encarou o médico, que estava sério.

Castle: Só que?

Dr. Sullivan: O socorro imediato nesses casos é fundamental para que o trauma não resulte outro problema ao paciente.

Castle: Doutor, ela está bem ou não está? O que aconteceu com minha esposa? – Castle se desesperava pelo médico não dizer diretamente o que estava acontecendo.

Dr. Sullivan: Como eu disse, Kate respira normalmente, porém... ela está inconsciente.

Castle: Inconsciente?

Jim: O senhor está dizendo que minha filha não voltou da cirurgia?

Dr. Sullivan: Kate está em estado de coma.

Castle sentiu-se desfalecer e recostou na parede. Era difícil dizer quem tinha a expressão mais sofrível.

Castle: Não. Não, não é possível. Não.

Martha: Richard, calma.

Castle: Eu não posso ficar calmo! Eu preciso da minha mulher, doutor, eu preciso! – Castle voltou-se para o médico, mais desesperado ainda.

Dr. Sullivan: Nós faremos de tudo para que Kate se recupere. Ela estará em observação 24 horas por dia.

Alexis: Quanto tempo isso vai durar?

Dr. Sullivan: Eu não posso dizer. Há casos em que o paciente volta em algumas horas e outros – o médico fez uma pausa, e foi interrompido por Castle.

Castle: Não! Eu não posso perdê-la. Meus filhos não podem perdê-la!

Dr. Sullivan: Nós faremos tudo o que for possível, sr. Castle, eu garanto ao senhor.

Castle sentou-se num dos bancos que havia no corredor, com as mãos entre o rosto, deixando as lágrimas escorrerem. Martha foi até ele.

Dr. Sullivan: Eu preciso informar os procedimentos do hospital, horários de visita... – o médico não sabia a quem recorrer. Todos estavam visivelmente abalados. Alexis foi quem lhe deu atenção.

Alexis: Nós não poderemos ficar com ela o tempo todo?

Dr. Sullivan: Eu sinto muito, mas Kate está na UTI, são permitidas apenas 3 visitas, uma em cada período.

Alexis: Meu Deus, vai ser tão difícil para as crianças vê-la assim...

Dr. Sullivan: Crianças menores de 10 anos não podem entrar na UTI.

Alexis respirou fundo e encarou o médico. O período mais difícil de suas vidas estava só começando.

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Martha estava sentada ao lado do filho, deixando-o chorar livremente. Quando Castle voltou a si, o médico já havia se retirado.

Castle: Cadê o médico? Eu quero ver Kate, eu quero ficar com ela.

Alexis: Pai, Kate está na UTI, você só poderá vê-la 3 vezes ao dia.

Castle: Não, eu não posso deixá-la sozinha. Eu vou falar com alguém, eu pago o que for preciso.

Martha: Richard...

Castle: Me deixa! – Castle saiu pelo corredor procurando alguém que pudesse interceder por ele. Foi parar na direção do hospital, discutiu, argumentou, mas não teve jeito. As regras eram claras: a UTI tinha acesso restrito. Saiu de lá arrasado, e voltou para sua família, que o aguardava.

Castle: Não foi possível...

Martha: Filho, não se desespere, vai dar tudo certo. Kate ficará sob cuidados e observação, ela vai sair dessa, você vai ver.

Alexis: O pessoal da delegacia ligou, eu disse que as visitas são restritas, e eles virão amanhã.

Enfermeira: Sr. Castle?

Castle: Eu.

Enfermeira: O senhor pode entrar ver sua esposa. A visita dura meia hora. Vocês podem se revezar em duplas.

Castle e Jim seguiram a enfermeira até o quarto indicado. Castle se aproximou primeiro, com os olhos cheios de lágrimas.

Castle: Oi meu amor – ele passou a mão nos cabelos de Kate, que parecia dormir calmamente. – Me perdoe, por favor.

Castle deitou sua cabeça ao lado da dela e ali permaneceu. Não disse nada, apenas deixou as lágrimas escorrerem. Jim saiu, entrou Martha e depois Alexis, e ele não se moveu. Ao final do seu tempo, implorou para que a enfermeira não o tirasse dali, mas foi em vão. Voltou para o corredor, da onde jurou não sair.

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No horário de visitas da noite, Martha veio com Jack, enquanto as crianças ficaram com Alexis.

Castle: Você disse alguma coisa a eles?

Martha: Não filho, eu não soube o que dizer.

Castle: Apenas cuide deles por mim, por favor.

Martha: Claro.

Martha e Jack entrariam juntos, mas Castle não permitiu. Os 30 minutos da visita eram dele em primeiro lugar, os outros que se revezassem. O ritual se repetiu: ele entrou, beijou Kate e deslizou a mão em seus cabelos, abraçando-a em seguida e chorando em seu pescoço. Mais uma meia hora se passou, mais uma vez ele foi tirado do quarto.

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Apesar da insistência de Martha, Castle decidiu que ficaria no hospital. Não houve quem o tirasse do corredor, onde ele passou a noite sentado em uma cadeira, com o pensamento longe.

Na manhã seguinte, Jim foi o primeiro a chegar. Sentou-se ao lado de Castle, e encarou o genro.

Jim: Por que você não foi para casa?

Castle: Eu não posso deixá-la.

Jim: Ela está sob cuidados, Castle.

Castle: Não sob os meus cuidados. – Castle disse contrariado e triste – Eu não quero perdê-la, eu não posso perdê-la!

Jim: Rick, escute bem o que vou lhe dizer: ninguém nesse mundo ama mais Kate do que eu e você. Nós dois nunca, eu disse nunca, nem por um segundo, podemos desistir dela.

Castle: Eu não estou desistindo dela, eu jamais faria isso!

Jim: Está sim, está desistindo dela quando desiste de você mesmo. Olhe para você, sentado nesse corredor há 24 horas. Você não pode ficar aqui esperando a hora em que possa entrar lá e chorar junto a ela. Você tem que reagir, tem que ser forte, para que ela também seja forte. Você tem duas crianças para cuidar, Rick.

Castle: As crianças...

Jim: Sim, as crianças.

Castle: Ela me pediu para cuidar deles...

Jim: Como é que você vai fazer isso sentado aqui? Rick, ela vai sair dessa. E quando isso acontecer, ela vai querer saber que você cuidou dos dois com o máximo de amor possível, como vocês sempre fizeram.

Uma enfermeira se aproximou interrompendo a conversa, avisando que as visitas estavam liberadas. Jim se levantou e foi até o quarto da filha. Pela primeira vez, Castle esperou. Ficou alguns minutos pensando no que o sogro havia lhe dito. Recompôs-se e quando entrou no quarto, Jim o deixou sozinho com Kate, batendo em seu ombro e dizendo que acreditava no quão forte os dois poderiam ser.

Castle sentou-se ao lado de Kate, e segurou sua mão.

Castle: Oi, meu amor. Como você está? Seu pai me deu uma baita bronca, sabia? É, ele tem razão. Me perdoe por fraquejar. É que dói tanto te ver aqui... Mas eu sei que você vai sair dessa, eu sei que você vai voltar para mim. Eu confio em você, na sua força, e no amor que você sente por nós. Eu te amo, meu amor, muito! – Castle beijou Kate e acariciou seus cabelos. Ficou assim por alguns minutos, depois continuou – Eu não vou chorar porque eu sei que você vai voltar pra mim – Castle enxugou uma lágrima – Eu queria ficar o dia todo aqui com você, mas eu não posso, eles não deixam. Então eu vou voltar para nossa casa, e cuidar dos nossos filhotes. É o que você iria querer, não é? Você promete se cuidar? Promete que vai se esforçar para sair dessa e voltar para mim? Para nossa família? Eu sei que sim. Volta logo, meu amor. Eu estou te esperando.

Castle deu mais um beijo na esposa, antes de ser tirado da sala pela enfermeira.


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