Dangerous Ways - Caminhos Perigosos escrita por BabySophiaBR


Capítulo 38
38 - A hora da verdade, Parte I


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora



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POV Emmett

 

Eu ainda estava racionando tudo o que tinha acontecido naquele parque de estacionamento. Eu esperava tudo dela, menos aquilo. Sério. Eu esperava um soco. Uma tentativa de fuga. Um escândalo. Uma conversa séria. Explicações. Mas nunca, nunca em toda a minha vida, me ocorreu que ela pudesse me beijar.

Ainda pra mais ela me chamou de Peter. Cara. Eu fiquei boiando. Porque ela me chamou de Peter? Porque ela falou o nome de meu tio? Porque ela me beijou? Essa era a questão que mais me atormentava. Porque ela me beijou.

 

Virei a noite pensando nela…quero dizer…no acontecido…Ah, a quem eu quero enganar? Eu tava pensando nela mesmo. E em como o seu beijo era delicado e doce. Em como ela era bonita e graciosa. Não admira nada que meu tio tenha dado vida boa pra ela e a tenha escondido da família. Mas só não entendo como ele, um cara super profissional, foi acobertar uma ladra. Que tipo de relacionamento eles tinham? Mas que droga. Eu não consigo entender mais nada. Quanto mais perto da verdade eu estou, mais confuso eu fico. Toda a história fica mais e mais embaralhada.

 

Logo o meu despertador tocou e eu não tinha pregado olho. Apenas fiquei deitado na cama me revirando e sentindo vontade de sair correndo em direção a casa onde ela estava morando. Mas depois que o dia raiou eu não consegui esperar mais. Eu tinha que falar com ela antes mesmo de a prender. Eu tinha de esclarecer tudo.

 

Me arrumei e sai de casa dirigindo minha Mercedes prateada em direção a casa dela. A hora da verdade tinha chegado e não dava pra esperar mais. Levava comigo tudo o que precisava pra esclarecer minhas dúvidas, e algemas. Não fosse ela querer fugir.

 

Esperei que todas as garotas saíssem e quando ela estava na porta de casa, pronta a trancá-la eu me aproximei.

 

-Alice. – A chamei e ela, ainda de costas pra mim, enrijeceu e deixou cair tudo no chão

 

Preparei logo as algemas, atento ao próximo passo dela. Esperava que ela fugisse, mas mais uma vez essa garota superou minhas expetativas. Ela se virou pra mim, de novo com os olhos aguados e me encarou amedrontada.

 

-Quem é você? – Ela me perguntou num fio de voz

-Agente Especial Emmett McCarty. – Falei mostrando meu distintivo – Podemos conversar, Mary Alice Brandon? Ou devo lhe chamar Alice Lilian Brandon? – Perguntei e ela ficou mais séria olhando em volta

-Claro. – Ela respondeu seca

 

POV Alie

 

-Posso ir com vocês para a cidade? – Nessie perguntou na hora do café da manhã

 

A tensão estava instalada na cozinha. Nenhuma de nós demonstrava uma cara boa. Nessie e Bella conseguiam estar bem melhores que eu e Rose. Estava curiosa pra saber o porquê de todas aquelas caras de enterro, mas não estava disposta a ter que falar o meu motivo. Então deduzi que com as outras três ocorresse o mesmo.

 

-Eu te levo. – Bella falou – Eu tenho de ir pegar umas fichas na Uni. E você, que vai fazer em Forks? – Ela perguntou

-Ah, passear. Não quero ficar aqui em casa o tempo todo. Vocês têm carros mas eu não. Aproveito e passo pelo colégio pra pegar uns livros emprestados na biblioteca. Pra estudar. – Ela esclareceu

-Então vamos logo. Qual das duas nos dá carona? – Ela perguntou olhando pra mim e pra Rose

-Eu levo. Quanto mais tempo eu estiver longe do escritório, melhor… - Ela murmurou pra si

 

Só eu escutei o que ela tinha dito porque ela estava bem do meu lado. Olhei pra ela mas não falei nada e ela também nada disse.

 

-Então vamos. – Nessie falou se levantando da mesa e colocando sua louça na pia

 

As outras fizeram o mesmo e Bella me olhou.

 

-Se importa de lavar a loiça do café da manhã. Eu sei que hoje era a minha vez, mas eu prometo que próxima vez que for a sua eu lavo. – Ela falou fazendo manha

-Tá. Vão logo. – As despachei

 

Quando estava já pronta pra sair de casa, com tudo lavado, seco e arrumado, eu senti o perfume de homem no ar.

 

-Alice. – Me chamaram e eu estremeci

 

Não dava pra negar. Era o cara de ontem. O que eu beijei. O que eu chamei de Peter.

 

-Quem é você? – Perguntei assim que virei de frente, não sem antes respirar fundo e me dar um pouco de coragem

-Agente Especial Emmett McCarty. Podemos conversar, Mary Alice Brandon? Ou devo lhe chamar Alice Lilian Brandon? – Ele se apresentou e eu enrijeci. A sorte mudara de um segundo para o outro. Eu tinha sido apanhada.

-Claro. – Respondi rezando para que as meninas dessem conta de tudo e conseguissem fugir a tempo de não serem presas

 

Abri a porta de novo e entrei, sendo seguida pelo Agente policial.

 

-Porque essa informalidade toda? – Perguntei sem realmente entender – Porque não me prende de uma vez? – Falei o encarando

-Porque eu preciso esclarecer umas coisas importantes primeiro. – Ele falou se sentando no sofá demonstrando que o papo ia ser longo

-Fique à vontade. – Ironizei permanecendo em pé

 

Ele me olhou com as mãos cruzadas e os cotovelos apoiados nas pernas e indicou com a cabeça para que eu me sentasse. Eu assenti tentando controlar meu coração. Eu sentia medo de tudo, nesse momento, menos que ele me fosse prender. Eu já esperava isso desde que Aro foi liberto e mesmo eu tendo conseguido fugir, essa hipótese nunca saiu de minha cabeça, muito menos quando Bella, Rose e Nessie se juntaram a mim.

 

-De onde você conhece Peter McCarty? – Ele me perguntou sério de boca

-Quem?

-Não se faça de desentendida! – Ele vozeou se levantando e tirando algo de sua carteira -De onde você conhece meu tio? – Ele falou mostrando a foto do meu Peter

 

Minha boca se abriu. Era ele. O sobrinho que Peter tanto falava. McCarty. Esse era o sobrenome de Pete.

 

-Peter McCarty. – Repeti pra mim

-Chega desse fingimento garota. Eu sei de tudo. Sei que ele te deu casa, carro, dinheiro…eu só quero entender porquê! Porquê? – Ele gritou

 

Eu levantei do sofá devagar e sai da sala.

 

-Onde pensa que vai? – Ele perguntou apontando uma arma pra mim

 

Eu nada respondi. Apenas fiz com a mão pra que ele me seguisse. Subi as escadas com ele em meu alcanço, ainda com a arma na mão, mas não mais apontada para mim. Entrei em meu quarto e deixei a porta aberta. Fui até o meu closet e o abri.

 

-O que você está fazendo? – Ele exigiu resposta apontando a arma de novo

 

Eu me estiquei para alcançar a caixa que estava na última prateleira, e assim que a tive segura em minhas mãos, caminhei até a cama e me sentei lá. Abri a caixa. Emmett ainda estava cauteloso e caminhou até mim bem devagar, com a arma nas mãos em minha direção.

Eu acariciava todas as lembranças com lágrimas nos olhos. Ele espreitou para dentro da caixa e ficou confuso com o que encontrou.

 

-O que é isso? – Me perguntou

 

Eu peguei em um maço de cartas presos uns aos outros por um cordão e lhe entreguei. Ele olhou das cartas pra mim e guardou a arma. Sentou na cama e pegou as cartas.

 

-Seu tio foi a minha salvação Emmett. – Falei vendo ele abrir uma das cartas

-“Querida Princesa

 

Não sabes as saudades que eu tenho de você. Estou aqui, em torno da minha família, brincando com o meu sobrinho e desejando que vocês se conhecessem. Tenho certeza que vocês iriam se dar bem.

 

Daqui a um mês estarei de novo ao seu lado. Não quero perder o seu oitavo aniversário por nada. Sei que tem sido difícil pra você ficar longe de sua família, mas não quero que você siga o mesmo caminho perigoso que eles. Quero que seu futuro seja maravilhoso, minha linda, e do que depender de mim ele será grande.

 

Beijos do seu tio Peter” – Ele leu a primeira carta e me encarou – Desde quando você conhece ele? – Me perguntou admirado

-Desde meus sete anos. Quando meu pai foi preso por ele e condenado à morte. Eu fiquei sob a guarda de meu irmão, pois minha mãe estava presa. Aro ainda não tinha iniciado sua vida no mundo do crime… - Expliquei vendo ele abrir outra carta

-“Oi de novo pequenina

 

Você já deve estar farta de toda essa correspondência. Ainda pra mais de um cara que nem é da sua família. Meu companheiro diz que eu sou louco em te abrigar, mas você me conquistou na primeira vez que eu te vi. Com sua doçura e candura. Eu sabia que você não pertencia a essa família de bandidos. Perdão por ser rude em questão à sua família mas me revolta pensar que eles queriam treinar você pra roubar ainda tão jovem. Me dá raiva de lembrar seu pai dizendo que você seria a próxima promessa do mundo do crime.

 

Bom, vou deixar você em paz. Vê se não esquece de mim. Pois eu lembro de você todo o dia.

 

Te amo princesa” – Leu já fungando no final – Porque ele nunca falou de você? – Emmett perguntou

-Pra me proteger. Eu suponho. – Falei limpando minhas lágrimas – Emmett… - O chamei e ele me olhou sem lágrimas, mas com os olhos vermelhos – Eu não sei notícias dele desde…desde 2004… - Deixei em suspenso

-Você não soube? – Ele me perguntou com o cenho franzido e eu neguei. Ele respirou fundo antes de continuar e olhou para a frente. – Ele morreu em Outubro desse ano. – falou com uma voz branda

-Não! – Falei pondo a mão na boca e sentindo lágrimas jorrarem como cascata no meu rosto

-Você nunca desconfiou?

-Eu…não queria acreditar. Doía demais pensar que…Como?

-Numa missão. – Ele falou e eu escondi o rosto nas mãos chorando compulsivamente

 

Eu tinha perdido Peter pra sempre. Nunca mais o iria ver. Nunca mais iria ouvir o som da sua voz. O seu riso contagiante. Nunca mais iria sentir o seu cheiro. O seu abraço forte. Suas mãos protetoras pegando as minhas e acariciando meu rosto… Então eu o senti de novo. Me abraçando. Mas não era ele. Era Emmett. E como eu o conseguia confundir com Peter? Não importava. Eu só queria senti-lo mais uma vez. Mesmo que na verdade não fosse mesmo ele.


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Notas finais do capítulo

Como essa conversa vai acabar?

será que Lice vai ser presa?

esperem próximo cap

beijoooooxxxxxxxxxxx



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