A Seleção Semideusa escrita por Liz Rider


Capítulo 21
No dia Seguinte


Notas iniciais do capítulo

Fico muitíssimo feliz em dizer que minha vó está melhor, graças a Deus, e agradecer a vocês pelo apoio. ^^
Esse capítulo é para vocês.

Mas tenho algo muito importante para avisar para vocês: já vieram me avisar de duas pessoas que estavam plagiando a fanfic - com ou sem intenção, plágio é plágio. Queria dizer que não é para ninguém postar essa fanfic - ou qualquer outra - em nenhum site sem a autorização do escritor, porque mesmo essa minha fic sendo uma espécie de adaptação, dá trabalho escrever e dá muita raiva quando você vê alguém repostando. Então, se vocês virem alguém postando essa fanfic em quaisquer outros sites, por favor, me avisem.
Obrigada ^^



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P.O.V America

Ao acordar pela manhã, meus olhos doíam um pouco. Tinha sido muito bom desabafar com Maxon. Me parecia muitíssimo irônica que tenha sido somente na mansão de Maxon– aquela bela jaula – que eu finalmente conseguira me abrir de verdade sobre os meus sentimentos.

Minhas criadas não perguntam nada sobre meus olhos inchados; apenas cuidam para que voltem ao normal. Não falam do meu cabelo bagunçado; apenas o ajeitam. Aprecio esse gesto. Não é como em casa, onde todos viam minha tristeza e não faziam nada a respeito. Aqui posso sentir que todos estão preocupados comigo e acreditam que, independentemente do que seja, eu superarei. Sua reação é simplesmente me tratar com um carinho extremo.

Agora, mais ou menos nove da manhã, eu estou pronta para começar meu dia. Aos sábados não há rotina nem programação. É a única vez na semana em que temos que permanecer o dia inteiro no Salão das Selecionadas. Disseram-nos que a mansão poderia receber visitas aos sábados, e que talvez alguma delas poderiam querer nos conhecer. Isso não me entusiasma muito, mas ao menos eu posso – e vou – usar uma das minhas calças jeans nova pela primeira vez. Obviamente, nunca uma calça me caiu tão bem na vida. Como minha relação com Maxon é boa, tenho uma pequena esperança de que ele me deixe levá-la quando for embora.

Quando saio do quarto, espero que, ao chegar no Salão das Selecionadas, todas estejam nervosas para decidir o que diabos irão fazer na invenção que era aquele show de talentos. Imagine o susto que tenho quando descubro que o assunto principal não é o show de talentos, mas meu encontro com Maxon. Quase havia me esquecido que nós havíamos topado com as garotas.

Desço as escadas devagar, um pouco cansada por ter ido dormir tarde. Antes mesmo de chegar ao Salão das Selecionadas, já consigo ouvir o burburinho das vozes das garotas. Quando entro, Marlee me agarra pelo braço e me arrasta até duas cadeiras no fundo do salão.

– Finalmente! Estava à sua espera – ela exclama.

– Desculpe, Marlee. Tive uma noite longa e dormi demais.

Ela se vira para mim, provavelmente percebendo a nota de tristeza na minha voz, mas com muita doçura comenta sobre a calça nova:

– Ela é simplesmente fantástica!

– Eu sei. Nunca tinha usado nada assim.

– Desculpe ter feito você esperar. O que queria dizer? – lembro-me que Marlee tinha dito que ia me contar algo, um segredo, talvez.

– Na verdade, pensando agora, talvez eu não devesse falar nada para você. Às vezes esqueço que estamos competindo.

Hum... O segredo envolve Maxon. Eu tenho que saber.

– Sei como é, Marlee. Mas acho que podíamos ser amigas de verdade. Não consigo ver você como uma inimiga, sabe?

– É. Você é tão doce. Quer dizer, você provavelmente vai ganhar... – ela diz, um pouco derrotista.

Tenho que realmente me segurar para não rir.

– Marlee, posso contar um segredo? – pergunto-lhe, com a voz cheia de carinho e sinceridade. Esperava que ela acreditasse em minhas palavras.

– Claro, America. Qualquer coisa.

– Não sei quem vai ganhar isso aqui. Mesmo. Pode ser qualquer uma nesta sala. Acho que todas pensam em si mesmas, mas eu sei que, se não for a escolhida, quero que seja você. Você parece generosa e justa. Acho que daria uma ótima esposa para Maxon. De verdade.

Era quase a verdade.

– E você parece inteligente e elegante – ela comentou em voz baixo. – Seria uma maravilhosa esposa para ele, também.

Abaixo minha cabeça, agradecida. É muito gentil da parte dela pensar isso de mim. Ficava um pouco desconcertada quando falavam assim, mas... Minha mãe, Lucy, Marlee, Mary... era difícil acreditar na quantidade de gente que pensava que eu daria uma boa esposa para Maxon. Por acaso eu era a única pessoa a ver meus defeitos? Não era refinada. Não sabia ser mandona nem superorganizada. Na verdade eu era egoísta e geniosa – bem, talvez essa até fosse uma característica de vários deuses, mas isso não vem ao caso, além do que, eu seria a esposa de um deus e não a deusa – e não gostava de aparecer na frente dos outros. Não era corajosa, e esse emprego exigia coragem. Sim, emprego: não se tratava só de um casamento, mas de um cargo.

– Penso isso de um monte de meninas — confessa Marlee. — Tipo, cada uma delas tem uma qualidade que não tenho, então sinto que são melhores que eu.

– Aí é que está, Marlee. Você provavelmente vai encontrar uma coisa especial em cada menina neste salão. Mas quem sabe exatamente o que Maxon procura?

Ela concorda com a cabeça.

– Por isso – continuo –, não vamos nos preocupar. Pode me contar o que quiser. Guardo seus segredos se guardar os meus. Vou me apoiar em você, e, se quiser, pode se apoiar em mim. É bom ter amigas aqui.

Ela sorri e olha ao redor para garantir que ninguém está ouvindo.

– Maxon e eu tivemos aquele encontro.

– É? – pergunto.

Dei a impressão de estar curiosa demais, só que não pude evitar. Queria saber se o príncipe t tinha sido menos travado com ela. Queria saber se ele tinha gostado dela.

– Ele enviou uma carta para minhas criadas perguntando se eu poderia vê-lo na quinta.

Sorrio quando ouço Marlee contar isso, lembrando como na quarta-feira ele e eu tínhamos decidido eliminar essas formalidades. Ela continua:

– Respondi que sim, claro, como se eu fosse capaz de negar! Ele foi me buscar e demos uma volta pela mansão. Ficamos falando de cinema, e ele gosta de vários filmes que eu também gosto. Então descemos as escadas para o porão. Você chegou a ver o cinema que tem lá?

– Não.

De fato, eu nunca mais estivera em um cinema. Não via a hora de ela começar a descrevê-lo, o que tem aqui na mansão deve ser mil vezes mais confortável, luxuoso e bonito que os de Nova York.

– Ah, é perfeito! Os assentos são grandes e reclináveis e tem até uma pipoqueira lá. Maxon estourou uma porção só para nós dois! Foi tão fofo, America. Na primeira vez, ele errou na medida de óleo e queimou a pipoca. Teve que chamar alguém para limpar antes de tentar de novo.

Faço uma cara de decepção. Bonito, Maxon, muito bonito. Pelo menos Marlee tinha achado romântico.

– Então a gente viu um filme e na parte romântica, no fim, ele segurou minha mão! Pensei que fosse desmaiar. Quer dizer, eu tinha segurado o braço dele enquanto caminhávamos, mas isso é normal. Naquela hora ele segurou minha mão... – concluiu Marlee antes de suspirar e soltar o corpo na cadeira.

Começo a rir alto. Ela está completamente caída por ele. Sim, sim, sim! Afrodite havia realmente caprichado e eu torcia para que fosse mútuo.

– Não vejo a hora de sairmos de novo. Ele é tão lindo, não acha?

– É, ele é bonitinho. – respondo, depois de uma pausa.

– Ah, America! Você deve ter reparado naqueles olhos e naquela voz...

– Menos quando ele ri! – replico, quase rindo também, lembrando que a risada de Maxon era meio esquisita. Fofa, mas esquisita. Ele dava uns soluços fortes e depois puxava o ar fazendo um barulho que parecia outra risada.

– Está bem, a risada dele é esquisita, mas é bonitinha.

– Claro, se você gosta de ouvir o adorável som de uma crise de asma cada vez que conta uma piada.

Marlee se rende e leva as mãos à barriga de tanto rir.

– Está bem, está bem. – ela diz, recuperando o fôlego. – Mas deve ter algo nele que você ache atraente.

Abro minha boca para dizer algo, mas logo a fecho. Faço isso umas três vezes. Minha vontade é dar outra cutucada, mas não quero que Marlee o veja de um jeito negativo. Penso por alguns instantes no que dizer.

O que era atraente em Maxon?

– Bem, gosto quando ele abre a guarda. Como quando fala sem escolher muito as palavras ou quando você nota que ele está olhando alguma coisa e... e vendo mesmo a beleza daquilo.

Marlee sorri. Eu sabia que ela ainda não tinha visto esse lado dele.

– E gosto de como parece ficar mesmo envolvido quando estamos com ele, sabe? Como se apesar de todas as suas complicações, coisas divinas e milhares de coisas para fazer, ele esquecesse tudo quando está do seu lado. Ele se empenha naquilo que está diante dele. Gosto disso. E – continuo – não conte a ninguém, mas... os braços dele. Gosto dos braços dele.

Coro no final. Que burrice... Por que não me limitei a comentários genéricos sobre as coisas boas na personalidade dele? Por sorte, Marlee não teve problemas em continuar o assunto.

– Sim! Dá para sentir os braços debaixo daquele paletó grosso, não é? Ele deve ser superforte. – ela emenda.

– Por que será? Quer dizer, para que ser tão forte? Ele é um deus, é só ele estralar os dedos e o que quiser se materializa na sua frente. É estranho.

– Talvez ele goste de fazer poses em frente ao espelho – graceja Marlee, fazendo careta e flexionando seus bracinhos fracos.

– Há, há, há! Aposto que é isso. Mas duvido que você tenha coragem de perguntar!

– Sem chance! – ela confirma rapidamente.

Parece que a noite tinha sido maravilhosa para ela. Por que Maxon evitara falar desse encontro? Se fosse levar em conta a reação dele, diria que o encontro nem tinha acontecido. Timidez?

Olho ao redor do salão e vejo que mais da metade das garotas parece tensa ou infeliz. Janelle, Emmica e Zoe escutam algo que Kriss conta-lhes. Ela parece sorridente e animada, mas o rosto de Janelle está franzido de preocupação, ao passo que Zoe rói suas unhas que deveriam estar perfeitas. Emmica está com a cabeça longe, apalpando a região abaixo da orelha, como se estivesse dolorida. Fazendo jus à fama, Celeste está falando algo cheia de sentimento de superioridade. Marlee percebe meu olhar e explica o que está acontecendo.

– As garotas de cara amarrada são as que ainda não tiveram um encontro com o príncipe. Na quinta, ele me disse que eu era a segunda só naquele dia. Ele está mesmo querendo conhecer todas.

– Você acha que é isso? Não acha que estão preocupadas com o show de talentos, não?

– Não. Quer dizer, olhe só a gente. Estamos bem porque já ficamos a sós com ele. Ambas sabemos que ele gostou de nós o suficiente para não nos enxotar logo em seguida. Há uma divisão entre aquelas que tiveram seu momento com o príncipe e as outras, que estão preocupadas. Acham que ele não está interessado nelas e que só vai vê-las quando for mandá- las embora.

Por que ele não tinha dito nada disso? Não éramos amigos? Um amigo contaria esse tipo de coisa. Ele já tinha marcado encontro com uma dúzia de garotas com base apenas no sorriso de cada uma. Tínhamos ficado a maior parte da noite anterior juntos, e ele só me tinha feito chorar. Que tipo de amigo guarda os próprios segredos enquanto faz o outro botar os dele para fora?

Tuesday, que até então estava ouvindo Camille com uma expressão de ansiedade no rosto, levantou-se da cadeira e olhou ao redor. Descobriu Marlee e eu no canto e logo veio em nossa direção.

– O que vocês fizeram no encontro? – pergunta de supetão.

E é aí que eu percebo que Marlee estava realmente certa.


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Notas finais do capítulo

Não se preocupem, mais mudanças estão por vir, essa fanfic-adaptação vai ficar mais fic que adaptação, juro.
Não sei se já avisei, mas estou repostando essa fanfic no Wattpad, quem quiser ler lá, só pedir que eu mando o link.



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