Pov. Edward

Eu amanheci estranho, sem vida e parecendo que o céu nunca saia do nublado. Queria poder dizer aos empresários para marcar essa viagem em outro ano ou outro mês, para que eu pudesse estar em casa agora com a minha pequena.

Desde que comecei uma vida de empresário, sabia que me custaria viagens longas e cansativas para montar projetos. Reuniões que pareciam se alongar cada vez mais, porém antes isso nunca foi um problema por ser um homem solteiro na época. E hoje eu tenho Bella, a vida me deu-me de presente aquele anjo para me salvar da solidão.

— Senhor Cullen – chamou Peter – Está tudo bem?

— Perdoe-me, senhor Peter – disse e limpei a garganta – Aonde paramos?

— Discutíamos sobre um projeto em montar um negócio inteligente, como alimentar aos necessitados – disse ele – A África está com sérios problemas de saúde, higiene e comida. Lá é uma miséria sem fim.

— Podemos fazer com que colegas e até nossos sócios façam uma doação – disse – Ou seja, marcaremos um evento de gala a fim de promover este projeto. Um negócio tanto inteligente como ajudará muitas famílias. Estou gostando de ver, senhor Peter.

— Obrigado, senhor Cullen – agradeceu ele – Seu pai é um grande amigo meu e médico mais renomado de Forks. Poderia nos ajudar com contatos de outros médicos e talvez enfermeiros que possam nos ajudar.

— Posso reportar isso a ele – disse – E você, senhor Magnera?

— Bom, achei que essa reunião não teria um propósito, mas me surpreendi então – disse ele sério e rustico – Gostei da proposta e tem meu apoio. Já começo arrecadando um sinal: dez mil dólares.

— Boa iniciativa, senhor Magnera – disse o chefe da empresa Atlanta’s Interprises – Dou encerrada essa reunião e o objetivo será escrito em relatório. Senhor Cullen, quero que me entregue uma pequena tese da reunião de hoje e as propostas feitas aqui, em caso de dúvida mande-me um email.

— Certo, senhor Calhoun – confirmei e apertamos as mãos.

Respirei aliviado que a reunião tenha acabado um hora antes do previsto e poderia retornar ao hotel para um merecido descanso, quem sabe passearia pela cidade de Atlanta procurando por alguma vista e compraria algumas lembrancinhas para o pessoal de casa.

Sai de sala de reuniões, prometendo ao Peter um jantar na casa dele junto com a sua família e amigos íntimos. Queria dizer que não estava muito afim de comparecer, mas também seria uma grande desfeita com uma das pessoas que me ajudou a erguer minha empresa.

Sentia tanta saudades da minha casa, família, dos jantares animados e de ver minha linda pequena. Nesse momento estaria com ela em um abraço apertado e gostoso, seus cafunés nos meus cabelos e a suavidade do “eu te amo” saindo de seus lábios.

Coloquei meu paletó e peguei a pasta contendo a pauta da reunião de hoje e sai da empresa. A transparência da porta giratória reluzia a luz fraca do dia.

Escutei o toque do meu celular e saquei rapidamente do meu bolso.

— Alô – disse ao atender.

— Oi meu amor— ouvir a voz embargada de Bella na linha.

— Hey, que saudades! – disse – Sabia que se eu não ligasse você faria.

— Não aguentei e disquei seu número— disse ela suspirando e com a voz fraquinha – Como estão as coisas por ai?

— Estão cansativas, mas as reuniões deram um passo e tanto – disse – Acho que voltarei pra casa antes do previsto.

— Oh! Isso é bom, meu amor— disse ela fungando. Conhecia minha pequena para saber que algo acontecia.

— Pequena, o que houve? – perguntei e ouvi seu choro começar.

— Meus pais vieram aqui novamente. Queriam conversar, mas não sobre o amor deles e sim do possível processo que eles abriram contra você — contou ela

Uma hora tudo viria por água abaixo. Sabia que poderia ocorrer uma situação um tanto indelicada entre eu e os pais ausentes de Bella. Quando eles apareceram em casa, não foram recebidos de braços abertos pela filha e nem convidados para tomarem um reforçado café da manhã em nossa casa.

— Olha, minha vida – disse e as lágrimas começaram a descer – Você tem o direito de tomar uma decisão e defender o que quer. Estarei com você sempre. Ouviu?

— Eu sei, meu amor. Obrigada— disse ela e riu nervosa. Uma voz tão fraca e sofrida, havia algo mais ai.

— Você está bem? – perguntei.

— Na verdade, estou mal. Ontem descobrimos que saudade pode acabar em febre— contou e sorri torto – Esme fez uma sopa gostosa e me fez repousar. Quando você voltar, estarei melhor.

— Espero que sim, pequena – disse – Eu te amo.

— Eu te amo, amor— retribuiu ela e nos despedimos. Meu coração parecia que queria sumir do peito, estava frio e amargo de preocupação com que acontecia do outro lado do mundo.

Como alguém seria capaz de passar tanto tempo longe e quando volta faz essa maldade? Bella teria um jeito de sair dessa?

Tudo ruiu em minutos de telefonema. Bella doente. Pais querendo chamar a atenção. Eu cansado dessa viagem cheia de negócios a concluir. Precisava voltar para casa, mas antes terminaria todo meu trabalho aqui e perguntaria se poderia ser liberado.

Balancei a cabeça, espantando esses momentos ruins e chamei um táxi para me levar ao hotel. Lá começaria a escrever a tese, com propostas da reunião e a doação iniciada pelo empresário Benjamim Magnera. O mais breve possível enviaria tudo conforme me foi ordenado e ligaria para minha secretária Chelsea, comunicando alguns dias de folga na empresa e encarregaria meu irmão Emmett e meu cunhado Jasper nos trabalhos.

No caminho, montava um esquema que colocaria em prática para que tudo saísse perfeitamente bem e essas tempestades, devagar, vão amenizar. Bella era uma jovem confiante, cheia de sonhos, determinada e luta pelo que quer sendo fácil a sua saída dessa situação.

Cheguei ao hotel, pagando o taxista e desci. Pronto para um merecido descanso antes de começar a arquitetar meus planos e executaria meu trabalho da viagem.