Pov. Bella

Fazia algumas horas que Edward havia viajado a trabalho e eu fiquei matando meu tempo brincando no chão da sala com meu sobrinho Thomas. Ele é um garotinho muito esperto, montava os legos certinho peça por peça e mostrava para mim a sua “obra arte”.

— Tia Bel, está tisti pulquê? – perguntou ele ficando em pé ao meu lado, enquanto me ajudava a recolher os brinquedos.

— Estou com saudades do tio Edward, anjo – respondi. Ele me parou alguns segundos o que estava fazendo e de repente senti seu corpo pequeno e pesado me esmagar em um abraço.

— Não fica tisti, tia Bel. Tio Ed vai voltar rapidinho – disse ele e sorri ainda mais apaixonada por este garotinho.

— Eu sei, meu anjo – disse e me separei do abraço, fazendo carinho em seus cabelos – Agora vamos guardar seus brinquedos e depois vou fazer um leite morno bem gostoso pra você. Está bem?

— Leite com biscoitos? – perguntou ele com os olhos brilhando.

— Leite com biscoitos – respondi e ele bateu palminhas comemorando. Ria de suas sapequices e esperteza.

Colocamos os últimos objetos dentro da caixa e fomos para seu quarto guardar. Esme fez questão de montar um quarto para Thomas aqui na casa, pois ele sempre vinha passar o fim de semana ou só o Domingo aqui.

Alice e Jasper compraram uma linda casa perto daqui depois que a Mel nasceu. Eles dois decidiram que era a hora de terem um espaço só deles e curtirem a linda menininha que havia chegado.

Então ficou somente Edward, eu, Esme e Carlisle. Poucas pessoas para uma mansão de 5 quartos. E quem sabe, daqui um tempo, viria um filho meu e de Edward para juntar ao clã das crianças Cullen.

— Tia Bel... você e o tio Ed vão casar? – perguntou Thomas e fiquei surpresa com a curiosidade.

— Mas só mais para frente, Thom. É muito cedo – respondi e ele colocou o dedo na boca pensativo.

— Vamos descer. Vou preparar o leite e os biscoitos – disse e segurei em sua mão, saindo do quarto e indo até as escadas. Descemos devagarzinho e fomos até a cozinha.

Esme estava sentada tomando sua caneca de chá e sorriu quando nos viu entrar na cozinha.

— Olá meus amores – disse ela.

— Podemos fazer companhia, Esme? – perguntei brincando.

— Será um prazer ter a companhia de vocês – disse ela materna e graciosa.

— Vovó, vovó – disse Thomas – Eu e a tia Bel montamos várias coisas com os legos.

— Nossa, querido. Que legal – disse Esme e o coloquei sentado na cadeira perto dela.

Fui até a geladeira pegando o leite e colocando em uma caneca para aquecer. Enquanto isso, abri o armário pegando o pacote de biscoitos e coloquei na bancada para depois abrir.

Imaginava quando eu fosse ter meus filhos, na cozinha fazendo o leite deles e Edward chegando do trabalho vindo me dar o beijo para matar a saudade que sentia pelo dia inteiro de correria. Será que vai demorar muito para isso acontecer?

Bom, está muito cedo para definir o nosso futuro e o que queremos dele. Eu estudava muito para recuperar o que perdi, trabalhava, ajudava Esme sempre e ficava contente em ter uma vida assim: maravilhosa. Só faltava aquela parte: meus pais. Apesar de tudo, ficava um vazio e pensava se realmente deveria perdoá-los pela enorme ausência deles em minha vida.

— Tia Bel... o leite – disse Thomas e sai do transe. Tirei o leite do fogo, servindo nas canecas que Esme havia colocado ali enquanto ficava distraída – Tá pensadu na mosca moita, titia?

— Thom – repreendeu Esme rindo do pequeno e sua inteligência. Acompanhei os dois, apreciando a beleza de sentar à noite na cozinha com a família e ri de palhaçadas – Esse menino é igual ao Edward quando era pequeno. Sapeca, inteligente e engraçado.

— Sério, Esme? – perguntei surpresa com a afirmação – Quero ver algumas fotos do Ed quando era pequeno. Ele deveria ser lindo desde esses tempos.

— Era sim. Um menininho lindo e saudável – disse ela toda orgulhosa – Meu menininho lindo e saudável

Em sua voz senti uma entonação triste e cheia de saudades. Só fazia algumas horas que Edward havia ido para Miami trabalhar.

Thomas tomava seu leite, mostrando seu bigodinho, comia devagar seus biscoitos.

— Acabei, tia Bel – disse Thom e o olhei sorrindo. Ele retribuiu o sorriso, com seus dentinhos de leite.

— Dê boa noite pra vovó e vamos para cama – ordenei e ele obedecendo, indo até Esme e lhe dando um beijo na bochecha.

Peguei sua mão e o levei para o andar de cima. Troquei sua roupa limpa por um pijama fresquinho e confortável, ensinei como escovar os dentes e logo o coloquei na cama.

— Tia Bel... o que é amor? – perguntou ele. Me ajeitei ao seu lado, acariciando seus cabelos.

— Você é tão esperto, Thom – disse e pensei em quais palavras usar para dar uma resposta concreta - Amor é um sentimento de carinho e demonstração de afeto que se desenvolve entre seres que possuem a capacidade de o demonstrar.

— E você e o tio Ed sentem isso? – perguntou ele e fechei os olhos.

— Sim, meu anjo – respondi e ele murmurou um “hum”. Continue a carícia até Thomas pegar no sono.

Sai devagarzinho do quarto dele e fui até o meu para tomar um banho de banheira, no intuito de relaxar um pouco e depois dormir. Mas seria tão estranho dormir sem Edward ao meu lado, sentir seu cheiro e abraçar seu corpo másculo torneado.

Escutei meu celular apitar em uma mensagem e logo tratei de desbloquear a tela.

“Saudades da minha casa, da minha família e da minha linda pequena.

Não liguei porque estava exausto da viagem e tive que ir logo resolver os assuntos da reunião de amanhã. Mas não esqueci de vocês e da saudade que sinto agora.

Sem você sou frio...

Boa noite.

Eu te amo”

Só lendo a mensagem para que as lágrimas traiçoeiras de saudades rolassem pelo meu rosto e tentei amenizar respirando fundo.

“O lado da cama ficará sem vida com você tão longe...

Só essa mensagem me sinto a mulher mais feliz do mundo e todos aqui sentem sua falta.

Volte logo!

Saudades do seu cheiro, dos seus abraços e dos seus beijos.

Boa noite.

Eu amo você”

Enviei a mensagem.

Eu não conseguia controlar minhas emoções e nem meu corpo. Tudo ficava frio aqui sem ele.

Mas daqui 4 dias vamos, com certeza, recuperar o que a saudade deixou.