Aprendendo a ser pai escrita por XxLininhaxX


Capítulo 8
POV Camus


Notas iniciais do capítulo

Yooo pessoas do meu core ^^/
É mto bom acordar e ver q as pessoas leram minha fic e comentaram *-*
Sim, sim... Isso faz meu dia começar bem melhor XD
Fico até mais animada para escrever (e trabalhar... hauahauahauahauahau XD)
Enfim... Presente para vcs q eu amo de paixão XD!!
Aqui vai mais dois caps XD!!

=**
Boa leitura



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Eu estava ficando irritado. Realmente eles não conseguiriam resolver aquele problema sem mim. Era algo que só alguém experiente como eu poderia encontrar uma saída. Mas aquele problema surgiu em uma hora muito inconveniente. Eu estava ansioso para conversar com meu menino. Eu precisava conversar com ele. Isso me deixava inquieto, porque eu sempre detestei assuntos mal resolvidos. E essa ansiedade não me permitia concentrar em meu trabalho. Eu já devia ter terminado aquilo fazia tempo, mas, por não conseguir manter o foco, acabei demorando muito. Ainda bem que eu já estava quase acabando. Olhei no relógio. Seis e meia da noite. E eu tinha prometido ao Milo que eu seria rápido. Droga!

Aquela semana tinha sido um verdadeiro inferno. Olhar para meu filho com aquela expressão depressiva e não conseguir fazer nada estava me matando. Eu queria fazer alguma coisa, mas meu corpo travava, minha mente me prendia e a única reação que eu conseguia ter era me introverter e lançar meu típico olhar frívolo. Eu não consegui segurar a mágoa. Eu estava agindo como uma criança emburrada. Só porque não sentia que estava sendo retribuído ficava de cara fechada. E eu nem tinha certeza disso. Eu não conversei com Hyoga para saber se ele me considerava ou não seu pai. Milo podia ter razão. E se ele apenas escondeu com medo de que eu tivesse aquela reação? Hyoga sempre agiu com o máximo de cautela para ser o discípulo perfeito. Quase nunca cometia falhas. Eu não conseguia entender se ele fazia isso por ser parte de sua personalidade, por ser muito orgulhoso, ou se ele fazia apenas para me agradar. Mas não tinha motivo para que ele fizesse apenas por mim. Ou será que tinha? E se ele pensasse que se não fosse perfeito, eu não o aceitaria como discípulo? E se ele escondeu com medo de que eu o rejeitasse caso se demonstrasse imperfeito? Aquela insegurança era bem típica do meu loirinho. Mas se esse fosse o caso, eu... Não! Se aquilo fosse verdade, eu tinha feito tudo errado! Eu apenas comprovei seu medo. Será que ele estava pensando que eu não o amava? Será que ele estava pensando que eu o rejeitei por ele ter cometido um erro? Será que ele estava mesmo achando que eu não o aceitaria mais por ter se demonstrado falho? Aquela possibilidade me inquietou ainda mais. Se aquelas coisas estivessem passando pela cabeça do meu menino, ele poderia cometer outra besteira. Eu ainda nem tinha descoberto porque ele tentou suicídio. Se aqueles fossem seus pensamentos, minha atitude só lhe deu mais um motivo para repudiar a vida. Mas... Será que ele ainda tinha dúvidas de que eu o considerava como um filho? Ele não pensaria tais coisas se tivesse essa certeza. Será que não consegui demonstrar o suficiente? Eu realmente não era a pessoa ideal para demonstrar sentimentos, mas eu não imaginava que demonstrava tão pouco ao ponto do meu garoto não perceber sua importância em minha vida.

Apressei-me. Aqueles pensamentos estavam me deixando péssimo. Eu queria acabar logo com o sofrimento do meu loirinho. Ele já estava sofrendo muito antes de eu descobrir o ocorrido. E essa semana apenas fez as coisas piorarem. Eu o peguei várias vezes chorando no quarto. Vi seus olhos vermelhos e inchados. Ele estava até mais pálido que o normal. Eu não suportava vê-lo daquele jeito. E eu tinha que admitir que parte daquilo fora causado por mim. Senti-me o pior pai já existente. Como permiti que meu filho passasse por aquilo bem diante dos meus olhos? Como pude negar ajuda quando via meu filho implorando por socorro? Como pude ignorar aqueles olhos amedrontados e inseguros? Eu realmente não merecia Hyoga como filho. Ele sempre deixou tão claro para mim que me amava como pai. Como pude deixar que apenas uma falha pudesse me fazer duvidar? Hyoga me acostumou tanto com seu jeito perfeito de agir que, na primeira falta grave, não consegui evitar sentir aquele sentimento arrebatador. Um sentimento que me tornou impotente, alheio ao sofrimento daquele que me era tão precioso. Eu cometi um terrível erro! Eu poderia perder meu filho de verdade por causa daquilo. E se ele não me perdoasse? E se ele também ficou magoado com a minha atitude? Claro que ficaria! Eu fui um total imbecil, insensível, incompreensivo. Ele tinha todo o direito de não querer me perdoar. Ah! Mas eu não daria o braço a torcer. Se tinha uma coisa que eu sabia muito bem fazer era assumir quando estava errado. Eu faria de tudo para ter meu loirinho de volta. Faria qualquer coisa para vê-lo sorrindo para mim novamente. Eu o queria em meus braços. Eu queria dizer que o amava. Queria acariciar aqueles cabelos dourados, transmitindo a segurança que ele precisava. Eu precisava do meu menino em meus braços!

Terminei meu trabalho e saí correndo do meu escritório. Eu não tinha mais tempo a perder. Precisava consertar as coisas com Hyoga. Eu precisava que tudo voltasse ao normal. Eu queria minha família feliz. Chega de ver meu pequeno com os olhos marejados e não fazer nada! Eu ia fazer aquilo dar certo. Eu ia esclarecer todas as dúvidas que estavam lançadas. Eu tinha que agir como pai! Estava na hora de mostrar a Hyoga o quanto ele era meu filho. O quanto eu o amava. O quanto eu precisava dele. O quanto não o ter me faria sofrer. E queria que ele soubesse de tudo que eu não deixei claro por todo esse tempo. Eu ainda não entendia como pude agir daquela maneira. Lembro-me que quando ele era pequeno, eu sentia uma vontade enorme de embalá-lo em meus braços e dizer que tudo ficaria bem. Dizer que ele não precisava chorar. Dizer que se a vida lhe tirou a mãe por um lado, por outro ela lhe daria um pai. Mas eu não podia fazer nada disso. Acostumei-me a agir de uma forma distante e tentando parecer indiferente, para que ele pudesse se tornar um cavaleiro forte e sem fraquezas. Será que naqueles tempos de paz eu continuava agindo como antes? Será que era por isso que ele, possivelmente, estava em dúvida do que eu sentia? Eu não fazia de propósito. Apenas estava acostumado a agir daquela maneira. Não pensava que isso pudesse distorcer a forma com que ele entendia meus sentimentos. Se era isso mesmo que ele estava pensando, eu precisava consertar. Eu não podia deixá-lo se enganar daquela maneira.

Desci até a minha casa. Fui direto para a sala onde encontrei Milo dormindo. Sorri. Ele devia estar cansado, já que acordou muito cedo. Achei melhor deixá-lo. Tinha que encontrar meu garoto. Procurei por toda a casa e nada. Será que ele ainda estava treinando? Até aquele horário? Eu iria até a arena buscá-lo. Saí da casa de Aquário e fui pelas escadarias mesmo. Passei por Capricórnio, mas Shura não estava lá. Passei por Sagitário, que também estava vazia, pois Aiolos estava com Saga e Seiya na terceira casa. A casa de escorpião, obviamente, também estava vazia. Na casa de libra eu podia sentir o cosmo de Shiryu, mas eu sabia que nem Dohko e nem Shion estariam ali, pois estavam trabalhando. Desci até a sexta casa onde senti a presença de todos, menos de Ikki. Eu não podia passar sem cumprimentar ninguém. Fiz questão de demonstrar meu cosmos, para fazer-me presente. Logo Shaka veio até mim, junto com Mu.

– Camus, que surpresa ver você passando por aqui. – disse Mu.

– Pois é. Sempre fico muito na casa de Aquário, não é? – respondi cortês.

– Está tudo bem? Estou te sentindo um pouco ansioso. – disse Shaka. Nada passa despercebido por ele.

– Estou procurando Hyoga. Preciso muito falar com ele.

– Ah! Ele veio aqui hoje. Fez almoço para todo mundo, mas logo depois desceu com Ikki para a arena. – disse Mu.

– Fez o almoço? – perguntei, achando estranho. Ele estava de castigo. Eu tinha sido muito claro que, se não fosse para treinar, era para ele ficar no quarto, em casa.

– Sim. Algum problema? – perguntou Shaka.

– Não exatamente. – tentei disfarçar. – Só não é muito comum Hyoga cozinhar para outras pessoas.

– Foi Ikki quem pediu. E o Milo tinha toda razão, Hyoga cozinha perfeitamente bem. – disse Mu sorrindo.

Aquela informação me deixou intrigado. Hyoga cozinhou porque Fênix pediu? Já vi outras pessoas pedindo para Hyoga cozinhar e ele havia recusado. Realmente, ele só tinha o hábito de cozinhar para mim e para o Milo. E desde quando ele se tornara amigo de Fênix? Eu pensava que seu amigo mais próximo era o garoto de Andrômeda. Milo até me dizia que poderia acontecer algo mais que amizade, futuramente, entre os dois. Quando foi que Fênix se aproximou do meu garoto? Isso não me agradava. Aquele garoto era extremamente rebelde e desobediente. E se ele fizesse a cabeça do meu garoto? Eu precisava conversar com Hyoga sobre isso.

– Tenho que concordar, Mu. A comida que Hyoga faz é divina. – disse.

– Você está indo para a arena, Camus? – Shaka me perguntou.

– Estou sim.

– Eu vou com você. Ikki está demorando demais.

– Ok. Então vamos.

Despedi-me de Mu e Shaka me acompanhou. Começamos a descer as escadarias conversando.

– Ainda não resolveu o que tinha que resolver com Hyoga? – Shaka me perguntou.

– Não. Mas de hoje não passa. Acho que adiei até demais. – respondi em tom preocupado.

– Ele estava um pouco alterado hoje. – Shaka disse, me surpreendendo.

– Alterado? Como?

– Bom, acredito que você já tenha descoberto o que aconteceu. Eu não sei de nada, apenas sinto o estado emocional dele. E quando ele veio me pedir para ensiná-lo a meditar, eu sabia que ele estava realmente muito desesperado. Senti que ele se sentia sozinho, vazio, precisando se encontrar. E, por algum motivo, ele queria mudar isso. E quando o cosmos dele se descontrolou, eu tive a certeza do quão desesperado ele estava. Eu pensei que em uma situação assim, só você conseguiria fazer algo, já que a admiração que aquele garoto tem por você é impressionantemente grande. – Shaka parou um pouco, para suspirar. – Mas essa semana eu percebi que as coisas pioraram. Hyoga estava até mais depressivo. Eu fiquei observando de longe, já que ele parecia não dar abertura para ninguém. Cheguei a pensar em conversar com você de novo, mas como fiquei sabendo que estava de férias, não quis incomodar. Porém, hoje eu senti Hyoga completamente diferente. Ele continua depressivo, mas estava mais leve, como se tivesse tirado um pouco do peso das costas. E foi por ele estar mais tranquilo que vi algo a mais em suas emoções, rejeição e medo. – aquela declaração me tirou do eixo. Cada vez mais minhas suposições se confirmavam e isso era péssimo. - Quando estávamos conversando, todos juntos, eu o senti muito desconfortável, como se aquele ambiente familiar não lhe fosse muito comum. E então ele voltou a se desesperar.

– Voltou a se desesperar? Como?

– Ele não aparenta essas coisas, Camus. Eu apenas sinto isso nele. Se você olhar para ele, será como se ele estivesse normal. Só que dessa vez ele se incomodou tanto que precisou sair do recinto. Eu me preocupei, mas achei melhor deixá-lo sozinho. Quem foi atrás dele foi o Ikki. Não sei o que eles conversaram, mas quando Hyoga voltou ele aparentava estar bem melhor. Mas foi só voltarmos a conversar para que ele voltasse a se alterar.

Outra vez o Fênix. Aquilo me deixou mexido. Hyoga estava em um momento de fraqueza e a influência de Fênix podia ser péssima. E se ele fizesse a cabeça do meu loirinho para me desobedecer? E se ele fizesse a cabeça de Hyoga para esquecer esse negócio de família? Shaka já me contou várias vezes que Ikki tinha problemas para aceitar essa vida de família e tudo. Não! Eu não podia permitir que ele forçasse essas ideias em Hyoga. Se eles se juntassem eu teria problemas. Eu já tinha problemas demais para me preocupar, não precisava de mais um. Era melhor eu me apressar com essa conversa ou seria tarde demais. Eu não perderia meu garoto!

Eu não falei mais nada depois daquilo. Fiquei pensativo e ainda mais apreensivo. Shaka também não disse nada. Talvez estivesse apenas respeitando a situação delicada em que eu me envolvi. Descemos um pouco mais rápido e logo chegamos à arena. Meu coração estava começando a se acalmar, até que não vi meu garoto ali. De repente senti meu sangue congelar. Não! Ele devia estar em outro lugar. Talvez tenha ido para outro lugar treinar. Talvez já tenha subido pelo outro caminho e nos desencontramos. Eu não podia pensar no pior logo de cara. Nunca fui do tipo pessimista, não seria agora que eu começaria. Suspirei profundamente e fiz o que achei mais sensato.

– Shaka, você tem certeza que Hyoga desceu para a arena com Ikki? – perguntei, tentando ficar calmo.

– Tenho sim, Camus. Se bem que já faz algum tempo que não sinto o cosmos de nenhum dos dois. – Shaka disse com uma expressão muito séria.

– Você acha que... – nem consegui terminar de falar. Shaka suspirou.

– Lamento Camus. Ikki tem mania de sair por aí sem avisar nada a ninguém. Talvez ele tenha convencido Hyoga a ir com ele.

Passei as mãos no cabelo, nervoso. Não tinha hora pior para Hyoga escolher me desobedecer. Eu não sabia se ficava com raiva ou se ficava preocupado.

– Acalme-se, amigo. Vamos procurá-los pela cidade. Ikki costuma ir para lá. Normalmente eu espero ele chegar, mas a situação é diferente hoje, já que ele está com Hyoga.

– Agradeço a sua ajuda, Shaka. Serei eternamente grato.

– Não tem que agradecer, Camus. Eu lhe entendo perfeitamente. E, além do mais, quero ver isso resolvido também.

– Vou avisar o Milo e encontro você aqui em quinze minutos, ok?

– Ok. Vou aproveitar e avisar Mu também.

Shaka e eu seguimos nosso rumo. Subi as escadas correndo. Não! Não! Não! Meu loirinho não podia fazer isso comigo! Esperava que Shaka estivesse certo e eles só estivessem na cidade. E se eles quisessem ir mais longe dessa vez? Hyoga não teria motivo para recusar, já que provavelmente já não suportava a situação que se estabeleceu em casa. Senti a culpa me remoer. Eu devia ter acabado com isso logo que começou. Ou melhor, não devia sequer ter permitido que começasse. Agora lá estava eu, desesperado, tentando consertar o erro que cometi. Mas não era o momento de pensar isso. Eu não ia ficar me lamentando pelo que eu deveria ter feito. O importante agora era encontrar Hyoga. Por que ele tinha que fazer isso? Ah! Mas ele não ia me escapar mesmo! Ele que esperasse! Era hoje que eu ia mostrar como ele era meu filho e como as coisas seriam a partir de agora.

– MILO! MILO! – gritei, tentando chamar a atenção de meu marido assim que entrei em casa.

– Estou aqui, Camus. O que foi? Pra que essa gritaria? – ele me perguntou.

– É o Hyoga. Ele fugiu!

– O que? Fugiu? – ele pareceu surpreso.

– É. Parece que ele e Ikki fugiram juntos. Shaka disse que Ikki costuma ficar na cidade, então estamos indo para lá. – expliquei enquanto pegava a chave do carro.

– Bem que eu estava com um mau pressentimento. – ele disse, mais para si mesmo que para mim. – Eu vou com você.

– Não. Preciso que me espere aqui. Será até melhor caso Hyoga volte.

– Tudo bem, mas você tem que me prometer que vai se controlar. Não vá brigar com o garoto no meio da rua.

– Eu sou lá homem de ficar fazendo showzinho público, Milo?!

– Não! Não é! Mas eu sei muito bem que está nervoso por Hyoga ter fugido. Não vá piorar as coisas.

– Não se preocupe, Mon Ange. Eu vou trazer nosso menino de volta e vou colocá-lo na linha. – disse dando um beijo estalado nos lábios de meu marido.

– Só espero que esteja tudo bem com ele. No estado em que ele se encontrar, tenho medo que tente algo idiota.

– Vai ficar tudo bem, Milo. Eu não vou deixar Hyoga se perder dessa maneira. E tenho certeza que ele também não está fazendo nada idiota. Apesar de tudo, é do meu filho que estamos falando.

Nosso filho você quer dizer, não é? – ele sorriu e eu também. - Fico muito feliz de lhe ouvir falando isso. Bem, espero vocês então.

Dei outro beijo em Milo e saí às pressas. Hyoga! Era tudo o que eu conseguia pensar.

Continua...


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