Survivor escrita por Lucy G Salvatore


Capítulo 9
Ressaca


Notas iniciais do capítulo

Uhuuuul! Outro capítulo para vocês. Espero surpreender vocês com o capítulo ;) Muito obrigada pelos comentários! Boa leitura!



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POV FELICITY

Minha cabeça estava pesada e meus olhos sentiram dificuldade em se abrir. O que aconteceu? A última coisa que me lembro é de sair da Verdant, acompanhada de Oliver. Ai meu Deus! O que eu fiz? Me sento na cama, sem saber como fui parar ali. Estou vestida com uma camiseta que definitivamente não era minha. Me certifico de que estou com minhas roupas intimas. Graças a Deus! Um gosto ruim toma conta da minha boca e me levanto, rumo ao banheiro. Entro e quase escorrego no chão molhado. Estranho a quantidade de água ali, mas minha cabeça dói muito para pensar em uma possível explicação. Faço minha higiene matinal. Saio do quarto em direção a cozinha, para pegar alguns comprimidos. Passo pela sala e vejo o sofá desarrumado. Me apavoro quando a maçaneta do apartamento é virada. Fico aliviada ao ver que era Oliver. Mas por que ele estava aqui?

– Oliver? – Pergunto assim que abre a porta. Ele estava com dois copos de café na mão.

– Oi. Você está bem? – Pergunta analisando minhas vestes e desviando o olhar.

– Não sei. – Digo sem saber como realmente estava. – Estou com muita dor de cabeça. O que faz aqui? – Pergunto tentando lembrar de alguma coisa.

– Ontem eu te trouxe para casa e você não parecia muito bem. – Torço os lábios. – Você passou mal na Verdant e depois dentro do carro. Te ajudei a chegar até aqui e já estava de saída, mas pediu que eu ficasse. – Arregalo os olhos e coro instantaneamente. Me lembro do que fiz. Oliver definitivamente estava ocultando alguns detalhes do meu comportamento, provavelmente pensando que não me lembro de nada.

FLASHBACK ON

– Por Deus Felicity! Você bebeu tanto assim? – Pergunta logo após vomitar dentro do carro. Não respondo, apenas encosto minha cabeça no banco e fecho os olhos. – Você não pode dormir agora. Precisa conversar comigo.

– Não quero falar com você Oliver. – Digo com um tom ríspido. – Você não merece. – Ele rapidamente olha para mim tentando entender, e volta seus olhos para o trânsito.

– Por que diz isso? – Me pergunta com calma.

– Porque você me deixou. – Digo simplesmente. – Você prometeu que nunca me deixaria e quebrou sua promessa. Ficou um mês distante sem dar notícias e quando volta acha que pode dizer coisas para mim que estará tudo bem. – Digo em tom mais elevado. – Mas deixa eu te dizer uma coisa, Sr. Queen, eu também fiz uma promessa. Prometi para mim mesma que te esqueceria, que não te procuraria, porque ter que lidar com sua perda, era lidar novamente com a perda do meu pai. – Meu rosto provavelmente estava vermelho e sentia meus olhos arderem. - Então é por isso que não estou afim de conversar com você agora. – Lágrimas escorrem de meus olhos e começo a soluçar com o choro baixo. Oliver hesita e acredito que pensava em parar o carro. Mas continua dirigindo.

Chegamos a meu apartamento e antes de desligar o carro, já salto do mesmo. Oliver sai apressado e me ajuda a ficar de pé. Sinalizo para se afastar e vou cambaleando até a porta. Custo a acertar o buraco da chave. Uma grande mão envolve a minha e me ajuda. Oliver se afasta, me esperando abrir a porta. Abro e jogo minha bolsa sobre o sofá. Me viro para discutir com ele, mas sou interrompida por uma dor no estômago. Rapidamente corro para o banheiro e me abaixo na altura do vaso. Sinto uma mão tocar minhas costas e outra pegar meu cabelo. Ponho tudo e mais um pouco pra fora, até sentar e encostar o corpo na banheira ao meu lado.

– Oliver. – Digo com a voz rouca. – Me ajude. – Ergo os braços e ele me ajuda a levantar. De pé abro o zíper do vestido e o tiro, ficando de calcinha e sutiã. Oliver arregala os olhos e vira de costas. Sai do banheiro e volta com uma camiseta sua, que não faço ideia da onde tirou. Me entrega a camisa e a visto com um pouco de dificuldade. Saio do banheiro e vou até o quarto, me deito na cama e vejo Oliver saindo do quarto. – Oliver! – Grito e ele volta sua atenção para mim. – Você pode ficar aqui? – Ele assente, senta-se ao meu lado e caio no sono com suas mãos acariciando meu cabelo.

FLASHBACK OFF

– Ah sim... – Finjo não lembrar. – Obrigada então. – Sorrio leve e pego o copo que esticava para mim. – Não sei o que me deu ontem. Me empolguei um pouco na bebida e pelo que parece meu organismo não está acostumado a isso.

– Acontece com todos. – Diz tentando diminuir minha vergonha. Graças a Deus, Oliver não tocou no assunto do carro, assim espero. Eu não tocaria, afinal, já havia dito o que pensava. Agora era só esperar para ver se o que eu disse fez efeito.

[...]

Depois que Oliver saiu de meu apartamento, finalmente pude tomar banho e me recompor. Hoje é a festa da empresa e tive folga, porque Ray sabia que estaria toda enrolada. Deito na cama tentando relaxar e esquecer tudo o que aconteceu. Finalmente havia dito a Oliver tudo que queria. Infelizmente, não nas circunstâncias esperadas. Pensando em tudo isso caio no sono. Depois de aproximadamente quatro horas, meu telefone toca, me fazendo despertar. Era Ray.

– Alo? – Digo com a voz sonolenta.

– Srta. Smoak, está tudo bem? – Pergunta percebendo meu desanimo.

– Sim... Estava dormindo. – Ele não diz nada como se quisesse que continuasse. – Bebi mais do que deveria ontem. – Escuto Ray soltar o ar e o imagino sorrindo.

– Está de ressaca? – Pergunta com a voz risonha.

– Estava. Agora estou bem. – Reflito. – Precisa de algo?

– Na verdade estou te ligando para saber que horas o motorista pode pega-la. – Meus olhos se arregalam e me lembro da festa. Droga!

– Motorista? – Ray responde com um “Ahã”. – Ás oito horas.

– Perfeito. Irei avisa-lo. Até mais tarde. – Diz e desliga o telefone.

Me viro em direção ao criado para olhar a hora. Meu Deus! Já são seis horas! Nunca mais bebo assim na vida. Só me faz falar besteiras e perder um dia completo. Em um pulo estou dentro do banheiro. Começo a ajeitar meu cabelo. Faço um coque solto, deixando alguns fios pendurados. Faço uma leve maquiagem e parto para o quarto. Visto o vestido que comprei com a ajuda de Oliver e as sandálias. Me olho no espelho e não consigo conter um sorriso. O vestido era maravilhoso, estava me sentindo linda. Lembro- me do comentário de Oliver sobre a cor e não posso negar que meu interesse inicial era prova-lo por causa disso. Meu interfone toca, o motorista informa que já está lá embaixo e desço em direção ao carro. Meu último pensamento antes de entrar é: “Será que ele vai?”

POV OLIVER

Não posso negar que estou meio desanimado em ir à festa ficar vendo Ray e Felicity juntos para cima e para baixo. Porém estou disposto a reconquista-la e não ir em um evento tão importante para ela, seria indelicado de minha parte. Diggle iria passar aqui na caverna para irmos juntos. Já estava pronto e esperando quando meu celular tocou. Era Felicity.

– Felicity. – Digo como cumprimento.

Oi Oliver. – Diz com sua voz doce. – Será que você poderia me ajudar?

– Claro. Qual o problema? – Escuto a loira suspirar pelo telefone e uma voz masculina ao fundo.

Estava indo para festa, mas o carro pifou e o motorista precisa ir atrás do guincho. – Diz com a voz meio trêmula.

– Onde você está? – Pergunto rapidamente e ela me passa as coordenadas. – Estou a caminho. - Desligo e ligo para Diggle informando que iria busca-la. Chegando as coordenadas indicadas por Felicity, encontro a loira apoiada no carro, encolhida e sozinha. Minhas mãos se apertam no volante e estaciono o carro. Desço rapidamente.

– Onde está o motorista? – Pergunto olhando para os lados e nada.

– Foi atrás do reboque. – Diz alisando os braços pelados. A noite estava fria e ela usava apenas aquele maravilhoso vestido. Só então consegui reparar no quanto estava bonita. Tiro meu paletó e ponho sobre seus ombros e ela sorri. – Obrigada.

– Não acredito que ele a deixou sozinha aqui a essa hora. – Digo incrédulo. – Se alguém passasse e te visse desse jeito... – Hesito em falar. – Não seria muito bom.

– Está tudo bem Oliver. Ninguém passou e não aconteceu nada. – Diz com as bochechas avermelhadas. – Agora vamos porque já estou atrasada.

[...]

Entramos na empresa e meu queixo caiu. Estava tudo diferente. O local estava totalmente reestruturado. As salas agora eram todas de vidro e os emblemas da empresa tinham enormes letras PT espalhadas pelo salão. Felicity estava ao meu lado e só prestei atenção em seus movimentos quando a mesma tirou meu paletó e me devolveu com um sorriso nos lábios e um olhar de agradecimento. Diggle nos viu e lentamente veio caminhando até nós.

– Srta. Smoak, você está... – Antes que pudesse continuar, uma voz vinda por detrás de John completa.

– Divina. – Diggle se vira, e eu olho por cima de seu ombro. Ah é claro. Só podia ser o Ray. Olho para a loira e suas bochechas estão rosadas com o elogio. – Boa noite senhores. – Nos cumprimenta e se volta para Felicity. – Preciso que me acompanhe, Srta. Smoak. Há algumas pessoas que quero que conheça. – Ela assente e pega na mão de Ray. Travo o maxilar e olho para Diggle, tinha expectativa que fizesse algo. Antes que ela pudesse continuar, seguro sua mão fazendo parar e virar somente o rosto para mim.

– Guarde uma dança para mim. – Digo próximo a seu ouvido, fazendo- a se arrepiar. Ela traz o olhar ao meu e assente.

Depois de aproximadamente trintas minutos, ainda estava de pé no canto do salão observando o movimento. Já havia dispensado algumas mulheres e não estava com vontade de ficar ali por muito tempo. Percorrendo meus olhos pelo salão, localizo Felicity em pé, próxima ao bar. Um homem alto estava ao seu lado, falando alguma coisa em seu ouvido. Podia perceber na sua feição que estava constrangida. Me aproximei um pouco mais rápido do que o planejado e estiquei minha mão para a loira. Ao ver que era eu, abriu um grande sorriso e a pegou, deixando o homem sozinho. A guiei até a pista de dança e com as mãos formigando envolvo sua cintura a trazendo para perto de mim. Seu cheiro doce chega a minhas narinas e por fim ela passa os braços pelo meu pescoço. Com nossos olhares e corpos grudados, dançamos algumas músicas. Até ela se enrijecer e recuar alguns passos. Seguro seu pulso a fazendo parar e quando percebo seus olhos estão marejados. A puxo para uma sala e tranco a porta.

– Precisamos conversar. – Digo a encarando.

– Conversar sobre o que Oliver? - Ela estava de pé um pouco mais à frente encostada em uma das mesas, enquanto eu ainda estava próximo a porta. – Não tenho nada para falar.

– Eu sei que você se lembra do que me disse ontem no carro. – Ela levanta seu olhar ao meu e depois o abaixa novamente. – E não te culpo por não querer tocar no assunto. Mas ontem eu não tive a oportunidade de dizer o que eu penso. – Ela se recompõe como se me esperasse continuar. – Ontem no carro você me disse que eu quebrei a promessa e te deixei. Mas você se esqueceu de que não tive escolha, tinha que enfrentar Ra's Al Ghul ou ele viria atrás de Thea. Sabe muito bem disso. No instante antes de partir, expus meu mais profundo e egoísta sentimento por você. Sei que sofreu muito durante esse tempo e não pense que não dei notícias porque não queria. Eu estava em coma Felicity, não tinha como me comunicar. Era para eu estar morto e só Deus sabe como sobrevivi. – Dei um passo em sua direção. Peguei sua mão e coloquei sobre meu peito. – Uma lamina meu atravessou por inteiro, bem aqui. Antes de morrer, vi todas as pessoas que mais amava diante de meus olhos e você foi o último pensamento que tive. Sofri ao pensar que nunca mais veria seu sorriso, ou que nunca mais me perderia em seus olhos. Partir foi a coisa mais difícil que já fiz na vida. Se estou aqui hoje, é por causa da promessa que te fiz. Eu não quebrei a promessa Felicity. Eu voltei. Voltei para você. – Seu rosto já estava em lágrimas e sua respiração estava acelerada. Continuei a fitando, esperando alguma resposta. Antes que pudesse continuar, seu corpo se cola ao meu e ela se estica. De forma suave, a loira deposita um beijo casto em meus lábios e automaticamente eu a abraço. O toque quente de seus lábios desperta em mim aquele sentimento egoísta do qual havia falado. Levando uma mão a sua nuca e mantendo a outra em suas costas, me aproximo mais, a fim de aprofundar o beijo. O gosto doce da sua boca, o aroma de seu cabelo e o carinho que fazia na base do meu cabelo, estava me deixando louco. Só nos afastamos alguns centímetros, quando precisamos recuperar o folego.

– Nossa! – Digo com a testa colada na sua. – Sem comparações com o primeiro. – Ela cora com meu comentário e solta o riso.

– Quer mesmo falar sobre aquele dia? – Ela pergunta me testando. Eu me afasto mais um pouco me preparando para dizer algo. Novamente ela me interrompe. – Por favor, não se afaste. Não depois de dizer tudo isso. – Me afasto mais para olhar em seus olhos.

– Não vou a lugar nenhum, Srta. Smoak. – Ela sorri e me abraça. Volto a beijar seus lábios, deslizando a mão por suas costas. A encosto na parede de forma delicada. Levo os lábios até seu pescoço, e suas orelhas. Mordo o lóbulo de suas orelhas. – Não sabe o quanto sonhei com esse momento. – Ela se arrepia e acaricia meu cabelo. Somos interrompidos por batidas na porta. Ainda estamos na festa e tudo estava indo rápido demais. Ela se desvencilha, me afastando um pouco e começa a ajeitar o vestido. Meu olhar vai ao seu antes de abrir a porta e ela cora. Sorrio e por fim saímos.

– Vocês estão bem? – John pergunta olhando para nós dois. – Entraram na sala e depois não os vi mais. Achei que tinham se matado. – Antes de responder qualquer coisa, ele continua. – Ou outra coisa.

– Preciso ir ao toalete e depois podemos ir para casa. – Felicity diz depois de engasgar. Assentimos e ela nos deixa sozinhos. Olho para Diggle e ele tem seu sorrisinho irritante no rosto.

– Algo me diz que deveria levar a Srta. Smoak para casa. – Apenas sorrio em resposta.


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Notas finais do capítulo

YaY! Finalmente o tão esperado beijo! Estava pensando em como escrever esse momento e tive várias ideias, mas preferi essa e acabei postando. Espero que tenham gostado. Por favor, comentem! Amanhã tem mais ;) Beijinhos e até breve!



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